CONFIRMADO:
EINSTUERZENDE NEUBATEN NO BRASIL

1999
mais que música

Atualizado todo dia.

Histórias: Já
Um espaço pra textos diferentes, atualizado diariamente

Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

11.SET.1999

RESENHAS
MUTANTES
"Everything is Possible"
(Luaka Bop)
Por Abonico Smith

Pode parecer mera repetição de clichê, contudo o velho provérbio "A justiça tarda mas não falha" mais uma vez vem de encontro à veracidade. Três décadas depois chega o reconhecimento oficial de que Os Mutantes não foram apenas a maior banda brasileira de todos os tempos, mas também uma das mais geniais da história do rock.

Contra fatos não há argumentos. O que já se suspeitava antes agora vem amparado por números. São páginas e mais páginas destinadas pelas mais respeitadas publicações estrangeiras. As grandes Spin, Rolling Stone e Entertainment Weekly e as "marginais" RayGun, Alternative Press e Magnet se dedicam a tecer comentários mais que elogiosos à descoberta tardia da Tropicália e colocar a caixa com alguns discos do movimento como um dos três melhores relançamentos de toda a década.

Se o velho coronel Caetano Veloso ganha destaque como o mentor e a figura principal do movimento, também não há quem não reconheça a suma importância dos Mutantes. E o segredo, anteriormente confinado a um grupo seletíssimo de músicos dos bons sons (de Kurt Cobain a Stereolab, de Beck a Fugazi, de L7 a Beastie Boys), agora ganha proporções bem maiores. Lançada no mercado americano pelo selo Luaka Bop, do talking head David Byrne, uma compilação com catorze faixas pinçadas dos cinco primeiros discos do grupo causou alvoroço no segmento college, chegando a figurar entre os dez títulos mais vendidos da parada alternativa.

Agora o mesmo álbum ganha edição verde-e-amarela, o que prova como é incrível a incapacidade dos brasileiros de dar valor à sua verdadeira boa música. É a velha conhecida falta de memória nacional - para que haja o carimbo do nosso reconhecimento é preciso que os americanos venham até aqui, descubram e tomem para si um tesouro que nunca esteve tão escondido assim e sempre fora inexplicavelmente posto de lado.  Everything Is Possible - The Best Of Os Mutantes chega, enfim, para ensinar aos tupinquins a cartilha mágica dos Mutantes Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista formavam o primeiro
grupo nacional a criar um rock em seu contexto mais rebelde - o de chocar e causar transformações através dos estímulos causados pelo rompimento com formas e padrões pré-estabelecidos por uma sociedade careta, medrosa e conservadora, acostumada a seguir caminhos impostos por qualquer que seja
sua orientação sócio-político-econômica. Nesta tal cartilha mágica do trio tudo podia. Não se conhecia o significado da palavra limite. A busca por uma música livre e descompromissada de tudo assegurava a capacidade de absorver influências vindas de qualquer lugar em qualquer momento. Talvez por isso Os Mutantes estejam sendo tão reverenciados em um tempo tacanho, no qual a indústria fonográfica é dirigida por engravatados pragmáticos - com síndrome de Nostradamus e acreditando piamente na eficácia 100% do planejamento de marketing, estes mesmos seres continuam insistindo em "prever o futuro" através de mal-traçadas linhas de punho próprio.

Quase metade do repertório (seis faixas, no total) privilegia o fantástico álbum de estréia, batizado simplesmente Os Mutantes e discoteca básica para qualquer admirador de boa música e colecionador que se preza. "Panis Et Circenses", parceira de Gilberto Gil com um revolucionário Caetano ainda muito distante dos sinais reacionários, é a música mais representativa. Conhecidos pelas performances que flutuavam entre o absurdo fantástico e a sátira provocadora e com total inconseqüência, Os Mutantes abriam seu leque bizarro. O arranjo mistura guitarras psicodélicas, trumpetes messiânicos, referências históricas de seu próprio tempo (a trombeta da abetura reproduz o famoso riff do noticiário Repórter Esso) e ácidos versos contra a apatia generalizada das pessoas (alguma semelhança com os nossos tempos atuais?). De repente a música de interrompe como se alguém tivesse tropeçado no fio do toca-discos e desligado tudo. Em seguida, o ouvinte é levado a ruídos de sala de jantar, com talheres e conversas familiares.

Outro ponto alto do disco de estréia que reaparece na coletânea é a ousada brincadeira contra o patrulhamento ideológico da música brasileira da época. Como o rock era então oposição (alguma semelhança com os nossos tempos atuais?), Rita e os Dias Baptista procuravam tirar sarro gravando versões "alternativas" para clássicos da MPB, como o baião "Adeus Maria Fulô", com a voz de Arnaldo sobre um mosaico psicodélico de samba, com cuícas, marimbas e kalimbas. Pelo decorrer de Everything Is Possible, a revisão da carreira dos Mutantes faz jus ao título do disco e ao nome da banda. O grupo vai do pop ao experimentalismo, passeando pelos terrenos do groove (o hit "Ando Meio Desligado" é calcado nos britânicos Zombies), baladas (a honey "Fuga Nº 2" contrasta com a atmosfera soturna de "Dia 36"; "Ave Lúcifer" proporciona dois minutos de pura "trilha sonora incidental"; o hit "Baby" é cantado em português e inglês), virtuosismo (Serginho já mostrava sua tendência para solos masturbatórios na guitarra de "Cantor de Mabo" e no violão da flamenca "El Justiciero"), sambalanço ("Minha Menina", composta por Jorge Ben), funk (o manifesto tropicalista "Batmacumba") e até das chansons francesas ("Le Premier Bonheur Du Jour").

Tudo sempre foi possível para estes fantásticos mutantes. Até mesmo voltar com força total neste final de século para dominar o mundo. Só falta mesmo o Brasil se render e finalmente cair nessa.

Bruce Whitney (Kranky Records)
Cotton Mather
Por Fora do Eixo (setembro)
Thomas Pappon
Pequenas Capitanias (setembro)
Mercury Rev (show)
Paralamas do Sucesso
Relespública, Mosha & Woyzeck (show)
Reading 99
O maravilhoso mundo grátis
"Eu vou enfiar um palavrão"
Jason (entrevista)
Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch
Noel & Liam Gallagher
Manu Chao
Jason pelo Nordeste
V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba, Capital do Rock"
Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes do Limbo
Sala Especial
Al Green
Bowery Electric
Jamiroquai
Flaming Lips
Gong - Show de 30 anos
Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é Louphas?
Por dentro da Holiday Records
Chacina no litoral paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos Beatles
Genesis -
"The Way of Vaselines"
Vamos nos encontrar no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto 
Relespública  
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria 
Rodrigo Lariú lembra de bons shows
Festivais no Nordeste
O último show do Brincando de Deus

Conheça Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini no Rio
Uma geral no ano passado em Sampa
Cadê o público nos shows?
As dez melhores bandas de Curitiba
Pelo fim da reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"

Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco

----- -----

Hosted by www.Geocities.ws

1