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TOM ZÉ  E TORTOISE, JUNTOS, NO BRASIL

1999
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Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

07.SET.1999

P&R
THOMAS PAPPON
Por Rodney Brocanelli

O jornalista e músico Thomas Pappon, que já fez parte de bandas inportantes da cena independente dos anos 80 como Voluntários da Pátria,Smack e Fellini, está lançando (neste mês de setembro, se tudo der certo) se através do selo carioca midsummer madness records o seu mais novo projeto musical, chamado The Gilbertos. Na verdade, trata-se de um duo formado pôr ele e sua mulher Carla cuja sonoridade pode ser definida como uma neo-bossa-nova. As músicas foram gravadas no tempo livre de Thomas num porta-estúdio em sua casa em Colônia (Alemanha) e depois em Londres (onde mora atualmente), num processo muito parecido como gravava o Fellini. Aliás, o som do The Gilbertos lembra muito a última fase do Fellini, a época do LP “Amor Louco”, em 1990. Mas se engana quem pensa que Thomas fica triste com esse tipo de comparação. É o que se pode concluir desta entrevista na qual ele fala mais desse se mais novo trabalho.

1999 – Como, quando e onde você decidiu fazer um trabalho solo?
Thomas – Bom, a minha vida inteira foi sempre ligada a música, desde os doze anos de idade eu sempre curti música, sempre quis fazer música e quando comecei a tocar, nunca parei. Tive bandas com amigos de escola, depois na faculdade, depois vieram os Voluntários da Pátria, o Fellini, Smack... Quando eu fui para a Europa, tive que largar essas bandas todas, mesmo assim a minha idéia era continuar fazendo música. Porém, eu vi que é muito difícil formar bandas num outro país ou numa cidade ou num lugar onde não se conhece ninguem, não se cresceu com as pessoas que moram lá ou quando não se encontram pessoas com as quais se pode compartilhar o mesmo gosto musical, principalmente. Eu, até hoje, depois de sete anos no exterior, não encontrei lá fora pessoas com as quais tivesse vontade de fazer bandas. Eu sempre fiz bandas com pessoas com quem tivesse algum tipo de afinidade. Isso eu acho legal: afinidade musical. Para mim, pouco importa se a pessoa toca bem ou mal. Eu prefiro que a gente goste do mesmo tipo de música, dos mesmos tipos de coisas. Como não achei ninguém, a solução for fazer sozinho mesmo e foi uma boa saída.

1999– O que levou você a sair do Brasil?
Thomas – Não teve uma razão concreta, objetiva. Foi mais pelo senso de aventura, uma coisa assim: “vamos experimentar a vida na Europa; vamos ver como é”. Tanto eu como a minha mulher , a Carla, achavamos que era o momento certo. E naquela época, não havia nada rolando de muito especial para mim no Brasil, a não ser a banda (Fellini), uma coisa que eu sempre curti, que eu lamentei muito ter deixado quando fui embora.

1999– Isso foi quando?
Thomas – Em 1991.

1999- E como é que foi o processo de formação do The Gilbertos? Foi repentina a idéia de fazer uma banda lá fora ou uma coisa que foi nascendo aos poucos.
Thomas – Foi demorado, porque a gente chegou na Alemanha apenas com duas malas e fomos ficar na casa da irmã da Carla, em Colônia, pôr apenas duas semanas. Então, até arrumar uma casa, até comprar o primeiro aparelho de som, o porta-estúdio, os instrumentos, isso tudo demorou meio ano. Depois de ajeitar tudo, começei a fazer demo-tapes e fui gostando muito dos resultados. Mas foi uma coisa que demorou até ter algo que poderia ser chamado de um repertório sólido, com músicas apresentaveis. No começo, a grande maioria das músicas era instrumental. Eu demorei muito até começar a cantar, eu tinha uma grande dúvida com relação a letras, como alías tenho até hoje: eu não sei sobre o que falar, é um problema sério. Então eu resolvei partir para o método de improviso livre, pescar palavras do nada. A música era sempre feita antes, depois eu colocava a letra a partir de alguma inspiração maluca que estivesse passando pela minha cabeça no momento e seguia adiante.

