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05.04.1999

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A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO NORTE-AMERICANO
por Cassiano Fagundes

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A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO NORTE-AMERICANO
Por Cassiano Fagundes

Bárbaros em Manhattan e o homem da guitarra espacial

O concreto opressivo mexe com seus miolos se você é caipira e bicho-do-mato como eu, baby, mas NYC te recompensa se existe paciência e o sujeito gosta de musica. Depois de um breve período de calmaria o mês de fevereiro entortou meus miolos. Tanta coisa boa para ver, tanta gente para conversar e o pouco dinheiro no bolso me faz usar a lábia a fim de aproveitar cada segundo ao máximo no melhor estilo - oi, eu escrevo para o Brasil e gostaria de entrevistar o fulano- e dai quando você vê esta entrando em todos, ou quase todos os shows de graca e até bebendo umas cervejas no backstage com cicranos.

Primeiro foi o show de Alex Chilton, aberto pelo Nada Surf. Na mesma semana voei alto na apresentação astronômica do Paint, para depois assistir o Mogwai mudar o curso da historia (pode ser exagero, mas caiu bem essa frase), na mesma noite em que o Sophia, que agora inclui Adam e Steve do Swervedriver, toca suave como creme de cebola. E de sobremesa traço o show do Sonic Youth. Resultados:

Mogwai e Sophia - Bowery Ballroom

Adam Franklin e Steve no Sophia

Logo na entrada, vejo um figura me acenar do bar. É Adam Franklin, mentor do Swervedriver (na minha opinião a melhor coisa feita nos anos 90, space travel rock'n'roll e tal). Esse cara rescreveu a historia das guitar bands construindo paisagens desérticas através de uma bem elaborada trama de guitarras levadas aos extremos, um baixo flutuante e ritmos da escola Budgie (Siouxsie)que já me fizeram achar que estava num Mustang Ford a 300 por hora atravessando Sonora, mas essa é outra historia. Tenho sempre um bom pressentimento quando a banda é inglesa mas flerta com a America, senão com o som como os Stones e uma cambada fez, com a mística dos espaços abertos do oeste selvagem, coisa que o Swervedriver fez muito bem.

Meses antes havia assistido o Swervedriver no CMJ Festival e na ocasião tivera a oportunidade de trocar umas idéias com a banda. O fato de eu ser brasileiro fez Adam contar sobre o quanto recebe cartas de nosso pais, de como ficara surpreso em receber a demo de uma banda brasileira batizada com o nome de uma de suas musicas (Sandblasted).

Dissera que não sabia ao certo o que esperar do futuro. Foram anos tumultuados para o Swervedriver, que foi abandonado por gravadoras já com seu quarto disco pronto, até ser contratado em 98 pelo impecável selo nova-iorquino Zero Hour. Apesar dos problemas, a banda se manteve fiel a sua proposta e a margem de tudo o que acontecia na Inglaterra, onde o Britpop se institucionalizou e virou o negocio da hora para a industria musical e aqueles semanários que vocês conhecem bem que sempre estão promovendo um novo queridinho e olhando torto para quem realmente interessa.

Pedi uma Guiness, Adam outra, e batemos um papo de bar enquanto não chegava a hora do Sophia subir no palco.

