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A Dinastia de Avis

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A r evolução de Avis (séc XIV) - Introdução

A única filha do rei de Portugal D. Fernando, D. Beatriz, casara com o Rei de Castela, pondo-se assim termo a uma série de guerras contra aquele reino, que haviam enfraquecido a economia de seu país. D. Fernando morreu alguns meses depois deste casamento. Como D. Beatriz não tinha filhos nem irmão, não havia sucessor legítimo do rei.

D. Leonor Teles, a viúva de D. Fernando, nunca fora bem vista pelo povo, pois por causa dela ele desistira de outros casamentos que teriam sido, politicamente, mais úteis ao país. Mas cabia a ela governar o reino como regente até que um filho de D. Beatriz completasse 14 anos. Assim, ela aclamou rainha D. Beatriz.

Isso desencadeou revoltas populares: as populações recusavam-se a aceitar a aclamação de uma rainha que era mulher de um rei estrangeiro (Castela), o que poderia dar origem à união dos dois países e em consequência a perda de independência de Portugal.

O povo de Lisboa pediu a D. João (filho do Rei Pedro I, mas que não fora reconhecido como tal porque sua mãe não se casara com o rei) que aceitasse lutar contra D. Beatriz e o rei de Castela, nomeando-o “Mestre de Avis”

O Rei de Castela (chamado João) retirou a regência de Leonor Teles e, intitulando-se "Rei de Portugal", dirigiu-se para Lisboa, cercando a cidade. Isso fez com que muitos burgueses finalmente aderissem á causa do Mestre de Avis. Mas a maior parte do clero e da nobreza apoiavam D. Beatriz.



 Nuno Álvares Pereira

 

Entretanto, um pequeno exército português, chefiado por D. Nuno Álvares Pereira (que apoiava o Mestre de Avis) vence os castelhanos. O aparecimento da peste nas tropas obrigou o rei de Castela a se retirar. O Mestre de Avis foi aclamado rei de Portugal.

Após um tempo, os castelhanos invadiram novamente Portugal, acontecendo, em Aljubarrota (1385) uma batalha decisiva e perigosa: mas usando a tática do quadrado e aproveitando as vantagens da colocação no terreno, as tropas portuguesas, chefiadas pelo rei D. João I e por D. Nuno Álvares Pereira, conseguiram a vitória.

A paz definitiva com Castela só veio a ser assinada em 1411. Para assinalar o acontecimento, D. João I mandou iniciar, no local, a construção do mosteiro de Santa Maria da Vitória, conhecido por mosteiro da Batalha.

 

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D. João I

D. João I - (1385-1433) - "O de Boa Memória"

 
A declaração de Coimbra (1385), que declarava rei o Mestre de Avis, como João I novo rei de Portugal e fundador de uma nova dinastia. tinha os seus fundamentos, porque a maioria da nobreza e o clero  consideravam ainda a rainha de Castela a sua herdeira de direito.
 
Mas o sentimento popular que já o tinha considerado o Mestre "Regedor e Defensor do Reino", era muito mais forte, e D. João I tinha fortes e dedicados aliados em Nuno Álvares Pereira, " o Santo Condestável", o seu campeão militar, e em João das Regras, o seu chanceler e jurista.
 

A figura de Nuno Álvares Pereira,

 

 
Independência assegurada.
 
Muitas cidades de cidades e castelos permaneceram fiéis a Castela, O rei de Castela chegou a tomar Santarém,, que teve de abandonar e a sitiar Lisboa, mas também teve que desistir devido à peste que dizimava o seu exército e atingiu a própria rainha D. Beatriz. Depois da aclamação nas cortes de Coimbra, de D. João I como rei de Portugal, D. Juan I apareceu com um forte exército no centro de Portugal. Ainda que em muito menor número, os portugueses ganharam a grande batalha de Aljubarrota ( 14 de Agosto de 1385), na qual a cavalaria Castelhana foi totalmente destroçada e Juan de Castela escapou dificilmente.
             
Antes da batalha de Aljubarrota, os portugueses tinha derrotado os castelhanos em Trancoso (Junho de 1385), e depois comandados por D. Nuno Álvares Pereira triunfaram na batalha de  Atoleiros (Abril de 1384) e depois Valverde no território de  Castela (Outubro de 1385). A vitória de Aljubarrota, seguida pelos êxitos posteriores de Nuno Álvares, asseguraram o  reino a João I  e fizeram dele um aliado desejável. Uma pequena força de arqueiros ingleses estiveram presentes em Aljubarrota. O  tratado de Windsor (9 de Maio de 1386) estabeleceu a aliança Anglo-Portuguesa, aliança até hoje permanente entre os dois reinos.
 

Tratados na História de Portugal

                              A Batalha dos Atoleiros        A Batalha de Aljubarrota         O Mosteiro da Batalha   

 

 
A Ínclita Geração
 
Jonh of Gaunt, filho de Eduardo III de Inglaterra e Duque de Lencastre, veio à Península (Julho de 1386) e tentou uma invasão de Castela conjuntamente com João I. Não teve êxito, mas os portugueses casaram com o rei a sua filha  Filipa de Lencastre (1387), irmã de Henrique IV, que introduziu vários usos ingleses em Portugal .
 
