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FISIOPSICOLOGIA
Artigos gerais (que podem ter interesse)
A FÓRMULA QUÍMICA DO CORPO HUMANO
A fórmula química do corpo humano foi assim calculada:
v
05 Partes de matérias minerais;
v
13 Partes de gorduras;
v
16 Partes de albumina;
v
66 Partes de água.
Equivale a dizer que se deduzimos a água, a quase
totalidade do que resta no corpo humano compõe-se de matérias proteicas. As
matérias proteicas são os constituintes essenciais dos tecidos. Todos os
elementos químicos, nos processos de digestão e oxidação, produzem calorias,
mas o objectivo principal da ingestão das proteínas é reparar as perdas de
elementos albuminosos, que, em proporção de trinta a setenta gramas, o adulto
destrói por dia. Esta reparação é algo absolutamente essencial. Quando não é
possível obter estes elementos do alimento, o corpo extrai-os dos seus
próprios tecidos, causando o enfraquecimento que se observa durante um jejum,
ou quando, por razões de enfermidade, a assimilação é imperfeita.
Em investigações onde se procedeu ao desdobramento de
uma molécula proteica, resultou a verificação de que se trata de uma
micro–estrutura muito complexa, ao contrário do que se supunha até aí. No
processo de análise desta molécula foram isolados vinte e um aminoácidos, aos
quais se atribuíram determinados efeitos no processo digestivo e
assimilativo.
Os aminoácidos foram equiparados às peças de um mosaico,
onde toda a matéria albuminóide teria que encaixar perfeitamente. Os mais
fanáticos defensores da alimentação convencional (semi–necrofágica) afirmaram
imediatamente que alguns dos mais indispensáveis desses aminoácidos se
encontravam somente na carne de animais adultos, disto concluindo que não se
poderia viver em saúde permanente sem comer carne.
Mas esta teoria cai pela base, mediante a exposição de
duas das mais irrefutáveis razões elementares:
v
Se tivermos em conta que os animais a
que o cientista se refere são animais herbívoros, o argumento do próprio
cientista demonstra que os pastos e ervas que lhes servem de alimentação não
contêm esses aminoácidos;
v
Milhões de vegetarianos têm vivido
sãos e longevos, sem usar produtos cárneos.
v
Então, só nos resta perceber que os
aminoácidos que a alimentação vegetal não fornece são sintetizados no
organismo do animal. E a questão seguinte a colocar seria esta:
v
Pretender-se-á concluir que os
animais possuem o poder de sintetizar aminoácidos, enquanto o homem não?
Não somente tal coisa não está provada, senão que os
inúmeros vegetarianos que conhecemos provam exactamente o contrário. Não
vemos a necessidade de nos preocupar com semelhantes argumentos (que apenas
visam desmotivar e confundir). Por outro lado, estamos em muito boa
companhia, quando um famoso fisiologista e químico, autor da formidável obra
“Química biológica” (Lambling), afirma que “...ao limitar-se à alimentação
puramente vegetal, o vegetariano encontra um alimento pobre em proteicos, mas
sempre provido de suficiente albumina, se combate a sua fome com alimentos
vegetais correntes...” E o facto é que esse autor fez tais declarações depois
de realizar um dos estudos mais sérios sobre os aminoácidos.
É também interessante estudar o modo de assimilação e a
fome especial da célula pelas albuminas animais ou vegetais. Certos autores
naturistas – Carton entre outros – afirmam que se necessita de uma longa
transição para abandonar definitivamente a albumina animal. Já há muitos anos
se conhece o facto de que a célula acostumada à albumina animal a exige
imperiosamente, não só em qualidade mas até em quantidade. Pela
nossa parte, já assistimos de perto ao fenómeno e muitas vezes o constatámos,
quando passamos, em várias ocasiões, por períodos mais ou menos longos sem
nenhum produto derivado de animais, e voltando a comer depois, ainda que
sempre em pequenas proporções, ovo-lacticínios (e... infelizmente, por razões
que a convivência social impõe, também alguma carne).
Aprecia-se sempre o mesmo fenómeno: quando uma vez
acostumado se pretende deixar totalmente a albumina animal, experimentam-se
sensações de debilidade, que parecem indicar a necessidade imperiosa desse
alimento. Sem dúvida, quem é de natureza muito artrítica, com notável
incapacidade para se defender contra os resíduos úricos e outros derivados
das albuminas animais, chega a um momento em que se vê obrigado a decidir
definitivamente a supressão dos derivados animais, e sem eles passa
perfeitamente. Quem se encontra em tal condição, e não o faz, sucumbe
prematuramente.
A fome da célula por produtos albuminúricos animais é,
em certo modo, um vício da célula, que exige a excitação correspondente. Sem
dúvida, uma vez acostumada a uma alimentação puramente vegetal, perde a
necessidade de metabolizar a albumina animal, a qual, ainda que se digira
facilmente, desintegra-se com muita maior dificuldade do que a molécula
vegetal no processo de assimilação. De passagem, insistimos em que pode ser
apurado o processo de transição da alimentação preferentemente animal ao
vegetarianismo, por meio de um jejum de um a três dias, acompanhado de
clisteres, o que permite limpar o intestino de todos os resíduos cárneos e
livrar a célula da excitação especial produzida pela albumina animal. Em todo
o caso, a transição de um regime ao outro pode fazer-se substituindo a
albumina cárnea pela albumina de alguns derivados animais, como os
ovo-lacticínios. Em raras situações, para pessoas muito “carnívoras” pode
conservar-se, durante pouco tempo e em proporção mínima, a albumina de carnes
brancas. Mas na maioria dos casos, graças à dieta aludida e à limpeza
intestinal, a transição realiza-se rapidamente e sem inconvenientes.
Uma supressão oportuna e com transição inteligente de
albumina cárnea é em muitos enfermos algo decisivo. Mas não apenas é daninha
a albumina animal: para o artrítico todo o excesso albuminoso constitui um
perigo, pelo aumento de ácidos consecutivo à degradação dos resíduos
proteicos, e em especial quando a prisão de ventre atrasa a sua eliminação.
Durante algum tempo acreditou-se, com Boyd, que se
necessitava de cento e dezoito gramas de albumina diária para a alimentação
de um homem adulto. Os vegetarianos obtiveram essa quantidade de proteínas
das leguminosas secas, feijões, grãos, ervilhas e outras, assim como das
nozes, cereais, ovos e queijo, mas logo se compreendeu que a exagerada
alimentação albuminosa, mesmo à base de proteínas vegetais, era quase tão
perigosa como a das carnes. No final da sua carreira, Boyd terá expressado
virtualmente que “...a saúde e a eficiência físicas podem manter-se com
sessenta a setenta e cinco gramas dessa substância...”. E admitiu também que
um vegetariano pode manter o seu equilíbrio nitrogénico com 48,5 gramas de
proteínas por dia e que um trabalhador activo pode viver com menos do que o
seu anterior valor mínimo de 118 gramas.
As experiência de Francis Benedict, no laboratório de
nutrição do Instituto Carnegie, assim como as de Taylor, de Sherman e de
muitos outros investigadores, demonstraram igualmente, sem lugar a dúvidas, a
possibilidade de se viver em óptimas condições de saúde e eficiência, física
e mental, com quantidades mínimas de proteínas na alimentação.
Foi demonstrado pelo povo da Dinamarca, durante a grande
guerra, que a causa principal da mortalidade está na comida e bebida. Por
motivo do bloqueio aliado, por causa da vizinhança da Dinamarca com a Alemanha, o governo proibiu o emprego de
batatas e cereais para a engorda de animais, para a destilação de álcool, e
elaboração de cervejas. Como consequência, o consumo da carne e álcool
suprimiu-se virtualmente durante um ano naquele país; o uso de cereais e
legumes diminuiu também consideravelmente, sendo, pelo contrário, abundante o
consumo de batatas, verduras, saladas e ovos, e reduzido o de lacticínios. O
resultado foi assombroso: a mortalidade média, que nunca havia sido inferior a 12,5 por cada
mil habitantes, baixou a 10,4 por mil entre Outubro de 1917 e Outubro de 1918. A diferença de
mortalidade, de 2,1 por mil, significou, pois, uma economia de 6.300 vidas
sobre os três milhões de habitantes da Dinamarca.
