Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente. 19.OUT.1999 RESENHAS "QUÊ?!", exclama Renato Russo, "cês acham que é piada?". O público havia acabado de rir à possibilidade de ver seu ídolo cogitar "tocar uma do Menudo". O vocalista, sempre irônico e honesto ao mesmo tempo, logo desconversa: "Eu não vou cantar a do Menudo não, eu fico com vergonha". Mas logo é provocado ao descobrir que não estava sendo gravado - era mentira - e canta a balada Hoje A Noite Não Tem Luar, hit menor do grupelho porto-riquenho. E, fingindo nos revelar mais uma pérola pop, prova que o segredo de uma canção é a forma que você a interpreta. Legião Urbana Acústico, que está sendo lançado numa parceria da MTV com a gravadora EMI, é mais uma prova que o grupo brasiliense era muito mais do que os discos que gravavam. Qualquer um que tenha ido a qualquer show do Legião sabe o quanto metade do talento da banda estava na constante cumplicidade de Renato Russo com a platéia. Às vezes bem humorado, às vezes ranzinza, ele apenas exteriorizava sentimentos que sua procissão de fãs também sentia. Nas canções, formalizava-os em forma de crônicas de uma ampla classe média ou listas de conceitos e dogmas a serem seguidos e perseguidos. Nos intervalos destas, conversava com o público como se estivesse num barzinho. Num porre interminável ou num bom humor invejável - como é o caso deste Acústico -, o vocalista do Legião Urbana se entregava a seus ouvintes, expondo sentimentos como que para um amigo. "Ela não é bonitinha?", ri depois de cantar a canção que será o carro-chefe do novo disco. O público não consegue discordar. Gravado no dia 28 de janeiro de 1992, o Acústico do Legião Urbana era a primeira vez que um grupo de rock nacional se submetia ao tratamento Unplugged. Era, também, o primeiro Acústico pra valer da MTV brasileira. O anterior havia sido o músico João Bosco, mas - João Bosco já não é acústico por definição? O Legião Urbana parecia a escolha mais óbvia para estrear o programa de verdade. Afinal foi o Legião quem desafiou o próprio punk interior com um violão quando lançou seu segundo disco, Dois, em 1986. Canções como Eduardo e Mônica, Eu Sei, Faroeste Caboclo, Quase Sem Querer e quase todo o Quatro Estações (de 1989) traziam o violão de cordas de náilon em primeiro plano, quase sempre um contraponto às raízes barulhentas do grupo. Ao mesmo tempo, Renato Russo vinha crescendo como vocalista. Ao mesmo tempo em que desenvolvia sua intimidade com o palco, o líder do grupo aprendia a utilizar sua bela voz. Na época da gravação do programa, o grupo atravessava sua obra mais complexa e ousada, o disco V, em que o Legião se entregava aos exageros barrocos dos anos 70. Ali, Russo começava a perceber o amplo alcance de sua voz e interpretação - e como isso combinado ao próprio carisma natural poderia se tornar uma mistura explosiva. O especial de 92 captura o grupo no meio deste aprendizado, experimentando versões diferentes para as próprias músicas. O laboratório criado pelo grupo no centro do pequeno palco onde, de jeans e camiseta, violões e bateria, ensaiaram as possibilidades daquilo que se tornaria um dos mais subestimados trabalhos do grupo, o belo O Descobrimento do Brasil. O show começa com Baader-Meinhoff Blues, do primeiro disco, tocada por Dado Villa-Lobos com um slide que muda - mas não tanto - a canção. Índios dá seqüência como "a mais difícil de todas" e ao mesmo tempo "especial", num arranjo que lembra um "fado grego", como o próprio autor constata. "Sexo seguro ou nada de sexo", fala, em inglês, o mesmo cara que mais à frente se diz sentir-se só se canta uma música em inglês, entre Mais do Mesmo e Pais e Filhos. Então Russo, apenas observado por Dado e pelo baterista Marcelo Bonfá, canta a música do Menudo com a seriedade que mais tarde cantaria Madonna e Laura Pausini (em seus dois discos solo, respectivamente). O grupo segue com Sereníssima - cuja concentração da platéia tira a de Renato - e Teatro dos Vampiros, ambas do V, em versões definitivas. Esta última, explica o vocalista, era uma música sobre a "Tê-Vê!", enfatiza as iniciais do título como se as maiúsculas já não fossem óbvias demais. É chegada a hora das versões, com o grupo homenageando Neil Young (On the Way Home, do Buffalo Springfield), PiL (Rise), Jesus & Mary Chain (Head On) e Joni Mitchell (The Last Time I Saw Richard). Não é preciso descobrir porque a banda escolheu canções com frases como "raiva é energia", "como me sinto hoje à noite/ eu não me importaria se morresse" e "todos os românticos têm o mesmo destino/ bêbados e cínicos enchendo alguém em um café escuro". O set termina com duas longas (Metal Contra as Nuvens e Faroeste Caboclo) e duas curtas (Há Tempos e Eu Sei). O clima de roda de violão