A corte portuguesa falava em francês como na Inglaterra aristocrática e oficial, os príncipes tomam nomes ( Eduardo - Edward, Henrique-Henry) e títulos de duque, à inglesa, nascendo com notáveis dotes e sendo primorosamente educados no ambiente criado por D. Filipa, preceptora da corte, constituída por gente nova.
 


Casamento de D. João I com D. Filipa de lencastre
 
Arranjaram tréguas com Castela em 1387, mas a paz só foi finalmente concluída em 1411. A vitória de João de Avis pode ser vista como uma vitória do espírito nacional contra a ligação feudal da ordem estabelecida. Como muita da antiga nobreza tinha aderido a Castela, João I recompensou os seus seguidores à custa daquela e não da coroa.
 
Em 22 de Agosto do ano da Era Juliana de 1460, o Decreto Régio de D. João I, ordenou que daí em diante se passasse a usar o ano do nascimento de Cristo como ano do começo ou referência, substituindo assim a era de César. Assim, o dia a seguir ao decreto régio, deixaria de ser o: 16 de Agosto de 1460 da Era Juliana para ser o 16 de Agosto de 1422 Era de Cristo.
 

História do Calendário

 
O comércio prosperou e o casamento de Isabel, filha de João I, com Filipe o Bom de Borgonha foi seguido pelo crescimento das estreitas relações comerciais com o seu condado da Flandres. Com a conclusão da paz com Castela, João I necessitou de uma saída para entreter os seus homens de armas e os seus próprios filhos e organiza a conquista de Ceuta (1415), a partir da qual começa a grande era das expansão dos Portugueses.
 

Paço dos Duques de Bragança

 
A Figura de D. João I - Filho bastardo de D. Pedro I e de uma dama galega de nome Teresa Lourenço, D. João I nasceu em Lisboa aos 11 de Abril de 1357 e morreu na mesma cidade a 14 de Agosto de 1433. Casa-se em Fevereiro de 1387, na cidade do Porto, com D. Filipa de Lencastre filha de Jonh of Gaunt, Duque de Lencastre. D. João I foi de facto um Rei de Boa Memória. Foi pai, foi avô e deixou a filhos e filhas, assim como aos netos, casa opulenta. A mulher satisfê-lo ao ponto de não se lhe registarem aventuras galantes para lá do matrimónio.
 
Vivendo numa época europeia turbulenta e devassa, plena de mortandades políticas e questões sangrentas entre familiares, oscilando entre o misticismo mais exagerado e o prazer mais desregrado, coeva da Guerra dos Cem Anos e dos desmandos das Duas Rosas, este rei pôde deixar de si Boa Memória e, sendo um homem, conseguiu realizar a divisa " Por Bem".
 
( Condensado de História de Portugal de A.H. de Oliveira Marques )
 
 

A Ínclita Geração


Esta designação foi cunhada por Camões, em Os Lusíadas (Canto IV, estância 50), ao referir-se aos descendentes do rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre:

"Mas, pera defensão dos Lusitanos,
Deixou, quem o levou, quem governasse
E aumentasse a terra mais que dantes:
Ínclita geração, altos Infantes."

Tal deve-se ao facto de os filhos de D. João I e D. Filipa de Lencastre - os que chegaram à idade adulta, pois os dois primeiros filhos morreram ainda crianças - terem sobressaído pelo seu elevado grau de educação, valor militar, grande sabedoria e predominância na vida pública portuguesa.


Fazem parte da Ínclita Geração. D. Duarte, que foi rei; o Infante D. Pedro, senhor de grande cultura e muito viajado, conhecido como o "Príncipe das Sete Partidas"; o Infante D. Henrique, promotor e impulsionador da gesta dos Descobrimentos marítimos; D. Isabel, mais tarde duquesa de Borgonha, sábia administradora do território governado pelo seu marido, Filipe, o Bom; o Infante D. João, designado em 1418, mestre da Ordem de Santiago de Espada; e o Infante D. Fernando, conhecido como o "Infante Santo", que morreu, em Fez, sacrificado aos interesses da pátria.
 

 

D. Duarte I

D. Duarte I " O Eloquente"(1433- 1438)

 
Durante o curto reinado do seu filho mais velho Duarte I, este tentou sem sucesso a conquistar Tanger mandando aí o terceiro filho de João I, o príncipe Henrique o Navegador, e o seu irmão mais novo Fernando, mas a expedição falhou, e Fernando foi capturado pelos Mouros e aí morreu(1443). 
 
Depois da morte de D. Duarte e até à maioridade de D. Afonso V, foram regentes D. Leonor de Aragão e Pedro, Duque de Coimbra de 1438-1439. D. Pedro foi regedor de 1438-1439. O príncipe D. João foi regente e efemeramente rei, de 1476-1477.
 

A Figura de Fernão Lopes

 
D. Duarte I nasceu em Viseu a 31 de Outubro de 1391, filho de João I e de Filipa de Lencastre. Casou com D. Leonor de Aragão. Morreu em Tomar a 9 de Setembro de 1438.
 