Adam - Pois é, estou aqui para tocar com o Sophia.
Cassiano - Com o Sophia? De onde saiu essa?
Adam - É, eu e o Steve (baixo - Swervedriver)estamos em tour com os caras. A gente já conhecia o Robin (líder do Sophia) na Inglaterra, quando tocava no God Machine. Tudo começou quando ele gravou versões acústicas do Swervedriver, bem legais, depois lançou nosso single pelo seu selo, o Flowershop (My Zephyr/Mars 1994,edicão limitada em vinil). Em seguida os selos Echostatic de Seattle e Space Baby de L.A. nos chamaram para lançar um single com outra banda e nos perguntaram se conhecíamos alguém interessado em dividi-lo com a gente. Nos chamamos o Sophia (Split 7" Edição limitada Swervedriver/Sophia - 1997, Echostatic/Space Baby Records). Nessa época eles não tinham formação definida, era questão de quem estava disponível para tocar no momento, e a partir dai eu e o Steve entramos. Depois de NYC, vamos para Roma, Escandinávia, Alemanha, Republica Checa. Vai ser legal tocar no leste europeu, o Swervedriver tocou na então Alemanha Oriental, e eu posso te dizer, é incrível como lá é um mundo diferente. O publico da Europa Oriental está mais ligado naquelas baladas miseráveis depressivas, meio Country novo tipo Nick Cave, mas é em geral receptivo.
Cassiano - A ultima coisa que ouvi de vocês foi o single Magic Bus, aonde o Swervedriver toca a canção do The Who.
Adam - Essa é a única coisa da qual me arrependo de ter feito.
Cassiano - Por que? a versão extended é muito boa!
Adam - É, ela é melhor, mas simplesmente aquilo não soa muito Swervedriver, ficou muito parecido com a versão original. O que aconteceu foi que um amigo nosso da California que faz vídeos de Snowboard nos chamou para fazer a trilha sonora de um de seus vídeos. Aquilo não iria ser lançado, quando vimos já estava nas lojas, e dai eu abro um semanário inglês e lá estão eles falando do " novo single do Swervedriver ", blá-blá-blá, e aquilo era algo que eu não queria que acontecesse, porque não tem nada a ver com nosso som. Mas foi divertido de fazer.
Cassiano - Estou indo para a Inglaterra semana que vem. Tem alguma coisa interessante acontecendo lá nesse momento?
Adam - É incrível como o jogo da imprensa local de sempre promover a nova sensação da semana fica cada vez mais doentia. É claro, tem muita coisa boa, mas eu me cansei desse jogo, nos estamos fora dessa. Uma coisa engraçada é que de repente virou " cool " ser asiático na Inglaterra, então ha todas essas bandas misturando sons hindus com guitarras, ou com musica eletrônica. Gosto do Cornershop, mas tem muita porcaria também.
Cassiano - Falando em beats eletrônicos, você se vê entrando nessa em algum momento?
Adam - Se você prestar atenção, vai ouvir sons de guitarras (ele imita com a boca um som característico de seus loops de guitarras) do Swervedriver em musicas do Chemical Brothers. Eu acho que nosso som é perfeitamente "misturável" com a cena eletrônica. Pode acontecer, seria natural para a banda.

10 minutos depois o Sophia está no palco. Musicas calmas e emocionais são tecidas por Robin com seu violão, enquanto Adam vai enfeitando com seqüências de acordes não usuais e efeitos suaves que as vezes lembram a Pedal Steel Guitar da Country Music. Para completar o clima canção de ninar, todos tocam sentados em cadeiras e banquinhos. Um show perfeito para preparar a cabeça. O que viria em seguida exigiria toda a forca de meus neurônios.

BARBAROS ESCOCESES INVADEM MANHATTAN - MOGWAI

Antes do show, pergunto para Stuart Braithwaite, garoto-Mogwai, se teria chance no meio de toda a confusão de entrevista-los após sua apresentação.

Stuart - Do Brasil? legal, eu dei uma entrevista para um cara do Brasil um dia desses. Fica por ai depois do show que a gente conversa.

