1999
mais que música

Atualizado todo dia.

Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

30.AGO.1999

P&R
Jason
Por George Frizzo

Mais do que um personagem de histórias e filmes de terror, Jason é uma das bandas mais corajosas do Brasil. Com seu som hardcore meio porrada meio rock'n roll encarou uma turnê independente tocando em mais de 10 cidades nordestinas, dentre elas Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA) e
Teresina (PI).Com a mala cheia de CDs e camisas da banda, o que as vezes foi até meio de sustento da banda durante a viagem, numa pausa para descontração entre a chegada de viajem e o show, em Fortaleza, a banda soltou o verbo e falou da turnê, participação em coletâneas e da cena underground local. Confira!

1999 - O que surgiu antes ? A banda, o nome Jason ou a mascara do Jason ?
Leonardo Panço (guitarra) – Primeiro , foi a máscara do Jason, depois a banda e por último o nome . Montamos a banda primeiro para depois decidir que o nome seria Jason. A gente começou a ensaiar e pintou a oportunidade de entrarmos em uma coletânea do selo Psycho Punk , da Califórnia. Aí a gente: "vamos gravar a música da coletânea." Pra entrar e me estúdio é mais fácil você gravar um monte. A gente foi e gravou sete ; uma música foi pra coletânea da Califórnia, o "Meu Saco" foi pro HC Scene 2 , e as sete juntas viraram a demo "Eu não Amo Ninguém". Dois ensaios depois de começar a banda a gente gravou a demo. O nome (Jason) é do filme. Ia se chamar "Chuck", o cara que estava organizando a coletânea (do Psycho Punk) também se chamava Chuck, ai ele falou "Já tem uma banda, aqui na California, chamada Chuck! " , ai a gente mudou para Jason que é o ídolo mor do Sexta-feira 13.

1999 - Da participação de coletâneas para o primeiro disco.
Panço – Bom, a gente participou dessas duas coletâneas. No mesmo mês que saiu o disco a gente saiu, com duas faixas tiradas do mesmo disco, com a mesma gravação, da coletânea "Nervoso é a Mãe", do selo Holiday. A gente gravou 15 músicas em dezembro de 97, depois a gente gravou mais três músicas e uma voz em março /abril de 98. Lançamos o disco em julho do ano passado (98), fizemos a turnê aqui no Nordeste, pro lançamento do disco, e só depois que a gente veio a lançar o disco no Rio (de Janeiro), só em dezembro. Lançamos no Rio, no (Festival) Super Demo.

1999 - Como é o processo de composição, riffs, letras, idéias do Jason etc.?
Vital (vocal) – A minha parte tem sido mais fazer os riffs que vão virar as músicas do Jason, e ai eu tento usar tudo o que eu gosto mesmo; hardcore pau mesmo, Sick of It All, Biohazard, coisas pulantes.

Flávio Flock (baixo) – O lance é o seguinte; segundo o Vital (vocal do Jason) tenho problemas, ai para resolver meus problemas, ao invés de eu procurar um terapeuta, que é coisa de baitola, escrevo várias letras pensando no meu futuro, por que eu acho que a morte, por exemplo, eu acho que a morte não é uma coisa ruim, é uma coisa para ser encarada como uma coisa natural. Eu acho que a morte é apenas uma etapa que a sua alma tem que cumprir. Então eu tento passar uma mensagem de otimismo pras pessoas, que morrer é bom , morrer é divertido.

1999 - Como pessoas tão distintas e dispares se juntaram para formar uma banda de hardcore ?
Rafael (bateria) – É bem estranho mesmo, se for pensar assim dois anos antes da gente ter se conhecido. Eu e o Panço, a gente se conheceu num show, começou a conversar. Eu fui da primeira banda dele, o Soutien Xiita. Por intermédio dele conheci o Vital, depois o Flock , nos tornamos grandes amigos. Ai como a gente tava vendo que as nossas bandas estavam um pouco devagar (o Flock e o Vital tocam na banda de hardcore Poindexter, o Rafael toca no Baba Cósmica e o Panço no Soutien Xiita) a gente falou "Vamos fazer uma banda só pra curtir!", e resolveu montar o Jason.
Flock (cortando) – Calma aí! Tem um lance sobre as letras que eu tenho que diser, que eu esqueci. Eu so comecei a escrever , por que no primeiro ensaio o Panço chegou assim e falou "pô! alguém tem que escrever as letras..." ai eu falei "pô! eu tenho umas sete letras lá " e ele falou, como ele é o Dave Mustaine (guitarra e vocal do Megadeth) do Jason, ele falou "se você tem sete letras a partir de agora você vai fazer todas as letras do Jason". E a partir disso eu fui obrigado a escrever todas as letras, não que eu queira, mas ele me obrigou (risos gerais)

