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- O Portugal medieval compreendia regiões de diversidade
bastante considerável. No norte, a velha aristocracia descendente dos Leoneses,
possuía grandes territórios trabalhados principalmente por servos. No sul
do território que tinha sido conquistado aos muçulmanos, havia muitas
cidades, muitas vezes separadas por distritos quase desertos e despovoados.
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- A iniciativa de povoar estas áreas começou com os
monges cistercienses que chegaram a Portugal em 1143; mais tarde alguns reis como Sancho
I e Afonso III criaram concelhos (municipalidades), garantido a
estas a posse de forais (cartas) onde se davam muitos privilégios para
atrair a população.
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- Muitas vezes era concedido o direito de cobrar
impostos, e era prometida a liberdade a servos ou cristãos -cativos depois de
um ano de residência. Mas no sul, os concelhos eram gravados com a obrigação
de defender o território, os cavaleiros-vilãos tinham que ter armas e
cavalos à sua própria custa, e os peões, ou homens de menos posses, eram
obrigados a servir como soldados a pé, na defesa do território, e
talvez também nas incursões (fossados) ao território muçulmano.
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- Na corte, o rei era aconselhado pelo seu conselho
ou corte, os chefes da administração, o chefe ou comandante militar, o
mordomo da casa real, o chanceler ( um oficial que em Portugal tem origens
mais nos Borgonheses do que nos Visigodos), e todos os membros da grande
aristocracia, os rico-homens, que podiam estar na corte.
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- Esta classe também compreendia os bispos,
abades e mestres das ordens de cavalaria; e muitos tinham autoridade civil
privada ou militar. A baixa-nobreza não tinha estes direitos. Abaixo deles havia
várias classes de plebeus livres, tais como os cavaleiros - vilões e os
malados, homens que se colocavam eles mesmos debaixo da protecção de outros. Havia
numerosos servos e escravos.
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- Nos fins da época medieval, ocorreram
várias mudanças nesta estrutura social. Muita da velha aristocracia perdeu as
suas posições com a chegada da Casa de Aviz, e a nova nobreza. ,
exemplificada na Casa de Bragança, era muitas vezes de origem burocrática ou
ministerial.
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- Os privilégios garantidos aos concelhos forçaram
os senhores da terra a competir para o trabalho das mesmas, e pelos tempos de Afonso
III os pagamentos em dinheiro substituíam, já na sua maior parte, o dever de
trabalhar nas suas terras.
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- Representantes do Povo, foram chamados
às Cortes, pela primeira vez em 1254, a partir da qual os concelhos tomaram parte
activa na política. As Cortes foram reunidas muitas vezes no reinado de João I,
Eduardo e Afonso V, mas os caminhos do poder, tornaram-se mais estreitos no
século XVI, e a proposta de João III (1525) para chamá-las só de 10 em 10
anos, não sofreu contestação. Ainda que as corporações de comerciantes e ofícios
se foram desenvolvendo lentamente, eram já parte importante nos impostos
locais durante o século XIII.
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- O comércio aumentou com os Países
Baixos nos tempos de Afonso Henriques e com a Inglaterra desde os
começos do mesmo século XIII. A crise política de 1385, foi seguida por uma intensa
inflação e muita falsificação; não havendo portanto moeda nacional de ouro
até 1435, quando as fontes da África Ocidental o começaram a produzir.
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AS DESCOBERTAS E O
IMPÉRIO
A ideia da expansão para a África foi um resultado
lógico da reconquista da península e a conquista de Ceuta no Norte de África
(1415) forneceu provavelmente o impulso para essa futura expansão. A simples
ideia de lutar com os muçulmanos no seu próprio solo está ligada com motivos mais
complicados:
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- O desejo de explorar no sentido
científico,
- O desejo de encontrar um
caminho para o comércio das ricas especiarias das Indias,
- O impulso de espalhar a
fé cristã.
Estes propósitos foram pouco a pouco
gradualmente moldados num projecto nacional, ainda que ao princípio representassem
apenas os desejos e aspirações dum homem, o Príncipe Henrique.
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