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DO ROCK
FICÇÃO RESENHAS

 

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú

 

MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

 

REVOLUCIÓN R$ 1,99
Por Edu K

Via a revolución! Viva o 1,99!

Antes que o rock brasileiro sucumba sufocado sob o peso das volumosas e polpudas nádegas (ou tchans, if you like it!) do novo e poderoso brega (nada contra!!) brasileiro, há, sim, uma saída: a cultura 1,99!!! Me baseio na famosa Lei de Gérson e em longa conversa na chácara do Franco (guitarrista e vocalista da banda curitibana Black Maria, a qual estou produzindo no momento), quando em um inusitado encontro de várias gerações do rock brasileiro (no caso eu próprio, representando os dinossauros do DeFalla; Daniel Azulai, do Resist Contro; Marcelo Vourakis, do Maskavo Roots; e todos os integrantes do supracitado Black Maria) em que eram discutidas estratégias paramilitares para a retomada de nosso posto na mídia (ou fora dela). Cheguei à conclusão de que brasileiro gosta de levar vantagem em tudo. Então, "give the people what they want", como diria nosso amigo Ray Davies. E já que enveredo pelo campo da citação, Milton Nascimento ainda vai mais longe com o seu "o artista deve ir onde o povo está".

Isto significa que não adianta você ficar sentado em casa sonhando com um telefonema mágico (acompanhado de passagens aéreas, hospedagem em hotel cinco estrelas e champanhe) de uma grande gravadora, implorando por um contrato milionário assinado com canheta banhada a ouro - mesmo porque as grandes estão ocupadas demais com seu medalhões bregas para dar as devidas e necessárias atenção, divulgação e distribuição necessárias para que seu trabalho deslanche. Você deve, sim, botar a cabeça e a malandragem brazuca para funcionar e agir com as próprias mãos no bom e velho do-it-yourself.

Desta maneira você tem direito, controle e responsabilidade total sobre seu próprio material. E, é claro, acesso irrestrito e completo aos rendimantos ($$$).

Assim, o tal roqueiro brasileiro que "sempre teve cara de bandido" (é isso aêê, Rita!) é agora apresentado à sua nova cara: cara de camelô (ou, como diria o grande mestre Raul Gil, de vendedor de batata). É aí que entra o conceito 1,99. Já é de longa data tido como certo (pelas barbas de São Carlos Eduardo Miranda!) o fim da era das demos (tape or whatever). Ao invés de roubar cassetes velhos do Iron ou do Motörhead do seu irmão ou dos seus amigos, gravar por cima as músicas de sua banda e improvisra uma capinha ordinária de xerox, vá ã luta. Prense 1,5 mil (ou até mesmo mil) cópias em CD e, através da Internet e de seus shows, venda para o público sedento de novidades. Mas, detalhe: venda barato!!!

O segredo da estratégia é gastar o menos possível para vender pelo preço mais barato possível, não se esquecendo de incrementar as vendas com suculentos e irresistíveis brindes como camisetas, zines da banda, adesivos, uma fantasia de teletubbie autografada, uma semana na casa de seu vocalista, calcinhas usadas de sua baixista ou o que mais esta sua cabecinha imaginar.

Para gerar o capital necessário para tal investimento, você pode recorrer a várias fontes. Uma dela é juntar grana com os shows da banda. Outra é vender antecipadamente bônus do CD ou ainda informar-se na sua cidade sobre leis/projetos de patrocínio do governo/prefeitura. Este foi o caso do Maxixe Machine, dos mestres curitibanos do Beijo Aa Força (saudades do Marcos Prado!), Rodrigão e Ferreira. Através de um destes projetos, a banda lançou uma revista, um CD e um film (Bar Babel), tudo em um pacote só. E também dos meus conterrâneos gaúchos do Justa Causa, que estão prestes a entrar em estúdio dentro do mesmo esquema.

