Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente. 8.NOV.1999 RESENHAS Então chegamos ao disco pop do Mr. Bungle. Pra quem não conhece, o grupo era o projeto de estimação de Mike Patton, do Faith No More. Enquanto em sua banda oficial o vocalista levava seus extremos musicais rumo ao rock pesado (achando no melhor disco do grupo, Angel Dust, a raiz para todo o chamado novo metal - Korn, Limp Bizkit, Marilyn Manson, Deftones e companhia limitada), era no Mr. Bungle que ele soltava suas neuras musicais. Cruza de Frank Zappa, John Zorn e trilha sonora de desenho animado, o Mr. Bungle levava a esquizofrenia sonora destes três universos às últimas conseqüências: de Zappa tiravam o passeio livre por todos os segmentos da música pop, chegando a tocar quatro ou mais gêneros numa mesma canção; de Zorn buscaram os ataques iconoclastas à canção, atravessando extremos de uma ponta à outra sem pensar duas vezes, só pelo choque; dos desenhos animados vieram o aspecto visual da música, em que cada nota serve para encerrar um conceito, ilustrar um movimento. Casando os três, o grupo californiano chegava a um consenso: é possível misturar todo tipo de música, em qualquer velocidade ou intenção - sem a mínima necessidade de se soar pop. Até agora. Com o fim do Faith No More no ano passado, Patton ficou sem seu playground no rock. Sem poder exercitar sua gana em escrever canções com pé e cabeça, aos poucos o Mr. Bungle foi assumindo esta nova persona. Não que Patton precise de uma banda pop para sobreviver, mas sua paixão pela música pop e pelo rock tradicional é tão forte quanto pelas outras maluquices que adaptou à sua vida que ele precisava por este sentimento para fora. O resultado é California (Warner, importado), o disco de mais fácil digestão da história do grupo. Mas mesmo sendo um disco pop, California passa longe de sê-lo. Como disse no começo, é o disco pop do Mr. Bungle. Em que Patton, Trey Spruance, Bär McKimmon, Trevor Dunn e Danny Heifetz se rendem ao formato pop como uma dos ingredientes da mistura. Aproveitando-se desta possibilidade, o grupo enfatizou o apelo comercial que o disco inevitavelmente teria e transformou no conceito do disco. Tanto que o disco começa com o som de pássaros voando e a balada litorânea Sweet Charity, que aos poucos passeia pelo doo-wop, pelo pop de Burt Bacharach, com guitarras havaianas, tímpanos, bateria eletrônica e teclados. Patton exercita seus dotes vocais ao passaram do sussurro à impostação em questão de segundos, fazendo seus próprios backing vocals. None of Them Knew Were Robots começa massiva para depois cair num boogie jazz com referências de surf music, swing, rockabilly e blues. Aos poucos percebemos os primeiros lampejos de esquizofrenia, embora volte o tempo todo para o máscara pop que o grupo finge usar. Retrovertigo é uma balada daquelas que faziam as fãs do Faith No More suspirar, embora menos pesada (bem mais épica que rocker) e mais, hm, madura. O começo lírico de The Air-Conditioned Nightmare nos engana direitinho - não dá pra imaginar que a loucura de verdade comece de uma canção tão bonita. Mas logo nos vemos presos num pesadelo que mistura música árabe, heavy metal e música de comercial de TV dos anos 50. Foi dada a largada. Ars Moriendi começa orientalesca, passa por uma sanfona cigana, até cair na Espanha com castanholas eletrônicas, guitarras flamencas, death metal e a trilha sonora do Gato Félix em 78 RPM. Tarde demais: não era tão pop como imaginávamos e eis o velho Mr. Bungle de novo. Mas como pop é o tema do disco, com ele nos encontramos de novo, mesmo que no doo-wop eslavo com toques de canção francesa (não é exagero, acreditem) que torna-se a balada mortal