1999– Todas as músicas do The Gilbertos são composições inéditas, então. Você não pegou nada do seus trabalhos anteriores com o Fellini, pôr exemplo, e gravou nessa nova fase?
Thomas – Só teve uma música, chamada “Everywhere”, que é uma adptação de “Por Toda Parte”, uma letra do Cadão Volpato e, que pôr sua vez, era uma adptação de “Grandes Ilusões, uma balada que está no LP “Amor Louco”, do Fellini. Num dos nossos últimos shows, que foi em Porto Alegre, a gente viu que funcionou uma versão mais bossa-nova, um pouco mais rápida, de “Grandes Ilusões”. Eram os mesmos acordes, mas num outro andamento e com uma outra letra que o Cadão fez, maravilhosa, que ficou sendo conhecida como “Pôr Toda Parte”, que o Fellini não gravou, mas eu acho tão legal essa música, que simplesmente fiz a versão para o inglês. Essa foi a primeira música com letra já como The Gilbertos. Eu queria lembrar também que a minha mulher participa, ela faz uns backing vocals...

1999- Quem faz o que na banda?
Thomas - Eu faço praticamente tudo. A minha mulher faz um baixo numa das vinte ou trinta músicas que gravei e faz backing vocals numas quatro ou cinco. Mas, no geral, eu fiz tudo, e eu achei legal ter uma pessoa a mais comigo para ouvir as coisas. O simples fato de ela estar lá ouvindo já a coloca como integrante da banda.

1999 – Você chegou a apresentar esse projeto do The Gilbertos na Luaka Bop, a gravadora do David Byrne. Por que acabou não saindo pôr lá?
Thomas - Pois é, esse episódio reune um dos momentos mais felizes e ao mesmo tempo um dos mais infelizes da minha vida. Em 1993 eu estava em Londres, na casa do Nick Cave, que era meu amigo. Estávamos hospedados lá, eu e a Carla. Num belo dia eu liguei de lá para a minha casa pois eu queria pegar os recados da secretária eletrônica, isso foi no finalzinho da nossa estadia, e tinha um recado do Yale Evelev. Ele é o chefe da parte executiva da Luaka Bop. Eu tinha mandado uma demo- tape do The Gilbertos para lá e até tinha me esquecido dela. O recado era mais ou menos assim: “a gente gostou muito do material que você mandou; gostaria que você mandasse vídeos, mais informações, blá, blá, bla...” Quando eu ouvi esse recado até me deu coragem de mostrar esse material para o Nick e mostrei. Era uma demo-tape com três músicas, tinha “Everywhere”, “Jimmy Scott”, que é cantada em francês e mais uma que não lembro, acho que era “Polly”, do Jim Clarke, não a do Nirvana, era de um disco solo dele, quando ele saiu dos Byrds. Eram essas três músicas e eles gostaram. No mesmo dia que eu voltei para a Alemanha fiz contato com esse cara. Depois eu gravei mais uma demo com mais cinco músicas, escolhi as melhores, daí ele não respondeu. Liguei novamente para o Yale e senti que ele estava estranho, desconversou, falou que não tinha recebido a fita. Mais tarde eu recebi uma carta deles na qual dizia que o pessoal da gravadora só tinha gostado da primeira demo que eu mandei, não tinham gostado do restante do materal, mesmo assim valeu...Eu fiquei mal, arrasado, me culpando, achava que não devia ter feito um press-release. Pelo menos eu aprendi muito nesse episódio. Uma banda nova tem que possuir um conceito de marketing, tem que tornar a coisa intessante sempre, não deve entregar o jogo logo de cara. O que fiz foi falar “olha, o The Gilbertos, na verdade, somos eu e minha mulher, estamos fazendo um sonzinho aqui na sala...”, uma coisa tola. Teria sido mais fácil eu fazer um mistério em torno do projeto todo, mostrado apenas mais uma música, em vez de mostar logo de cara mais umas cinco. Enfim, foi isso que aconteceu e nunca mais ouvi falar desses caras. 

1999 – Além da Luaka Bop, você chegou a mandar esse trabalho para algum outro selo internacional?
Thomas – Eu cheguei a mandar para vários, juntei uma lista escolhida a dedo com endereços de vários selos da Europa, mas nunca rolou nada.

1999  – O que você acharia de alguem que apontasse semelhanças entre a sonoridade do The Gilbertos e a do Fellini, pelo menos na fase final.
Thomas – Eu considero isso como um cumprimento e para mim é uma satisfação também porque eu acho eu sou responsavel pela sonoridade do Fellini, pelas músicas. O som do Fellini foi sempre aqulio que eu imaginava como deveria ser. E foi uma coisa que eu levei para o The Gilbertos, sendo inevitável que o Gilbertos fosse soar como o Fellini.

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