O mundo não acabou, então...

1999
mais que música

...mudou de novo.

Agora ficou mais fácil ainda. E melhor pra todo mundo. Todas as seções deixaram de ser páginas pra se tornar meros temas. Todo dia tem um texto novo, sobre qualquer coisa que tenha alguma coisa a ver com música. A página do 1999 agora é só uma: a mesma, sempre.

Acostume-se.

Um dos editores do 1999
que não avisou pro outro que ia fazer isso porque
teve essa idéia, se entusiasmou e quis por em prática logo!

Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

16.AGO.1999

 

RESENHAS
GONG - Show de 30 anos
Knitting Factory (Nova York)
Junho de 1999
Por Cassiano Fagundes

Como Daevid Allen disse durante seu show em um momento circense, ele é o padrinho do hippie. Esse australiano magricela fez parte da história da Swinging London quando tocava no The Soft Machine (nome que diz respeito a William Burroughs, que foi amigo e protetor de Allen, por assim dizer).

Problemas com a imigração inglesa o fizeram aterrisar na França, onde formou o Gong ao lado da cantora espacial Gilli Smyth, o excelente flautista e saxofonista Didier Malhebe e outros figuras que apareceram posteriormente, como Steve Hillage. Aqui a virtuosidade serve ao caos e por esse e outros motivos a criação de Allen não tem paralelos, a não ser que se consiga imaginar Syd Barret fazendo dueto com Charlie Parker sob influência de Adrenochrome. Cheque os 5 álbuns clássicos do combo.

A banda levou o Bebop ao aburdo, desfragmentou o rock em estilo livre, pretendeu o transe através de mandalas sonoras em constante mutação e foi incompreendida por anos até a geração Acid House aparecer. A música eletrônica, os New Age Travellers europeus e toda cena rave devem muito à catarse musical da banda, principalmente da fase do álbum "You" (quando Hillage assumiu os comandos), que fecha uma trilogia apresentando os fundamentos daquilo que seria um dia chamado de Trance. O aniversário do Gong chega em hora certa, quando de Blur ao Sonic Youth, de Beck à Chemical Brothers, o mundo de Allen invade os ouvidos dos chamados formadores de opinião e queridos da mídia alternativa (se é que isso realmente existe) e de massa (se é que isso pode realmente ter acontecido).

A trilogia "Radio Gnome Invisible" diz respeito à mitologia do Planeta Gong, um lugar distante regido pelos valores anarco-místicos do grupo, e grande parte do repertório daquela noite festiva se concentrou nesse período compreendido entre 72 e não se sabe que data estelar.

Allen entra no palco usando um chapéu de bruxo sobre seus cabelos brancos e meio loiros, com uma capa de lantejoula, uma camiseta e saiote Tye Dye e calças de Robin Hood. Aproxima-se do microfone e aponta para alguém na plateía:

"Os seus cabelos iluminados nessa cor parecem um gramado luxuriante por onde eu poderia rolar e rolar, venha, venha dançar comigo!". Ele empunha sua guitarra tocada com um pequeno arco mole de borracha e destila seus barulhos espaciais enquanto o grupo toca um jazz mercuriano marcado pela bateria surpreendentemente dançável ( pelo menos durante algumas passagens) de "Radio Gnome Invisible". O druida lança feitiços com as mãos e faz seus dedos dançarem no ritmo da flauta de Malhebe durante "Zero the Hero and The Witch’s Spell", que sacode em torno de Gilli que mia como gata no cio ( e vestida como tal, sustentada por uma trilha sonora de cabaret psicodélico) em seu microfone conectado na câmara de Eco quando tocam a maravilhosa "Witch’s Song, I Am your Pussy".

Em algum momento um som vai sendo construído pelo guitarrista que exibe seu experimento com as mãos babadas. Ele as molha no próprio suor e saliva e a esfrega na guitarra, criando um som melhor descrito como "morcegos fazendo amor no fundo de uma caverna". Scratches orgânicos.

Didier faz borboletas voarem com a flauta transversa, um prato marca o tempo, o baixo anda sobre papel de arroz. É quando Allen reaparece no palco depois de sumir misteriosamente. Vestido de bule de chá, guia a platéia através da épica "Flying Teapot", enquanto uma doida garota baixa e gordinha com seus óculos fundo-de-garrafa vestida como uma sufi dança ao seu lado. "Pot Head Pixies" é acompanhada pela platéia visivelmente transportada Paragong por Zero o herói. Allen em seguida declama poemas num ping pong com Didier, faz piadas que só um monge zen budista entenderia não entendendo e completa seus Koans quando quer levar o público ao transe em "You". A banda fornece uma base que vai se alterando em miríades de mais ou menos 6 ou 7 minutos interconectadas entre si e Allen aponta para si mesmo e diz "I", depois para alguém do público e "You", até apontar uma por uma para todas as pessoas da Factory, e terminar com um "Us" . Quando você percebe que todos os presentes batem palmas em sincronia a pedido da banda, algo extremamente raro em Nova Iorque, vê que a música está sendo vislumbrada em níveis acima do usual, e a missão de Daevid foi completa. No final, cantamos todos juntos parabéns enquanto os músicos olham para as velas que vão apagar do bolo segurado por Gilli. Definitivamente, um show alto astral, e como diz um locutor da rádio rock 104.3 NYC, " It’s Hippie bullshit, but there’s nothing wrong about It". Obrigado.

Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é Louphas?
Por dentro da Holiday Records
Chacina no litoral paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos Beatles
Genesis -
"The Way of Vaselines"
Vamos nos encontrar no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto 
Relespública  
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria 
Rodrigo Lariú lembra de bons shows
Festivais no Nordeste
O último show do Brincando de Deus

Conheça Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini no Rio
Uma geral no ano passado em Sampa
Cadê o público nos shows?
As dez melhores bandas de Curitiba
Pelo fim da reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"

Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco

----- -----

Hosted by www.Geocities.ws

1