As experiência dos mais reputados Naturopatas do último
século – alguns dos quais exerceram a «natura medicatrix» durante ¾ de século
– com observações efectuadas sobre milhares de pacientes, sãos e enfermos,
confirmam em absoluto essas conclusões. Na sua própria pessoa e numa
infinidade de casos que lhes surgiram, realizaram indefinidamente o
equilíbrio nitrogenado mais perfeito com proporções médias de 30 gramas de albuminas,
em grande parte vegetais, não apenas sem inconvenientes de qualquer natureza
senão que ainda com notáveis vantagens higiénicas. Em muitos dos casos, a simples
adopção de tal dieta foi o factor decisivo na cura de enfermos graves de
diferentes diáteses. Isto parece-nos lógico quando sabemos que a decomposição
das albuminas determina a formação de produtos de elevada toxicidade e de
difícil eliminação, como o são as purinas e o ácido-úrico, que constituem os
elementos responsáveis das diáteses úrica e artrítica.
Os trabalhos de Chain e de Lacman permitiram esclarecer
definitivamente a patogenia de muitos estados das referidas diáteses, das
quais nos voltaremos a ocupar. Diremos, para terminar por agora, que os
produtos da degradação dos proteicos são causas da formação de ácidos,
sulfatos, sulfo-éteres e ácidos-oxálicos, contra os quais os animais
carnívoros estão defendidos, por uma maior produção de bases amoniacais, e
uma maior facilidade para a sua eliminação. O homem tem o remédio da acidose
com a assimilação de abundantes bases minerais, de origem vegetal e do leite.
Esta neutralização será mais difícil, sem dúvida, quanto mais intensa seja a
acidificação e menor seja a capacidade metabólica, derivada em parte da
insuficiência hepática.
Chain, Ernst Boris (1906-79) – bioquímico e patologista
alemão, laureado com o prémio Nobel. Estudou na Universidade de Berlin. Fez
pesquisas sobre enzimas nas universidades de Cambridge e Oxford, onde
colaborou com o patologista inglês Sir Howard Walter Florey na investigação
de substâncias antibióticas. A partir de 1950 Chain trabalhou no Instituto de
Saúde, em Roma. Em
1961 foi professor de bioquímica na Universidade de Londres. Em 1945 recebeu
o prémio Nobel de fisiologia e medicina com Florey e o bacteriologista inglês
Sir Alexander Fleming.
ACERCA DA
REPRODUÇÃO CELULAR
A utilização das reservas potenciais do núcleo determina
a intensidade da vida individual da
célula, cuja actividade constitui uma manifestação da energia.
A célula cresce, mas não indefinidamente. Cada espécie
tem um máximo de crescimento, limitado pela sua própria energia potencial e
pelas circunstâncias físicas exteriores.
Chegado a um certo volume já não pode crescer e
divide-se em dois indivíduos parecidos ao tipo original. Protótipos
inferiores desta classe de divisão celular são os amibios e os infusórios. A
divisão indirecta ou por cariocinese é uma diferenciação da primeira. Esta
desenvolve-se às vezes em forma de gemas que se separam logo do indivíduo
original; outras vezes em forma de esporas. Sucede também que duas células se
atraiam, se penetrem e depois se separem, produzindo-se assim um
rejuvenescimento das duas.
PROTOZOÁRIOS E
METAZOÁRIOS
Os animais compostos de uma só célula, chamam-se
protozoários; os que se compõem de muitas células, chamam-se metazoários. Já
falámos da reprodução dos protozoários, enquanto os metazoários, entre os
quais se encontra o homem, se reproduzem do modo seguinte: as células
uniram-se entre si, a um certo momento e em certas circunstâncias, num
conjunto chamado mórula, formando a constituição de uns invertebrados
chamados sinamíbios. Uma diferenciação da mórula produz a blástula, cujos
representantes se chamam blasteados. Por fim, uma nova diferenciação produz a
gástrula, da que se originaram os diversos órgãos e partes dos animais
primitivos, que se podem observar durante o desenvolvimento embrionário de
todos os animais actuais e do homem. Como este processo se reproduz de forma
idêntica em todos os metazoários, no princípio do seu desenvolvimento
embrionário, evidencia-se a comunidade de origem de todos os Seres vivos.
Isto demonstra também a futilidade das razões dos que discutem a descendência
simiesca do homem, posto que se pode afirmar a descendência das formas mais
rudimentares de vida animal. Isto, por outra parte, não tem teria nada de
indecoroso para o homem. A ser verdade, constituiria situação mais digna e
honrosa sermos o descendente evoluído de um antropóide, do que os exemplares
degenerados de uma humanidade criada perfeita.
No homem inicia-se a reprodução, como em todos os
vertebrados, pelo contacto de duas células: macho e fêmea, as que se fundem
numa só, que sucessivamente passa pelas fases da mórula, blástula e gástrula.
Logo, passamos pelo estado dos nossos antepassados acranianos.
Até à quarta semana de vida embrionária, temos, como os
peixes, arcos braquiais, que desaparecem ao redor da sexta semana. A anatomia
comparada demonstra, por outro lado, a existência de uma impressionante
unidade de estrutura entre todos os animais. Se observamos com atenção as extremidades
exteriores dos mamíferos, vemos que a disposição e o número de ossos é mais
ou menos o mesmo, ainda que a adaptação tenha vindo criando no homem a mão,
no cão a pata, barbatanas nas focas e peixes, asas nas aves, etc..
AS MATÉRIAS
MINERAIS
A água, os sais minerais e os gases são os elementos
minerais que se encontram no organismo. A água é a substância mais importante
do organismo, pois encontra-se na proporção de cerca de 70%. Cada animal tem
uma proporção determinada de água, a que não pode ser sensivelmente
modificada. A água é, pois, uma constante celular; nela se banham todos os
tecidos. A necessidade de água é, por tais razões, a mais imperiosa. Pode-se
prescindir de alimentos por muito tempo sem morrer, sempre que se tenha água
para beber. O grau de hidratação do organismo deve-se à acção dos sais e
principalmente ao cloreto de sódio, que se encontra no soro sanguíneo numa
proporção de 7,0/1000 do nosso sangue – o que constitui outra constante
fundamental.
“Os sais minerais representam 4,7% do
peso do corpo. São constituintes indispensáveis da composição das células; o
são também dos humores do organismo; desempenham um papel importante na manutenção
da pressão osmótica; intervêm poderosamente nas acções químicas da célula,
especialmente sobre as acções diastásicas; as matérias minerais alcalinas
neutralizam os produtos ácidos da desassimilação; por fim, atribuí-se um
papel especial ao sal marinho” (Lambli).
A acção dos sais é múltipla e só podemos reter aqui a
mais importante em nosso entender, que consiste em conservar o equilíbrio
alcalino no sangue. Os sais minerais, com efeito, dividem-se entre bases e
ácidos. As bases estão formadas por combinação de oxigénio com potássio,
sódio, cálcio, magnésio, óxido de manganeso, etc.. Os ácidos são corpos
antagónicos das bases, às que se unem formando sais. Assim, o hidrogénio
unido a cloro, bromo, iodo e flúor, ou por por união de oxigénio, hidrogénio,
carbono ou enxofre, ou fósforo, ou silício, formam respectivamente ácidos
clorídrico, bromídrico, iodidríco, flurídrico, carbónio, sulfúrico, fosfórico
e silícico. Costumam-se absorver livres ou formam-se por decomposição ou
combustão de outras substâncias que contêm enxofre, fósforo, cloro, etc.. O
carbono forma também outros ácidos orgânicos, entre eles os ácidos cítrico,
láctico, glucónico, tartárico. ..., e
os ácidos gordos passam por ser completamente oxidáveis no corpo
transformando-se em água e ácido carbónico. Outros ácidos são incompletamente
oxidáveis, queimando-se em parte, e em parte devendo ser eliminados, tais
como os ácidos acéticos – vinagre -, e oxálico – que dão água, anidrido
carbónico, ácido fórmico, etc.. Enfim, há outros ácidos não oxidáveis como o
ácido benzoico, o salicílico, etc., que se eliminam ou se transformam noutros
menos tóxicos pelo trabalho do fígado.