Esse mesmo picto escocês de cabelo ralo e cara de colegial saído da turma do fundo que joga chicletes na cabeça das patricinhas que dão em cima do professor de educação física, esse mesmo figura, mais dois outros figuras do Mogwai, quebram o climão comportado e blasê do publico idiota americano, gritando - Fookin' Briliant! - durante a apresentação do Sophia, algo um tanto inesperado para esses bobos americanos, e os caras secam copos de cerveja com rapidez caledonia enquanto ficam de olho nas americanas, que em NYC sempre estão de olho na grana. Uma vez Aidan Moffat do Arab Strap, colaborador no Mogwai, avisou a platéia de um show em Londres que os membros da banda eram batedores de carteira. O som do Mogwai ão vivo é infinitamente melhor do que em CD. Camadas e mais camadas de guitarras e baixo limpos se combinam formando mandalas sonoras, enquanto Luke Sutherland, convidado especial da banda que alem de tudo é novelista premiado, faz barulhos com um teclado e um Digital Delay quando não toca sua flauta. Nos primeiros 7 minutos de show você pode até achar que o Mogwai faz um som "etéreo" (afinal de contas, são da mesma terra do Cocteau Twins), mas aos poucos essa impressão vai por água a baixo. O baterista mantém uma cadencia lenta, que vai progressivamente crescendo. De repente alguém liga todos os pedais ao mesmo tempo e a sensação é de que você está no meio de uma fabrica de andróides em plena atividade, ou coisa parecida. Se você tapar os ouvidos e so prestar atenção no que acontece no palco a essa altura, vai achar que está num show de heavy Metal. Stuart maltrata sua guitarra fazendo cara de mal, enquanto os outros integrantes fazem o mesmo. " Xmas Steps" faz a banda voar alto, para depois despencar (no bom sentido) como chumbo do Empire State Building e se espatifar no chão. Então o ápice dessa carnificina sonora sem vocais acontece quando o Mogwai executa uma brilhante (literalmente)versão de "Like Herod", do meu álbum predileto "Young Team ".

O publico boquiaberto começa a perceber que não tem mais grana para uma próxima cerveja, então uns engraçadinhos fazem piadas e Stuart as responde a altura. Alguém pergunta como é Edimburgo nessa época do ano e ele diz: - Nos não somos de Edimburgo, mas deve estar uma merda, como sempre.

Depois de alguns problemas técnicos (um amplificador queima, o baixo dá problema, etc.), eles decidem que é hora de destruir tudo e entram numa interminável e apocalíptica festa, eles se ajoelham no chão, Stuart abandona a guitarra e começa a batucar os ton tons que o baterista não está usando, dai Robin sobe no palco e faz muito barulho com todos os pedais dos garotos, e os caras vão saindo do palco aos poucos depois de lutar contra seus instrumentos por quase 15 minutos, e por mais que tenha sido maravilhoso, quando acaba é um alivio para os ouvidos.

Depois do show entro no camarim e os caras estão destruídos. Tentei perguntar sobre o novo disco que está para sair " Come on Die Young ", mas tudo o que eles querem é saber sobre o futebol brasileiro, sobre mulheres e coisas do tipo. Olho no relógio e descubro que estou atrasado. Eu iria encontrar os caras do Nada Surf em um pub no Brooklin, eles estavam de saída para uma turnê na Franca, então me despeço, levando uma lata de Foster's, depois de checar se minha carteira ainda estava no bolso.

MAIS SWERVEDRIVER

Dois dias depois encontro Adam na sede da Zero Hour. Queria ouvir alguns CDs que ele havia trazido consigo.

