Se você quiser escrever para
o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um
carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras
pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta
escrever para a gente.
27.SET.1999
RESENHAS
COMUNIDADE NINJITSU
Broncas Legais
(Rock it!)
Por Abonico Smith
Depois de anos de muita enrolação, com o
lançamento do disco sofrendo atrasos por causa do entra-e-sai de gravadoras, a estréia
fonográfica do grupo gaúcho Comunidade Nin-Jitsu finalmente vê a luz do dia. E, de
fato, não poderia ter vindo em melhor hora.
Neste meio tempo, o rap estourou no Brasil e os
Racionais MCs fizeram a indústria perceber o poder verborrágico da periferia. Junto com
o aumento da violência, o rhythm and poetry veio como um furacão para tomar conta das
rádios e fazer as gravadoras mais uma vez correrem feito loucas para cada qual capturar
seus representantes do gênero e garantir um pouco da fatia financeira pós-Mano Brown.
O grande problema, mais uma vez, foi a grande
falta de visão dos engravatados executivos de escritório. Como o Racionais faz a linha
gangsta, todo mundo acabou enveredando justamente para esta linha do rap.
Parece que o segmento no Brasil se reduz a tiros, morte, favelas, opressão e muita queda
à conscientização social. E todo mundo que conhece e gosta de rap sabe que ele não é
só isso.
Devidamente adotado por Dado Villa-Lobos e seu
selo independente (que volta a não ter qualquer relação com grandes gravadoras
nacionais), a Comunidade Nin-Jitsu chega para mudar este cenário. Formada por cinco
garotos branquelos e bem-nascidos de Porto Alegre, a banda está mais interessada em zoar.
E fazer festa, que é o princípio básico do rap. Suas letras enveredam pelos lados do
humor, descontração e muitas piadinhas. Sexismo escancarado, palavrões e intermináveis
gozações (algumas vezes primando pelo politicamente incorreto) também são parte
integrante dos versos detonados pelos rappers Mano Changes e Fredi Engres, também
guitarrista. Qualquer semelhança com os Beastie Boys em início de carreira é
definitivamente mais do que mera coincidência.
A receita sonora da Comunidade Nin-Jitsu deve
mesmo muito a um dos maiores nomes do selo Def Jam (comandado pelo produtor-guru Rick
Rubin e que lançou na década passada outros pilares fundamentais do rap como Public
Enemy e LL Cool J). Para a posse do Mano Changes o rap também não está centrado em seu
próprio umbigo de programações e sampleagens. Suas fronteiras musicais são bastante
extensas. O flerte maior é com o rock. Afinal, se a Comunidade é formada por um
vocalista principal e quatro músicos, nada mais natural que teclados, guitarras
distorcidas (comandando riffs metálicos matadores, em mais uma referência explícita a
Licensed To Ill, o primeiro álbum dos beasties) e cozinha orgânica compusessem a maior
parte dos arranjos.
A mão cheia de Edu K na produção dá mais um
pouco de brilho ao disco. O eterno vocalista do DeFalla impingiu muito de sua
versatilidade aos conterrâneos e calibrou o som da Comunidade nos tiros certeiros em
direção ao miami bass (subvertente do rap que deu origem ao tal funk dos morros do Rio
de Janeiro, o que explica volta e meia o hilário e exagerado carioquês em várias
faixas), charm, raggamuffin, disco, reggae, funk, soul, techno europeu e até mesmo pop
radiofônico (nem mesmo "Der Komissar", hit do falecido popstar austríaco
Falco, escapa de ter uma peculiar versão em português). Há ainda cítara e castanhola
escondidas e algumas escalas nipônicas. Discretas citações (Run-DMC, Fito Paez, Naughty
By Nature, Shabba Ranks, Marvin Gaye e o tema do desenho Beavis & Butt-Head) também
podem ser captadas por ouvidos mais atentos a pequenos detalhes.
"Detetive", um dos maiores hits já
exportados pelas rádios gaúchas e vencedor da categoria democlipe do Video Music Brasil
de 1997, é o carro-chefe do disco. Se o refrão gruda no cérebro já na primeira
audição, as estrofes também ajudam na paixão imediata. Changes apela para
reminiscências de criança e tece toda a letra naquele velho esquema comparativo de
"meu pai é melhor que o teu" (quem, aliás, já não teve este conflito com
algum amiguinho na infância?).
Este engraçado conflito boca-suja entre filhos
de policial e despachante é apenas uma das várias histórias do quinteto. No repertório
de Changes e Fredi há outras tantas. Como a do analfabeto apaixonado que é traído pelo
amigo ("Melô do Analfabeto", beastie até a alma); das conversas-fiadas de
boteco ("M* de Bar", outra faixa beastie); da timidez sexual curada por aditivos
alcoólicos ("Rap do Trago"); dos delírios nipo-chicanos ("CNJ"); da
muler tarada ("Tia Nega"); da erva digestiva ("Just"); do futuro pai
("Rap dos 9 Meses"); da cantada eufemística para alguns momentos de sucção
("Quero Te Levar", misto de soul seventie a la Tim Maia e rap romântico tipo
Sampa Crew); e do incansável galanteador ("Pastilha de Prosa").