Os sais, como vimos, são formados por uma combinação de
bases e ácidos. Assim, o ácido clorídrico e a soda, chama-se cloreto sódico,
o ácido carbónico e a soda, ou sódio, chama-se carbonato sódico, com a cal
chama-se carbonato cálcico, etc..
O estado normal do sangue é alcalino, o que equivale a
dizer que nele predominam as bases sobre os ácidos. Automaticamente,
produz-se a combinação de bases com os ácidos livres. É importante observar
que apesar da produção de amoníaco, os animais carnívoros têm a urina ácida,
enquanto os herbívoros, graças à grande quantidade de sais minerais contidos
nos pastos de que se alimentam, a têm sempre alcalina – e assim também, o
homem vegetariano, com predomínio de frutas, verduras, batatas e leite,
enquanto que o que segue uma alimentação mista ou muito carregada de cereais,
leguminosas, ervilhas secas, nozes, queijos e ovos, tem que consumir uma
grande quantidade de soda, cal,
potássio, etc., para neutralizar o seu excesso de ácidos.
A formação de ureia e de outros ácidos prejudiciais
difíceis de eliminar e o consequente estado de acidose, é uma das causas
patogénicas mais importantes que estudos recentes colocaram em relevo. Insistimos
nele, pois entre os naturistas não se lhe há dado, até à pouco tempo, a sua
devida importância.
CICLOS CÓSMICOS,
CICLOS DA VIDA HUMANA E CICLOS NATURAIS DO CORPO
Fontes: UMNHA e outras pesquisas (Pentalfa, Alfonso, etc.)
Segundo a Tradição Ocidental, há um número considerável
de ciclos, sendo os “Ciclos Cósmicos” e os
“Ciclos da Vida Humana”, os que se revestem de maior interesse para o homem.
Ciclos Cósmicos
v
Ciclo
Diário - Tem a duração de 1/365 do ano e equivale a
24 horas. Entre o nascimento do sol e as primeiras horas, ocorre o máximo
potencial de energia luminosa e de magnetismo solar, que proporcionam grande
actividade orgânica e capacidades de libertação de energia. Esta libertação
de energia é utilizável como calor, trabalho e actividade química. Durante a
noite estas energias são quase nulas, o que leva o organismo a procurar
descanso e recuperação. A recuperação potencial corresponde à condensação do
fluido nêurico. Segundo Letamendi, no seu Horário da Irritabilidade,
"... de dia convém trabalhar e de noite descansar";
v
Ciclo Anual
- Este ciclo corresponde a 365 dias e é também
chamado ciclo solar. Na plenitude estival, há abundância de luz, calor,
alimentos e magnetismo - predomínio das forças materiais (enquanto no
Inverno, quando há grande redução das reservas materiais do meio, são incrementadas,
em troca, as manifestações de ordem metapsíquica – predomínio das forças
espirituais);
v
Ciclo Lunar
- Rege as marés e produz efeitos telúricos
como a circulação da seiva dos vegetais e dos humores dos animais. Em doentes
nervosos, a sua influência sob determinadas condições pode provocar
alterações psíquicas (histerismo, epilepsia, etc.), podendo ocorrer mesmo
acessos de loucura em determinadas fases do seu ciclo. Aos indivíduos
perturbados psiquicamente chegou mesmo a chamar-se "lunáticos". A
exaltação das pessoas débeis aumenta com a lua nova e a lua cheia. Este ciclo
rege o aparecimento da menstruação, na mulher, e ainda a incubação dos ovos
de certas aves, a evolução de alguns estados morbosos, o amadurecimento dos
frutos, mudanças atmosféricas, etc.. Foi comprovada a influência da lua na
cicatrização, assim como a exaltação das funções vegetativas normais do
organismo, durante os 14 dias entre a lua nova e a lua cheia e uma normal
remissão durante os outros catorze dias, entre a lua cheia e a lua nova;
v
Ciclo
Mercuriano - É um ciclo Anual correspondente a 3
meses terrestres. Rege as estações do ano terrestres, e nesta tarefa
influencia as crises depurativas que ocorrem nas mudanças das mesmas (estações);
v
Ciclo
Venusiano - O ciclo Anual de Vénus é equivalente a 9
meses terrestres. Rege o desenvolvimento do feto no útero. Foi a constatação,
pelos antigos, de que vénus exercia influência sobre o útero, que o fez
merecer o nome da deusa do amor;
v
Ciclo
Marciano - O ciclo anual de Marte corresponde a dois
anos terrestres. Este Planeta rege o desenvolvimento das plantas bienais;
v
Ciclo
Jupiteriano - O ano de Júpiter equivale a 12 anos
da Terra. Este ciclo rege o aparecimento da puberdade;
v
Ciclo
Saturniano - O ciclo anual de Saturno equivale a
30 anos da Terra. Rege os períodos de crescimento humano - 30 anos - e de
decrescimento físico - 60 anos;
v
Ciclo
Uraniano - Urano tem um ciclo anual com a duração de 84
anos terrestres. A influência deste Planeta é estudada em círculos reservados
e não existe divulgação disponível para o público;
v
Ciclo
Neptuniano - O ciclo anual de Neptuno é igual a
165 anos terrestres. A influência deste Planeta (tal como a de Urano) não é
revelável.
Ciclos da Vida
Humana
v
Ciclos de
Manifestação - Correspondem ao período total de
trabalho dos órgãos durante a vida. Como exemplos, a vida total corresponde a
X anos, nos quais a vida sexual tem uma manifestação de 40 a 60 anos, as glândulas
endócrinas têm uma duração variável, e as funções do coração são coincidentes
com a duração da vida;
v
Ciclos
Funcionais - Correspondem aos ciclos do ritmo
biológico de um órgão, como, por exemplo, a batida cardíaca. Os principais
Ciclos têm a seguinte duração:
1.
Ciclo funcional Intelectual: 33 dias;
2.
Ciclo funcional feminino: 28 dias;
3.
Ciclo funcional masculino: 23 dias;
4.
Ciclo individual: tem duração variável;
5.
Ciclo digestivo: 16 horas;
6.
Ciclo circulatório: 15 segundos;
7.
Ciclo respiratório: 3 segundos;
8.
Ciclo Simpático – Solar: 4 segundos;
9.
Ciclo cardíaco: 1,2 segundos.
Existe correspondência entre os diversos ciclos vitais,
chegando alguns a ter grande relação entre si. Por cada 18 batidas cardíacas
realiza-se um ciclo circulatório e 4,5 respiratórios.
"A Vida é uma Função – a função total
– dos Seres Organizados e o resumo das funções de cada um dos seus
órgãos" (Hipócrates).
Citamos também, por nos parecer interessante, a seguinte
passagem do diário de Goethe:
"Tenho que observar com maior atenção o círculo dos bons
e dos maus dias que me influenciam. As paixões, os desejos de bem, o impulso
de fazer isto ou aquilo, o espírito inventivo, de execução, o sentido da
ordem, tudo isto muda e constitui um movimento metódico, tal como a alegria,
o vigor espiritual, a energia, a agilidade corporal, a depressão física, a
calma mental, o apetite. Como vivo de uma forma extremamente frugal, nada
turva o movimento, e necessito determinar a medida do tempo e a ordem em que
eu próprio me movo em redor de mim mesmo".
Uma outra classificação, em parte coincidente com esta,
refere-se aos Ciclos Naturais do Corpo:
Ciclos Naturais do
Corpo
Estes ciclos determinam as funções corporais que estão
continuamente em execução, e cada um deles intensifica-se durante certas
horas do dia.
Os três Ciclos principais são os seguintes:
v
Eliminação
- Tem o período de actividade mais intensa
entre as 6 e as 14 horas, ocupando-se da expulsão dos dejectos corporais e
dos restos de alimentos;
v
Apropriação
- É mais intenso entre as 14 e as 22 horas, e
trata da ingestão e digestão).
v
Assimilação
- Preenche o período das 22 às 6 horas,
correspondendo-lhe a Absorção e utilização.
