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O Tratado de Tordesilhas
Tordesilhas foi um tratado assinado
por Portugal e Espanha, em 1494, com a mediação do
Vaticano, determinando que um meridiano do Pólo
Norte ao Pólo Sul situado a 370 léguas ao Oeste das ilhas de Cabo
Verde como linha divisória das terras, reservando tudo o que estivesse a Leste
desse limite para os portugueses, incluindo o Brasil e a Oeste para
os espanhóis. Para a sua esquerda, era tudo de Espanha; para a direita, de
Portugal.
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- Graças à Ordem e à sua política de sigilo, os
portugueses já sabiam, antes do Tratado, da existência das terras onde hoje está o
Brasil que constituía a maior parte do Continente Sul-Americano e do mesmo modo
assegurava a posse e o domínio de todo o Atlântico Sul e, consequentemente, deixava
aberto o caminho marítimo para a Índia.
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- Quatro anos mais tarde Vasco da Gama chegava à Índia por
mar e, em 1500, Pedro Álvares Cabral descobria o Brasil, nesse mesmo ano Gaspar
Corte-Real reedita a viagem de Pedro Barcelos e João Fernandes Labrador à Terra Nova e
Canadá (Terra do Labrador).
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- Seguramente, como refere o grande cosmógrafo
Almirante Gago
Coutinho, num texto de 1956, D. João II sabia já que a navegação no Atlântico Sul se
fazia pela costa Americana, ou seja pela direita, enquanto no Atlântico Norte se fazia
pela esquerda.
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- Não foi por acaso que Vasco da Gama e
Pedro Álvares Cabral usaram a mesma rota, após atravessarem o Equador, quando navegaram
para ocidente de Cabo Verde e montaram o Cabo de S. Roque, no extremo nordeste do Brasil.
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- Refere, ainda, Gago Coutinho que, "Colombo, em
1498, com a probidade intelectual de um aluno da escola de Sagres descreve que, devido a
ventos contrários, não conseguiu navegar para sudoeste, para as terras de "D.
Juan", tendo ido parar a trezentas léguas a Poente de S. Roque, ou seja às
Ilhas Trinidad". Os navegadores portugueses conheciam, certamente, já, os contornos
do Continente Sul Americano à data da celebração do Tratado.
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- Os reis Católicos Fernando e Isabel não aceitaram,
evidentemente, a posição do Rei de Portugal e, desde logo, procuram resolver o diferendo
por acordo. Avança-se então para o estabelecimento da partilha do Mundo que começava a
ser descoberto.
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Francisco I de França e o Tratado de Tordesilhas
- Não deixa de ser curioso mencionar
a exclamação de Francisco I de França ao ter conhecimento da assinatura do aludido
Tratado.
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- "Ao abrigo de que cláusula do
Testamento de Adão é que eu fico excluído desta partilha".
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- A Exclusão
explica-se facilmente - os franceses não sabiam navegar
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- De início, os portugueses não se
interessaram em ocupar as terras brasileiras. O Brasil não oferecia, com excepção do
pau-brasil, nenhuma riqueza que motivasse esta ocupação. Este descaso favoreceu as
incursões de franceses, que não reconheciam o Tratado de Tordesilhas.
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- Nota - Parece
que modernamente, o presidente francês Chirac - com a mesma dor de
Francisco I - conta num livro recentemente publicado em França, que o
descobrimento da América por Cristóvão Colombo, não teve nenhuma
importância para a História da Humanidade, porque os vikingos de Leif
Ericson já lá
tinham chegado 5 séculos antes. Os chineses também dizem agora que o
seu almirante "eunuco" Zheng He chegou à América em 1421. Até pode ser verdade, só que
vikingos ou chineses não regressaram para contar o seu "descobrimento" !
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- Embora não
demonstrasse grande interesse pela nova terra descoberta, Portugal teria que assegurar sua
posse sobre ela. Estrangeiros, como os franceses, marginalizados pela demarcação do
Tratado de Tordesilhas, frequentavam o litoral brasileiro, contrabandeando o pau-brasil e
pondo em risco o domínio português.
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- As primeiras expedições (1501-1503)
procuraram reconhecer e explorar as costas do Brasil. Simbolicamente
só em 7 de Junho de 1994 as Marinhas de Guerra Portuguesa e Espanhola traçaram no
Atlântico a linha prevista na clausula do Tratado 500 anos antes.
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- ( Condensado de www.brazilians.net )
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