Ou seja, nas palavras de George Clinton, "shit, goddamn, get off your ass n'jam". Só não se esqueça de manter um excelente nível de qualidade e a diversificação de seu produto - afinal, quanto mais quinquilharias relacionadas à banda você tiver para vender, melhor! Um bom exemplo é a idéia que dei para a banda de garotas As Garçonetes, de Curitiba: lançar sua própria marca de lingeries e vender junto com os CDs. Marketing é tudo!!!

A idéia é criar brechas e alternativas para atingir o público, seja pequeno, médio ou grande. Ele pode até gostar do som que você está fazendo , mas não tem chance de ouvi-lo através das grossas paredes da massificação das tevês e rádios.

Guerrilheiros da resistência 1,99, vamos à luta! Uni-vos contra a bestialização da cultura jovem brasileira! Viva a diversidade e a liberdade de escolha!

E assim encerro, depois de exacerbado blá-blá-blá, minha primeira coluna Revolución 1,99, prometendo muito ,ais bobagens, besteirol e uma mistureba dos infernos - bem ao clima de lojinha 1,99. Nos próximos númeors virão resenhas de CDs, entrevistas com bandas, dicas de produção, teses filosóficas (urrghhh!) e toda e qualquer novidade ligada à música e produtos bagaceiros em geral! Há, há, há!

P.S.: Me escrevam. De preferência, malhando! He! He!

Ass: Edu K 99 (ou seria 19,99?)

1,99 BITS

Acesse o site do DeFalla e aguarde novas produções minhas que vão arrebentar em 99 // o rock'n'roll clássico e psicodélico do Black Maria (de Curitiba) // o technopunk porreta do Lollypop, a nova banda da ex-vocalista da AAAAAA Malencarada (também de Curitiba) // a nova banda dissidente do DeFalla, estritamente technotranceglitter, chamada Porno Barbie Superstar e com as integrantes Katreena K e Zeena Z arrasando em modelitos Josie e As Gatinhas

Se você, como eu, é um adorador dos Teletubbies... de novo!!! Se você, como eu, é um adorador dos Teletubbies, entre na campanha "I Teletubbies" e mande R$ 1,99 em meu nome para esta revista eletrônica.

Andam dizendo em Curitiba que a banda Lofiman está arrasando no big beat

Outro CD imperdível é o do Óinc, projeto novo de música eletrônica do Rodrigão (do Beijo Aa Força e do Maxixe Machine) e do (êh, cara!) hilário Trindade (do Maconha)

No ano 2000, quinze anos de DeFalla! Tchaau!

EXTRA! EXTRA!

Parem as prensas! Em conversa com meu amigo Sid (ex-Abaixo de Deus, atual King Kong de Kongas), descobri informação indispensável para esta coluna pretensamente aspirante a "cartilha da guerrilha de resistência 1,99".

Existe a CBC em CWB?

Mas o que vem a ser a CBC? Bem, a Cooperativa de Bandas de Curitiba é uma bem bolada e bem-vinda reação em conjunto de bandas curitibanas como Relespública, crackerjack, King Kong de Congas, dentre outras, que, indignadas com a falta de espaço e dificuldades para lançar seus CDs, se organizaram e juntaram forças para lançar seus trabalhos.

A cooperativa funciona da seguinte forma: as bandas se dividem em grupos de dez, cada uma pagando 250 reais e gerando ao todo um capital de 2,5 mil reais, usadospara a prensagem de mil cópias de um CD da primeira banda do grupo. A tal primeira banda tem, então, dois meses para vender 250 cópias de seu álbum, cujo rendimento será empregado para prensar as mil cópias do CD da Segunda banda, e assim por diante! Genial! E o melhor é que você, roqueiro de qualquer cidade do Brasil, pode se filiar a esta maravilhosa associação que é o CBC! Entre em contato com Hélcio para maiores esclarecimenros (telefone 041-223-5846).

Taí mais uma grande idéia!!!

Agora é tchaaau mesmo!!! Sem ... de novo!!! Até a próxima coluna!!!

Edu K é vocalista do DeFalla.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
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