1999 - Como fica a relação de vocês lançarem o disco pelo próprio selo?
Panço – Eu acho mais ou menos simples. A banda recebeu a mesma porcentagem que qualquer banda receberia se não tivesse bancado a gravação que era dez por cento (10%) da tiragem. A gente pegou essa primeira tiragem, bancou a viagem do Nordeste do ano passado, sobrou uma grana que a gente pagou a ida e a volta do Vital e o do Flock para Goiânia, que a gente foi tocar no Goiânia Noise . E ai acabou a porcentagem da banda. É mais ou menos simples de separar, não tem mistério não.
Rafael – A forma de pagamento que a Tamborete fez ao Jason, é a mesma forma que a Tamborete fez ao Poindexter, ao Sexnoise, ao Ragnarock, não tem essa de "só porque são os donos do selo que vão levar melhor em cima disso. sacou? Por que o selo também tem que sobreviver.
Panço – Uma coisa que acontece, é como eu sou da banda algumas coisas que eu corpo mais atrás em relação a minha própria banda. Eu não fico respondendo carta das outras bandas, eu não fico arrumando shows pras outras bandas. Eu faço para minha banda em especial. Agora, tudo o que eu faço para as outras bandas é igual tanto pro Jason quanto pras outras.

1999 - Como surgiu a idéia de fazer a primeira turnê (feita no ano passado) pelo Nordeste? E como esta sendo agora a segunda?
Panço – Eu sonho desde que comecei a tocar, a dez anos atrás, e fazer turnês . Ficava eu e o Cláudio, de outra banda, viajando : "Caralho! Vamos abrir show do U2 na Califórnia. Vamos tocar no Central Park." Eu sempre quis fazer turnê. No passado (na turnê passada) deu pra fazer cinco shows e agora já vão ser pelo menos dez, vai ser o dobro do ano passado. Eu não posso responder por todo mundo por que todo mundo faz outras coisas é dificil prever o que vai rolar, mas idéias maquiavélicas estão todas na minha cabeça.
Rafael - Um dos grandes motivos da gente ter vindo para cá é porque o Rio de Janeiro, por ser uma cidade onde tem muito mais bandas , existe espaço para shows, mas quem tem espaço para shows quer ganhar muito em cima e ferra com as bandas todas. A melhor forma de você conseguir uma banda na ativa fazendo show é ir para lugares que as pessoas realmente dão valor, e o Nordeste dá muito mais valor do que uma metrópole como o Rio de Janeiro e São Paulo. Então vale muito mais apena juntar um pouco mais de grana, se esforçar um pouco mais para vir para cá, no Nordeste e ter uma recepção bacana, vender bastante CDs , do que ficar gastando tempo e força física fazendo shows nas metrópoles que não dão valor a nada.

Panço – A gente vende CDs, aqui no Nordeste, em duas semanas equivalente o que a gente vende em seis meses lá no Rio.

1999 - Vocês ficaram quase uma semana aqui em Fortaleza, esse tempo já deu para vocês conhecerem bastante bandas e lojas. Como vocês analisam a cena de Fortaleza em comparação ao Rio ?
Panço - De cara lojas de CDs já tem ou o mesmo número ou mais do que no Rio. Shows como esta tendo no Dragão do Mar, que é um dos principais centros culturais do Brasil tá tendo show desse tipo (se referindo ao Festival Rock de Garagem realizado no dia 22 de julho), no Rio de Janeiro é difícil. As demos a gente esta recebendo bastante, mas praticamente só vamos ouvir em casa. O Disasters foi uma banda que gostamos.
Rafael – Lá no Rio de Janeiro, como tocou ontem lá (no Dragão do Mar), três bandas que não tem exposição em mídia, que não tem uma gravadora grande por trás, tocando num lugar maravilhoso, de graça, com um som bom, eu diria que é impossível no Rio de Janeiro, para bandas novas assim.

Entrevista com a banda Jason (RJ), dia 23 de julho, em Fortaleza (CE). Veja Firestarter – A Cena Rock de Fortaleza Obs.: George Frizzo é baixista e vocalista da banda Insanity, ex. editor do zine Consummatun Est e colabora para o site 1999 assim como para outros e-zines, fanzines e revistas por todo o Brasil. Quem quiser entrar em contato com ele basta escrever para: Cx.Posta 5013, CEP 60164 270, Fortaleza/CE. Ou [email protected]

Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch
Noel & Liam Gallagher
Manu Chao
Jason pelo Nordeste
V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba, Capital do Rock"
Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes do Limbo
Sala Especial
Al Green
Bowery Electric
Jamiroquai
Flaming Lips
Gong - Show de 30 anos
Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é Louphas?
Por dentro da Holiday Records
Chacina no litoral paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos Beatles
Genesis -
"The Way of Vaselines"
Vamos nos encontrar no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto 
Relespública  
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria 
Rodrigo Lariú lembra de bons shows
Festivais no Nordeste
O último show do Brincando de Deus

Conheça Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini no Rio
Uma geral no ano passado em Sampa
Cadê o público nos shows?
As dez melhores bandas de Curitiba
Pelo fim da reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"

Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco

----- -----

Hosted by www.Geocities.ws

1