Cassiano - Houve uma mudança grande do Mezcal Head para o CD seguinte, Ejector Seat Reservation.
Adam - Eu estava escutando outros sons, e a ideia era fazer musicas mais concisas e curtas. Se você escutar a demo de "Ejector Seat", vai ver que a maioria das musicas não tem mais de 2 minutos. "Mezcal Head" foi a reiteração daquela fase inicial de "Raise".
Cassiano - Uma das poucas coisas divertidas que me aconteceram nas duas semanas em que fiquei de cama depois de ser operado de apendicite foi ter no meu quarto um projetor de super 8 e um som com "Raise" e " Mezcal Head" dentro. Eu colocava filmes de estrada, coisas que consegui com pessoas que viajaram pela Europa e America de carro nos anos 70, filmando tudo o que viam pela janela. A mistura foi perfeita.
Adam - É, no começo a idéia era fazer um som "soundtrack", algo conectado a estrada. A capa do primeiro single tinha carros batidos na capa. Na época tive até a idéia de botar a banda dentro de um carro com instrumentos e rodar uma estrada para ver se a gente captava o clima na gravação, um som cinematográfico que remetesse ao movimento, a coisa americana das longas estradas no meio de desertos imensos, carrões, essas coisas. Mas logo depois de "Raise", perdemos o baixista e o baterista, dai eu e o Jim (guitarrista) nos vemos tocando com esses novos caras e acabamos não indo tanto nessa direção quanto queríamos. Em "Mezcal Head ", essa idéia ainda persistiu, "Duress" é um exemplo disso, mas achamos que aquela fase havia terminado, musicas longas com barulho no final e tal.
Cassiano - Mas a idéia de movimento e ambientação continuou em " Ejector Seat" e " 99th Dream", na minha opinião.
Adam - Sim, mas de certa maneira o som se tornou mais conciso. " 99th Dream" está mais próximo ao " Ejector Seat", e o próximo pode ser um passo no escuro e ir em uma direção que nunca experimentamos. Quando voltarmos para a Inglaterra, vamos começar a faze-lo.
Cassiano - Como você acha que ele vai ser?
Adam - O clima americano pode continuar existindo. O mesmo espirito, talvez algo meio começo dos anos 60, filmes de zumbis, carrões, filmes noir. Tem um filme chamado...não me lembro o nome agora. Como no final de " The Rise of the Living Dead ", que tem uma musica com esses sons macabros de órgão, dai eu tirei esse som meio macabro na guitarra. Tem uma musica nova que fala de Coney Island, sabe, aquele negocio de Coney Island ter sido um lugar famoso de diversões, um resort popular com freak shows, montanha russa e tudo mais, bem na frente da praia, e como agora tudo isso se foi. Eu gosto desse aspecto de beleza desgastada de Coney Island.
Cassiano - Posso imaginar um disco legal.
Adam - É, eu costumo pensar nesse próximo disco como o melhor do Swervedriver.
Cassiano - Vai ter aquelas afinações diferentes que vocês usam? como vocês chegam nelas?
Adam - Geralmente eu toco primeiro a musica com a afinação normal, depois gravo os acordes que soam bem e afino a guitarra nesses acordes, para que eles soem sem usar a mão esquerda, e a partir dai nascem esses acordes diferentes. Eu quero experimentar outras coisas. Minha namorada acabou de chegar do Chile e trouxe uma " charanga", que tem 10 cordas, com 4 cordas dobradas, e da para fazer afinações diferentes com ela, eu quero passar isso para a guitarra. Temos feito experimentações com noise, mas o disco novo começou da mesma
maneira que os outros, aqueles sons tipo uaaruu! (ai ele imita novamente aqueles sons de guitarra Swervedriver). Temos um amigo que entende muito de guitarras, ele nos mostrou umas coisas legais que se pode fazer com efeitos, e temos experimentado com sintetizadores italianos dos anos 70, plugando as guitarras neles para usar os seus efeitos. Chegamos nuns instrumentais interessantes, uns grooves, e dai saíram boas musicas também. Estamos muito ligados no som "Stax" (soul music). No ano passado quando estive aqui eu ouvi em rádios de comunidades esses sons dos anos 60, com aquelas guitarras " comprimidas". Acho que o próximo disco pode chegar em algo entre " Stax" e " Krautrock". Vamos ver o que acontece.
O Charlie Froggs vai ser o engenheiro, ele trabalhou com a gente em algumas musicas do "` Ejector Seat". Ele trabalhou com o "High Llamas" e trabalhou no ultimo disco do "R.E.M." Alem disso, uma banda dinamarquesa está fazendo uns barulhos em seu estúdio, dai eles mandam isso para a gente pelo correio. Tem a banda australiana " Not From There" que também está gravando coisas e nos mandando. Acho que é uma forma interessante de se trabalhar com colaboradores, sem a pressão do relógio e até mesmo mais liberdade para que eles contribuam sem nossa interferência direta em suas idéias.
Cassiano - Então vamos dar uma olhada nos CDs que você trouxe.

Ele abre o seu case recheado de preciosidades.

