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05.04.1999

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MAXIXE MACHINE
Barbabel
(Sem Suingue)
Por Valêncio Xavier


A não ser para os poderes culturais da cidade que nunca deram bola para essa láurea, Curitiba sempre foi aplaudida como a capital brasileira do rock. Mas agora não vai perder esse título, mas justamente vai ganhar outro: capital brasileira do samba. Nem pensar que isso é por causa do desnecessário e desimportante Conservatório de Música Popular Brasileira, equivocado desde o nome Conservatório (que é que a MPB tem a ver com os troços acadêmicos???).

Curitiba ganha mais este título graças ao extraordinário CD do Maxixe Machine que é barbabel. O disco traz o melhor  do samba do século XXI. Oba!!! Oba!!! Oba!!!. Chega de caretice e bundafora!!! Chega de cantores e cantoras chatos-desbundados com seus cantos-caretas!!! Vamos cair  no sambacuritiba!!! E chega da Curitiba Oficial e Oficialesca!!! Queremos a Curitiba de suas gentes!!! Fora a Curitiba dos dita-regras, dos mandatários e mandantes com seus desmandos!!! Viva a Curitiba, viva!!! É como diz o Chacal no seu poema-enigma para Luiz Melodia e Marcelo D2: "Ou eu descubro onde o samba é rock/ Ou não me chamo Sherlock".

Na verdade barbabel não é só o CD, não. Tem mais penduricalhos do próprio grupo. Traz juntinho dele a revista com todas as informações possíveis e impossíveis sobre o Maxixe Machine e suas gentes, suas fotos, suas obras, suas músicas e suas letras. Tem a entrevista com o grupo pelo cuca-limpa Fabiano Camargo, também colaborador do 1999. E tem também a fotocolornovela do filme Barbabel, dirigido e digerido por Antônio Augusto de Freitas, com roteiro de Roberto Prado e Rodrigo Barros Homem Del Rei, vulgo Rodrigão "O Bão". No elenco (não vou citar todo mundo, senão nem cabe na página; compre o CD que está tudo lá) tem o Luís Mello, Guta Stresser, Rafael Camargo, Guilherme Weber, Edu K, Lala Schneider, Paulo Friebe, Erica Migon, Eneas Lour, Ana Carolina Bernardi, Carlos Careqa, Ranieri Gonzales e por aí vai. E tem também o Maxixe Machine inteirinho. O filme Barbabel tem porque tem de ser visto -vá ver quando ele estiver passando, e quando sair em vídeo compre correndo.

Maxixe Machine é exatamente o Beijo Aa Força e tem no seu elenco Luiz Ferreira (voz/cavaquinho/violão/samples), Ricardo "Ô Rosinha" (voz/ zabumba/ surdo/ pandeiro/ caijon/ adufe português/ tabala/ bateria/ samples), Rodrigão (voz principal/ violão nylon/ samples), Therciano Albuquerque (voz/ piano) e Walmor Douglas Goes (voz/ violão solo). No disco Carlos Careqa, Dona Efigênia, Ivan Graciano, Aramis do trombone e o Tenente Tatá também participam.

O CD barbabel (grafado com a primeira letra minúscula) é do balacobaco. É como se toda a melhor MPB de todos os tempos estivesse aqui condensada e projetada pronta para o século vindouro (bonito este "século vindouro", né?!). Não dá para para citar todas as 27 incríveis músicas do CD, mas ao lado de clássicões do samba como Assis Valente, Ary Barroso, Noel Rosa, Lamartine Babo, Haroldo Lobo e o famoso etecétera você encontra os sambas new century de Leminski/ Thadeu/ Roberto Prado/ Walmor/ Marcos Prado/ Trindade/ Ferreira/ Rodrigão/ Renato Quege/ José Buffo/ Trindade/ Bira/ Edson de Vulcanis/ Walmor e por aí mais que vai.

E o que é que há de tão genial no sambódromo do Maxixe Machine? Primeiro de tudo é o acelerado que eles dão no andamento. Não tem nada a ver com a velocidade idiota das escolas de samba cariocas, feita para cumprir o tempo dos desfiles e que tanto destruiu os sambas-enredo como também aniquilou as próprias escolas. Paradoxalmente, o andamento acelerado do Maxixe Machine não só cria um novo estilo de sambar, como também sua interpretação é a que mais se aproxima da verve festeira do samba tradicional. Ouvindo faixas como "Gatos Malucos" (dos Trigêmeos Vocalistas), a brejeirice e o amor à vida da interpretação se iguala ou vai adiante do que o próprio antigo conjunto carioca. O mesmo vale para as músicas de mestres da MPB que estão neste CD (deu rima!!!).

Esqueça os enganos e reenganos dos Chico Buarques, Tchans, pagodeiros Axezeiros, sertanejos de araque, Caetanos Velosos e emepebezeiros continuístas e cheios do mau ranço tradicionalista. Se ligue nos acertos do Maxixe Machine. Estou com eles e não abro. Maxixe Machine e barbabel são nota dez. Por que não maior? Senão ia a mil, como o próprio disco.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999

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