O corpo humano é composto e mantido com um mínimo de 70% de
água. Por esta razão devemos dar preferência aos alimentos com alto teor aquoso
como o são as frutas e as verduras. Ao resto dos alimentos poderíamos
designar genericamente por Concentrados.
Os três ciclos do nosso corpo funcionam com maior facilidade
quando proporcionamos ao organismo uma abundância destes alimentos
reguladores. Do ponto de vista da saúde ideal, o estômago humano não está
preparado para digerir mais do que um alimento concentrado de cada vez.
A maioria dos higienistas está de acordo quanto ao facto de
que uma das principais causas de enfermidade é a toxemia produzida pela
inadequada alimentação. Isto equivale a dizer que a intoxicação geral está na
origem da maior parte das enfermidades.
Uma alimentação rica em carnes e peixes, em produtos enlatados
e com conservantes, produtos refinados, etc., conduz necessariamente a uma
acidificação do nosso organismo, estabelecendo um desequilíbrio no nosso
sistema ácido – base. Sabe-se actualmente que este é o motivo de um elevado
número de enfermidades.
As Frutas e as Verduras, por serem Alimentos Alcalinizantes,
ou Básicos, contrariam os Efeitos Acidificantes.
Uma dieta depurativa, à base de frutas exclusivamente, ou o
jejum de um dia por semana, deverão adoptar-se, por constituir excelentes
hábitos higiénicos que ajudam o organismo a eliminar a toxemia – a
depurar-se.
Devemos ter sempre presente a enorme importância de
manter permanente o equilíbrio ácido – base no sistema. Para esclarecimento,
indicamos alguns dos alimentos que se consideram acidificantes, e também
outros que são tidos por Alcalinizantes:
· Alimentos Acidificantes - Pão branco, carne, peixe, ovos, queijos e açúcar. Uma
alimentação excessivamente ácida implica uma rápida neutralização com
álcalis: a natureza tende sempre a manter o equilíbrio, a qualquer preço. Se
a alimentação continua sendo ácida, o organismo tem que deitar mão dos seus
próprios álcalis, localizados em diversas partes, criando inversões de rotas
metabólicas, com os consequentes transtornos orgânicos como a artrose e
muitos outros.
· Alimentos Alcalinizantes - Vegetais em geral (frutas e verduras). Não esqueçamos que uma
boa e sã alimentação deve conter uns 70% ou mais de alimentos Alcalinizantes.
CONSTITUIÇÃO
SOMÁTICA BÁSICA
Fontes: UMNHA e outras pesquisas (Pentalfa, Alfonso, etc.)
Para todos os fenómenos fisicamente detectáveis existe
uma constituição trinaria, a cuja regra os seres vivos não fogem. À
semelhança dos outros animais, o homem é constituído por essência (energia
vital), vida (funções orgânicas), e substância (o corpo). Para melhor compreensão desta constituição (e
subconstituição) trinária, dividimos o corpo em três partes distintas,
diferentes da divisão convencional, e que são: cabeça, tórax e abdómen. É
nestas três cavidades corporais que se desenvolvem as partes principais dos
três grandes sistemas orgânicos, correspondendo a cavidade abdominal ao
estômago - órgão fundamental para a manutenção da substância material mais
concreta; a cavidade torácica ao coração - órgão principal do sistema
circulatório - cuja especialidade é o fornecimento de energia, e a cavidade
craneal ao cérebro - órgão principal do sistema nervoso - ao qual devemos a
inteligência.
No desenvolvimento desta constituição trinaria,
verificamos que a cabeça integra os dois maxilares; o tórax está associado
aos dois braços, e o abdómen às duas pernas. Os braços são constituídos por
braço, antebraço e mão, dividindo-se esta, por sua vez, em carpo, metacarpo e
dedos (os quais têm três falanges.....).
Podemos adiantar que existem correspondências entre as
seguintes partes do corpo: braço«ventre (partes
mais volumosas e menos móveis dos grupos trinários a que pertencem);
antebraço«tórax (partes de volumes e mobilidades médias, dos respectivos
grupos) e mão«cabeça (partes mais inteligentes).
Considerando as correspondências em cada um dos
seguintes três grupos de observações, e as relações entre grupos, teremos:
v
Zonas Cerebrais Inteligentes
|
|
|
|
|
Nervosa
|
|
Respiratória
|
|
Digestiva
|
·
Nervosa - Correspondente ao sistema nervoso, é coincidente com o cérebro
e abrange a parte mais inteligente deste e a que mais o influencia: os olhos.
·
Respiratória
- Corresponde ao Tórax e inclui a parte mais
inteligente do aparelho respiratório, dotada do sentido do olfacto: o nariz.
·
Digestiva -
Corresponde ao ventre e comporta a parte
mais inteligente e selectiva do tubo digestivo, dotada do sentido do gosto: a
boca.
v
Zonas Cerebrais Mecânicas
|
|
|
|
|
Frontal
|
|
Torácica
|
|
Digestiva
|
·
Frontal - Inclui parte do cérebro e os órgãos que esta parte coordena, do
ponto de vista motor: olhos, boca, nariz e fronte;
·
Torácica - Corresponde à parte cerebral que coordena os músculos
mastigadores, o equilíbrio e os centros motores;
·
Digestiva -
Corresponde à parte cerebral que coordena a
zona ventral, sendo a região mais desarmoniosa e rude da cabeça.
Sintetizando os dois grupos anteriores, obteremos um terceiro
grupo com a revelação das três zonas principais da cabeça, que se designam
por:
v
Zonas Fisiológicas
|
|
|
|
|
Cerebral
|
|
Torácica
|
|
Digestiva
|
DESMINERALIZAÇÃO
v
Causas
“Vivemos
intoxicando-nos e morremos envenenados” (M. Lezaeta
Acharan)
As causas da desmineralização não residem obrigatoriamente nas
carências alimentares, ainda que estas quase sempre sejam a sua razão
principal ou causa primária. Ela pode originar-se no processo nutritivo,
quando ocorra má assimilação. Esta má assimilação é mais frequente perante o
consumo de produtos nocivos – porque estes obrigam o metabolismo a destruir
minerais orgânicos –, mas também há que considerar a possibilidade de
existirem causas hereditárias ou predisposição.
v
As Carências
“Em lugar de
estudar alimentação e desintoxicação do corpo humano, temos estudado
germes...” (Dr. Arbuthnot Lane)
Muitas pessoas confundem desmineralização com
“descalcificação”, talvez pelo facto da carência de cálcio ser a mais
conhecida popularmente. Na realidade, os transtornos pela carência de cálcio
podem ser catastróficos, mas nem sempre se resolve o problema limitando-o ao
cálcio. Um organismo pode ter carências de magnésio, indispensável aos
pulmões e ao tecido ósseo (sendo necessária a presença de cálcio, como
mineral principal, mas não suficiente por si só); de potássio, útil ao
coração e ao sistema nervoso (em associação com o sódio) e ao tecido muscular
(em associação com o magnésio); de ferro, útil principalmente aos glóbulos
sanguíneos (em associação com o potássio); de fósforo, útil principalmente ao
esqueleto e ao cérebro, predominando também em todos os tecidos, sob a forma
de ácido fosfórico; de enxofre, útil principalmente às células nervosas; de
sílica, muito importante para a conservação dos tecidos; de zinco,
indispensável à síntese de enzimas e favorecedor das funções da próstata; de
cobre, auxiliador da fixação do cálcio e do fósforo e restabelecedor do
funcionamento de glândulas endócrinas como a tiróide, a hipófise e glândulas
genitais; manganês, útil ao sistema imunológico, catalisador de oxidações
celulares, anulador dos distúrbios psíquicos da menopausa e preventivo da
esterilidade e da impotência; vanádio, preventivo das doenças
cardiovasculares; selénio, útil na acção regeneradora celular
(gerontológica); iodo, que se pode considerar o combustível da tiróide (onde
é fixado sob a acção das enzimas peroxidases, e sem o qual não seria possível
a produção de tiroximina – uma hormona tiroideia actuante no metabolismo das
proteínas, açúcares, gorduras, água, e ainda ao nível do fígado, músculos,
actividade genital, formação de eritrócitos ou hemácias, circulação, psique,
etc., além de ter acção anti–tóxica e anti-infecciosa); do cobalto,
regularizador dos sistemas nervosos simpático e parassimpático e participante
da composição da vitamina B12; do flúor, principal conservador dos dentes; do
molibdénio, inibidor da cárie, necessário para formar enzimas e indispensável
à hidrogenase e aldeído–oxidase do fígado; do sódio, que pela sua indispensabilidade
não carece de comentários, e que, entre uma infinidade de funções vitais,
está presente nos humores intersticiais (em associação com o potássio), etc.,
etc..
