Image1.JPG (15354 bytes)

05.04.1999

INFORMAÇÃO
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews

P&R
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura

COLUNISTAS
OUTROPOP
por G. Custódio Jr.
PENSAMENTOS FELINOS
por Tom Leão
LONIPLUR
por Sol
atenciosamente,
por rodrigo lariú

CORRESPONDENTES
INTERNACIONAIS

A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO NORTE-AMERICANO
por Cassiano Fagundes

BR-116
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo

Arroz com Pequi
Marreta?
Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí

HISTÓRIA
DO ROCK
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets

RESENHAS
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
Post-punk chronicles
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime

FICÇÃO
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias

E-MAIL

CRÉDITOS

P&R
AMON TOBIN

Por Abonico R. Smith

Amon Tobin é considerado um dos DJs mais revolucionários da atual música britânica. Sozinho, trancado no seu quarto, concebe sob bases explicitamente drum'n'bass surreais colagens de tudo o que compra para a sua discoteca básica: jazz, trilhas sonoras, música rítmica brasileira. Amon Tobin é carioca, nascido Amon Araújo e radicado em Londres há quase duas décadas. Adotou o sobrenome do padrasto e esqueceu quase por completo o português. De passagem pelo Brasil (mais precisamente São Paulo), quando aproveitou para enriquecer sua coleção e discos e divulgar o recém-lançado álbum Permutation (lançado lá pelo selo Ninja Tune eaqui pelo também indie Subsolo), Tobin falou rapidamente com o 1999 por telefone, enquanto arruamava as malas para pegar horas depois o avião de volta para a Inglaterra.

1999 - Você concorda que chamem a sua música de bricolage?
Tobin - Sim, este é um termo antropológico. É a idéia de conceber um trabalho técnico com uma mente não-técnica.

1999 - Você não esconde que chega a usar mais de samples na composição de cada música. Como é este processo de criação e seleção de sons?
Tobin - Geralmente eu tenho uma idéia bem definida do que quero fazer. Às vezes tenho o som na minha cabeça e vou manipulando o que eu tenho até chegar onde eu quero. Os sons estão todos lá, dentro dos discos. Eu só os encontro em um trabalho de laboratório.

1999 - O que você encontrou de bom nas lojas de discos brasileiras?
Tobin - Uns discos muito bons de trilhas sonoras e outos recheados de percussão. Quem ouvir os próximos trabalhos talvez identifique os sons.

1999 - Muitos dizem que o Brasil é o país do futuro justamente por nossa facilidade à interdisciplinariedade. Você já imaginou se estaria fazendo a sua música se não fosse brasileiro?
Tobin - Nunca parei para pensar sobre isso. É certo que as pessoas aqui no Brasil são mais abertas. Aqui não há muitas restrições, sobretudo sonoras. Mas a minha música vem mais das minhas experiências, do que eu passei na infância e adolescência.

1999 - Faixas como "Toys" e "Nightlife" trazem um instrumental de alto teor dramático e acabam se parecendo realmente com trilhas sonoras. Que imagens vêm à sua cabeça quando você está compondo?
Tobin - Tento gravar discos que vão bem além do "boom, boom".   Procuro explorar quietudes, contrastes, barulhos. E certos pontos dramáticos.

1999 - Por outro lado, a faixa "Sordid" mostra uma boa inclinação para as pistas. Bases funky são uma constante em seu trabalho ou compõem apenas um pequeno lado de Amon Tobin?
Tobin - Não sei. Eu gosto muito de dançar, do som grave das linhas de baixo. Como não faço shows, meu trabalho é de DJ. Quando gravo discos, procuro trabalhar com diferentes opções e fazer algo que você possa ouvir tanto na pista quanto no carro ou em casa.

1999 - Que tipo de música pertence ao seu set de DJ?
Tobin - Tento dar uma alternativa de diversão às pessoas. Toco músicas de diversas estilos e gêneros, do dark jungle ao strange jazz. Algo como meus discos. Também faço experimentações como DJ.

1999 - Você remixou recentemente artistas completamente díspares como Chick Corea, Airto Moreira e Ryuichi Sakamoto. Que nova cara você deu a eles?
Tobin - Fiz uns experimentos mixando uma boa base percussiva. Também passei uns filtros de baixos Particularmente gosto muito do trabalho do Sakamoto, que sabe mexer com sons orquestrais bastante densos.

1999 - Podem ser encontrados em sua música elementos de jazz, funk, hip hop.drum'n'bass e samba. Há uma estreita conexão rítmica entre todos estes estilos?
Tobin - Com certeza. E haverá sempre novas maneiras de se explorar estes gêneros.

1999 - Toda a facilidade de acesso à tecnologia encontrada aualmente representa a atitude que o rock'n'roll anda perdendo?
Tobin - Para mim o rock chegou ao seu máximo em Jimi Hendrix. Está muito chata esta história de você continuar tocando os mesmo sons, os mesmos instrumentos. A nova cara do rock é o faça-você-mesmo. A rebelião de hoje é tecnológica, é com isso que você vai contar a seus pais qual é a da sua geração.

1999 - A música do próximo século será tecnorgânica como a sua?
Tobin - É difícil de prever. Com certeza terá a tecnologia, que deixa cada dia mais barata a chance de fazer música de boa qualidade. Você tem acesso maior à tecnologia e pode experimentar sons. Tudo no seu quarto, sem precisar pagar estúdios. E é exatamente por isso que eu faço música.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999

Fale conosco

Hosted by www.Geocities.ws

1