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01.03.1999

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DISTANCITY
(Interior de SP)
Por Mário Bross*

VIAJANDO NO ‘EXPRESSO INTERIOR’

Campinas é uma cidade grande com muitas possibilidades artísticas, com uma diversidade de estilos musicais e inúmeros tipos de atitudes.Começamos nossa escala aqui. No ramo do papel, do fanzine, também há um cruzamento de pensamentos bem ramificado, grande parte deles são musicais, alguns poéticos, outros remetem em suas linhas a atitude anarquista, já outros colocam a moda e o comportamento no primeiro plano. Mas, para minha tristeza, há muito tempo não chega em minhas mãos um fanzine campineiro. Da citação à cima, deve rodar no circuito um ou no máximo dois fanzines das direções mais raras, aí não conta os zines sobre as bandas alternativas, que são em maior número, mas também o baixo nível na qualidade é tão grande quanto.

38 olhos me separam do ‘mais recente’ fanzine campineiro que recebi. Trata-se de Pupila, editado por Malú e Paulinha no segundo semestre de 98. A capa já descreve o conteúdo do zine de uma forma mais que simpática, são diversos olhos mirando para o leitor, olhares diferentes, singelos, exóticos, irônicos e até um olhar ‘indígena’, que por curiosidade é o mais triste. São 12 páginas que vão do cinema às ervas e da música a temas mais polêmicos. Enfim, vale a pena ler o Pupila. Entre em contato e adquira um exemplar, depois pegue a estrada e vá lendo, até chegar em Jundiaí/SP. Chegando lá você pode trocá-lo por um outro fanzine, o Total Fun, e conferir uma qualidade gráfica e intelectual difícil de se encontrar por essas bandas - é quase uma revista, com matérias voltadas na maioria às bandas pequenas e grandes, sobrando pouco espaço para outros assuntos. Nesse último número (#07) têm entrevistas com Ratos de Porão, Charlie Brown Jr., demos e resenhas de shows e CDs. Também em Jundiaí, você pode ler o informativo da banda Burt Reynolds, onde consta release, endereços de muitos outros fanzines e resenhas sobre as bandas do circuito underground, aproveite e confira este também.

Já fomos para Campinas e Jundiaí, que tal agora arrumar um skate e fazer algumas manobras? se você não pratica este esporte radical, então sossegue e sente na base apenas para entrar no clima. Estamos em Valinhos, a banda é Old News. ‘Looking Forward’ o primeiro CD da banda, lançado ano passado, tem nas letras soluções futuras para os problemas atuais, como o respeito mútuo entre as pessoas, liberdade de escolha, otimismo e alienação. Na parte sonora, de cara descobrimos a influência dos primórdios do Bad Religion sobre a banda, começam bem com ‘The Same Respect’, onde proclamam pelo respeito entre velhos e novos encima de uma competente linha de baixo. Algumas músicas perdem um pouco a energia quando tentam fazer algo similar ao hardcore melódico, como é o caso de ‘Nowadays’, ‘Over My Head’ e ‘Will Get It’. A veia punk do Rancid está presente nos vocais roucos de Marcos, o que os isenta do grupo dos ‘melosos’. Old News, como o próprio nome já diz, mistura a escola antiga com a mais recente do hardcore, deixando bem claro que têm mais potência na parte ‘old’ - ou seja, o melhor negócio é esquecerem o ‘News’. Essa afirmação pode-se comprovar ouvindo as músicas ‘Segregationist’, que tem na introdução um convite a ouvi-la por completo; ‘Birth Control Pill’ e ‘Reality’, a única sem letra no encarte. São 18 minutos e 52 segundos. Se quiser ouvi-los, entre em contato com a Holiday Records.

E para fechar o ciclo, o expresso volta a Campinas, onde encontramos a banda Kólica, formada só por mulheres. Punk, assim é o som dessas garotas que detonam em suas letras a burguesia, as diferenças sociais, a repressão, o trabalho escravo e infantil, o machismo (afirmando, entretanto "não somos feministas, apenas tentamos fazer nossa parte na luta pela igualdade de direitos"), enfim, toda a opressão do sistema, exaltando o ideal libertário. Não querem parecer engraçadinhas, nem demasiadamente agressivas: são autênticas. Sua principal influência é o punk do começo dos anos 80 no Brasil: Cólera, Olho Seco e Fogo Cruzado; e as coletâneas SUB e Ataque Sonoro, são referências inconfundíveis em suas bases. Sabem o que fazem sem cair nos clichês. A música "Dança da Violência" tem um clima meio Replicantes e fala da má influência das carlas perez da vida nas crianças: "Danças mundanas, pais inconseqüentes, movimentos eróticos em corpos inocentes. Imitando estúpidas dançarinas, alimentando mentes doentias, a pornografia infantil aqui é gratuita!" Seus refrões são para cantar em coro enquanto se poga. A demo do Kólica tem 12 músicas. Até.

Mario Bross toca no Wry
*colaboração Emerson Punk

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
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