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01.03.1999

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POR FORA DO EIXO
(DF)
Por Marcos Pinheiro

Fevereiro foi até mais animadinho do que se poderia imaginar. Nada de grandes bandas ou espetáculos em Brasília, claro. Afinal, não estamos em uma grande capital do país, muito menos no litoral! Mas, pelo menos dois eventos esquentaram um pouco este período chuvoso que é o início de ano na cidade.

Logo no começo do mês, três bandas locais se juntaram para tocar no Inside Club, casa noturna com capacidade para 500, 600 pessoas, que divide sua programação entre shows e festas de rock e .... pagode aos domingos! Pois, em uma improvável noite de quinta-feira, Os The Eweraldos (assim mesmo: "Os The"!), The William Breadman Project e Prot(o) fizeram a festa para pouco mais de 100 testemunhas. Na verdade, uma grande brodagem de amigo(a)s, integrantes e ex-integrantes do Maskavo Roots.

Na platéia, o baterista e tecladista Quim, o baixista Marrara e o guitarrista Prata incentivavam. No palco, o baterista Txotxa (da primeira formação maskava) mostrava sua conhecida competência, tocando nos dois primeiros shows. Em um set curto, o trio Os The Eweraldos fez jus ao inusitado nome, revezando divertidas composições próprias com versões para The Cardigans e Deee-Lite. Na sequência, vestidos de terno e gravata, os músicos do também trio The William Breadman, projeto despretensioso (apesar do título) liderado pelo guitarrista Guilherme Pereira - e completado pelo baixista Eduardo (ex-Cravo Rastafari, banda-embrião do Maskavo Roots) - detonavam deliciosas canções pop.

O headliner da noite era Carlos Pinduca, ex-guitarrista do Maskavo, que desistiu das eletronices caseiras iniciais e transformou o seu Prot(o) em uma autêntica banda de rock. Em seu primeiro show, cantou e tocou acompanhado pelo guitarrista Rafinha (ex-Bois de Gerião), pelo baixista Pedro Ivo (ex-Aspargus) e pelo baterista Cristóvão (ex-El Kabong). E mostrou serviço: de versões para Buzzcocks (Ever Fallen In Love?) e Beatles (She Said, She Said) a canções próprias, com letras nonsense - com direito até a uma dor-de-cotovelo ligeira de uma conhecida ex-namorada - e uma forte sonoridade Mudhoney, o Prot(o) já mandou bem na estréia. Que venham mais shows!

O outro evento de fevereiro foi a segunda edição do Carnarock, festival que reuniu mais de 20 bandas, nos dias 13 e 14 de fevereiro (sábado e domingo de Carnaval), no Gran Circo Lar. Como a mesma mão que afaga, é a que apedreja, vamos às críticas.

Mesmo com um bom apoio da Secretaria de Turismo, a produção pisou na bola várias vezes. Primeiro, na escalação das atrações: como se não bastasse o fato do metal ocupar 80% da programação (nada contra, mas a cidade tem mais a oferecer), havia oito grupos-cover, o que irritou vários produtores e bandas que ficaram de fora. Na falta de headliners, quem fechou a noite de domingo foram os clones de AC/DC e Iron Maiden! Fora Pantera, Metallica, Marilyn Manson, Planet Hemp e até as bandas "com material próprio" que não dispensaram algumas versões em seus sets!

O excesso de mudanças também confundiu muita gente. Foi um tal de sair e entrar banda na última hora e trocar a ordem dos shows que, quem quisesse fazer uma cobertura séria do evento, teria que "rebolar". A única atração de fora anunciada no cartaz de divulgação, o Ulo Selvagem, de Salvador, não veio, sem maiores explicações da produção. Pelo que se sabe, a banda baiana preferiu se apresentar no tradicional Palco do Rock - aliás, foi o festival soteropolitano que inspirou a criação do Carnarock, em 1998.

Outra nota desagradável foi o acidente que quase vitimou o guitarrista Marcelo Linhos, da Restless. Quando sua banda se preparava para tocar no sábado, ele tomou um choque que o fez desmaiar no palco. Amparado por outros músicos, foi levado para o hospital mais próximo e ficou com a mão direita inchada e em carne viva, mas passa bem.

Apesar de tudo isso (e da divulgação oficial precária), o fato de a entrada ter sido praticamente franca (o ingresso era um quilo de alimento não perecível), o boca-a-boca entre as bandas e a falta de opção para os não apreciadores de axé-pagode, fizeram com que o Carnarock fosse um sucesso de público. Mais de seis mil pessoas compareceram nos dois dias, mantendo o circo lotado quase todo o tempo. No palco, destaques para Sem Destino, Slug, Abhorrent, Backstroke, Black Rainbow e Deceivers.