D. Afonso V

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D. Afonso V ( 1438 -1481 ) - "O Africano"

 
Com a morte de Duarte I, o seu filho Afonso V ainda era uma criança, e o seu irmão Pedro, duque de Coimbra, tomou a regência (1440) em vez de o fazer a viúva, Leonor de Aragão. Mas a regência de D. Pedro foi mais tarde desafiada pela poderosa família de Bragança, descendente de Afonso, filho ilegítimo de João de Aviz, e Beatriz, filha de Nuno Álvares Pereira.
 
Esta família continuou a voltar o rei contra seu tio, que foi forçado a deixar a regência, e tomar as armas, morrendo em Alfarrobeira (Maio 1449). Afonso V (1438-81) provou não ser capaz de resistir aos Braganças, que se tornaram a família mais rica e poderosa de Portugal.
 

A Figura do infante D. Pedro      Gutenberg - A Imprensa     

 

 

Conquistas de D. Afonso V em África

Após terem tomado Constantinopla, os Turcos cercam Belgrado em 1456. O papa manda pregar uma nova cruzada contra os infiéis. Quase todos os soberanos europeus fazem orelhas moucas. Só D. Afonso V corresponde ao apelo do papa e promete ir combater os Turcos com um exército de doze mil homens, iniciando logo os preparativos. 

Mas, em 1458, o papa Calisto III morre, a ameaça turca perde força, e a cruzada cai no esquecimento. As tropas que o rei português prometera conduzir aos Balcãs estão prontas para defender a Cristandade. Tinham-se feito grandes despesas e para que todo esse esforço não aparecesse como inútil, o rei resolve utilizar esses meios numa expedição ao Norte de África. 

E conquista a pequena praça de Alcácer-Ceguer, no estreito de Gibraltar, em 1458. Em 1463-1464 há nova expedição a Tânger, mas que não resulta. Em 1471, Arzila é conquistada e Tânger ocupada. Nesta última campanha participa o príncipe D. João que, com 16 anos, se bate corajosamente e é armado cavaleiro. São estas expedições a África que valem o cognome de o Africano a D. Afonso V e que lhe conferem prestígio entre a nobreza europeia. 

Como tinha casado com Joana, filha de Henrique IV de Castela, Afonso V reclamou o trono Castelhano e envolveu-se numa larga disputa com Fernando e Isabel, e foi derrotado na região de Zamora e Toro em 1476. Embarcou para França para pedir ajuda a Luís XI, mas não o conseguiu.

No seu regresso assinou com Castela o tratado de Alcáçovas (1479), abandonando os direitos da sua esposa Joana. Afonso V nunca recuperou deste seu fracasso, e durante os seus últimos anos de vida, o seu filho João administrou o reino.
 
Como os Açores e a Madeira eram desabitados, em 1439 o Príncipe Henrique foi autorizado a colonizar os Açores; e desde 1440  a sua colonização procedeu-se rapidamente cerca de 1445. O açúcar produzido na Madeira era exportado para a Europa e dava às ilhas uma grande importância económica. Ao mesmo tempo os barcos do príncipe Henrique estavam reconhecendo a costa Africana, Gil Eanes passou o Cabo Bojador em 1434 e o Rio de Ouro em 1436. A infeliz expedição contra Tanger (1437) foi seguida afinal seguida por um arranque das descobertas.
 
que as expedições que se seguiram foram equipadas com um novo e ligeiro navio, a caravela, atingiram a baía de Arguin (1443), Cabo Verde (1444), e à morte de Henrique (1460) tinham explorado toda a costa sul até à Serra Leoa. Sob o reinado de Afonso V, fizeram-se três expedições contra Marrocos (1458, 1463 e 1471); na última delas, Tanger e Arzila foram capturadas.

O norte de África

Cinco anos depois da conquista de Ceuta/a> (1415), o infante D. Henrique foi nomeado administrador da Ordem de Cristo. Seguiu-se o desastre de Tânger, em 1437, com a derrota portuguesa os portugueses adiaram o projecto de conquistar Marrocos.

No reino de D. Afonso V conquistaram-se as seguintes praças: Alcácer Ceguer (1458), Arzila (1471) e Tânger, depois dos habitantes terem fugido devido a queda de Arzila (1471). 1508), Mazagão (1513) e Azamor (1513), foram conquistadas no reinado de D. Manuel I no entanto o desastre de Mamora (1514),), em que os portugueses tentavam construir uma fortaleza, quando foram derrotados sofrendo grandes baixas, fez com que D. Manuel I perdesse interesse pelo projecto marroquino

O Convento do Varatojo      A Figura de Nuno Gonçalves

              

 
D. Afonso Vstrong> nasceu em Sintra em 15 de Janeiro de 1432, filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão, e casou em 6 de Maio de 1447 com a sua prima D. Isabel, filha de D. Pedro, Duque de Coimbra. Em 1475, D, Afonso V casa com Joana de Castela ( Joana a Beltraneja), sua sobrinha. Este segundo casamento foi dissolvido pelo Papa Sisto IV, devido à sua consanguinidade. Faleceu em Sintra em 28 de Agosto de 1481.
 

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D. João II - O Príncipe Perfeito

Consolidação da monarquia.

 

D. João II (1481-1495)- "O Príncipe Perfeito"

 
João II era tão cauteloso, firme, e zeloso do poder real como o seu pai tinha sido um mãos largas e negligente. Nas primeiras Cortes do seu reinado, detalhou exactamente como os grandes vassalos lhe deviam prestar homenagem. 
 