v
Transformações Biológicas dos Minerais
“A Natureza no
homem é constituída à imagem da Natureza no Mundo” (Hipócrates)
São observáveis fenómenos interessantes como os
seguintes:
·
Um excesso de magnésio provoca carências
de cálcio;
·
Um excesso de sódio provoca carências
de potássio;
·
Alguns vegetais são ricos em
elementos químicos não existentes no terreno onde cresceram;
·
Há sementes que adquirem na sua
estrutura maior quantidade de certos minerais depois de perderem o contacto
com qualquer fonte de nutrição;
·
O trigo germinado torna-se mais rico
em cálcio, fósforo e magnésio do que o mesmo trigo antes da germinação.
Foram verificadas as seguintes ocorrências:
·
O sódio pôde transformar-se em cálcio
ou magnésio;
·
O potássio transformou-se em cálcio;
·
O enxofre modificou-se para fósforo;
·
O fósforo transmutou-se em enxofre;
·
O manganésio transformou-se em ferro;
·
O ovo incubado torna-se mais rico em
cálcio do que antes da incubação;
·
Os herbívoros, que absorvem menos azoto,
excretam em quantidade este elemento.
Todos estes fenómenos ocorrem em circunstâncias apropriadas:
nas plantas, por exemplo, verificou-se que estas transformações se realizam
apenas na presença de um catalisador ou sob a influência de bactérias, e unicamente
em presença da luz solar.
Com razão podemos afirmar que os desequilíbrios mineralógicos
no organismo humano se devem, em parte, ao atrofio geral do sistema, que já
não consegue sintetizar todas as substâncias necessárias.
v
O Tratamento
Oficial (Alopático)
“Oh! Saúde,
quantos crimes se cometem em teu nome!” (M. Lezaeta
Acharan)
A medicina alopática ou “científica” recomenda a ingestão de
minerais na forma de “medicamentos”, obtidos por síntese laboratorial, ou
seja, artificialmente.
Além de considerarmos absurdo que se tente desnaturalizar e
enganar a natureza – e se insista em fazê-lo, apesar dos inconvenientes que
se conhecem –, este grave erro é anti–económico para o sistema biológico:
como cada mineral só se fixa em presença de outras substâncias produzidas
organicamente (que neste caso, por debilitamento geral, o organismo não
consegue produzir), o medicamento é expulso com grande esforço, em geral pela
urina, aumentando ainda mais a debilidade do corpo.
O doente não só não melhora, como chega a ficar pior, pela
toxicidade do fármaco, que embora não seja assimilado deixa resíduos e acaba
por provocar graves sobrecargas, com a continuidade.
v
Tratamento Naturopático Normalizador das Funções de
Assimilação Nutricional
“A Natureza dá-nos
tudo quanto é preciso para curar verdadeiramente” (Romolo Mantovani)
Procurar regularizar funções, evitando ingerir alimentos
vegetais excessivamente proteicos, e bem assim alimentos conservados, enlatados,
concentrados, enchidos, e proteínas na forma de cadáveres de animais. As
frutas, folhas verdes e hortaliças em geral, tanto cruas como cozidas, são
fontes de sais minerais e vitaminas de excelente qualidade, na quantidade e
combinação biologicamente desejável. O valor depurativo destes produtos faz
com que os consideremos alimentos medicamentos. É bom ter presente que todo o
corpo saudável sintetiza as substâncias que não consegue obter do exterior;
Efectuar exercícios respiratórios e recorrer à moderada
exposição ao Sol (helioterapia); aos banhos de mar (talassoterapia); aos
duches frios de chuveiro e de agulheta (hidroterapia) – estimulantes do
sistema nervoso e das defesas do corpo ou sistema imunológico; ao uso interno
da argila (geoterapia), bastando utilizá-la como água argilosa – uma forma
natural de obter todos os minerais de que o corpo necessita.
Nunca será demais insistir no aspecto alimentar, com rigoroso
equilíbrio e quase exclusividade de substâncias oriundas directamente do
mundo vegetal (pode utilizar-se leite, preferencialmente na forma de iogurte,
requeijão e queijo fresco), dando a maior importância aos frutos, folhas
verdes, legumes frescos (evitar as leguminosas secas durante a fase
normalizadora de funções, por serem excessivamente proteicas e produtoras de
ácidos orgânicos) e algumas oleaginosas;
Fazer uso de tisanas descongestionantes do fígado.
Não convém generalizar muito, pois cada doente representa uma
situação particular e cada organismo tem as suas necessidades próprias e
formas diferentes de reagir, as quais, só o enfermo conhece (melhor do que
ninguém!).
DIAGNÓSTICOS
TRADICIONAIS
Fontes: UMNHA e
outras pesquisas (Pentalfa, Alfonso, etc.)
Apenas diferem dos convencionais pela sua absoluta
intregralidade, não descurando qualquer aspecto. Consistem na observação, apreciação,
reflexão e investigação do estado do doente e da intensidade do mal, causas,
formas, localização das lesões e capacidades de reacção.
v
Diagnóstico Básico - Os elementos
básicos de um diagnóstico são colhidos através da investigação dos seguintes
aspectos:
1.
Erros de conduta biológica, ligando-se as principais causas a
factores como a ignorância, a indiferença, a falta de vontade e a
auto–indulgência – todos anuláveis através da submissão a uma determinada
disciplina ou tratamento;
2.
Coeficiente de vitalidade;
3.
Sobrecargas morbosas do organismo;
4.
Alterações químico/humorais e defeitos de influência nervosa;
5.
Investigação dos motivos e causas de predisposição e coadjuvantes;
6.
Inspecção da doença e localização das suas lesões;
v
Diagnóstico Funcional, Dinâmico, ou
das Reacções - Consiste
nas seguintes investigações:
1.
Erros de conduta e motivos externos;
2. Defeitos
de influência nervosa;
3. Exame dos emunctórios e suas funções;
4. Funções anormais;
5. Análise dos humores;
6. Biorritmo e tónus
funcional;
7.
Eventualmente, Psicanálise ou outras técnicas auxiliares.
v
Diagnóstico Individual, Estático ou
do Terreno - Consiste no desenvolvimento dos métodos anteriores. Partindo da
investigação das causas dos erros de conduta biológica, chegamos à avaliação
dos seguintes aspectos:
1. Tipo
2. Temperamento;
3. Constituição;
4. Conformação;
5. Diagnóstico Básico;
6. Exame da Íris;
7. Diagnóstico das Tendências Finais;
8.
Exame das Sobrecargas Patológicas;
9.
Investigação das Determinações Biológicas;
v
Diagnóstico Predominante ou das
Tendências - Consiste
na identificação do enfermo com uma das seis seguintes possibilidades:
1.
Nutrição com Predominância Genital ou Endócrina e
Sub–Predominância Respiratória:
a)
Função: Nutrição;
b)
Princípio: Material ou somático;
c)
Base: Física, nutrícia ou occipital;
d)
Características: Lóbulo occipital mais desenvolvido e frontes
cheias;
e)
Órgãos mais fortes: Os digestivos, em especial o fígado;
f)
Órgãos de resistência média: Sexuais e glândulas de secreção
interna;
g)
Órgãos mais fracos: Pulmões e coração;
h)
Sintomas e crises: Preferencialmente no aparelho respiratório
e secundariamente nos órgãos sexuais e glândulas;
2.
