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DO ROCK
FICÇÃO RESENHAS
 

Plebe Rude
Por
Alexandre Matias

Até quando esperar? A pergunta que batizava o primeiro sucesso do Plebe Rude havia se tornado a indagação mais freqüente em relação à volta do grupo. Ausente das prateleiras de disco desde o advento do CD (quando lançou seu último disco, o desfalcado Mais Raiva do Que Medo), o quarteto de Brasília voltou aos anos 90 com duas coletâneas que passaram despercebidas pelas lojas - devido à tímida tiragem. Até quando os fãs deveriam esperar pra ouvir uma das melhores bandas do rock brasileiro de novo?

Até a semana que vem. Depois de dois anos de boatos e conversar, os quatro plebeus - Phillipe Seabra (vocal e guitarra), Jander Bilaphra (vocal e guitarra), André X (baixo) e Gutje - voltam à ativa no próximo domingo, quando fecham o 2º Festival Porão do Rock, que acontecerá em Brasília. 1999 conversou com o grupo sobre a tão esperada volta.

“Que volta?”, pergunta André , “vamos nos encontrar só pra um bate-papo e show, coisa de velhos amigos”. A ironia em relação ao retorno é decorrente do clima entre os integrantes, que tiveram brigas feias em seus últimos anos - resultando com a saída de Jander no final dos anos 80. “Estamos há dez anos sem tocar juntos!”, espanta-se Gutje ao fazer as contas.

“Eu não tinha dúvida se iríamos nos dar bem, eu vivi metade da minha vida com esses caras”, explica Phillipe, “eu tinha medo de não conseguirmos tocar as músicas de novo. Eu sempre tinha um pesadelo com isso: quando a Plebe fosse voltar, na frente de um público de 15 mil pessoas e, na hora de tocar, esquecer tudo. Era um pesadelo que acabava com o meu dia”.

O medo foi embora depois que André, Phillipe e Gutje fizeram o primeiro ensaio juntos na última quarta-feira. “O ensaio foi excelente e erramos só três músicas, e alguns detalhes. Todo mundo lembrava de tudo, foi muito bom”, empolga-se Phillipe.

Grupos voltando das cinzas para a ativa costumam levantar cheiro de dinheiro, mas o que pode se esperar de um grupo que ironizava em seu clássico primeiro álbum - ...O Concreto Já Rachou - que “a música não importa/ O importante é renda”? “Isso é normal, cara”, desabafa Phillipe, “eu tô cagando pra esse tipo de comentário. Sempre vai ter gente que vai falar isso, mas é neguinho que tem inveja da gente . Eu fui chamado de “dinossauro do rock” quando tinha 26 anos, então você vê que esse tipo de provocação sempre acontece”. Para Phillipe, o importante é que a volta deve reacender o interesse do público no grupo, e a gravadora Abril já se  mostrou interessada no retorno dos plebeus, que já acertam sobre a possibilidade de lançar um
disco ao vivo.

O grupo fecha o festival Porão do Rock, que consagra a quarta geração de bandas de Brasília e reúne 22 novas bandas em dois dias de rock na Concha Acústica da capital federal no próximo final de semana. O festival saiu da quadra comercial 207 norte, que se tornou uma espécie de bunker roqueiro ao abrigar estúdios e salas de ensaio de bandas de gêneros diversos. Para o show, o Plebe promete todos os hits dos quatro discos, versões para músicas do Cólera (Medo) e Escola de Escândalo (Luzes) e “algumas surpresas”, esconde Phillipe (e o Clash pode ser o terceiro grupo a ser homenageado, uma vez que o Plebe, nas horas vagas, brincava de banda-cover do Clash, os Clash City Rockers). Pra quem quer matar a saudade do grupo antes da hora, não deixe de visitar a excelente página na internet do grupo, organizada pelo vocalista.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
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