As primeiras relações com a China

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As primeiras referências

As primeiras referências à China num documento português remontam a 1508 e estão contidas no regimento de viagem dado a Diogo Lopes de Sequeira. A missão do fidalgo consistia em descobrir o entreposto marítimo - comercial de Malaca. Mas, pedia-se-lhe, em simultâneo, que tentasse averiguar quem eram os chineses, qual era o seu poderio e que tipo de produtos negociavam.

Foi, precisamente, na sequência da conquista de Malaca por Afonso de Albuquerque que os portugueses atingiram, pela primeira vez, a China em 1513. Fizeram-no a bordo de um barco asiático, integrados numa expedição comercial. O seu chefe de fila era Jorge Álvares, que conseguiu negociar favoravelmente.

A primeira armada oficial chegou a Cantão em 1517, sob o comando de Fernão Peres de Andrade, que também fez bons negócios. Descobriu-se, todavia, que a região estava infestada de piratas e que, devido ao sistema das monções, era impossível explorar o resto do Extremo - Oriente sem uma base permanente.

 

Simão de Andrade Chega à China

Em 1519, foi a vez de Simão de Andrade, irmão do anterior capitão, aportar à China. Simão era o protótipo do homem que não conseguia adaptar-se a uma china fechada, burocrática e desconfiada em relação aos estrangeiros. Assim, em Cantão, o fidalgo tomou medidas desadequadas à realidade chinesa, nomeadamente, construiu um forte para se proteger dos piratas, atitude que, aos olhos dos locais, equivalia a uma intromissão na sua soberania sobre a zona. O mesmo significado teve o enforcamento de um membro da tripulação portuguesa, pois, havia a noção de que só as autoridades chinesas podiam decretar essa pena.

As relações sino-portuguesas ressentiram-se destes incidentes, mas só se detioraram de forma acentuada quando, em 1521, os portugueses não respeitaram o luto pela morte do imperador, que obrigava ao encerramento do comércio. Em consequência disso, os portugueses foram dizimados. Em 1522, uma armada portuguesa, liderada por Martim Afonso de Melo, teve quase igual sorte, salvando-se graças ao desempenho da artilharia levada a bordo.

Os portugueses instalam-se em Liampó

Embora a perseguição aos portugueses se tivesse tornado a política oficial do Império Chinês, muitos havia que, a título pessoal, continuaram a deslocar-se, regularmente, para lá, na mira de bons negócios. Eram, pois, autênticos aventureiros, que arriscavam a vida por enfrentarem tanto as autoridades locais como os tufões. Os portugueses tiveram, no entanto, capacidade para jogar com os interesses comerciais de algumas populações costeiras, circunstância que os levou a conseguir um estabelecimento fixo, no ano de 1542, em Liampó.
 


Ao contrário de Cantão, localizada no sul e inserida na província de Kwang Tung, Liampó pertencia a uma província setentrional, a do Fukien. Em virtude desta localização e do maior raio de acção que era proporcionado pela base, não surpreende que aventureiros portugueses tenham desembarcado no Japão em 1543, desempenhando a partir daí o papel de intermediários nas relações comerciais entre a China e o Império do Sol Nascente, que estavam oficialmente interrompidas por motivos político-diplomáticos.

Desentendimentos com os chineses de Liampó acabaram por acarretar a expulsão dos portugueses em 1545. Fixaram-se, de seguida, em Chinchéu, de onde também foram despedidos em 1548. Porém, os portugueses dispunham então de um forte estímulo - o rico comércio que levavam a cabo entre a China e o Japão, baseado na troca de sedas e porcelanas por prata - pelo que regressaram às imediações de Cantão para negociarem clandestinamente.

Desperto para a importância desse tráfico, o Estado Português da Índia decretou o monopólio sobre a viagem ao Japão, em 1550. O modelo escolhido traduziu-se na concessão anual da viagem a um particular, medida que se revelou um sucesso porque os interessados disputavam esse benefício e teve o condão de ordenar o comércio. Uma armada, capitaneada por Leonel de Sousa, permaneceu ainda no mar da China, entre 1552 e 1554, com o intuito de disciplinar os aventureiros portugueses e alcançar um entendimento com os dignitários chineses. 

Os portugueses instalam-se em Macau

O capitão conseguiu varrer a pirataria que infestava a zona de Cantão. As autoridades locais chinesas apreenderam então quão importantes eram os portugueses não só para manterem os piratas à distância, mas também para dinamizarem o comércio e, por conseguinte, a economia das províncias costeiras. Neste contexto, foi firmado um acordo, à revelia da corte imperial chinesa, o qual acabou por permitir que os portugueses se instalassem, definitivamente, em Macau, por volta do ano de 1557.

 

    

 

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