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DISTANCITY Interior SP Por Mário BrossRastejando no sub-mundo pop Automatic Pilot - Você seria capaz de imaginar a junção Joy Division, Garage Fuzz e Ira!? Então escute essa banda. E se for possível, coloque no rádio do seu carro num volume ensurdecedor e ‘drive around’. Saboreie a viagem sonora, proveniente da degustação de três décadas de rock. Em suas músicas posso ver a melodia pairando nos ares do meu quarto e sentir saindo das caixas os vocais me levitando à atmosfera de alguma canção do Joy Division. Sou capaz de virar soldado e fã ao cantar junto o refrão de "Clown (Globalization)" que diz "The Clown...is fake, is fake". Meu corpo treme colado ao som. Energia. Guitarras potentes, filtrando as influências de Edgard Scandurra. Puro rock’n’roll moderno. Quatro músicas flertando o pesado e o melhor do guitar rock. Corra! Ainda é tempo. Cerquilho - The Old Suit é uma guitar band pesada, triste e lenta. A capa de ‘la enfermidad’, o CD, lançado pela Gasoline Record, tem um tom sereno e, mesmo o sorriso da moça na contracapa não diminui a melancolia deprê. O disco é gostoso de ouvir numa tarde fria e nublada, exatamente quando se abre o guarda-roupa procurando por um cobertor e se depara com um terno velho (old suit). Aí soa-se perfeito, as lembranças surgirão a tona, tudo o que já se fez com o traje, todas as conquistas e perdas. Talvez até uma lágrima surgirá. Bauru - Mais um boa banda dessa cidade, ANGRY. Estão aqui com um tape criativamente intitulado, "Polen - the new Generation". O rapazes, Daniel, Marco e Madruga gravaram bons tracks, nos quais o ‘polen’ é a juventude e seus problemas carnais e emotivos, ‘vomitados’ conforme passam os minutos. O grande hit seria "teenage", a primeira das seis gravadas, onde eles exaltam a segunda das melhores épocas de nossa vida, adolescência. Mercado9 - Evento alternativo que aconteceu em Sorocaba no dia 14 de março. Reuniram-se num galpão algumas das melhores bandas da cidade, em seus mais variados estilos e atitudes: Joe Coyote, rockabilly que está sendo destaque no cenário psycho atual, já que receberam ótimos elogios tocando com os Catalépticos de Curitiba; X-4, hip hop da melhor qualidade; Biggs, boa guitar punk da qual já comentei a respeito; EverythingSux, ska rock fortemente influenciado pelas bandas nacionais desse tipo de som e Jack Navarro fechando o ‘mercado’, que mesmo sem ensaios e com baixista novo, detonaram, divertindo as pessoas que estavam por lá. Além das bandas o evento teve bancas que vendiam CDs e cassetes, fanzines para leituras, roupas e bijoux. Nervoso é a Mãe - Coletânea destruidora da Holiday Records, reunindo muitas bandas do variado circuito nacional, como o Djamblê, É, Magüerbes e Prole. O hip hop agressivo do Magüerbes pega pela autenticidade dos arranjos, cujos timbres instrumentais e vocais são tão inusitados que fica difícil descobrir as fontes. O Djamblê é o dono das duas primeiras músicas do CD, que são subfunks. O baixista, Marquinhos, deve trançar os dedos tocando os riffs alucinógenos da canção ‘Centelha’. Mas, a ponto de curiosidade sinto uma contradição nessas mesmas duas músicas, no início da frase de ‘Centelha’ fala-se ‘skankin, djamblê, yeahmutha!!!’ (skank = maconha) e na segunda música ‘Ó’, lê-se ‘Não com um papel que tu te salvas. Não acenda nada’. Fumar ou não fumar (?), eis a questão. Pub - Night club sorocabano abalando as estruturas do submundo pop. Nem tão raramente apareço por lá, mas quando vou me entorto de tanto pular e dançar. Nas pickups giram discos do novo techno, como Prodigy, Chemical Brothers, Daft Punk e Underworld; black music, como Jamiroquai, Fat Boy Slim, James Brown e ainda tem espaço para o rock, tocando músicas contemporâneas e antigas, que vão de David Bowie a Blur. Mas o forte da casa mesmo é o techno, sugando adeptos da região de Sorocaba e Campinas, com festas que vão até o sol raiar, movidos a muito Flash Power. By the way, sempre às sextas o DJ coloca "Under the Sky" terceira faixa do CD do Wry e é claro, é nesse dia que estou por lá. Apareça (homem morre a $7 pila e mina $5) e divirta-se. Titãs - A banda Titãs não deixou que o Wry abrisse o show que fez em Sorocaba com o Pato Fu, por motivos desconhecidos; preferiram a Rita Lee (ainda bem que não foi o Jota Quest!). Segundo o promoteur do show, João Caramez, que foi quem nos contou o episódio (se não sabe eu canto no Wry), eles alegaram querer alguém conhecido do grande público para abrir o 1º Rock Festival na Cidade - nome escolhido pelos mesmos. Na verdade nem sabíamos que estávamos sendo cotados para tal festival, e ficamos felizes sabendo que alguém, como o Caramez - idealizador dos eventos de grande porte na cidade - reconhece nosso trabalho. Foundation - um fanzine estreando no mercado underground. No primeiro número estará rastreando algumas bandas do rock alternativo nacional, como Mechanics e Biggs; fazendo um breve comentário do skate nacional; da bela banda Nine Inch Nails e fará um passeio pela Vila Madalena em São Paulo, na sessão ‘comportamento’. Será editado por este que escreve. Lançamento previsto para primeiro de maio de 1999. Mário Bross toca no Wry Os textos só
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