1999
mais que música

Atualizado todo dia.

Histórias: Já
Um espaço pra textos diferentes, atualizado diariamente

Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

27.OUT.1999

P&R
MARCELO YUKA (O RAPPA)
Por Omar Godoy

Quem está com a cabeça voltada para qualquer buraco sujo de Londres pode fechar esta janela e esperar pela atualização de amanhã do 1999. O assunto hoje é O Rappa, grupo carioca que acaba de lançar Lado B Lado A, um dos discos mais interessantes do ano. Longe do ar festivo de seus trabalhos anteriores, o novo disco busca alternativas diferentes dentro dos caminhos complexos da música popular brasileira. O baterista e letrista Marcelo Yuka falou ao 1999.

1999 - Como foi o processo de composição do disco, já que vocês estiveram até pouco tempo em uma longa turnê?
Letra eu estou sempre fazendo, é uma coisa do meu cotidiano. As músicas nós começamos a esboçar nas passagens de som e nos shows. A gente sempre improvisa e muda os arranjos das músicas, e então as idéias vão surgindo. Mas foi só na fase de pré-produção que a gente descobriu que cara queríamos para o disco. Optamos por uma coisa intimista e mais climática, algo que nós sentíamos falta desde o primeiro disco.

1999 - Você poderia descrever o processo de evolução da banda desde o primeiro trabalho?
No primeiro álbum, a banda só tinha seis meses de existência. A gente estava começando a misturar elementos, mais ainda havia uma forte influência reggae nas músicas. O segundo disco é um disco atípico, mais aberto, fruto de nossa parceria com amigos que admirávamos. Caras como Waly Salomão, Liminha, Marcelo D2... Já este novo trabalho é mais fechado e autoral, nós tocamos tudo em todas as faixas do disco. Se a gente fizesse um novo Rappa Mundi, com certeza o CD seria um sucesso de vendagem. Mas nós tínhamos um conceito, queríamos trabalhar com ele.

1999 - O Rappa optou por um álbum aparentemente difícil, mas a maioria dos artistas está buscando um caminho mais comercial. Como você essa tendência da música brasileira?
Nunca houve tanta produção de cultura no Brasil, mas a qualidade também nunca foi tão questionada como agora. Coisas que achávamos estar ultrapassadas voltaram, parece que não aprendemos a lição. O Ratinho, por exemplo, é a volta do estilo do Flávio Cavalcanti. Essa coisa das vedetes... Não sei qual é a arte da Tiazinha, da Adriane Galisteu. Axé, pagode e sertanejo têm qualidade ruim, mas eu até admiro quando tem honestidade. Mas existe muita coisa por aí de qualidade duvidosa e honestidade questionável. As classes médias e alta andam muito caretas. A intelectualidade está colonizada. O Rappa não faz nada de mais, mas em terra de cego...

1999 - Você concorda com parte da crítica que acha Lado B Lado A um disco com poucas chances de boas vendas?
Não. A gente também passou por isso com o Rappa Mundi, que demorou um ano depois de lançado para pegar entre o público.

1999 - Como surgiu a oportunidade de gravar com o produtor Bill Laswell?
Eu sou fã do cara desde a adolescência. Quando a gravadora ofereceu um produtor de fora para gravar algumas músicas do disco, ficamos entre o Rick Rubin (Red Hot Chilli Peppers, Beastie Boys) e o Bill Laswell (Miles Davis, Ramomes). O Rubin estava ocupado e o Laswell acabou sendo convidado e veio para o Brasil com um engenheiro de som. O engraçado é que o Paulo Junqueiro, que era diretor da gravadora, uma vez brincou comigo perguntando qual produtor eu convidaria para gravar um disco se pudesse escolher qualquer um. Eu disse que era o Bill Laswell e ele riu de mim, dizendo que era impossível trabalhar com o cara. Quando a gente fechou com o Laswell, liguei para ele na hora para contar a novidade.

1999 - O Bill Laswell gravou apenas duas faixas, depois o disco ficou nas mãos de Chico Neves. O trabalho com Laswell acabou direcionando o resto da gravação?
Não, o Chico nem quis ouvir as músicas que o Laswell produziu. Mas acho que, inconscientemente, elas regeram o álbum. As duas faixas foram importantes porque o resultado delas era o que estávamos procurando há muito tempo. Queríamos um som em que o ouvinte pudesse entrar nas músicas, ir descobrindo-as aos poucos.

