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05.04.1999

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ASTROMATO
Por Alexandre Matias


Uma das maiores polêmicas no rock brasileiro é cantar ou não em inglês. O inglês é a língua-mãe do rock e o latim do atual império romano, nada mais natural que ele ameaçasse invadir manifestações culturais (em todos os níveis) por todo o planeta. E o inglês é um língua simples, com poucos fonemas, palavras curtas, rimas prontas, pronúncia agradável. Mas ao mesmo tempo que o idioma é perfeito para se ouvir rock, ele também é um escudo pra quem não quer se preocupar com as letras - e escreve qualquer arremedo em cima do que ouviu nas músicas de sua banda favorita.

Fora os nacionalistas, insaciáveis com a idéia que cantar em inglês é vender a alma e a nação pro diabo. Como se o Brasil não fosse formado de culturas estrangeiras, como se não tivesse adotado um idioma tão europeu quanto o inglês, como se idioma fosse carimbo pra se aceitar determinada produção como nacional. E é sempre bom lembrar que as fronteiras nacionais vêm sendo derrubadas aos poucos.

O Astromato, daqui de Campinas, passou por este conflito, mas de uma forma muito natural. Como Weed, Armando (guitarra e voz), Frebs (baixo e voz), Pedro (guitarra e voz) e Chumbo (bateria) gravaram duas fitas em inglês, até que, após uma viagem do guitarrista Pedro ao exterior, começaram a compor em português. E, como a banda mesmo enfatiza no release, "esta mudança pode parecer supérflua, mas acabaram abrindo horizontes para os quatro amigos, dando às suas músicas dimensões nunca antes percebidas".

Fácil de se entender o porquê. Embora o português tenha palavras mais compridas que se encaixam com mais dificuldade na métrica do rock, quando determinada seqüência de texto faz sentido, o resultado pode ser muito melhor que o inglês. Um bom exemplo é o nome da banda, que passou de Weed (erva) para Astromato - uma palavra nova, criada a partir de palavras em português, com muito mais personalidade que o nome original (e mostrando outros aspectos deste).

A saída que o grupo encontra pra o processo de composição é o português informal, procurando palavras usadas no dia a dia, formando frases que traduzem sentimentos comuns a qualquer um: ficar triste em um dia chuvoso, ter preguiça de se levantar da cama só pra ficar do lado da amada e indecisões da vida pós-adolescente. As letras ainda engatinham e estão longe de serem geniais, mas já vão na direção certa pra isso.

Ou isso é tática. Cantassem em inglês, seriam mais uma guitar band no meio de pelo menos uma centena de bandas parecidas. Cantando em português, eles decifram de cara o significado da música e deixam o ouvinte livre pra prestar atenção na música - e como a música se encaixa na letra. Assim, o pop barulhento descendente do rock inglês dos anos 80 e de parte da cena alternativa americana do 90, ganha em sentimento, indo além da microfonia. O português, então, não só os destaca na multidão de iguais como eleva a banda pra um terreno acima do sonoro.

A primeira fita do grupo, batizada com o nome da banda, foi gravada no Estúdio Piranha (onde Armando é sócio) e é um dos melhores registros no bunker de Barão Geraldo. Consiga a sua pelo correio (A/C Frebs. Rua Décio de Almeida Filho, 73. Jardim Sta. Genebra II. Campinas-SP. CEP 13084-710), por telefone (no Estúdio Piranha: (019) 287-7372) ou email ([email protected]).

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999

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