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1536 João Calvino publica As instituías
da religião cristã
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Calvino
João Calvino, o maior teólogo do Cristianismo depois de
Agostinho, bispo de Hipona, nasceu em Noyo, França, a 10 de julho
de 1509 e morreu em Genebra, Suíça, a 27 de maio de 1564.
Estudou em Paris, Orleans e Bourges. Aceitou os princípios de Reforma
em 1528 e foi expulso de Paris. Em 1536, em Basiléia, publicou
"Instituições da Religão Cristã"
obra que se tornou a base da doutrina de todas as igrejas protestantes,
menos a luterana. Em 1536, Calvino refugiou-se em Genebra, onde viveu
até à morte, com exceção de alguns anos de
exílio. A Academia Protestante que Calvino fundou, juntamente com
Teodoro Beza e outros reformadores, transformou-se no centro principal
do protestantismo na Europa. As teologias calvinista e luterana possuem
características racionais e radicais que inspiraram os movimentos
liberais dos tempos modernos, tanto no que se refere ao Estado como também
à igreja, e contribuíram poderosamente para o progresso
e para a democracia em todo o mundo.
"Cada folha de grama e cada cor no mundo foram criadas com o objetivo
de nos alegrar", escreveu um homem acusado, muitas vezes, de promover
um cristianismo sem alegria. Aqueles que o conheciam bem respeitavam sua
piedade e não teriam ficado surpresos com essas palavras que foram
escritas de próprio punho.
Certamente, João Calvino era bastante disciplinado e, após
tomar uma decisão, permanecia firme naquela direção.
Seus estudos na área de Direito desenvolveram seu talento para
o pensamento lógico, o que ele transpôs para seus estudos
na área de Teologia.
Em uma "breve conversa" ocorrida em algum momento do ano 1533,
"Deus me conquistou e levou meu coração à mansidão",
disse Calvino. Aparentemente, ele teve contato com os textos de Lutero.
Calvino rompeu com o catolicismo, saiu de sua terra natal, a França,
e estabeleceu seu exílio na Suíça.
Em 1536, aos 27 anos, Calvino publicou a primeira edição
das Institutas da religião cristã, uma teologia sistemática
que claramente defendia os ensinamentos da Reforma. Impressionado com
os escritos de Calvino, Cuilherme Farei, reformador genebrino, persuadiu-o
a vir e a ajudar na implantação da Reforma naquele país.
Ali, Calvino assumiu pesada carga de trabalho. Pastoreou a igreja de St.
Pierre e pregava em três cultos por dia. Produziu comentários
sobre quase todos os livros da Bíblia, e escreveu panfletos devocionais
e doutrinários. Enquanto desenvolvia essas atividades, lutou com
diversas enfermidades, entre elas dores de cabeça provocadas por
enxaquecas.
Calvino tinha muito a fazer para alcançar seu objetivo de transformar
Genebra no Reino de Deus na terra.
O povo daquela cidade, notório por sua moral relaxada, levantou
grande oposição quando ele tentou mudar seu estilo de vida.
Apesar disso, a influência de Calvino se espalhou por toda a Genebra.
Sua influência era bastante grande nas escolas. Ninguém podia
evitar suas reformas, pois Calvino tentava excomungar quem não
se aproximasse dos padrões das Escrituras e, assim, todos os cidadãos
de Genebra tiveram de aderir à confissão de fé de
Calvino.
Enquanto alguns se opunham às mudanças, outros as aplaudiam.
A cidade se tornou um ímã, atraindo exilados de toda a Europa.
John Knox chamou a cidade governada por Calvino de "a mais perfeita
escola de Cristo desde os dias dos apóstolos". A autoridade
moral de Calvino reformou Genebra. Seus trabalhos escritos tanto em latim
quanto em francês concederam um vigor singular ao protestantismo.
Em As institutas, sua maior obra, Calvino afirma claramente as crenças
do protestantismo. Em um volume, o reformador aborda as crenças
principais. No entanto, ele continuou a adicionar material ao seu livro
ao longo de toda a sua vida.
Ele começou com o Credo apostólico, destacando quatro pontos:
"Creio em Deus Pai [...] Jesus Cristo [...] o Espírito Santo
[...] e na santa igreja católica" — que correspondem
às quatro sessões do livro. Em cada uma, Calvino buscava
não apenas afirmar uma teologia, mas procurava aplicá-la
à vida cristã.
O Livro p? das Institutas, que contém a doutrina da predestinação,
recebeu muita atenção. Por mais insólito que pareça,
o conceito não era apenas dele, embora Calvino o tenha explicitado.
Lutero e a maioria dos outros reformadores acreditava nele. O modo vigoroso
de afirmar esse conceito fez com que uma conexão entre esse ensinamento
e o nome de Calvino fosse estabelecida.
Calvino concentrou-se de forma veemente na soberania de Deus. Ele rejeitava
o fato de a Igreja Católica ter mudado para uma teologia de salvação
pelas obras. O reformador repetia constantemente: "Você não
pode manipular Deus ou torná-lo seu devedor. Ele é quem
o salva; pois você não pode fazer isso por si mesmo".
Deus decide salvar algumas pessoas e somente ele pode saber quem é
eleito, ensinava o reformador. A vida moral pode mostrar que há
grande possibilidade de uma pessoa ter sido escolhida por Deus. Contudo,
Calvino, homem extremamente moralista e muito enérgico, insistia
em que seus seguidores deveriam mostrar sua salvação por
meio de atitudes. Ele enfatizou que os cristãos deveriam agir de
maneira a transformar o mundo pecaminoso, uma idéia que foi passada
adiante pelo calvinismo.
No Livro iv das Instituías, Calvi-no criou uma ordem eclesiástica
baseada no que ele observava nas Escrituras. A congregação
deveria eleger homens de boa moral — os presbíteros ou anciãos
— que seriam os responsáveis por guiar a igreja. Ele também
abordou a questão dos pastores, doutores (mestres) e diáconos.
As doutrinas e a política reformada, que criou, espalharam-se pela
Escócia, Polônia, Holanda e América.
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