Nutrição com Predominância Respiratória e Sub–Predominância
Genital:
a)
Função: Nutrição;
b)
Princípio: Material ou somático;
c)
Base: Física, nutrícia ou occipital;
d)
Características: Lóbulo occipital mais desenvolvido e fontes
cheias;
e)
Órgãos mais fortes: Os digestivos, em especial o fígado;
f)
Órgãos de resistência média: Pulmões e coração;
g)
Órgãos mais fracos: Sexuais e glândulas de secreção interna;
h)
Sintomas e crises: Preferencialmente nos órgãos sexuais e
glândulas, e secundariamente no aparelho respiratório;
3.
Respiração com Predominância Nutricional e Sub–Predominância
Genital e Endócrina:
a)
Função: Respiração;
b)
Princípio: Mental ou psíquico;
c)
Base: Mental, respiratória ou frontal;
d)
Características: Lóbulo frontal mais desenvolvido, fronte recta,
alta e rectangular;
e)
Órgãos mais fortes: Pulmões e coração;
f)
Órgão básico: Lóbulo pulmonar superior;
g)
Órgãos de resistência média: Os de nutrição;
h)
Órgãos mais fracos: Genitais, glândulas de secreção interna e
sistema nervoso;
i)
Sintomas e crises: Preferencialmente no aparelho digestivo e
secundariamente no aparelho respiratório;
4.
Respiração com Predominância Genital e Sub–Predominância
Nutrícia:
a)
Função: Respiração;
b)
Princípio: Mental ou psíquico;
c)
Base: Mental, respiratória ou frontal;
d)
Características: Lóbulo frontal mais desenvolvido; fronte recta,
alta e rectangular;
e)
Órgãos mais fortes: Pulmões e coração;
f)
Órgão básico: Lóbulo pulmonar superior;
g)
Órgãos de resistência média: Genitais, sistema endócrino e
sistema nervoso;
h)
Órgãos mais fracos: Aparelho digestivo;
i)
Sintomas e crises: Preferencialmente nos genitais, sistema
endócrino e sistema nervoso; secundariamente no aparelho digestivo;
5. Geração com Predominância Nutricional e Sub–Predominância
Respiratória:
a)
Função: Geração;
b)
Princípio: Espiritual ou Nouménico;
c)
Base: Espiritual, genital ou parietal;
d)
Características: Lóbulo parietal médio mais desenvolvido,
crânio alto, frontes côncavas;
e)
Órgãos mais fortes: sexuais e glândulas de secreção interna;
f)
Órgãos de resistência média: Os de nutrição;
g)
Órgãos mais fracos: Respiratórios;
h)
Sintomas e crises: Preferencialmente nos órgãos de nutrição e
secundariamente no aparelho respiratório;
6.
Geração com Predominância Respiratória e Sub–Predominância
Nutrícia:
a)
Função: Geração;
b)
Princípio: Espiritual ou Nouménico;
c)
Base: Espiritual, genital ou parietal;
d)
Características: Lóbulo parietal médio mais desenvolvido,
crânio alto, frontes côncavas;
e)
Órgãos mais fortes: sexuais e glândulas de secreção interna;
f)
Órgãos de resistência média: Pulmões e coração;
g)
Órgãos mais fracos: Os de nutrição;
h) Sintomas e crises:
Preferencialmente nos órgãos da respiração e secundariamente nos de nutrição;
v
Diagnóstico de Doenças e Lesões - É o diagnóstico do
estado dos órgãos principais e localizações patológicas; exame parasitário;
etc..
CONSIDERAÇÕES
SOBRE A ENFERMIDADES, OU DESARMONIA VITAL, E SUAS CAUSAS
v
Conceito de Enfermidade - Todas as desarmonias
funcionais do organismo humano são consequência de agressões contra ele
praticadas, e manifestam-se quando as defesas (sistema imunológico) deixam de
neutralizar as toxinas exageradamente acumuladas sobre o "terreno
orgânico". Procedendo, a princípio, de intoxicação celular, estes desequilíbrios
funcionais vão-se alastrando aos tecidos, órgãos e a todo o organismo, num
lento processo degenerativo, em que se tornam tóxicos os próprios dejectos do
metabolismo (causa endógena de enfermidade). Esta situação é devida,
principalmente, aos maus hábitos e condições artificiais de vida, como sejam
a ingestão de alimentos inadequados (carnes, produtos de fabrico
"industrial", vegetais tratados com agro-químicos, etc.), produtos
de síntese, drogas, bebidas alcoólicas, tabaco, inalação de ar poluído e
audição de ruído excessivo (causas exógenas). Igualmente constituem factores
de desarmonia funcional as emoções fortes, os pensamentos pessimistas, e as
consequentes depressões, não esquecendo que são privilegiadas as relações de
trabalho e familiares. Como "entidade", é nula a existência de
qualquer enfermidade. Aquilo a que chamamos "sintomas" (ou mesmo os
"sinais" eventualmente visíveis), correspondem ao efeito de compensação
provocado pelo organismo, como tentativa de neutralização, ou como recurso de
adaptação, contra a acção de uma causa perturbadora (ou mais que uma).
v
Enfermidade Aguda - A condição
designada por "aguda" resulta de um exagerado esforço desenvolvido
pelo organismo para eliminar morbosidades acumuladas (ou anular o efeito
nefasto de um agente externo) e as suas crises são tão mais violentas quanto
maior a vitalidade que o indivíduo possua. Deste fenómeno são as crianças um
bom exemplo, pois ficam facilmente prostradas com a violência das crises
(sinal de grande vitalidade). É evidente que tais sintomas violentos nunca se
devem sufocar artificialmente, sob o risco de fazer recolher ao interior as
substâncias que o organismo tem necessidade de eliminar. Muito pelo
contrário, deve este esforço depurativo ser auxiliado e intensificado por
todos os meios naturais ao alcance (tendo em conta a idade, condição física
geral do enfermo e gravidade do estado de saúde, individualizando sempre os
recursos terapêuticos utilizáveis).
v
Enfermidade Crónica - Quando as
crises curativas das doenças agudas são suprimidas artificialmente, fica o
organismo impossibilitado de eliminar as substâncias mórbidas responsáveis
pela doença, e é forçado a um estado de adaptação. As consequências desta
"anti-natural" situação revelar-se-ão mais tarde na forma de
"enfermidades crónicas", em que, por falta de vitalidade, todos os
sintomas são mais raros e fracos. Só o retrocesso à fase aguda (agora
difícil), permitirá o reaparecimento das "crises curativas", que
constituem condição indispensável para a libertação da enfermidade (por
promoverem a drenagem das toxinas e a
consequente depuração). Devemos saber que apenas as energias internas, vivas,
do organismo (forças vitais), têm capacidade e inteligência, estendida por
todas as células, tecidos e órgãos, para nos renovar e revitalizar. Como
regra, não tem fundamento a confiança em "remédios específicos",
para esta ou aquela anormalidade funcional, mesmo que estes sejam apelidados
de "naturais". Salvo raras excepções, estes métodos "cegos"
perturbam a consciência interior somática de cada pessoa, impedindo uma
actuação correcta da mesma, que, quando conveniente e conscientemente
auxiliada e orientada, não pode provocar danos.
"A Natureza é
um Grande Médico. E esse Médico possui-o o Homem em si próprio"
(Paracelso).
v
Principais Causas De Enfermidade
1. Excitação da energia individual - Obrigando-a a
gastar-se em quantidade maior do que, por Lei Natural, lhe corresponde num
determinado tempo. Utilização de excitantes artificiais, tais como álcool,
café, drogas, químicos e medicamentos de síntese; alimentação alheia às
regras da higiene naturosófica; pouco descanso, sensualidade, paixões
exageradas, concupiscência, etc.
2. Redução das oportunidades onde a
energia individual encontra normal emprego em determinado tempo - Pelo retardamento nutritivo e anormal libertação de energias
nervosas, através da vida sedentária e ociosa.
3. Recepção orgânica de energias
cósmicas em quantidade ou qualidade diferentes das que por Lei Natural lhe
correspondem em determinado tempo - Pela alimentação excessiva (sendo
agravado se nela se incluem alimentos impróprios ou tóxicos) e, muito em
especial, o hábito de fumar.