Uma suspeita de conspiração levou-o a prender Fernando II, duque de Bragança, e a maioria dos seus seguidores; o duque foi condenado à morte e executado (1484) em Évora, e o próprio João II apunhalou, Diogo duque de Viseu (1484).
 
Ao mesmo tempo que atacava o poder da nobreza, João II atenuava os efeitos do desfavorável tratado com Castela. Calculista e resoluto, recebeu mais tarde o cognome de "o Príncipe perfeito". João II morreu depois da morte do seu filho legítimo o infante D. Afonso, e assim foi sucedido por seu primo, o duque de Beja, como Manuel I (1495-1521), conhecido como "o Afortunado".
 
 
 
Consolidação do poder real
 
D. João II, consolidou o poder real. Constrói assim os alicerces de um estado moderno. E na ordem externa lança as bases de uma empresa colonial cujos frutos virão a ser colhidos nos reinados seguintes. Porém, o sonho da união dos reinos peninsulares sob uma mesma coroa, acalentado por seu pai, não o abandona completamente. 

Sabe que, com propósitos semelhantes de hegemonia peninsular, aos reis de Castela e de Aragão agrada a ideia de casar a sua herdeira, a infanta Isabel, com o infante D. Afonso de Portugal. D. João II desenvolve uma estratégia conducente à realização desse casamento, que virá a verificar-se, por entre festejos de grande fausto, em Novembro de 1490.

Pouco tempo irá, no entanto, durar o sonho. Em Julho de 1491 o príncipe D. Afonso morre numa queda de cavalo, à beira-rio, perto do paço de Almeirim. Todo o projecto se desfaz. Dominado por uma profunda dor, D. João II ainda tenta legitimar em Roma D. Jorge, um filho bastardo. 

Mas a oposição da rainha e as influências dos seus inimigos prevalecem. D. Manuel, duque de Beja, irmão do duque de Viseu que o rei assassinara por suas mãos, sobrinho-neto de D. Afonso V, está agora na primeira linha da  sucessão.

O Tratado de Tordesilhas

 
A Figura de D. João II -  Filho primogénito do rei D. Afonso V e de D. Isabel, D. João II nasceu em Lisboa a 5 de Maio de 1455. Casa em 16 de Setembro de 1473 com D. Leonor ( A Fundadora das Misericórdias ).
 
Morreu em Alvor em 25 de Outubro de 1495, no meio de pavorosa agonia, correndo vozes no tempo, do que fazem ecos os cronistas, de que a morte foi devida a peçonha misturada com a água.
 
D. João II foi uma das maiores figuras da nossa história, não tanto pelas qualidades pessoais, como pelos métodos de governo, sobretudo pela obra que realizou no fortalecimento do poder régio. 
Ainda que a nobreza portuguesa chamava "Tirano" a D. João II, o melhor elogio da sua figura foi o de sua prima Isabel a Católica rainha de Espanha, que disse quando soube da sua morte : "- Murió el Hombre !"
 

D. Manuel I

 

D. Manuel I (1495-1521) "O Afortunado"

 
D. Manuel I, que assumiu o título de :
  •  
    " Rei de Portugal e dos Algarves e senhor da conquista, navegação, e comércio da Índia, Etiópia, Arábia e Pérsia,"
Herdou uma monarquia autocrática firmemente estabelecida e uma rápida expansão do império do ultramar, graças ao trabalho de João II.
 
Pela necessidade de defender os interesses do ultramar, tratou com Espanha o Tratado de Tordesilhas (1494) ao qual juntou o desejo de juntar a península sob a Casa de Avis, casando com Isabel, filha mais velha de Fernando e Isabel a Católica, que no entanto, morreu (1498) ao dar à luz o seu filho Miguel da Paz.
 
Esta criança foi reconhecida como herdeira de Portugal, Castela e Aragão mas morreu na sua infância. Manuel I casou então com a irmã de Isabel, Maria (morta em 1517) e a terceira vez com Leonor, irmã do Imperador Carlos V
 

 

 
Como condição do seu casamento com Isabel, foi-lhe pedido para "purificar" Portugal dos Judeus. João II tinha recebido muitos refugiados judeus expulsos da Espanha (1492) cobrou-lhes pesadas taxas, mas forneceu-lhes barcos para deixarem Portugal. Como isto não se fez, Manuel I, em Outubro de 1487, ordenou aos judeus que abandonassem Portugal, num prazo máximo de 10 meses.
 
Quando se juntaram em Lisboa, foram feitos grandes esforços para conseguir a sua conversão com promessas e pela força. Alguns resistiram à ideia dessa conversão e foram autorizados a sair, mas os restantes foram "convertidos" com a promessa de que nenhum inquérito seria feito às suas crenças, antes de passarem 20 anos.
 

Como "Cristãos", não podiam ser obrigados a emigrar, e foram até proibidos de deixar Portugal. Em Abril de 1506, um grande número desses "novos Cristãos, ou marranos," foi massacrado em Lisboa durante uma desordem, mas Manuel I b>protegeu-os, e permitiu que emigrassem para a Holanda, onde puseram a experiência adquirida do comércio dos Portugueses ao serviço dos Holandeses

 

.O Pogrom de 1506  Os Judeus em Portugal   Reis de Portugal

 

O Mosteiro dos Jerónimos           A Chegada dos Ciganos a Portugal

 
D. Manuel I era o nono filho do infante D. Fernando ( filho de D. Duarte ) e de D. Brites, nasceu em Alcochete em 31 de Maio de 1469 e faleceu em Lisboa a 13 de Dezembro de 1521estando sepultado na capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Casou a primeira vez em 1497 com a viúva do infante D. Afonso, D. Isabel filha dos Reis Católicos. Com a morte de D. Isabel em 1498, voltou a casar em 1500 com a infanta D. Maria, irmã da sua primeira mulher. Viuvo de novo em 1517, volta a casar com D. Leonor, irmã de Carlos V, e que fora primeiramente destinada ao seu filho.
 

DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL NA IDADE MÉDIA

 

Infante D. Henrique

 

O Infante D. Henrique o Navegador

 
O terceiro filho de João I e Filipa de Lencastre, mais conhecido impropriamente como " Navegador" (ele pessoalmente nunca passou de Tanger), chamava-se Henrique e foi mestre da Ordem de Cristo (1420), que o rei Dinis I tinha fundado (1319). Nasceu no Porto em 4 de Março de 1394 e morreu em Sagres em 13 de Novembro de 1460. Os fundos da ordem eram usados para atrair geógrafos e navegadores preparados e simultaneamente equipar uma série de expedições que gradualmente, começaram a colher frutos.
 
O seu impacto na História Universal foi imenso. A "Escola de Sagres" conseguiu numerosos e significativos avances técnicos e científicos para as artes da navegação. Os descobrimentos impulsionados pelo infante foram a base para o posterior desenvolvimento do Império Colonial Português. .A data da primeira expedição do príncipe não é conhecida exactamente, mas parece ter sido cerca de 1418, quando a ilha de Porto Santo foi visitada. O primeiro contacto com a Madeira data provavelmente de 1419. Fez-se uma tentativa de povoar as Canárias, sem êxito, e entre 1427 e 1431 os marinheiros portugueses visitaram os Açores.
 

A colonização da Madeira

Mas os Açores e a Madeira eram desabitados, e a sua colonização procedeu-se rapidamente cerca de 1445. O açúcar aí produzido era exportado para a Europa e dava às ilhas uma grande importância económica. Ao mesmo tempo os barcos do príncipe Henrique estavam reconhecendo a costa Africana, Gil Eanes passou o Cabo Bojador em 1434 e o Rio de Ouro em 1436. A infeliz expedição contra Tanger (1437) foi seguida afinal seguida por um arranque das descobertas.
 
Em 1439 o Príncipe Henrique foi autorizado a colonizar os Açores; e desde 1440 que as expedições que se seguiram foram equipadas com um novo e ligeiro navio, a caravela, atingiram a baía de Arguin (1443), Cabo Verde (1444), e à morte de Henrique (1460) tinham explorado toda a costa sul até à Serra Leoa. Sob o reinado de Afonso V, fizeram-se três expedições contra Marrocos (1458, 1463 e 1471); na última delas, Tanger e Arzila foram capturadas.
 
As explorações africanas não foram inteiramente abandonadas, mas fica para João II, com o seu sentido agudo do interesse nacional, fundar uma fortaleza e feitoria de comércio no Golfo da Guiné em Elmina (São João da Mina, 1481-82). Diogo Cão descobriu a foz do rio Congo em 1482 e avançou até Cape Cross, duzentas léguas para sul (1486).
 
Um monarca nativo, o Manikongo, converteu-se e aliou-se com os Portugueses; o seu primeiro rei Cristão Afonso I (aprox. 1506-43), tornou Mabnza centro de influência Portuguesa, mas o reino do Kongo entrou em disputa interna e os interesses portugueses foram transferidos para o reino de Angola.
 
Paulo Dias de Novais fundou Luanda, a primeira cidade da África ocidental ao sul do Equador, em 1576. Em 1488, Bartolomeu Dias passou o Cabo da Boa Esperança chegando à costa oriental de África, e o caminho para as Índias estava aberto.
 
O seu regresso foi seguido das notícias (1493) de que Cristóvão Colombo tinha, pensava ele, chegado às Índias através do Atlântico. Mas as suas notícias não perturbaram os portugueses, pois Colombo não trazia novas das especiarias ou cidades do Oriente.
 

A Figura de Cristóvão Colombo    

 
D.João II ordenou que preparassem uma expedição à índia pelo caminho do Cabo da Boa Esperança, que só saiu depois da sua morte. João II também contestou as reclamações de Castela sobre todas as terras descobertas ao oeste do Atlântico, e pelo Tratado de Tordesillas (7 de Junho de 1494), os direitos de Espanha foram reconhecidos só para os territórios que estivessem para lá de 370 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Assim o território do Brasil foi reservado para Portugal.