Adam - Tenho investigado algumas coisas, como essas bandas alemãs dos 70. (ele mostra um Cd do Neu!). Meu irmão tinha esse aqui quando eu era menor, e eu nunca parei para escutar o Neu! até recentemente. Sempre tem coisa boa para se descobrir. Na Inglaterra o pessoal estava falando que 98 foi um ano terrível para a musica, mas se você presta atenção e investiga, descobre muita coisa boa lançada em 98, assim como em outros anos e outras décadas, sempre tem aquela coisa que você não conhece ou que antes passou batido.
Echo and The Bunnymen - Evergreen - no começo eu gostava de 3 ou 4 musicas desse disco, mas depois fui gradualmente gostando mais. Tenho ouvido também os primeiros do Echo, tem uma coisa que eu quero fazer: botar o clima de "Ocean Rain" numa musica nova. Essa é a banda australiana (Not From There). Nome ruim, mas banda excelente.
Esse é o "Boards of Canada", é meio ambient, interessante. Eu gosto muito desse CD (Embrace). Eles são do norte da Inglaterra, e estão naquela de falar que vão ser a melhor banda do mundo desde não sei quem, eles não precisavam falar toda essa merda. Deviam deixar dessa coisa meio irmãos Gallagher e se concentrar na musica, que é boa.
"Velvet Underground and Nico", "T-Rex - Electric Warrior" - T-Rex foi uma das primeiras coisas que escutei. Esse é o "Grasshopper", ele tocava no Mercury Rev. Muito bom. O Mercury Rev está ótimo também. Trilha sonora do "Jackie Brown". Gosto muito desse negocio late 70s, me lembra muito NYC. "Beck". Esse eu não sei, é capaz de se tornar datado logo." Here come the Warm Jets" " Miles Davis". Esse é um clássico, ele estava na época experimentando Jimi Hendrix, botando wah-wah no trumpete e coisas do tipo." Junior Marvin", esse fez "Police and Thieves" que depois o Clash gravou. "The Las". Muito bom esse disco.
Cassiano - O que será que aconteceu com essa banda?
Adam - O cara mora em Liverpool. Eu fiquei na casa de um amigo em Liverpool, e o cara morava na mesma rua. Ele tem dois filhos gêmeos, e parece que está tendo uma vida " família". Parece que está gravando em estúdio, dizem que ficou doido e fica fumando maconha e tomando heroina, sei la. E esse disco do The Las é uma maravilha, todas as musicas são boas. Eu gosto do esquema classe trabalhadora, sem emprego, letras meio amargas, mas com melodias incríveis. " Sebadoh - Flame" - Esse é um single. Fantástico. Li numa revista alguém falando que nesse single eles se venderam. Essa é a primeira coisa que escuto do Sebadoh. Gostei."Air - Moon Safari" - brilhante. Essa é uma banda nova, você devia escutar (The Beatles - 66/69).

Depois ele mostra umas compilações com alguns sons do tal Asian Underground.

Adam - Tem muita gente redescobrindo essas coisas antigas indianas, citaras com cordas e tal, e dai sampleiam e muita coisa boa nasce dai.
Cassiano - Acabaram de lançar a trilha sonora de um filme de gangsters indiano dos anos 70 que é bem assim. Acho que o nome é "Guns and Sitars".
Adam - Legal. Vou dar uma escutada nisso. Na biblioteca de onde moro tem umas coisas interessantes com citaras, sons meio psicodélicos, com wah-wah, essas coisas. "Brian Eno" - tenho escutado esses discos iniciais do Eno. Tem muitas idéias boas aqui.
Cassiano - Você já considerou uma turnê sul-americana?
Adam - Claro, recebemos muitas cartas da America do Sul. Do Brasil, a ultima noticia que tive foi que agora está muito mais fácil de achar nossos CDs nas lojas. Tenho vontade de tocar lá. Você sabe quanto custa a passagem aérea?
Cassiano - Não sei ao certo.
Adam - Eu gostaria de descobrir essas coisas, quanto custa para tocar lá, se tem gente interessada em nos levar para o Brasil. Seria legal.
Cassiano - Posso te arranjar uns contatos. Para terminar, tem algum recado para os leitores do 1999?
Adam - Sim, quero sugestões de nome para esse projeto de colaboração entre o Swervedriver e essas bandas. Se alguém tiver alguma idéia, é só mandar para o site da Zero Hour.

Aguardem mais informações sobre o Swervedriver, mais entrevista com Nada Surf e reviews de shows do Alex Chilton, Blur e mais.

Cassiano Fagundes toca no Magog.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
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