que o Legião impôs ao erguer a acústica ao punk rock e a inspirada noite que o grupo atravessou transformam o Acústico (que passa na próxima sexta, às 22h, com reprises no sábado, às 14h30 e 20h30, e no domingo, às 16h30, na MTV). "Que nada gente, essa coisa de timidez é toda ensaiada", brinca o vocalista, exercitando a tal cumplicidade com o público durante pouco mais de 1h de show. Um ótimo registro de um belo show de uma banda que fez shows históricos. Acústico é a chance particular que todos aqueles que não assistiram a um concerto do grupo tem de colocar este débito em dia. StereolabCut Chemist / Shortkut Pavement "Vocabulário de Música Pop" Red Hot Chili Peppers (show) MV Bill Thee Butchers' Orchestra Zen Arcade - Hüsker Dü Ozomatli Pato Fu Los Hermanos Nocaute Mosha (show) Down by Law Tricky / DJ Muggs Los Hermanos Grenade & Thee Butchers' Orchestra Rebeca Matta Man or Astroman? Abbey Road Os Catalépticos (show) Comunidade Ninjitsu "Esporro!" e "Guerrilha" CMJ Music Fest Pensamentos Felinos (setembro) Echo & the Bunnymen (show) Stela Campos Jim O'Rourke atenciosamente, (setembro) Luiz Gustavo (Pin Ups) Relespública (Diário de Bordo) Alex Chilton Toy Shop Martin Rev (Suicide) Yellow Submarine Punk Rock em Curitiba Grenade Mutantes Bruce Whitney (Kranky Records) Cotton Mather Por Fora do Eixo (setembro) Thomas Pappon Pequenas Capitanias (setembro) Mercury Rev (show) Paralamas do Sucesso Relespública, Mosha & Woyzeck (show) Reading 99 O maravilhoso mundo grátis "Eu vou enfiar um palavrão" Jason (entrevista) Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch Noel & Liam Gallagher Manu Chao Jason pelo Nordeste V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C) "Curitiba, Capital do Rock" Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella Vermes do Limbo Sala Especial Al Green Bowery Electric Jamiroquai Flaming Lips Gong - Show de 30 anos Megatério (agosto) - A Noite do P* no C* Marreta (agosto) - O jazz morreu Rolling Stones Mercenárias "Paul's Boutique" "Tim Maia Racional" Kraftwerk Sugar Hill Records Second Come R.E.M. Built to Spill Eddie Flaming Lips Ultraje a Rigor "Kurt & Courtney" Moby clonedt Mark Sandman Suede Plebe Rude Rentals Pavement MEGATÉRIO - Omar Godoy WICKED, MATE - 90 (de Londres) REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K atenciosamente, - Rodrigo Lariú Red Hot Chili Peppers Underworld Prodigy Hojerizah Raimundos Plebe Rude Wilco Little Quail Chemical Brothers Atari Teenage Riot Grenade Lulu Santos Liam Howlett 4-Track Valsa Chemical Brothers (show) Yo La Tengo + Jad Fair "Select" Dr. John Memê "Drinking from Puddles" Capital Inicial (show) Jon Spencer Blues Explosion (show) Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros) Divine "The Best of Sugar Hill Records" Ambervisions Amon Tobin Sepultura/Metallica (show) Mocket Stereophonics Headache Fatboy Slim Cassius Paul Oakenfold Silver Jews Amon Tobin Inocentes Sepultura Outropop Pensamentos Felinos Loniplur atenciosamente, Swervedriver e Mogwai Comédias Pequenas Capitanias Por Fora do Eixo Arroz com Pequi Marreta? Das Margens do Tietê Distancity Leite Quente Londrina Chamando Por Aí T-Rex Kurt Cobain Bob Dylan Nuggets Sebadoh Los Hermanos Kiss (show) Mestre Ambrósio Jesus Lizard Maxixe Machine Fish Lips Silverchair PJ Harvey e Jon Parish (show) Cornelius "Post-punk chronicles" Blur (show) Garage Fuzz Pólux (show) Marcos Valle Astromato French Fried Funk Sublime Leia no último volume Na Lata! Miniestórias Blur Ira! Sleater-Kinney Goldie Henry Rollins Jon Carter Afrika Bambaataa O pai do rock brasileiro Nova História do Pop Grave sua própria fita C86 Medo do novo Digital Delay No shopping com Status Quo Fita ou demo? Solaris A história do indie baiano Prot(o) e Rumbora Monstro Discos Carnaval e Los Hermanos Eletrônicos e bicões Kólica, Pupila e Total Fun As hortas musicais de Curitiba Ala Jovem Brian Wilson Limpando os remédios Amor e Luna Massive Attack Blondie "You've Got the Fucking Power" Relespública (show) Trap Johnattan Richman (show) Little Quail & the Mad Birds High Llamas Thurston Moore Red Meat Los Djangos Bad Religion (show) Vellocet Jon Carter (show) Raindrops Jimi Hendrix Experience Fun Lovin' Criminals Garbage Tom Zé Câmbio Negro Catalépticos Lobão Cowboys Espirituais Max Cavalera Escrever "de música" O CD ou a vida (quase) A bossa nova contra-ataca o Brasil Um pouco de educação não faz mal a ninguém Fé em Deus e pé na tábua O Mercury Rev que não foi Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone Escalação pro Abril Pro Rock 99 Dago Red Festivais na Bahia Chutando o futuro de Brasília Ê, Goiás Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken Você sabe o que é Louphas? 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