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CÂMBIO NEGRO Foram alguns anos de espera e o grupo brasiliense Câmbio Negro finalmente lança sua estréia fonográfica como uma verdadeira banda de rock e rap. Depois de duas experiências anteriores com programações eletrônicas (nos álbuns Sub-Raça e Diário de um Feto, lançados em 1993 e 1995 pelo selo independente Discovery, também de Brasília), a posse liderada pelo vocalista X agora adiciona guitarras pesadas e grooves orgânicos aos costumeiros versos de extrema posição crítica frente à realidade brasileira. Editado pelo selo Matraca (ligado à gravadora Trama, uma nova empreitada de médio porte no mercado fonográfico nacional), o disco leva apenas o nome do quinteto, completado por Marcelinho (scratches), Bell (guitarra), Ritchie (bateria) e Daniel (baixo). A simplicidade, porém, acaba no título. Em dez faixas, X desfila verdadeiras bombas dispostas em forma de fonemas. Religião, política, economia, sociedade, submundo, drogas, violência, nada escapa de sua contundente metralhadora verborrágica. No escritório de sua gravadora, em São Paulo, o X que conversa com o 1999 nem de longe parece ser a mesma pessoa que vocifera no microfone raivoso, pedindo justiça, igualdade e dignidade. Tranqüilo, sereno e bastante simpático, o rapper faz os minutos do relógio passarem mais rápido com a mesma eloqüência e articulação de suas composições. 1999 - Por que o terceiro álbum do Câmbio Negro demorou tanto para sair? 1999 - Quais são as maiores novidades deste disco? 1999 - Vocês foram o primeiro grupo de rap a se assumir como banda... 1999 - Outro pioneirismo creditado ao Câmbio Negro foi o fato do grupo ter
protagonizado há três anos uma campanha publitária contra as drogas. 1999 - O que Edu K, vocalista do DeFalla, trouxe de bom para a banda como produtor
do disco? 1999 - Vocês vieram da cidade-satélite da Ceilândia, a região mais perigosa do
Distrito Federal. Qual é a diferença entre a região de vocês e os morros cariocas ou a
zona sul paulistana? 1999 - O Câmbio Negro sempre se diferenciou por trazer versos pesados, que procuram
fazer um retrato nu e cru da situação sócio-político-econômica brasileira, sem
qualquer maquilagem... 1999 - "Círculo Vicioso" já abre o disco com um discurso direto contra as
drogas e a violência... 1999 - O discurso em "Esse É O Meu País" é exatamente o contrário. Vocês
exageram no sarcasmo atirando para todos os lados. Falam bem dos políticos, do trânsito,
da saúde, da educação do sistema carcerário, da Igreja Universal... 1999 - Existe, porém, uma faixa com letra bem mais pesada que todas as outras. Em
"Um Tipo Acima de Qualquer Suspeita" vocês descrevem em minúcias toda a
história de dois estupros, de mãe e filha. A letra descreve toda a ambientação dos
protagonistas às inevitáveis conseqüências posteriores dentro do cárcere, passando
pelos detalhes mais cruéis e chocantes dos estupros propriamente ditos... 1999 - Você continua com a temática no future em "Necronomicom". A
música, repleta de referências religiosas e meio com cara de quadrinhos de ficção
científica, encerra o disco com um arranjo épico, com explosões, batidas pesadas,
vocais raivosos e versos apocalípticos. 1999 - Pegando um pouco mais leve, agora... Como rolou o encontro com TC Izlam,
filho de Afrika Bambaataa? 1999 - Se o entrosamento com TC Izlam foi tão rápido, já existe algum projeto do
trabalho de vocês ser levado para os Estados Unidos? Os textos só
poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores |