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01.02.1999

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COWBOYS ESPIRITUAIS
Por Abonico R. Smith

Quando se fala em country made in Brazil fica impossível não sentir um arrepio na espinha dorsal do bom gosto. Afinal, o som que faz a cabeça do nosso interiorzão afora bate de frente na escancarada breguice romântico-mauriçola que tomou conta dos artistas e duplas sertanejas, hoje ninguém tão sertanejo assim. Mas há alguns heróis da resistência, que, curiosamente, vêm do asfalto e da cidade grande para mostrar que este segmento musical pode muito bem sair da estagnação e mostrar criatividade.

Vestindo franjas, chapelões e camisas xadrez, Júlio Reny, Márcio Petracco e Frank Jorge, três caras com anos e anos de bons serviços prestados ao rock dos pampas, agora botam a cara para bater sob a alcunha de Cowboys Espirituais - o ex-Eurythmics Dave Stewart que os perdoe pelo plágio escancarado do nome. E conseguem dar contribuição maior à nossa música caipira do que a discografia inteira dos Daniéis, Leandros, Chitões e Di Camargos da vida. Com um pé fincado nas sonoridades tradicionais americanas (country music, bluegrass, hillbilly, muito Hank Williams e Woody Guthrie na cabeça), o outro na linguagem pop e a cabeça voltada para a frente, para o futuro, a trinca já surpreende em sua primeira música. "Jovem Cowboy" chega às rádios, pistas, CMT e MTV fundindo rap, batida funky, steel de colo e slide guitar. O bom que a faixa dá novas - e menos ridículas - opções de dança aos nossos peões.

As outras nove músicas também revelam que música de raiz também pode se transmutar. O passeio traz bluegrass com rabeca e banjo ("Forasteiro Triste"), hillbilly ("Uma Mulher"), psicodelismo ("O Mundo É Maior Que O Teu Quarto"), balada pop ("Vento De Dezembro"), chamamé ("Lembranças De Outra Vida"), rock'n'roll básico ("Não Chores Lola") e com verniz 50’s ("Carinho E Conforto", "A Irmã Do Dr. Robert"). E, o melhor, todas as letras passando longe do engraçadinho. Viva a revolução!

1999 - Como três roqueiros inveterados decidiram partir para um projeto baseado em country, hillbilly e bluegrass?
Julio Reny -
Como sempre gostei muito de música country, acabei me tornando o responsável pela trilha sonora de um quadro sobre cowboys dentro de um programa jovem de tevê aqui do Sul. Isso me aproximou de pessoas afins como o Márcio, que se especializou em tocar vários instrumentos não muito comuns por aqui como o banjo e o pedal steel.

1999 - O que motivou vocês três a seguirem carreira como banda?
Frank Jorge -
O ano retrasado não foi muito fácil para o rock gaúcho. Andávamos meio desiludidos com a falta de perspectivas para nossas bandas e resolvemos fazer um show de despedida profissional, só para os amigos. Não apenas todo mundo gostou do show, como a música "Jovem Cowboy" acabou entrando na programação de uma rádio e se tornando um grande sucesso. Tudo isso nos animou a investir até os décimo-terceiros e bancar um disco do projeto. Em um ano, felizmente, não só arrumamos uma gravadora como também podemos nos dar ao luxo de viver só de música, tocando por aí.

1999 - Como surgiu a idéia de misturar country e rap em "Jovem Cowboy"?
Julio Reny -
Eu havia feito um jingle de rádio meio country, que acabou sendo descartado. Peguei este jingle e transformei em refrão, com improvisos do Márcio no slide. E o Piá, rapper local, entrou com o falatório no meio da canção. O curioso é que apresentamos esta música apenas de brincadeira, nem gostávamos muito dela. Hoje em dia damos graças a Deus pelo fato dela ter impulsionado a carreira dos Cowboys.

1999 - Atrapalha o fato dos Cowboys serem considerados um "supergrupo"?
Júlio Reny -
Não somos um "supergrupo". Somos apenas três veteranos que já passaram por várias bandas importantes do estado (Nota do editor: entre as experiências anteriores do trio estão nomes como TNT, Cascavellettes, Graforréia Xilarmônica e Expresso Oriente). Aqui não interessa só ter o passado. Você tem que comer a poeira da estrada, trabalhar, ter o presente. A credibilidade é a sigla do momento..

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© 1999

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