FREE JAZZ VEM AÍ

1999
mais que música

Atualizado todo dia.

Histórias: Já
Um espaço pra textos diferentes, atualizado diariamente

Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

17.SET.1999

CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO NORTE-AMERICANO
Por Cassiano Fagundes

ALEX CHILTON - UM HOMEM CHAMADO DESTRUIÇÃO

Nas últimas semanas de fevereiro enquanto procurava bons shows no jornal eu passava os olhos pelo nome Alex Chilton. Estudei algumas vezes a idéia de checá-lo ao vivo, mas sempre acabava desistindo, ou porque o show seria em New Jersey e sold out, ou porque havia sempre outra coisa para ver no mesmo horário e mais perto de casa. Além disso o caboclo (eu) acaba inconscientemente assimilando as besteiras que a imprensa local fala sobre o show desse homem, sobre como o cara vive às custas do passado e bla bla bla, como se esse tipo de coisa realmente me preocupasse. Até o dia em que decidi ouví-lo no Coney Island High, em Manhattan.

Chilton é ovelha negra da música pop. Depois de emplacar alguns hits nos anos 60 com os Box Tops (há quem traçasse paralelos entre eles e os Monkees no quesito armacões legais), o então garoto de Memphis formou uma das mais influentes e injustiçadas bandas dos 70, o Big Star. Ao lado de Chris Bell, que posteriormente lançaria o solo seminal I am the Cosmos, Chilton produziu uma pérola que ecoou nos discos do R.E.M., Teenage Fanclub e uma cambada de outros. Estou falando do #1 Record, a estréia do Big Star, de 72.

Naquele ano, a fórmula do blues pesado havia sido canonizada pelo Led Zeppelin assim como o Black Sabbath mostrava ao mundo como chacoalhar a cabeleira com os mesmos riffs do delta, mais o suingue do demo. Lynyrd Skynyrd emplacava, os Stones ditavam o rock'n'roll espartano e um punhado de garotos dos dois lados do atlântico tentavam repetir os feitos de Rod Sewart e os Faces. Não havia lugar para uma banda tão ligada nas melodias dos anos 60 (no britpop original a la Beatles, Kinks, etc). Aliás, nem mesmo os ingleses queriam mais soar ingleses. O som da America, direto e tosco, enchia os charts e os bolsos dos figurões de gravadoras.

O Big Star pode ter inaugurado o power pop, músicas ricas em melodia tocadas com toda a força daquela era, mas isso infelizmente aconteceu sem o apoio do público. Para piorar, haviam assinado com a Ardent, uma subdivisão da Stax, o selo máximo da soul music, que não sabia como lidar e distribuir uma banda de rock. Logo depois Chris Bell abandona o barco, Chilton lança no ano seguinte Radio City, e grava Sister Lovers, que só viria a ser lançado em 78, ano em que se rendeu ao baixo astral acompanhado de muita birita e um par de seringas.

No mesmo ano, Bell morreria deprimido, em um acidente de carro. E apesar do apoio da crítica, a personalidade temperamental de Chilton manteria seu legado longe da consagracão por mais algum tempo. Na década de 80, Chilton lança alguns discos esquisitos sem o Big Star, como"Like Flies on Sherbert, onde detona o country, avacalha o rockabilly, e sem querer, inaugura a adoracão por sua personalidade caótica: Os Replacements colocam o vinil no topo de sua coleção. De repente Chilton se vê cercado por admiradores, os discos do Big Star são procurados por todos os cantos e quando achados valem até 100 dólares a peça. O R.E.M. cita a banda como influência essencial. O R.E.M. alcança a fama. Bam! Chilton acaba na boca do povo.

Alex Chilton vira lenda cult na Grã Bretanha quando o Teenage Fanclub revela sua fonte de inspiração. De repente todo mundo que prestava estava falando do cara, de Bob Gillespie a Joey Ramone. Chilton se limpa, reúne o Big Star, recrutando alguns dos Posies, e lança um excelente álbum ao vivo.