Só por ver aquela multidão vestida principalmente de preto, em pleno Carnaval, sem nenhuma confusão, briga ou machucados (fora o Linhos), valeu a pena!

ROCK TEM CENSO?

Conforme antecipamos, um grande cadastro das bandas de rock do Distrito Federal começa a ser realizado neste mês de março. Em um questionário preparado em parceria com a Rádio Cultura FM, os músicos terão que prestar várias informações como nome, endereço de contato e estilo musical de seu grupo, o que já gravou, onde ensaia, principais locais que tocou, se já fez shows fora de Brasília, entre outros itens.

Paralelo a este "censo roqueiro", estarão sendo recolhidas as gravações das bandas para montagem de um acervo, a ser aproveitado na programação da Cultura FM - que vem abrindo cada vez mais espaço para a música local.

Para incentivar a participação de um maior número de bandas, são oferecidos diversos prêmios para sorteio, como instrumentos musicais, horas gratuitas de gravação e ensaio, camisetas e adesivos personalizados e homepage na Internet, entre outros. São aguardadas mais de 150 inscrições.

Os questionários estão sendo espalhados por diversas lojas, estúdios e estabelecimentos ligados ao rock brasiliense, mas também podem ser respondidos pela Internet, nos sites da Cultura FM e do programa Cult 22. Só podem participar bandas residentes no Distrito Federal.

RUMBORA

Parece que nosso exercício de futurologia do mês passado começa a render seu primeiro fruto. O quarteto Rumbora promete vir quente em março com o lançamento do CD de estréia, 71, pelo selo Matraca, da gravadora Trama.

Com produção de Carlinhos, ex-guitarrista do Ultraje a Rigor, 71 é um disco essencialmente rock, mas com apelo radiofônico. O primeiro single, Chapírous, com sua levada à la Foo Fighters, está tocando bem em Brasília e, pelo que sei - me corrijam, se estiver errado -, já entrou na programação de algumas rádios-rock do país. O clip estreou com destaque na MTV e foi feito sob encomenda para o público surfista-skatista.

Curiosamente, o título vem de um senso em comum - os quatro músicos nasceram em 1971. Comandado pelo baixista e vocalista Luiz Eduardo "Alf" (ex-El Kabong) e tendo Bacalhau, ex-Little Quail, na bateria - ambos amigos de longa data do pessoal do Raimundos -, o Rumbora tem o caminho das pedras. Se a gravadora não embaçar...

RAPIDINHAS

Grande notícia no dial brasiliense: o programa Idéia Nova, produzido e apresentado pelo ilustre jornalista e brother Carlos Marcelo, está de volta. Tirado do ar, inexplicavelmente, em agosto de 1997, depois de quase sete anos de vida, o espaço foi reconduzido ao seu devido lugar pela nova direção da Cultura FM, agora quinzenalmente, aos sábados, das 18h às 19h. A reestréia será em 20 de março. Para quem não conhece, o Idéia Nova traz lançamentos do rock alternativo dos Estados Unidos, Europa e Brasil e foi o responsável por tocar, pela primeira vez em Brasília, bandas como Nirvana, Pearl Jam, Smashing Pumpkins, Radiohead, Oasis, Pulp e muitas outras da geração 90.

Outra boa da nova programação da Cultura FM (perdoem-me se parece "jabá", mas trata-se de uma das poucas emissoras locais que merece ser ouvida): revezando-se com o Idéia Nova no mesmo horário de sábado, estreará, no dia 27 de março, um programa dedicado à vida e obra de Renato Russo. Legião Eterna tocará, desde as gravações oficiais da Legião Urbana e de Renato solo, até piratarias de todas as fases do cantor - incluindo raridades do Aborto Elétrico -, as inúmeras covers e ainda depoimentos de ex-integrantes, músicos contemporâneos, fãs famosos, familiares, etc. Se você ama Legião e possui material raro dos caras, mande email para a emissora.

Até o fechamento desta edição, o único show de maior destaque do mês seria o do Ratos de Porão, dia 7 de março, na Ceilândia - berço dos rap de Câmbio Negro, Álibi e Cirurgia Moral e uma das regiões mais violentas do Distrito Federal.

Prometi falar este mês da falta de espaços para shows em Brasília, mas a falta de espaço na coluna não permitiu. Quanto ao balanço das fitas e CDs-demo, estamos aguardando o cadastro das bandas para ter mais material. Fica para a próxima!

Marcos Pinheiro é jornalista de esportes do Correio Braziliense e produtor e apresentador do programa de rock Cult 22, da Cultura FM de Brasília

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