1999 - Houve alguma preocupação para que as misturas não ficassem tão evidentes?
A maturidade chegou para nós em forma de economia. Fomos enxugando nosso som e fizemos um disco simples, contido. Os instrumentos das harmonias são apenas sugeridos, os grooves são básicos, há poucas viradas e poucos solos. Os grandes discos são aqueles em que você não é pego na primeiro audição.

1999 - Como anda seu trabalho como letrista? Você já se considera um profisional?
Ás vezes até tenho vontade de lançar o que escrevo em um livro, mas ainda não tenho segurança. Eu só vou assumir completamente meu lado de letrista quando perceber que faço algo significativo, que acrescente. Não vou sair dizendo por aí que sou um poeta. Até agora só trabalhei com amigos, mas gente que eu não conheço anda me pedindo letras. Talvez isso torne a coisa mais profissional.

1999 - Os trabalhos sociais do Rappa vão ser prejudicados com as longas viagens da turnê do novo disco?
Algumas de nossas atividades no Rio de Janeiro talvez fiquem paralisadas, mas estamos nos esforçando para divulgar a FASE, que é uma ONG que busca recursos para distribuir entre outras entidades. A FASE tem caráter nacional, e a nossa agenda permite divulgá-la. Grande parte do nosso público é moroso, e a divulgação é tão importante quanto a grana em si. Pois são essas iniciativas que estão segurando o país. Eu freqüento algumas comunidades que ajudo e saio de lá me sentindo bem, o retorno é muito grande. Por isso, sempre digo para meus amigos: "esqueça o bom-mocismo, faça porque é bom para você e , consequentemente, para os outros".

Quannun
Einstürzende Neubaten
"Punk - A Anarquia Planetária e a Cena Brasileira"
Tom Waits
Andreas Kisser
Retropicalismo / Mutantes/ Arnaldo & Rita
"Quem com ferro fere, com ferro será ferido"
Legião Urbana
Stereolab
Cut Chemist / Shortkut
Pavement
"Vocabulário de Música Pop"
Red Hot Chili Peppers (show)
MV Bill
Thee Butchers' Orchestra
Zen Arcade - Hüsker Dü
Ozomatli
Pato Fu
Los Hermanos
Nocaute
Mosha (show)
Down by Law
Tricky / DJ Muggs
Los Hermanos
Grenade & Thee Butchers' Orchestra
Rebeca Matta
Man or Astroman?
Abbey Road
Os Catalépticos (show)
Comunidade Ninjitsu
"Esporro!" e "Guerrilha"
CMJ Music Fest
Pensamentos Felinos (setembro)
Echo & the Bunnymen (show)
Stela Campos
Jim O'Rourke
atenciosamente, (setembro)
Luiz Gustavo (Pin Ups)
Relespública (Diário de Bordo)
Alex Chilton
Toy Shop
Martin Rev (Suicide)
Yellow Submarine
Punk Rock em Curitiba
Grenade
Mutantes
Bruce Whitney (Kranky Records)
Cotton Mather
Por Fora do Eixo (setembro)
Thomas Pappon
Pequenas Capitanias (setembro)
Mercury Rev (show)
Paralamas do Sucesso
Relespública, Mosha & Woyzeck (show)
Reading 99
O maravilhoso mundo grátis
"Eu vou enfiar um palavrão"
Jason (entrevista)
Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch
Noel & Liam Gallagher
Manu Chao
Jason pelo Nordeste
V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba, Capital do Rock"
Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes do Limbo
Sala Especial
Al Green
Bowery Electric
Jamiroquai
Flaming Lips
Gong - Show de 30 anos
Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é Louphas?
Por dentro da Holiday Records
Chacina no litoral paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos Beatles
Genesis -
"The Way of Vaselines"
Vamos nos encontrar no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto 
Relespública  
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria 
Rodrigo Lariú lembra de bons shows
Festivais no Nordeste
O último show do Brincando de Deus

Conheça Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini no Rio
Uma geral no ano passado em Sampa
Cadê o público nos shows?
As dez melhores bandas de Curitiba
Pelo fim da reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"

Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco

----- -----

Hosted by www.Geocities.ws

1