Se você quiser escrever para
o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um
carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras
pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta
escrever para a gente.
13.SET.1999
INFORMAÇÃO
PUNK ROCK EM CURITIBA
Por Adriane Perin
Final dos anos 70. Nas danceterias, a disco
music. Nos estádios, a cafonice do progressivo. Nas periferias das grandes cidades, uma
tribo suja e feia já havia criado o movimento estético-musical mais influente do final
do milênio: o punk. Na Inglaterra, o Sex Pistols dinamitou a cena para o mundo. Os
Ramones controlavam Nova York. Algum tempo depois os californianos do Dead Kennedys
trilhavam os rumos da subvertente chamada de hardcore.
Passados mais de vinte anos, a dupla punk rock e
hardcore continua dando crias em uma forte cena curitibana. A contestação que foi marca
do movimento não vale mais como regra. Para Julio Linhares, proprietário do selo Barulho
Records, o punk é um som para amigos que querem se divertir. "Não precisa ter
engajamento, pode ser despreocupado. Esta é a característica dos grupos de hoje",
avalia. "São poucos acordes e muita atitude. E o punk deu no hardcore, que é mais
acelerado e estressado. É tudo rock'n'roll", opina o músico e produtor JR Ferreira,
de grande background no gênero. Para Rodrigo Barros, vocalista do Maxixe Machine e do
Beijo AA Força, (histórica banda curitibana que foi punk no início de carreira, na
década anterior) o que diferencia punk e hardcore são diferenças sutis e mais de
políticas internas do que musicais.
O que se observa hoje em Curitiba, do punk ao
rapcore e passando pelo hardcore melódico, é uma nova geração de bandas que contribuem
para que a cidade viva novamente uma cena rocker. "Como tudo que é ingênuo, o punk
foi engolido pelo mercado. As gravações hoje são muito limpas, destoando das bandas
tradicionais que tinham um som mais cru", comenta Rodrigão.
Pelebrói Não Sei, Sugar Kane, RealSub, Animal
Boys, Hülk e Pullover são apenas algumas das bandas que espalham os gêneros pelos
porões locais. Nem todas se consideram ou são puramente punk rock ou hardcore, embora se
alimentem dessas vertentes. O 1999 foi conferir o que elas têm para
dizer.
PELEBROI NÃO SEI
Oneide (vocal e letras), Joca (guitarra), Paulo (baixo) e Guilherme (bateria)
formam há dois anos o Pelebroi Não Sei, banda que canta em português. O Pelebroi bebe
na fonte seventie dos Ramones e das bandas gaúchas dos anos 80. Dilemas adolescentes são
os temas que povoam as letras. "Nosso som está mais cadenciado e temos um tempero
mais rock'n'roll", declara Oneide. O que não significa que os shows ficaram menos
pesados. "O que mais me atrai no punk rock e a alegria e energia, passa algo bem
adolescente", comenta. "Punk rock é rock'n'roll", conclui o vocalista.
SUGAR KANE
Depois de um começo tumultuado para acertar a formação, o Sugar Kane
"caiu" no punk rock, como diz o baixista Junior. A entrada do novo guitarrista
Alexandre mudou a cara da banda, que embora resista ao enquadramento estilístico conclui
ser mesmo de punk rock - "básico e vigoroso". Capilé (vocal e guitarra),
Katatau (bateria), Junior e Alexandre queriam amadurecimento para o som que veio com a
participação em coletâneas e apresentações em outras capitais. No início do mês,
receberam a resposta da gravadora canadense More Romance Records para participar de
coletânea com a música "I've Got A Dream". Os fãs podem esperar para este ano
ainda o primeiro CD do grupo.
REALSUB
A história do RealSub começa com o grupo Realidade Suburbana, onde André Boi e
Fabio Peixe cantavam com bases eletrônicas. Em 1996 entraram para o time Rafael Wasmann
(guitarra), Jansen (bateria), Mateus (baixo). Depois vieram Rafael S (guitarra) e Wagner
(efeitos). No início desse ano, a mudança final: o nome passou a ser RealSub, já que
havia outra banda com o nome anterior. "Som pesado com levada rap e vocal hip-hop.