O tratado de Tordesillas

 
O Tratado de Tordesillas confirmou os direitos de Portugal para a exploração da África e do caminho para a Índia. Em 8 de Julho de 1497 Vasco da Gama navegou com quatro navios para a primeira expedição à Índia. A armada era constituída pelas naus São Gabriel, São Rafael e Bérrio e um navio de mantimentos, comandadas respectivamente por Vasco da Gama, Paulo da Gama, Nicolau Coelho e Gonçalo Nunes. Eram pilotos, Pêro de Alenquer, João de Coimbra e Pedro Escobar.
 
Vasco da Gama chega à Índia

Chegou a Calicute (Kozhikode) na primavera seguinte, e os sobreviventes chegaram a Lisboa no a 12 de Julho de 1499 - a nau Bérrio com Nicolau Coelho e a 29 de Agosto de 1499 a nau São Gabriel com Vasco da Gama. A São Rafael não regressou, pois tinha sido incendiada pela tripulação por incapacidade de a manobrar, devido ao seu reduzido número. Regressaram com amostras da mercadoria Oriental. Uma segunda esquadra foi preparada sob o comando de Pedro Álvares Cabral, que tocou a Costa Brasileira (22 de Abril de 1500) e reclamou-a para Portugal. ( Veja Carta de Pêro Vaz de Caminha)
 
 

Rota da seda e das especiarias, bloqueada em 1453 pelo Império Otomano

feitoria.jpg (27003 bytes) O Descobrimento ou Achamento do Brasil

 

Vasco da Gama

Um dos barcos de Cabral, sob o comando de Diogo Dias descobriu Madagáscar em 1500; João da Nova descobriu a ilha da Ascensão no ano seguinte e Santa Helena em 1502.  
 
Tristão da Cunha avistou a ilha que levou o seu nome em 1506 e foi explorar Madagáscar. Durante este período Cabral estabeleceu postos ou feitorias de comércio na índia em Cochin e Calicute (1510) e por João da Nova em Cananor (Cannanore). Em 1502 Vasco da Gama fez tributário do rei de Portugal, o rei de Quiloa (Kilwa) na África Oriental.
 
Francisco de Almeida chegou à Índia como vice-rei em 1505, fortaleceu a estação africana de Quiloa e ajudou o rei de Cochim contra o Samorim de Calicut. O controlo do comércio marítimo estava agora estabelecido, e tornou-se a principal fonte de riqueza dos Portugueses no Oriente. Com a derrota da forças navais Muçulmanas (1509), ficou assegurado o controlo de Diu.
 
Francisco de Almeida concebeu o plano de manter só o domínio do mar com fortes esquadras, e na terra não ter mais que algumas feitorias e pontos de apoio.
  •  
 
A Grande Batalha naval de Diu
 
As actividades dos portugueses levaram os muçulmanos a tomar acção militar. O sultão do Egipto, aliado aos venezianos e aos Turcos, organizou uma grande armada que atravessou o Oceano Indico até Diu, onde entrou em combate com uma esquadra portuguesa. 
 
Em 2 de Fevereiro de 1509, travou-se uma grande batalha naval e a armada do sultão foi totalmente destruída pelos portugueses, que assim asseguraram a sua hegemonia comercial e militar sobre a Índia e permitiu a Portugal estender o seu Império até à China e Japão. 
 
A superioridade da artilharia naval portuguesa, maior alcance, precisão e cadência de tiro, foi a principal responsável por esta tremenda vitória naval sobre os seus adversários muçulmanos e venezianos. ( Veja-se Páginas Secretas da História de Portugal por Rainer Daehnhardt )
 

 

Afonso de Albuquerque

 

 
 
Afonso de Albuquerque, sucessor de Almeida, conquistou Goa (1510), que se tornou a sede do poder Português, e Malaca (1511); mandou duas expedições às Molucas (1512 e 1514); capturou Ormuz no Golfo Pérsico (1515). Pouco depois, Fernão Peres de Andrade chegou a Cantão na China, e em 1542 foi permitido aos mercadores portugueses instalarem-se em Liampo (Ning-Po)., fundando em 1557 a colónia de Macau (Macao).
  • Relações com a China

    Albuquerque foi responsável pela concepção do sistema de construir pontos de apoio fortes, que asseguraram o comércio do Oriente para Portugal durante quase um século.
Goa tornou-se rapidamente o principal porto da Índia ocidental; Ormuz controlava o Golfo Pérsico, e Malaca era a ponte para o Oceano Indico e para o Sul do Mar da China, enquanto uma cadeia de feitorias fortificadas asseguravam a costa Este de África , o golfo e deltas da Índia e do Ceilão.
 
Mais para Este, instalaram-se feitorias menos fortificadas com o consentimento dos governantes nativos desde Bengala até à China, colocando o comércio das especiarias, das ilhas principais, nas mãos dos Portugueses. A orientação deste sistema complexo, era manejado por um governador , que algumas vezes tomava o título de Vice-rei, com sede em Goa.
 
Ainda que as armas portuguesas tiveram triunfos e derrotas, o seu controlo do comércio Oriental permaneceu quase total, ainda que nunca completo, até ao século XVII, quando os Holandeses, em guerra conjunta com as coroas de Portugal e Espanha e apesar do seu comércio tradicional com Lisboa, começaram a procurar as espécies na fonte, demolindo o monopólio Português.
 