Pink Cigarette. A caixinha de música que abre Golem II: The Bionic Vapour Boy remete à criança de filme de terror que o vocalista finge ser toda vez que sorri. Mas a melodia mecânica torna-se base para uma canção de ninar electro com referências diversas - baixo funk, levada bossa nova, Kraftwerk, música erudita, new wave. The Holy Flament abusa de toda espécie de lirismo - vocais, pianos, percussão, orquestra - para criar uma paisagem tão careta que soa bizarra no meio de tanta maluquice. O doo-wop (obsessão zappiana abraçada por Patton) Vanity Fair passeia em tempos diferentes, mas sem perder o clima nostálgico que o grupo imprime. E mesmo se a banda faz a faixa soar torta, Patton canta como se estivesse assistindo um casal perto do primeiro beijo, entregando todo sentimento da canção àquele momento tão particular e importante. É sempre bom lembrar que, mais do que um maluco ou um popstar, o ex-vocalista do Faith No More era um baita cantor. Goodbye Sober Day termina o disco com a insanidade particular do grupo: barulho, contravenção sonora, free jazz, baladas, efeitos sonoros acelerados, cadências alternadas, loops de ruído, schizo-funk, metal... Não há limites para as pirações do Mr. Bungle. Contudo, California é seu disco mais pop. É a entrada perfeita para os fãs do velho Fenemê no multiverso esquizóide desta aberração musical que é o Mr. Bungle. E, claro, sem desapontar seus fiéis seguidores. Ira!Pin Ups Acústico Skuba Lado B especial Autoramas "Substance - 1987" "Dois" Titãs Angélica Notas do Subterrâneo (outubro) Arroz com Pequi (outubro) O Rappa Quannun Einstürzende Neubaten "Punk - A Anarquia Planetária e a Cena Brasileira" Tom Waits Andreas Kisser Retropicalismo / Mutantes/ Arnaldo & Rita "Quem com ferro fere, com ferro será ferido" Legião Urbana Stereolab Cut Chemist / Shortkut Pavement "Vocabulário de Música Pop" Red Hot Chili Peppers (show) MV Bill Thee Butchers' Orchestra Zen Arcade - Hüsker Dü Ozomatli Pato Fu Los Hermanos Nocaute Mosha (show) Down by Law Tricky / DJ Muggs Los Hermanos Grenade & Thee Butchers' Orchestra Rebeca Matta Man or Astroman? Abbey Road Os Catalépticos (show) Comunidade Ninjitsu "Esporro!" e "Guerrilha" CMJ Music Fest Pensamentos Felinos (setembro) Echo & the Bunnymen (show) Stela Campos Jim O'Rourke atenciosamente, (setembro) Luiz Gustavo (Pin Ups) Relespública (Diário de Bordo) Alex Chilton Toy Shop Martin Rev (Suicide) Yellow Submarine Punk Rock em Curitiba Grenade Mutantes Bruce Whitney (Kranky Records) Cotton Mather Por Fora do Eixo (setembro) Thomas Pappon Pequenas Capitanias (setembro) Mercury Rev (show) Paralamas do Sucesso Relespública, Mosha & Woyzeck (show) Reading 99 O maravilhoso mundo grátis "Eu vou enfiar um palavrão" Jason (entrevista) Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch Noel & Liam Gallagher Manu Chao Jason pelo Nordeste V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C) "Curitiba, Capital do Rock" Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella Vermes do Limbo Sala Especial Al Green Bowery Electric Jamiroquai Flaming Lips Gong - Show de 30 anos Megatério (agosto) - A Noite do P* no C* Marreta (agosto) - O jazz morreu Rolling Stones Mercenárias "Paul's Boutique" "Tim Maia Racional" Kraftwerk Sugar Hill Records Second Come R.E.M. Built to Spill Eddie Flaming Lips Ultraje a Rigor "Kurt & Courtney" Moby clonedt Mark Sandman Suede Plebe Rude Rentals Pavement MEGATÉRIO - Omar Godoy WICKED, MATE - 90 (de Londres) REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K atenciosamente, - Rodrigo Lariú Red Hot Chili Peppers Underworld Prodigy Hojerizah Raimundos Plebe Rude Wilco Little Quail Chemical Brothers Atari Teenage Riot Grenade