Broncas Legais, entretanto, não esconde seu
calcanhar de aquiles. Gravado há tanto tempo, o disco talvez funcionasse melhor se
tivesse sido lançado mais cedo, quando gracinhas ainda funcionavam no rock
verde-e-amarelo. Por mais que a produção musical seja bem cuidada e de primeira, piadas
tornam-se cansativas e perdem a graça depois de ouvidas muitas vezes. E quase todo mundo
já está tão enjoado de tanta clonagem fajuta dos Mamonas Assassinas que quem se
propuser a compor a sério tem maiores vantagens atualmente.
"Esporro!"
e "Guerrilha"
CMJ
Music Fest
Pensamentos
Felinos (setembro)
Echo
& the Bunnymen (show)
Stela
Campos
Jim
O'Rourke
atenciosamente,
(setembro)
Luiz
Gustavo (Pin Ups)
Relespública
(Diário de Bordo)
Alex
Chilton
Toy
Shop
Martin
Rev (Suicide)
Yellow
Submarine
Punk
Rock em Curitiba
Grenade
Mutantes
Bruce
Whitney (Kranky Records)
Cotton
Mather
Por
Fora do Eixo (setembro)
Thomas
Pappon
Pequenas
Capitanias (setembro)
Mercury
Rev (show)
Paralamas
do Sucesso
Relespública,
Mosha & Woyzeck (show)
Reading
99
O
maravilhoso mundo grátis
"Eu
vou enfiar um palavrão"
Jason
(entrevista)
Pôneifax,
Walverdes e Tom Bloch
Noel
& Liam Gallagher
Manu
Chao
Jason
pelo Nordeste
V99 (festival
com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy
Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba,
Capital do Rock"
Divine,
Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes
do Limbo
Sala
Especial
Al
Green
Bowery
Electric
Jamiroquai
Flaming
Lips
Gong -
Show de 30 anos
Megatério
(agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta
(agosto) - O jazz morreu
Rolling
Stones
Mercenárias
"Paul's
Boutique"
"Tim Maia
Racional"
Kraftwerk
Sugar
Hill Records
Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming
Lips
Ultraje a
Rigor
"Kurt
& Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals
Pavement
MEGATÉRIO - Omar
Godoy
WICKED, MATE - 90 (de
Londres)
REVOLUCIÓN
1,99 - Edu K
atenciosamente,
- Rodrigo Lariú
Red Hot
Chili Peppers
Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos
Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage
Riot
Grenade
Lulu
Santos
Liam
Howlett
4-Track
Valsa
Chemical
Brothers (show)
Yo La
Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr.
John
Memê
"Drinking
from Puddles"
Capital
Inicial (show)
Jon
Spencer Blues Explosion (show)
Homelands
(festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim,
Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The
Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon
Tobin
Sepultura/Metallica
(show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?
Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon
Parish (show)
Cornelius
"Post-punk
chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último
volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry
Rollins
Jon
Carter
Afrika
Bambaataa
O pai
do rock brasileiro
Nova
História do Pop
Grave
sua própria fita
C86
Medo
do novo
Digital
Delay
No
shopping com Status Quo
Fita
ou demo?
Solaris
A história do
indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los
Hermanos
Eletrônicos e
bicões
Kólica, Pupila e
Total Fun
As hortas musicais de
Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the
Fucking Power"
Relespública
(show)
Trap
Johnattan Richman
(show)
Little Quail & the
Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix
Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de
música"
O CD ou a vida
(quase)
A bossa nova
contra-ataca o Brasil
Um pouco de
educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na
tábua
O Mercury Rev que não
foi
Um banquinho, um violão
e Dee Dee Ramone
Escalação pro
Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de
Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock,
Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é
Louphas?
Por dentro da
Holiday Records
Chacina no litoral
paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos
Beatles
Genesis -
"The Way of
Vaselines"
Vamos nos encontrar
no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal
fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues
Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival
(shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist
Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto
Relespública
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre
elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri
do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço
mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala
de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as
dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP
CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria
Rodrigo Lariú lembra
de bons shows
Festivais no
Nordeste
O último show do
Brincando de Deus
Conheça
Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini
no Rio
Uma geral no ano
passado em Sampa
Cadê o público nos
shows?
As dez melhores bandas
de Curitiba
Pelo fim da
reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares
Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet
Goldmine"
Autoramas
(show)
Grenade
Chemical Brothers
(show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar
1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do
lado deles.
Os textos só
poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco
----- ----- |