logo06.JPG (17693 bytes). INFORMAÇÃO COLUNISTAS BR-116 HISTÓRIA
DO ROCK
FICÇÃO RESENHAS

 

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ATARI TEENAGE RIOT
60 Second Wipe Out
(Digital Hardcore)
Por Alexandre Matias

No meio deste império megatecnológico que se tornou o lado ocidental do planeta, Alec Empire profetizou um grupo terrorista digital disposto a corroer o big brother por dentro como um vírus de computador. E resolveu atacá-lo em uma de suas áreas mais lucrativas, a indústria fonográfica. Em forma de banda, o trio alemão Atari Teenage Riot propõe o fim da sociedade capitalista como única possibilidade de sobrevivência da raça humana.

Há quem diga que, como dizem do Rage Against the Machine, é tudo pose, que o grupo só utiliza de artifícios políticos como forma de atrair uma juventude deslumbrada com a possibilidade de fazer uma revolução ao comprar um CD. O certo é que se Alec consegue bolar o personagem que diz ser além de conduzir um dos grupos eletrônicos mais legais da atualidade, ele é mais esperto do que pensamos.

O ataque sonoro de seu grupo é uma metralhadora de efeitos sonoros, um videogame de guerra cujos personagens principais são punks politizados com disposição para destruir a sociedade na unha. Por trás de uma barreira de poluição sonora, o grupo liga uma máquina de hardcore eletrônico, um gênero pauleira do techno conhecido como gabba, cuja velocidade rítmica é colidida com guitarras no limite da distorção e refrões e palavras de ordem prontas para o público aprender à primeira audição.

E se o disco que mostrou o grupo ao mundo, Burn Berlin Burn! (uma coletânea dos EPs lançada pela Grand Royal, gravadora dos Beastie Boys), resumia a primeira fase da carreira da banda, 60 Second Wipe Out (Digital Hardcore, importado) vê o grupo caminhar por novas terras.

Além do punk de carteirinha que faz o grupo batizar suas faixas como Death of a President DIY (Faça Você Mesmo a Morte de um Presidente), Your Uniform Does Not Impress Me (Seu Uniforme Não Me Impressiona) e Anarchy 1999, ouvimos uma evolução sonora do lado ruidoso que nos dá minutos inteiros de puro exercício de ruído estático.

Mas percebe-se a aceitação do rap como influência. Seja na ponta que os nova-iorquinos dos Arsonists fazem em Anarchy 1999, na gangsta Western Decay, nos socos vocais do refrão de Ghostchase e em diversos outros momentos do novo disco, o ATR abre ainda mais espaço para a cultura de rua como forma de chamar mais voluntários para sua guerrilha particular: tentar destruir o mundo, como conhecemos.

  Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999

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