Não é punk nem hardcore, é rapcore", define Wasmann, sem muita vontade de
classificar o grupo, que bebe nas duas fontes. O RealSub faz letras de protesto em
português e tem a intenção de passar mensagens politizadas e sociais. O primeiro álbum
já está bem encaminhado.
ANIMAL BOYS
Ivan Bam-Bam Boy (bateria), Gabriel Gabba Boy (baixo e backings) e Leo Boy (guitarra)
formam o Animal Boy, banda de som básico e rápido. "Queria fazer rock'n'roll e
acabamos fazendo punk, que é apenas o rock em alta rotação", declara Bam-Bam. Os
pseudônimos foram adotados em referência aos Ramones, principal influência do grupo.
Mas o trio ouve também nomes dos anos 60 como Kinks, Who, Rolling Stones e Velvet
Underground. Para o trio, punk rock é diversão. "Tem que fazer o som que quiser e o
nosso é para divertir", diz o baterista. O visual também é importante para os
músicos, que trazem referências mod e rocker nas roupas e cabelos. E a performance no
palco traz dez músicas que geralmente não ultrapassam vinte minutos.
HÜLK
Marlisi (vocal), Julio (guitarra), Luis Fernando (guitarra), Gau-Gau (bateria) e
Marcelo (baixo) formam o Hülk, que nasceu para ter vocal feminino. "Está entre o
punk rock e o hardcore melódico", define Julio. "Eu falo que é punk porque
este é o estilo mais presente na alma da banda". O quinteto aborda temas sociais em
inglês e não está preocupado se algumas pessoas não entenderem as letras. "O rock
nasceu para ser cantado em inglês, como o samba em português", diz o guitarrista.
"O que importa é a adrenalina na hora de tocar."
PULLOVER
O Pullover mostra força em pouco tempo de existência: já abriu shows
internacionais e acaba de lançar um ótimo álbum de estréia. Comandado pelo vocalista e
guitarrista Paulo Kotze (que tocou com o baixista Maurício Singer no Skuba e o baterista
Dudu no Pinheads), o grupo representa a opção curitibana para a sintonia entre o punk
rock e o alternativo de diversos grupos independentes americanos desta década. Completado
pelo guitarrista Duda e por uma forte tendência melódica, o Pullover se inspira em
filmes e situações cotidianas para compor. "Não estamos preocupados com
definições. Queremos apenas que as pessoas escutem as músicas e tirem suas próprias
conclusões", explica o vocalista.
BARULHO RECORDS
A Barulho Records é um selo curitibano que trabalha com punk rock e hardcore. O dono da
gravadora, o músico Julio Linhares, vê nas variações do estilo o resultado do acesso
à informação, o que proporcionou às novas gerações mais opções. "O punk rock
era mais simples porque a informação era limitada a gente brigava para conseguir antes o
que chegava. É natural que hoje tenhamos mais diversidade no gênero", comenta ele.
Desde que iniciou suas atividades, ano passado, a Barulho já fez cinco lancamentos e tem
muitos projetos. O primeiro foi o álbum da banda curitibano-pontagrossense Confusion.
Depois a coletânea Punk Rock Stamp, com bandas de Curitiba (Cola! e Sugar Kane), Rio de
Janeiro (Carbona e Noção de Nada), São Paulo (Guliver) e Espírito Santo (Alga). Cada
uma entrou com uma quantia em dinheiro e ficou com alguns discos para divulgação.
"A coletânea é boa para ver como as bandas se saem. Pude escolher pelo menos uma
banda com boa repercussão que rendeu CD solo", comenta Linhares, referindo-se ao
grupo Noção de Nada, lançado em abril.
Pouco tempo depois o selo soltou outra
compilação, a Barulho Tapes. Desta vez entraram mais três grupos cariocas (Matanza,
Stand Crew e Staples), dois curitibanos (Boobarellas e Pelebroi Não Sei) e um paulista
(Blue Sense). Para este disco, cada banda teve direito a doze minutos para gravar quantas
músicas quisesse. E a Barulho continua fazendo barulho. Acabou de sair do forno o álbum
do quareto local Pullover, que faz hardcore com um pé no alternativo.