4.
Diminuição
da recepção de energias cósmicas que correspondem ao organismo em determinado
tempo - Através da comida escassa, pouca exposição ao ar, ao sol, etc.
v
Estados
de Enfermidade
1.
Estado de Intoxicação Digestiva
§
Causas - Ingestão insistente de
carnes, peixes, produtos de confeitaria, conservas, salgados, álcool, etc., com
a consequente sobrecarga orgânica de ácido úrico, ureia, ptomainas,
alcalóides, colesterina, açúcar, e outros, cujo resultado é a alteração da
constituição humoral, surgindo o estado de enfermidade quando as defesas
orgânicas chegam à exaustão e não conseguem compatibilizar-se com este estado
anti-natural.
§
Sintomas - Começamos por observar a língua saburrosa,
a boca seca, o hálito fétido, por vezes com ensalivação excessiva, períodos
de excesso de apetite alternados com outros de falta de apetite, náuseas,
vómitos, ardôr, peso ou dôr no estômago, arrôtos ácidos, gases, fetidez
excessiva das fezes, hemorróidas e aumento do volume do ventre, que nos
revelam a manifestação de irritação gastro-intestinal e excitação orgânica
geral.
§
Consequências - As alterações
químicas verificadas nos humores produzem estados infecciosos e lesões
orgânicas, insuficiências glândulares, cólicas e vómitos biliosos, urticária,
icterícia, diabetes, hepatite, varizes, palpitações, congestões, hemorragias,
insónias, irritabilidade, hipocondria, astenia, dispepsia, acidez,
fermentações diversas, tanto prisão de ventre como diarreia, enterites e
enterocolites muco-membranosas, sensibilidade e aumento do volume do fígado
(congestão), pele amarelada, boca amarga, fácil perda de sangue pelas
gengivas, vias respiratórias, intestinos e nariz (como consequência do
aumento do volume do sangue), albuminúria, acidificação, artritismo,
reumático, desmineralização, síndrome de desnutrição, obesidade ou perda de
peso, perda de memória, sensibilidade ao frio, cáries, inchassos, caquéxia,
escorbuto, raquitismo, afecções oculares, pelagra, etc.,
2. Estado de
Desmineralização
§
Causas - Carências de frutas e outros alimentos
mineralizantes, com função alcalinizante do organismo. Na realidade, a
desmineralização não é mais do que uma consequência da acidificação dos
humores.
§
Sintomas - Perda de peso, debilidade,
irritabilidade, tendência para infecções diversas, da pele e das mucosas,
como eczemas, conjuntivites, anginas, impetigo - impigem, sarna, irritação e
gretas das aberturas naturais (boca, nariz, ânus, olhos) e da pele, denteira,
frio e tendência para hemorragias do nariz, das gengivas e dos brônquios.
§
Consequências - Raquitismo, escrofulismo (linfatismo),
osteomalacia (amolecimento dos ossos), hemofilia, clorose (anemia), litíase
(calculose, mal de pedra), infecções glandulares, dérmicas e mucosicas,
ateroma, flebite, cárie e tuberculose.
3. Estado de
Pletora
§
Sintomas - Sensibilidade exaltada da boca do estômago (que indica o estado congestivo
do fígado, principalmente do seu lóbulo direito ou "lóbulo de
alarme" - segundo Pascault), coloração carminada das unhas das mãos,
correspondente ao estado congestivo dos pulmões (opacidade do pulmão direito,
expressivo de profundas alterações vasomotoras, consequentes da intoxicação
orgânica e fadiga do fígado), debilidade das funções do coração (que se cansa
no simples acto de comer), subida da temperatura do corpo depois de comer. O
aspecto destes doentes pode ser de aparente vitalidade, boa cor e robustez,
próprios do carácter sanguíneo e congestivo. Por vezes parecem tuberculosos,
pela extrema magreza, fadiga e temperatura subfebril. Outras vezes apresentam
carnes moles, palidez e cansaço - sinais evidentes de um estado de
intoxicação orgânica avançada (tipo colesterínico e pré-canceroso). Quando
surgem hemorragias, estas constituem defesa antitóxica e descongestionante.
§
Consequências - Este estado
evolui conforme os temperamentos. No temperamento sanguíneo: grande
artritismo úrico; nos temperamento linfático e bilioso: grande artritismo
colesterínico e processos cancerosos. Para qualquer dos temperamentos aumenta
gradualmente o sindroma de desnutrição.
FATALISMO VERSUS
LIVRE ARBÍTRIO
São os sentidos que nos colocam em contacto com o mundo exterior,
e por sua vez todas as impressões que captamos das circunstâncias envolventes
ficam registadas no nosso subconsciente.
O conjunto de todas estas impressões, mais ou menos condicionadas pela cultura e pelos pensamentos, forma a personalidade e determina as características desta.
O que cada um entende por personalidade é variável, havendo mesmo os que chegam ao ponto de
a considerar um elemento a destruir, em favor da individualidade, que corresponderia à forma superior do homem se
manifestar.
As definições que em seguida apresentamos são as que obtiveram
uma maior aceitação universal:
§
“...a personalidade não é um dom, é uma conquista, um esforço
permanente de integração, uma construção progressiva, organizada a partir do
estado inicial de dispersão mental de indiferenciação do subjectivo e do
objectivo” (V. M. Vilhena);
§
“...é o lado afectivo e volitivo do comportamento”; “...é o conjunto das
tendências e disposições volitivas constantes de um indivíduo” (Pe.
de La Vaissière);
§
“...é a organização dinâmica, no indivíduo, dos sistemas
psicológicos, a qual determina as suas adaptações próprias em relação ao
meio” (Alport);
§
“...a totalidade integrada do carácter, do temperamento, da
inteligência e do físico” (Eysenck).
Passadas estas definições, todas coincidentes
num ou noutro ponto, apurou-se que os elementos constitutivos da
personalidade são a individualidade,
a consciência e a liberdade. Através de Bell, pelos seus estudos sobre a natureza da personalidade, somos conduzidos às seguintes conclusões:
§
A personalidade não é um fenómeno estático, mas um processus
dinâmico, donde provém a necessidade de utilizar na sua exploração instrumentos
aptos a reflectir este aspecto;
§
A personalidade é explorável, apesar da sua natureza dinâmica,
porque é estruturada. Tal estruturação é o resultado de uma evolução integrativa;
§
A conduta individual é o resultado da interacção da estrutura
da personalidade e do meio, e é adaptativa. Conhecendo o segundo termo (constituído
pelo teste estímulo) e a conduta, podemos daí deduzir o primeiro termo, isto
é, a estrutura da personalidade. O único problema consiste em determinar os
estímulos e as condutas mais reveladoras;
§
A estrutura da personalidade é em larga medida inconsciente.
Como a conduta é determinada pelo conjunto da estrutura, a técnica projectiva
pode explorar os seus componentes inconscientes (Henri
Pieron, «Methodologie Psychotecnique» P. U. F., 1952, in Panorama das
Ideias Contemporâneas, Estúdios Cor, Lisboa.);
Servindo-se do sistema nervoso parassimpático,
plexos, e também da imaginação – que aporta ao cérebro
continuamente grandes quantidades de imagens mentais, que constituem
os materiais do pensamento –, o subconsciente manifesta a sua
acção sobre os órgãos da vida vegetativa.
A Imaginação
consiste na faculdade de criar imagens, ou de representar objectos ausentes.
É o mecanismo primário da associação de ideias, sem prejuízo da carga
emocional e sentimental que lhes possa ser inerente. A imaginação opera no
colectivo daquilo que a consciência analisa e detalha isoladamente. Podemos
dividir a imaginação em Imaginação Criadora
e Imaginação Reprodutora. A Imaginação Reprodutora quase não se
distingue da memória, limitando-se
a evocar ou restituir as imagens dos acontecimentos passados, enquanto que a Imaginação Criadora é essencialmente
«humana» e constrói, a partir de dados obtidos da Imaginação Reprodutora, representações novas, com iniciativa
intelectual e liberdade (relativamente à experiência, ao poder de abstracção
e ao de comparação.), as quais estão na origem das grandes e pequena
invenções. É aquilo que, na ciência, sugere as hipóteses e faz encontrar os
meios de as verificar.