Todos achavam que a partir dali começaria sua redencão. Se quisesse, isso teria acontecido, mas o sujeito que trocou uma batida de bateria da música Downs (Sister Lovers) por o som de uma bola de basquete pulando só para frustrar as tentativas da gravadora de torná-la um hit  não parece se preocupar. Aos invés de lançar o álbum com o qual todos sonhavam, ele grava Cliches com uma banda de bar, jazzinhos bem vagabundos que não fazem jus à sua genialidade. E olhe só o nome de seu album de 96: A Man Called Destruction.

O SHOW
Eu estava desconfiado que Chilton poderia fazer de tudo para afastar o hype de seu caminho, entrei no clube já esperando um set irregular, com poucas músicas do Big Star. Pensei: se ele tocar Down the street e Thirteen, já valeu. Adolescentes fãs do Nada Surf se misturavam entre o pessoal de 30 e poucos anos genuinamente interessados. Afinal, quem é esse sujeito de quem tanto falam por aí?

O set de Chilton não  deu as pérolas aos porcos e isso não fez a mínima diferença. Sua  maestria na guitarra foi o tempero, uma Gretsch antiga que apitava o tempo inteiro. O estilo inconfundivel de Chilton estava lá em sua releitura do clássico dos Box Tops The Letter ( é ele se preparando para a volta da banda). O baixista parecia meu tio-avô e provavelmente estava meio inseguro porque "meu Deus, toda aquela gente ali na sua frente, deveríamos ter ensaiado mais Alex", imaginei ouví-lo.

É claro que não faltaram os jazzinhos vagabundos, nem as country ballads, nem nada. É que isso não foi o suficiente para tirar o sorriso do meu e de todos os rostos presentes. Isso tambem não aconteceu quando a negatividade que cerca Chilton se evidenciava nos detalhes, como no junkie que começou a pogar acertando bordoadas no pessoal que estava mais perto do palco, ou no seu amplificador que queimou e teve que ser substituído pelo do guitarrista do Nada Surf.

E a única música do Big Star só foi aparecer no bis: Down the Street, que está na abertura do seriado That 70s Show, uma comediazinha ambientada nos anos 70 que está fazendo um certo sucesso por aqui. No final, com um rosto contorcido pela felicidade e os olhos que só os índios velhos que perderam suas terras para o homem branco mas não a tal da dignidade têm, Chilton conversou com os fãs, fez piadinhas e foi embora. Que
gente fina.

Toy Shop
Martin Rev (Suicide)
Yellow Submarine
Punk Rock em Curitiba
Grenade
Mutantes
Bruce Whitney (Kranky Records)
Cotton Mather
Por Fora do Eixo (setembro)
Thomas Pappon
Pequenas Capitanias (setembro)
Mercury Rev (show)
Paralamas do Sucesso
Relespública, Mosha & Woyzeck (show)
Reading 99
O maravilhoso mundo grátis
"Eu vou enfiar um palavrão"
Jason (entrevista)
Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch
Noel & Liam Gallagher
Manu Chao
Jason pelo Nordeste
V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba, Capital do Rock"
Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes do Limbo
Sala Especial
Al Green
Bowery Electric
Jamiroquai
Flaming Lips
Gong - Show de 30 anos
Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é Louphas?
Por dentro da Holiday Records
Chacina no litoral paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos Beatles
Genesis -
"The Way of Vaselines"
Vamos nos encontrar no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto 
Relespública  
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria 
Rodrigo Lariú lembra de bons shows
Festivais no Nordeste
O último show do Brincando de Deus

Conheça Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini no Rio
Uma geral no ano passado em Sampa
Cadê o público nos shows?
As dez melhores bandas de Curitiba
Pelo fim da reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"

Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco

----- -----

Hosted by www.Geocities.ws

1