05.04.1999

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Abril na terra do "Arroz com Pequi"... devolveram o irmão do Zezé com vida, e só não vou dizer inteiro, pois falta um pedaço da orelha. Não vamos mais falar neste assunto, mas fato é que este foi "a notícia" de Goiás nos últimos três meses.

Vamos lá de novo então... É abril e todos universitários já estão freqüentando as aulas nas universidades e faculdades pelo mundo a fora, certo?! Aqui na UFG não, e acho que em algumas outras universidades públicas do Brasil também. As aulas da nossa universidade federal só terão início na segunda quinzena deste mês.

Esta semana recebi dois emails perguntando: "por que na ‘Arroz com Pequi’ você sempre fala das mesmas bandas, mesmos selos, mesmas pessoas...?!", explico o porquê.

Todos os finais de semana saio aos bares e casas de shows de Goiânia em busca de alguma nova banda que me faça pular e me deixe animado a escrever sobre o rock do cerrado.

Última quinta-feira, bar "A", shows com as bandas "X" e "Y". A banda "X" sobe ao palco e faz covers de Jota Quest, Nativus e O Rappa. O vocalista olha para platéia anuncia orgulhoso: "Agora vamos fazer uma canção de nossa autoria...", e então mandam bala, uma musiquinha subJota Quest ou subNativus. Sobe ao palco a banda "Y", tocam covers de J Quest, O Rappa e Charlie Brown Jr... de repente, sem nenhum aviso uma música que nunca ouvi no rádio ou assisti na MTV, mas que parece muito uma música do Charlie Brown Jr. (até as gírias na letra são as mesmas). Ao final da canção o vocalista toma a frente e diz: "Esta foi uma música nossa que deve estar no CD, que sai no meio do ano..." Noite frustrada.

Sexta-feira, casa de shows "B", shows com as bandas "W" e "Z". A banda "W" começa a sua apresentação e de cara mandam duas covers: J Quest e Charlie Brown Jr.. nem espero a terceira canção. Vou pra casa.

Querem que eu fale de quem?! De bandas subJota Quest ou de cópias de CBJ ou Planet Hemp?! Não falo mesmo e nem cito nomes.

Vou continuar falando das bandas da Monstro Discos, que quando tem espaço fazem coisas legais, por exemplo: o show de lançamento do 7" polegadas do Burt Reynolds (SP), grandes apresentações de Ultra, Mechanics, Perdedores (DF) e excelente show do Burt Reynolds, donos da festa. Pena que o público foi só de 50 felizardos aproximadamente.

Vou continuar falando também da The Not Yet Famous Blues Band, que, além de fazer os shows de blues mais loucos do cerrado, sempre que pode traz grandes nomes do blues brasileiro para fazerem aqui grandes shows em parceria. A TNYFBB já tem oito das músicas do novo álbum gravadas, e quem ouviu adorou!

Falarei também, sempre que puder, do Punch, grande nome do metal goiano, que saiu na edição do mês de março da revista Hard Force (maior revista francesa especializada em rock pesado), como nova promessa do metal brasileiro.

E sobre MQN e Me & My Monkey Records é que eu não vou deixar de falar mesmo! Pois são a banda e o selo que participo e, além do mais, fazemos um trabalho (sob o meu ponto de vista) bom e sério.

O MQN entra em estúdio dia 24 de abril para começar as gravações de novas músicas: para um novo CD, para uma coletânea de versões e uma coletânea de inéditas.

O Me & My Monkey Records lança neste mês no cerrado a fita cassete dos alagoanos do Ball e prepara a coletânea de versões em parceria com selo Musicland, da Paraíba. O selo também começa a trabalhar na produção de shows em parceria com o Território Brasileiro Café Teatro: este mês tem Relespública, do Paraná, e mês que vem tem Pin Ups e Wry, ambos de São Paulo.

São estas pessoas e algumas outras poucas que fazem o rock de Goiás andar, e é sobre eles que continuarei escrevendo... Aparecendo algo "novo e bom" pode deixar que vai aparecer por aqui no tempero do "Arroz com Pequi".

Fiquei de falar sobre Rap e Blues, né?! Desta vez não rolou... talvez na próxima, quem sabe?!

_{Fabrício Nobre, vocalista do MQN e quem faz o selo Me & My Monkey Records.}