 

Bartolomeu Dias

 
Como diz Pirenne, o grande historiador Belga, na sua História Universal:
 
" A  navegação do Oceano Índico, estava no século XVI inteiramente nas mãos dos árabes. Os portugueses não vacilaram em revelar-se os seus implacáveis rivais, ainda que a milhares de léguas das suas bases.
 
Foram apenas necessários 30 anos, para que uns poucos milhares de Iberos, se apoderassem dos seus negócios. graças principalmente à sua artilharia e aos seus 300 barcos de guerra."
 

Fernão de Magalhães

 
Fernão de Magalhães , nasceu em 1480 em Sabrosa ou no Porto e morreu em combate, em 27 de Abril de 1521 em Mactan, Filipinas.
 
Navegou sob as bandeiras de Portugal ( 1505-1512 ) e Espanha (1519-21) e é considerado por muitos historiadores, como o maior navegador de todos os tempos. Ainda há pouco tempo, foi homenageado pela NASA, que enviou ao espaço uma nave com o seu nome.
 
Quando ideou a viagem de circum-navegação ao globo, que acabou por fazer ao serviço de Carlos V, Magalhães sabia bem o que ia encontrar, ninguém fazia uma viagem dessas à sorte, e o lema que o imperador concedeu ao escudo de armas de Sebastián Elcano "Primus circumdedisti me" ( O primeiro que me rodeou ) teria assentado perfeitamente a Fernão de Magalhães..
 
 
Fernão de Magalhães  ( Ferdinand Magellan em inglês ) é indiscutivelmente o português mais importante, , mais conhecido e reconhecido a nível Mundial. Deu nome ao estreito de Magalhães, às nuvens de Magalhães ( duas das galáxias mais perto da terra ), à nave que a NASA mandou a Vénus e até a uma marca de GPS.

D. João III - O Piedoso

 

D. João III (1521- 1557) - "O Piedoso"

 
Se Manuel I falhou no seu objectivo de governar Espanha, a seu filho João III (1521-57) faltou-lhe força para resistir à influência Castelhana. Era um homem retirado, piedoso, e muito influenciado por sua mulher Catarina, irmã do imperador Carlos V, e encorajou a instalação da Inquisição (1536); o primeiro acto da fé realizou-se em 1540. A Sociedade de Jesus, estabelecida em 1540 , depressa controlou a educação em Portugal.
 
O tratado de Zaragoza (1529) resolveu a disputa sobre a posse das Molucas, removendo qualquer obstáculo ao entendimento Português - Espanhol, e o tratado de Tordesilhas fez o mesmo para o Pacífico; assim todos os territórios do Novo Mundo estavam em teoria divididos entre Portugal e Espanha.
 

Tratados na História de Portugal

Cabrilho chega à Califórnia

 
 

 A Inquisição em Portugal    A Chegada dos Portugueses ao Japão

 
A Figura de D. João III - Primeiro filho do matrimónio de D. Manuel I com D. Maria, nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1502. Casa na vila do Crato em 10 de Fevereiro de 1525 com D. Catarina da Áustria irmã mais nova de Carlos V. Faleceu em 11 de Junho de 1557 e está sepultado na capela-mor do Mosteiro dos Jerónimos.
 
Figura controversa,. D. João III foi admirado por alguns  Carolina Michaelis, Gomes de Carvalho, Mário Brandão, etc.) e criticado por outros ( Herculano ). A.H. de Oliveira Marques esclarece melhor na sua História de Portugal:
 
"O longo reinado de D. João III (1521-1557), pode ser dividido em dois grandes períodos, diferenciados pela situação económica, a atitude religiosa, a política cultural e até o modo psicológico do soberano. O príncipe tolerante, aberto às correntes internacionais do pensamento, louvado por humanistas e sempre disposto a acolhê-los, o verdadeiro Mecenas, deu lugar a um governante fanático e curto de vista, controlado pela Companhia de Jesus e os defensores de uma estrita política de Contra-Reforma, mandando prender e condenar aqueles mesmos que antes convidara, mesquinhamente reduzindo despesas e subsídios, fechando escolas e geralmente isolando-se, e ao País, de influências externas."
 

D. Sebastião

 

D. Sebastião (1557-1578) - "O Desejado"

 
A João III sucedeu-lhe o seu neto Sebastião , que era uma criança com três anos. Desde jovem, que Sebastião estava obcecado pela ideia duma cruzada contra Marrocos. Fanaticamente religioso, não tinha dúvidas do seu próprio poder e só ouvia os seus aduladores. Visitou Ceuta e Tanger em 1574, e começou em 1576 a preparar uma grande expedição contra Larache.
 
Partiu em Junho de 1578 e em 4 de Agosto foi totalmente destroçado pelos Mouros na Batalha dos Três Reis perto de Alcácer-Quibir (Ksar-el-Kebir). O próprio Sebastião I foi morto, morreram 8.000 dos seus homens, foram capturados cerca de 15.000. Poucos escaparam.
 

