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Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

19.OUT.1999

RESENHAS
LEGIÃO URBANA
Acústico

(EMI)
Por Alexandre Matias

"QUÊ?!", exclama Renato Russo, "’cês acham que é piada?". O público havia acabado de rir à possibilidade de ver seu ídolo cogitar "tocar uma do Menudo". O vocalista, sempre irônico e honesto ao mesmo tempo, logo desconversa: "Eu não vou cantar a do Menudo não, eu fico com vergonha". Mas logo é provocado ao descobrir que não estava sendo gravado - era mentira - e canta a balada Hoje A Noite Não Tem Luar, hit menor do grupelho porto-riquenho. E, fingindo nos revelar mais uma pérola pop, prova que o segredo de uma canção é a forma que você a interpreta.

Legião Urbana Acústico, que está sendo lançado numa parceria da MTV com a gravadora EMI, é mais uma prova que o grupo brasiliense era muito mais do que os discos que gravavam. Qualquer um que tenha ido a qualquer show do Legião sabe o quanto metade do talento da banda estava na constante cumplicidade de Renato Russo com a platéia. Às vezes bem humorado, às vezes ranzinza, ele apenas exteriorizava sentimentos que sua procissão de fãs também sentia. Nas canções, formalizava-os em forma de crônicas de uma ampla classe média ou listas de conceitos e dogmas a serem seguidos e perseguidos. Nos intervalos destas, conversava com o público como se estivesse num barzinho. Num porre interminável ou num bom humor invejável - como é o caso deste Acústico -, o vocalista do Legião Urbana se entregava a seus ouvintes, expondo sentimentos como que para um amigo. "Ela não é bonitinha?", ri depois de cantar a canção que será o carro-chefe do novo disco. O público não consegue discordar.

Gravado no dia 28 de janeiro de 1992, o Acústico do Legião Urbana era a primeira vez que um grupo de rock nacional se submetia ao tratamento Unplugged. Era, também, o primeiro Acústico pra valer da MTV brasileira. O anterior havia sido o músico João Bosco, mas - João Bosco já não é acústico por definição? O Legião Urbana parecia a escolha mais óbvia para estrear o programa de verdade. Afinal foi o Legião quem desafiou o próprio punk interior com um violão quando lançou seu segundo disco, Dois, em 1986. Canções como Eduardo e Mônica, Eu Sei, Faroeste Caboclo, Quase Sem Querer e quase todo o Quatro Estações (de 1989) traziam o violão de cordas de náilon em primeiro plano, quase sempre um contraponto às raízes barulhentas do grupo.

Ao mesmo tempo, Renato Russo vinha crescendo como vocalista. Ao mesmo tempo em que desenvolvia sua intimidade com o palco, o líder do grupo aprendia a utilizar sua bela voz. Na época da gravação do programa, o grupo atravessava sua obra mais complexa e ousada, o disco V, em que o Legião se entregava aos exageros barrocos dos anos 70. Ali, Russo começava a perceber o amplo alcance de sua voz e interpretação - e como isso combinado ao próprio carisma natural poderia se tornar uma mistura explosiva.

O especial de 92 captura o grupo no meio deste aprendizado, experimentando versões diferentes para as próprias músicas. O laboratório criado pelo grupo no centro do pequeno palco onde, de jeans e camiseta, violões e bateria, ensaiaram as possibilidades daquilo que se tornaria um dos mais subestimados trabalhos do grupo, o belo O Descobrimento do Brasil.

O show começa com Baader-Meinhoff Blues, do primeiro disco, tocada por Dado Villa-Lobos com um slide que muda - mas não tanto - a canção. Índios dá seqüência como "a mais difícil de todas" e ao mesmo tempo "especial", num arranjo que lembra um "fado grego", como o próprio autor constata. "Sexo seguro ou nada de sexo", fala, em inglês, o mesmo cara que mais à frente se diz sentir-se só se canta uma música em inglês, entre Mais do Mesmo e Pais e Filhos. Então Russo, apenas observado por Dado e pelo baterista Marcelo Bonfá, canta a música do Menudo com a seriedade que mais tarde cantaria Madonna e Laura Pausini (em seus dois discos solo, respectivamente).

O grupo segue com Sereníssima - cuja concentração da platéia tira a de Renato - e Teatro dos Vampiros, ambas do V, em versões definitivas. Esta última, explica o vocalista, era uma música sobre a "Tê-Vê!", enfatiza as iniciais do título como se as maiúsculas já não fossem óbvias demais.

É chegada a hora das versões, com o grupo homenageando Neil Young (On the Way Home, do Buffalo Springfield), PiL (Rise), Jesus & Mary Chain (Head On) e Joni Mitchell (The Last Time I Saw Richard). Não é preciso descobrir porque a banda escolheu canções com frases como "raiva é energia", "como me sinto hoje à noite/ eu não me importaria se morresse" e "todos os românticos têm o mesmo destino/ bêbados e cínicos enchendo alguém em um café escuro".

O set termina com duas longas (Metal Contra as Nuvens e Faroeste Caboclo) e duas curtas (Há Tempos e Eu Sei). O clima de roda de violão que o Legião impôs ao erguer a acústica ao punk rock e a inspirada noite que o grupo atravessou transformam o Acústico (que passa na próxima sexta, às 22h, com reprises no sábado, às 14h30 e 20h30, e no domingo, às 16h30, na MTV). "Que nada gente, essa coisa de timidez é toda ensaiada", brinca o vocalista, exercitando a tal cumplicidade com o público durante pouco mais de 1h de show. Um ótimo registro de um belo show de uma banda que fez shows históricos. Acústico é a chance particular que todos aqueles que não assistiram a um concerto do grupo tem de colocar este débito em dia.

Stereolab
Cut Chemist / Shortkut
Pavement
"Vocabulário de Música Pop"
Red Hot Chili Peppers (show)
MV Bill
Thee Butchers' Orchestra
Zen Arcade - Hüsker Dü
Ozomatli
Pato Fu
Los Hermanos
Nocaute
Mosha (show)
Down by Law
Tricky / DJ Muggs
Los Hermanos
Grenade & Thee Butchers' Orchestra
Rebeca Matta
Man or Astroman?
Abbey Road
Os Catalépticos (show)
Comunidade Ninjitsu
"Esporro!" e "Guerrilha"
CMJ Music Fest
Pensamentos Felinos (setembro)
Echo & the Bunnymen (show)
Stela Campos
Jim O'Rourke
atenciosamente, (setembro)
Luiz Gustavo (Pin Ups)
Relespública (Diário de Bordo)
Alex Chilton
Toy Shop
Martin Rev (Suicide)
Yellow Submarine
Punk Rock em Curitiba
Grenade
Mutantes
Bruce Whitney (Kranky Records)
Cotton Mather
Por Fora do Eixo (setembro)
Thomas Pappon
Pequenas Capitanias (setembro)
Mercury Rev (show)
Paralamas do Sucesso
Relespública, Mosha & Woyzeck (show)
Reading 99
O maravilhoso mundo grátis
"Eu vou enfiar um palavrão"
Jason (entrevista)
Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch
Noel & Liam Gallagher
Manu Chao
Jason pelo Nordeste
V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba, Capital do Rock"
Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes do Limbo
Sala Especial
Al Green
Bowery Electric
Jamiroquai
Flaming Lips
Gong - Show de 30 anos
Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
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Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
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Chacina no litoral paranaense
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A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
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1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

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