Linhares recebe material de muitas bandas e
além de selecionar o que considera pronto para gravar dá dicas para que as bandas
encontrem o amadurecimento. Para a divulgação, tem contatos com gravadoras independentes
e fanzines especializados no gênero, além da Internet. Entre os próximos lançamentos
estão a coletânea Hey Punk Rockers! (programado para setembro) e um tributo ao Pinheads,
com 28 bandas do cenário punk brasileiro (entre elas Anões de Jardim e Dread Full)
tocando uma música do trio curitibano da primeira metade desta década.
Entre os futuros lançamentos os CDs das bandas
White Frogs, Rivets (Ex-Barneys), Confusion, Pelebroi Não Sei, Sorry Figure, Os Pedreiros
e No Milk Today, mais as coletâneas Hey Punk Rockers 2 e outra com as bandas do tributo
ao Pinheads. Para falar com o Barulho você pode mandar um e-mail ou acessar a homepage do selo.
Grenade
Mutantes
Bruce
Whitney (Kranky Records)
Cotton
Mather
Por
Fora do Eixo (setembro)
Thomas
Pappon
Pequenas
Capitanias (setembro)
Mercury
Rev (show)
Paralamas
do Sucesso
Relespública,
Mosha & Woyzeck (show)
Reading
99
O
maravilhoso mundo grátis
"Eu
vou enfiar um palavrão"
Jason
(entrevista)
Pôneifax,
Walverdes e Tom Bloch
Noel
& Liam Gallagher
Manu
Chao
Jason
pelo Nordeste
V99 (festival
com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy
Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba,
Capital do Rock"
Divine,
Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes
do Limbo
Sala
Especial
Al
Green
Bowery
Electric
Jamiroquai
Flaming
Lips
Gong -
Show de 30 anos
Megatério
(agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta
(agosto) - O jazz morreu
Rolling
Stones
Mercenárias
"Paul's
Boutique"
"Tim Maia
Racional"
Kraftwerk
Sugar
Hill Records
Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming
Lips
Ultraje a
Rigor
"Kurt
& Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals
Pavement
MEGATÉRIO - Omar
Godoy
WICKED, MATE - 90 (de
Londres)
REVOLUCIÓN
1,99 - Edu K
atenciosamente,
- Rodrigo Lariú
Red Hot
Chili Peppers
Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos
Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage
Riot
Grenade
Lulu
Santos
Liam
Howlett
4-Track
Valsa
Chemical
Brothers (show)
Yo La
Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr.
John
Memê
"Drinking
from Puddles"
Capital
Inicial (show)
Jon
Spencer Blues Explosion (show)
Homelands
(festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim,
Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The
Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon
Tobin
Sepultura/Metallica
(show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?
Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon
Parish (show)
Cornelius
"Post-punk
chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último
volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry
Rollins
Jon
Carter
Afrika
Bambaataa
O pai
do rock brasileiro
Nova
História do Pop
Grave
sua própria fita
C86
Medo
do novo
Digital
Delay
No
shopping com Status Quo
Fita
ou demo?
Solaris
A história do
indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los
Hermanos
Eletrônicos e
bicões
Kólica, Pupila e
Total Fun
As hortas musicais de
Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the
Fucking Power"
Relespública
(show)
Trap
Johnattan Richman
(show)
Little Quail & the
Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix
Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de
música"
O CD ou a vida
(quase)
A bossa nova
contra-ataca o Brasil
Um pouco de
educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na
tábua
O Mercury Rev que não
foi
Um banquinho, um violão
e Dee Dee Ramone
Escalação pro
Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de
Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock,
Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é
Louphas?
Por dentro da
Holiday Records
Chacina no litoral
paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos
Beatles
Genesis -
"The Way of
Vaselines"
Vamos nos encontrar
no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal
fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues
Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival
(shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist
Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto
Relespública
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre
elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri
do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço
mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala
de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as
dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP
CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria
Rodrigo Lariú lembra
de bons shows
Festivais no
Nordeste
O último show do
Brincando de Deus
Conheça
Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini
no Rio
Uma geral no ano
passado em Sampa
Cadê o público nos
shows?
As dez melhores bandas
de Curitiba
Pelo fim da
reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares
Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet
Goldmine"
Autoramas
(show)
Grenade
Chemical Brothers
(show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar
1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do
lado deles.
Os textos só
poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco
----- ----- |