A figura de D. Sebastião

 

Batalha de Alcácer Quibir

 

Infante D. João Manuel

 

 
D. Sebastião nasceu em 20 de Janeiro de 1554, filho do príncipe D. João Manuel, jurado herdeiro do trono em 1554 e D. Joana de Áustria, filha de Carlos V. O príncipe D. João nasceu em Évora em 3 de Junho de 1537 e faleceu em 2 de Janeiro de 1554. Casou em Novembro de 1552. D. João Manuel faleceu com pouco mais de 16 anos de idade, de diabetes juvenil (diabetes tipo I), deixando sua mulher grávida do príncipe D. Sebastião, que nasceu 18 dias depois da morte de seu pai, sendo por isso "O Desejado".

Morreu na batalha de Alcácer-Quibir em 4 de Agosto de 1578. Pouco inteligente e pouco culto ( Joel Serrão - Dicionário de História de Portugal ) de temperamento irrequieto e impulsivo, extraordinariamente vaidoso, nunca admitiu a mais pequena observação ou ouviu qualquer conselho.

 
 
 
Ainda que tivesse ficado na história como O Desejado, as suas incapacidades de governante foram trágicas para Portugal, levando-nos em Alcácer-Quibir à nossa maior derrota militar, seguida da perda da independência. Os seus desequilíbrios mentais, agora muito na moda, são descritos em pormenor na História de Portugal de Veríssimo Serrão.
 

 

Cardeal D. Henrique " O Casto" (1578-1580)

 
A D. Sebastião I sucedeu-lhe o seu tio-avô, Cardeal Henrique , irmão de D. João III. Com a sua idade e solteiro, via-se que o trono de Portugal, deixaria rapidamente a linha directa da dinastia de Avis. Nasceu a 31 de Janeiro de 1512 e morreu em Almeirim a 31 de Janeiro de 1580.
 
Filipe II de Espanha, filho de Isabel de Portugal e portanto sobrinho de D.João III, e marido (pelo seu primeiro casamento com de D. Maria filha de D.João III), tinha feito todos os preparativos, e na morte do cardeal - rei (31 Janeiro 1580), solicitou às autoridades que lhe obedecessem.
 
Os adeptos de D. António o prior do Crato (filho ilegítimo de D. Luís, irmão de D. João III) aclamaram-no rei como D. António I em Santarém, mas fracassaram. Um exército sob o comando do duque de Alba entrou em Portugal em 1580 e derrotou o pequeno exército português na batalha de Alcântara em Lisboa. .
 

Batalha da ribeira de Alcântara .

«Um combatente do lado português faz o seguinte relato: Sabendo o duque de Alba por espias e ruins portugueses, como grande parte da gente da cidade se recolhia a ela a dormir em suas casas, acometeu de súbito o arraial do Senhor D. António trabalhando de entrar pela ponte de Alcântara, assim para lhe inquietar a gente, como ganhar naquela revolta contra os moinhos de vento, um outeiro que ficava sobranceiro ao arraial do inimigo e colocou nele a sua artilharia.

Em amanhecendo, mandou o duque ao Prior seu filho, que cometesse o arraial pela parte aonde a artilharia estava prantada. O Prior ajudado da sua artilharia cometeu o arraial com a sua gente de cavalo e outra de escopeta; a gente de cavalo portuguesa, que era muita e boa: mas molestados da artilharia e escopetaria do inimigo viraram muitos as costas, sem aproveitar nada o esforço que lhes punha o Senhor D. António. Fugindo os de cavalo, foi parte para que fugisse também a gente de pé.

O Senhor D. António, vendo inclinar-se a vitória à parte do inimigo, dizem que se meteu com alguns fidalgos principais no mais perigoso da batalha como homem que não queria mais vida e pelejando valorosamente lhe aconselharam os seus, pois que a vitória estava já declarada pela parte contrária se recolhesse à cidade, o que ele fez ferido de duas ferias ruins na cabeça, das quais uma lhe fez um cavaleiro luzido dos contrários, que logo ali foi morto pelos fidalgos que o acompanhavam e a outra lhe fez um fidalgo português dos seus mesmos, que foi de todos bem conhecido. E por aqui se verá com quantas traições se alcançou esta vitória contra o Senhor D. António»
 
 Filipe II de Espanha tornou-se Filipe I de Portugal (1580-98). As reclamações da duquesa de Bragança, D. Catarina de Bragança ( que não foram muito fortes)  não foram atendidas. D. Catarina era filha de D. Duarte irmão de D. João III e D. Isabel.
 
Filipe II, entrou em Lisboa em 1581, e perante as cortes gerais que se reuniram em Tomar (15 de Abril), jurou as condições em que reinaria. A sua ideia não foi a absorção de Portugal por Espanha, mas uma monarquia dualista, em que tínhamos perfeita autonomia no mesmo pé que Castela. Cumpriu religiosamente o que prometera; e foi seu neto Filipe IV, ou melhor, o conde-duque de Olivares quem, iludindo-as, provocou mais tarde a revolta dos portugueses.
 
O Cardeal D. Henrique nasceu em Lisboa a 31 de Janeiro de 1512, filho de D. Manuel I e da sua segunda mulher D. Maria sendo o derradeiro monarca da casa de Avis. Morreu em Almeirim a 31 de Janeiro de 1580, e por ordem de Filipe I, o seu corpo foi transferido para os Jerónimos.
 

 
Cronologia da Dinastia de Avis
 
A Arte na Dinastia de Avis
Dinastia Filipina
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