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PRODIGY
Por Luciano Vianna e Valeria Rossi
London's Burning

Em cima do palcoele mete medo. Falando ao telefone Maxim Reality, vocalista do Prodigy, é um pouco mais afável, mas também causa alguns sobressaltos. Homem de poucas palavras, quando abre a boca é para causar impacto. Afinal, quem não se lembra da polêmica iniciada por ele com os Beastie Boys no ano passado no Festival de Reading? (Se você não acompanhou, a história é que os Beastie Boys pediram em particular ao Prodigy, pouco antes de um show em um festival, para a banda inglesa excluir do repertório a música "Smack My Bitch Up" em respeito às mulheres. Os Beastie Boys não só não foram atendidos, como também tiveram que ouvir o desaforo de Maxim no palco, que gritou para todo mundo ouvir: "Do jeito que as coisas andam, eu canto a p* que eu quiser". Daí em diante a baixaria entre as duas bandas durou meses).

Maxim gosta de viver o momento e detesta fazer planos. "Eu não sei o que vou estar fazendo semana que vem", disse ele ao FUN. Prova disso é que o disco solo do artista, uma ode ao hip hop ainda sem título, está quase pronto mas ainda não tem data para ser lançado. O disco novo do Prodigy também está sendo trabalhado, esperando o tal "momento certo". Mas não tem nada, não. Os fãs brasileiros que não puderam ver a banda em São Paulo ano passado sabem que o momento certo pode até tardar, mas acaba chegando. (Por enquanto o jeito é se deliciar com as colagens sonoras do DJ Liam Howlett em sua empreitada solo, recém-lançada por aqui.)

Em entrevista ao 1999, interrompida duas vezes para o vocalista falar com o companheiro Keith Flint, que estava de saída do estúdio da banda, Maxim revelou que a platéia brasileira é a "mais louca" para a qual tocaram até agora. Ele falou também das suas expectativas em relação ao show de São Paulo (N. do E. - A entrevista foi feita antes do show deste ano)..

Você está trabalhando em um disco solo. Como está indo?
Estou na fase final de gravação. São doze faixas que têm um sabor de hip hop bem acentuado, mas ainda não tenho data marcada para o lançamento. Quero estar completamente seguro do meu trabalho antes de poder lançá-lo. Eu não vou colocar um disco no mercado só porque ele está na mão. Tem que esperar o momento certo.

E quanto a um trabalho novo do Prodigy? Até quando esperar um disco novo da banda?
Bem, acho que é basicamente a mesma coisa. Estamos trabalhando em idéias, mas sem pressa. Só porque o público quer ver uma algo novo da banda, isso não quer dizer que vamos nos apressar e fazer qualquer coisa. Quando lançamos um trabalho do Prodigy é porque estamos certos de trazer música de qualidade. Sem pressões.

Vocês estão prestes a se apresentar no Brasil novamente em menos de um ano, depois de terem tido um show cancelado. O que você se lembra da experiência de tocar (e não tocar) no país?
O show foi cancelado porque tinha muito vento no local e as condições de segurança não eram boas.

A explicação dos organizadores é de que um parafuso caiu do alto do palco e vocês se recusaram a tocar...
Não me lembro de nada disso. O que sei é que as condições de segurança não eram suficientes para garantir o show. E isso não valia só para a banda, mas para a platéia também. As pessoas têm que entender que existiu essa preocupação com a platéia também. Estávamos lá para tocar e queríamos tocar, não tem nem o que discutir sobre isso. Não gostamos de desapontar o público, mas também não queremos dar a oportunidade de algum desastre acontecer.

Então o motivo de vocês estarem indo agora é exclusivamente porque o show de São Paulo foi cancelado?
Exatamente. Como te disse, não gostamos de desapontar as pessoas e estamos indo tocar em São Paulo para compensar a outra vez.

De qualquer jeito, vocês tocaram no Rio. Como foi a experiência?
Sensacional. Acho que porque era a primeira vez que tocávamos no Brasil e a expectativa do público era muito grande, a energia foi incrível. Posso dizer que a platéia brasileira é a mais louca de todas para quem nos apresentamos.

Não sei se vocês puderam ver do palco, mas no show do Rio teve bastante confusão na platéia, com algumas brigas. Você se lembra?
Não me lembro, mas se aconteceu não foi por culpa nossa. Nunca incentivamos ninguém a praticar violência e isso é uma coisa que gostaria que ficasse bem clara. É inevitável que as vezes essas coisas aconteçam. Eu acho que, como te disse, a expectativa era muito grande, e algumas pessoas podem ter canalizado isso de maneira negativa.

Você acha que as expectativas do público desta vez vão ser tão grandes quanto no ano passado? O que vocês esperam?
Não esperamos nada, porque não pensamos assim. O que queremos é nos divertir e divertirmos o público. Cada show é um show. Vamos ver.

Vocês vão fazer o mesmo show do ano passado ou há modificações?
Cada show nosso é diferente. Se você me perguntar o que tocamos na Alemanha no ano passado, eu não sei. Tudo é diferente a cada vez. Por isso não me lembro o que tocamos no Brasil ano passado e não posso comparar com o que vamos tocar desta vez. Dependendo do clima da platéia a gente muda tudo na hora, eu digo coisas diferentes, o clima muda.

Vocês gostam mais de tocar ao vivo no palco ou o processo de criação de um disco e experimentação com a música no estúdio é mais interessante?
É uma mistura. Quando estou no palco e fazemos alguma coisa nova com o nosso som não vejo a hora de voltar ao estúdio para experimentar com isso, mas quando estou no estúdio, fico esperando o momento de botar o pé no palco para experimentar aquele som ao vivo, porque tenho idéias que quero colocar em prática.

A idéia que se tem, olhando para imagens antigas até hoje, é que a banda - especialmente você e Keith Flint - foi construindo imagens cada vez mais diabólicas em cima do palco e nos vídeos. Você não acha que pode chegar um ponto em que não tem mais para onde ir e vocês acabem virando uma caricatura de vocês mesmos?
A mudança na nossa imagem não foi planejada. É uma evolução. O Keith, por exemplo, não fica pensando "amanhã vou raspar a minha cabeça". Ele simplesmente vai lá e faz. Acontece. Não é uma estratégia. Não temos um plano. Tudo vai acontecendo no caminho.

Como você gostaria de se ver em dez anos?
Eu não penso assim. Eu não planejo e nem espero por nada. Em dez anos, se eu ainda estiver vivo, vou ver como estou. Agora não penso nisso. A minha cabeça não funciona desse jeito. Não sei o que vou estar fazendo na semana que vem.

Como é o teu relacionamento com os fãs?
É do mesmo jeito que é o meu relacionamento com você. Eu sou um ser humano e se um cara é meu fã, ele é um ser humano também. Antes de mais nada tem que haver respeito entre os seres humanos e é assim que eu trato a todos, independente de ser fã ou não. Se a pessoa se aproxima com boas maneiras e respeito, também vai ter isso de mim. São normas básicas de como se relacionar numa sociedade.

É verdade que quando Liam lançou o seu projeto solo usando o nome Prodigy os outros membros da banda ficaram chateados?
Não sei de onde você tirou isso. É mentira.

A banda tem uma série de restrições no que diz respeito à imprensa. Por exemplo, vocês não dão entrevista para revistas para adolescentes nem para revistas de música eletrônica de uma maneira geral. Por quê?
A gente não quer ser trampolim para ninguém vender nada às nossas custas. Determinados veículos distorcem o que você fala para criar manchetes e vender mais. Isso a gente não quer de jeito nenhum. Pelo mesmo motivo, não credenciamos fotógrafos de agências de notícias nos nossos shows, porque as fotos deles podem ir parar em qualquer publicação. O que eu quero falar com os jornalistas é sobre música, mais nada.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999

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