Lulu Santos Liam Howlett 4-Track Valsa Chemical Brothers (show) Yo La Tengo + Jad Fair "Select" Dr. John Memê "Drinking from Puddles" Capital Inicial (show) Jon Spencer Blues Explosion (show) Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros) Divine "The Best of Sugar Hill Records" Ambervisions Amon Tobin Sepultura/Metallica (show) Mocket Stereophonics Headache Fatboy Slim Cassius Paul Oakenfold Silver Jews Amon Tobin Inocentes Sepultura Outropop Pensamentos Felinos Loniplur atenciosamente, Swervedriver e Mogwai Comédias Pequenas Capitanias Por Fora do Eixo Arroz com Pequi Marreta? Das Margens do Tietê Distancity Leite Quente Londrina Chamando Por Aí T-Rex Kurt Cobain Bob Dylan Nuggets Sebadoh Los Hermanos Kiss (show) Mestre Ambrósio Jesus Lizard Maxixe Machine Fish Lips Silverchair PJ Harvey e Jon Parish (show) Cornelius "Post-punk chronicles" Blur (show) Garage Fuzz Pólux (show) Marcos Valle Astromato French Fried Funk Sublime Leia no último volume Na Lata! Miniestórias Blur Ira! Sleater-Kinney Goldie Henry Rollins Jon Carter Afrika Bambaataa O pai do rock brasileiro Nova História do Pop Grave sua própria fita C86 Medo do novo Digital Delay No shopping com Status Quo Fita ou demo? Solaris A história do indie baiano Prot(o) e Rumbora Monstro Discos Carnaval e Los Hermanos Eletrônicos e bicões Kólica, Pupila e Total Fun As hortas musicais de Curitiba Ala Jovem Brian Wilson Limpando os remédios Amor e Luna Massive Attack Blondie "You've Got the Fucking Power" Relespública (show) Trap Johnattan Richman (show) Little Quail & the Mad Birds High Llamas Thurston Moore Red Meat Los Djangos Bad Religion (show) Vellocet Jon Carter (show) Raindrops Jimi Hendrix Experience Fun Lovin' Criminals Garbage Tom Zé Câmbio Negro Catalépticos Lobão Cowboys Espirituais Max Cavalera Escrever "de música" O CD ou a vida (quase) A bossa nova contra-ataca o Brasil Um pouco de educação não faz mal a ninguém Fé em Deus e pé na tábua O Mercury Rev que não foi Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone Escalação pro Abril Pro Rock 99 Dago Red Festivais na Bahia Chutando o futuro de Brasília Ê, Goiás Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken Você sabe o que é Louphas? Por dentro da Holiday Records Chacina no litoral paranaense PELVs e um blecaute Bruce Springsteen O último show dos Beatles Genesis - "The Way of Vaselines" Vamos nos encontrar no ano 2000 Tropicanalhce A professora com pedal fuzz Portishead Chico Buarque (show) Deejay Punk-Roc Ninja Cuts Jon Spencer Blues Explosion Dazaranha Snooze U.N.K.L.E. Pearl Jam New Order (show) Rock Grande do Sul Spiritualized Damned NME Premier Festival (shows) Delgados Punk Rock Stamp Fellini (show) Plastilina Mosh Neutral Milk Hotel Fury Psychobilly Gastr Del Sol Pólux Afghan Whigs Ritchie Valens Marcelo D2/ Resist Control (show) Limbonautas Cartels Babybird Elliot Smith Jesus & Mary Chain Nenhum de Nós Otto Relespública DeFalla Piveti Isabel Monteiro Man or Astroman? Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria Rodrigo Lariú lembra de bons shows Festivais no Nordeste O último show do Brincando de Deus Conheça Belo Horizonte 98 em Brasília Superdemo e Fellini no Rio Uma geral no ano passado em Sampa Cadê o público nos shows? As dez melhores bandas de Curitiba Pelo fim da reclamação Black Sabbath Burt Bacharach "Três Lugares Diferentes" - Fellini Beck Mercury Rev Jurassic 5 Sala Especial Lou Reed (show) Asian Dub Foundation Belle and Sebastian "Velvet Goldmine" Autoramas (show) Grenade Chemical Brothers (show) Cardigans Bauhaus Stellar 1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles. Os textos só
poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores |