logo06.JPG (17693 bytes). INFORMAÇÃO COLUNISTAS BR-116 HISTÓRIA
DO ROCK
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SEPULTURA / METALLICA
Estádio da Gávea
Rio de Janeiro
Luciano Vianna

Não é só privilégio da eletrônica. Este também está sendo um ano e tanto para os fãs do heavy metal. Depois da passagem de Bruce Dickinson e do Kiss pelo Brasil, semana passada foi a vez da trupe do Metallica fazer alguns shows pelo país acompanhada pelo Sepultura. No Rio de Janeiro, a apresentação aconteceu no último domingo, no Estádio da Gávea (que pertence ao Flamengo), na Zona Sul da cidade.

Apesar das previsões pessimistas geradas pelos caros ingressos (R$ 60 pelo preço integral da entrada e R$ 30 com carteirinha de estudante) e pelo fato de que na cidade não existe uma rádio especializada para promover o rock pesado, cerca de dez mil pessoas compareceram ao espetáculo.

Às 8h em ponto, horário marcado para começar o show, o Sepultura subiu ao palco para apresentar seu novo vocalista americano à platéia carioca. Prejudicada por problemas no som, que como nas noites anteriores (em São Paulo e Porto Alegre) estava muito baixo e mal equalizado, a banda não conseguiu empolgar muito o público. Todo mundo só sacudiu mesmo quando eles mandaram os primeiros acordes da clássica "Inner Self" e no final com "Roots Bloody Roots".

Depois de um intervalo de meia hora, as luzes se apagaram e entrou a atração principal da noite. Para azar daqueles que torcem o nariz para a nova fase do grupo, o Metallica provou que ao vivo ainda é uma das bandas mais fortes e pesadas do planeta. Os músicos mostraram isso logo no início do show, tocando "Master Of Puppets" em uma versão de quase dez minutos. De lavar a alma de qualquer fã das antigas.

Com produção impecável e uma nítida melhora do som, a banda, formada por James Hetfield (vocal e guitarra), Kirk Hammett (guitarra), Jason Newsted (baixo e vocal) e Lars Ulrich (bateria) deixou claro que soube envelhecer como um bom vinho, mesclando as melhores músicas de seus piores discos (Load e Reload) com clássicos das antigas como "One". música precedida por mais de um minuto de sensacionais efeitos de queima de fogos de artifício e explosões no palco.

Visivelmente emocionados por estarem de volta no Rio (onde fizeram um lendário show no Maracanãzinho há dez anos, durante a turnê do álbum ...And Justice For All), os integrantes do Metallica deram o melhor de si em cima do palco. Pena que a platéia carioca - que por causa do alto preço do ingresso era formada basicamente por playboys e patricinhas da Zona Sul - não correspondeu às expectativas e se mostrou quieta na maior parte do show. A vibração veio mesmo nas mais novas e comerciais composições da banda. Os músicos, por sua vez, pareceram nem notar isso e não queriam que o show terminasse, voltando três vezes para o bis Foi justo esta seqüência de bis que acabou sendo a melhor parte do show. No primeiro eles tocaram os hits "Nothing Else Matters" e "Sad But True", cantados em coro pela platéia. Depois ainda ficaram no palco brincando com a galera e jogando palhetas para a multidão. Emendaram um clássico das antigas, "Creeping Death" antes de se despedir pela segunda vez na noite.

Como ninguém queria ir embora mesmo, eles entraram de novo e mandaram ver a música que todos estavam esperando, "Enter The Sandman". Foi um dos únicos momentos em que, literalmente, o estádio tremeu de tanto que o povo pulava. Mas o Metallica ainda não estava disposto a se debandar e passou cerca de cinco minutos andando pelo palco, brincando com o pessoal e posando para fotos. Enquanto isso, vergonhosamente, a maioria do público (que estava lá exatamente para ouvir o maior hit do grupo, "Enter The Sandman") já se dava por satisfeito e começava a ir embora.

Quem ficou no estádio foi recompensado com o terceiro e último bis da noite. O clássico "Battery" encerrou em grande estilo um dos melhores shows para um dos piores públicos que o Rio de Janeiro já teve. E depois ainda se perguntam porque a cidade estava fora da maioria das grandes turnês de rock que passam pelo país atualmente...

 

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© 1999

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