Os que acreditam no determinismo,
e consequentemente na fatalidade,
crêem que o homem está “destinado”
a uma determinada herança, influência,
aspecto, saúde e educação. Assim sendo, justificar-se-ia uma espécie de
“vale tudo”, onde ninguém poderia ser responsabilizado por coisa alguma, pelo
simples facto de não ser livre, nem
responsável pelos seus actos.
Para os crentes do livre
arbítrio, passa-se o contrário: sendo o
homem livre de escolher entre as diversas sugestões e impressões recebidas,
é responsável e consciente dos seus
actos.
Sempre houve uma poderosa tendência humana para procurar
de forma unilateral as soluções de
todos os problemas, e por este processo outra coisa não tem sido conseguida
do que o nascimento de novos problemas, cujo idêntico método de solução vai
tornando mais complexo e vicioso o ciclo.
Para podermos ultrapassar as barreiras obstrucionistas
que detêm a evolução humana, é necessário compreendermos os mecanismos
subconscientes, e termos em consideração que estes funcionam através do
conjunto de impressões, sugestões e auto-sugestões, oriundas do ambiente
e da educação. Apenas esta
compreensão será capaz de esclarecer, entre as teses do determinismo e do livre
arbítrio, qual das duas está certa ou errada, ou se ambas estão certas ou
erradas.
Antes de avançarmos com conclusões precipitadas, passemos às
seguintes reflexões:
1. O homem é determinado pelas
impressões recebidas durante toda a sua existência;
2. O cérebro subconsciente
forma a essência da personalidade e
está formado pela soma das influências
e da educação recebidas desde o nascimento;
3. Todas as influências se reflectem
continuamente sobre o cérebro por meio da imaginação.
Perante estas constatações, não é difícil compreendermos
que aqueles que operam quase
exclusivamente por impulso das
influências não conseguem ser livres, e estão fatalmente determinados. Mas este determinismo pode felizmente ser
contrariado pela faculdade de pensar,
e auxiliado pela meditação consciente
e pela análise correcta das imagens
que a imaginação coloca na «tela»
do cérebro.
O homem apenas pode ser livre, e responsável pelos seus actos, mediante a faculdade de pensar. Sem a conveniente
aptidão e desenvolvimento da arte de
pensar, o Ser humano não consegue fazer prevalecer a sua autodeterminação sobre o fatalismo da
sua herança, nem de todas as influências e impressões recebidas na sua vida.
Um naturósofo deve
ser muito mais do que um simples enfermo social que quer regenerar-se
por meio naturais; todo aquele a quem não interessam ou não consegue
compreender os assuntos que aqui abordamos, será para sempre mais um agente
“servil”. E o “servilismo” é a condição mais repugnante a que um homem pode
chegar.
TIPOS E
TEMPERAMENTOS HUMANOS
v
Os Tipos Humanos
1.
Tipo
Psíquico ou Cerebral
§
Predomínio - Cérebro (cabeça) e
partes que lhe correspondem (fronte e lóbulo frontal do cérebro), ou, melhor
dizendo, órgãos e funções do encéfalo (confunde-se com o Temperamento
Cefálico). Estes indivíduos têm extrema influência psicológica sobre todos os
tecidos do corpo, como se estes (tecidos) fossem mais inteligentes.
§
Características Anatómicas - Coloração azulada no branco dos olhos (excepto quando este
tipo está associado ao temperamento abdominal ou hepático), unhas muito
rosadas, lassidão muscular, ossos largos, sensibilidade, Inteligência e
predomínio da zona cerebral.
§
Entre os animais . . .- O Tipo Psíquico ou Cerebral não existe entre os animais, sendo
privilégio do homem.
2.
Tipo
Movimento
§
Predomínio - Órgãos e funções do tórax
(pulmões e coração) e partes que lhes correspondem (nariz, pómulos). É muito apto
para o exercício físico, graças à forte oxigenação do sangue, à enérgica
capacidade circulatória e à grande destreza e resistência. Todos os grandes
atletas pertencem a este Tipo.
§
Características Anatómicas - Define-se
pela força dos músculos, pouca gordura subcutânea, feições pronunciadas, predomínio
da zona torácica e flexibilidade do tórax (não devendo confundir-se com o
Temperamento Sanguíneo).
§
Entre os animais . . . - Este Tipo é predominante entre a maioria das espécies.
3.
Tipo
Nutrição
§
Predomínio - Sistema digestivo, com grande capacidade
mecânica, digestiva e absorvente destes órgãos (tanto os do ventre como das
partes que lhes correspondem: boca, maxilares)
Caso 1 - Grande capacidade de assimilação = grande, forte, musculoso
(sobretudo se for de Temperamento raquídeo).
Caso 2 - Pouca capacidade de
assimilação = depósitos nos tecidos e humores, em forma de detritos e gordura
(artritismo, obesidade).
Este tipo nunca está associado ao temperamento
linfático. Por outro lado, Não deve confundir-se com o temperamento
sanguíneo.
§
Características anatómicas - Volume de gordura, predomínio da zona digestiva,
prega gorda por baixo do maxilar inferior e proeminência do ventre.
§
Entre os animais . . . - Apenas se observa numa
minoria: porco, hipopótamo, etc.
Estes três Tipos correspondem ao Plano da Constituição Geral
do Universo: Essência Vida e Substância.
v
Os Temperamentos
Humanos
1.
Bilioso,
Abdominal ou Glandular
Este Temperamento é passional por excelência. Por
conseguinte, domina, nos indivíduos que o
possuem, o incentivo e o ardor próprios da natureza motora. Os
biliosos têm carácter concentrado, são sérios e irritáveis. São também
chamados hipocondríacos, por serem influenciáveis pelos hipocôndrios. A par
da exaltação funcional do fígado e do característico apetite exagerado (já
por si motivos para exposição a afecções biliares), a facilidade das suas
estrondosas paixões concêntricas intensifica a tendência para afecções deste
órgão, pois as paixões concêntricas caracterizam-se por congestão visceral e
palidez externa. Os Biliosos revelam actividade permanente e autoridade. São
de carácter concentrado, sérios e irritáveis.
Observou Paul Carton que:
"um bilioso não educado e com
insuficiente formação moral pode tornar-se influenciável, irritável,
sectário, déspota, tirano e bruto, sendo capaz de praticar todos os crimes.
Pelo contrário, se cultivou o intelecto e a moral, mostra-se um organizador
infatigável, amigo da ordem e da harmonia, génio ou santo".
É comum este temperamento nos chefes militares, directores de
empresas, fundadores, conquistadores, exploradores e homens de acção, em
geral.
§
Predomínio - Glândulas digestivas do fígado (e, secundariamente,
das outras).
§
Características
Anatómicas - Pele
terrosa, um pouco morena, pouco irrigada de sangue, abundância de pelos, desenvolvimento
de glândulas sebáceas e alguma dilatação das veias, coloração amarela no
branco dos olhos (menos intensa do que a que se observa nos casos de
icterícia), feições pronunciadas, olhar fixo ou penetrante, musculatura forte
e bem proporcionada.
§
Tipos humanos e animais
...... - Corresponde ao
tipo colectivo da raça árabe. Entre os animais, destaca-se o lobo.
2.
Nervoso
ou Cefálico
Há
tendência exaltada aos fenómenos nervosos simpáticos (pela pobreza de
gânglios viscerais), pouca resistência à doença mas muita à morte. Em geral
comem pouco, e, tanto na alimentação
como em todos os aspectos da vida, gostam de variar, de forma pouco
convencional. No campo intelectual requerem estímulo e ideal, ambição ou
ocupação interessante. Quando se lhes faculta o desenvolvimento de faculdades
mentais superiores, tornam-se investigadores, intuitivos, ascetas, sábios,
etc..
Pelo contrário, se carecem de formação, actuam como
seres inferiores, mentirosos, medrosos, supersticiosos, maldosos e inconstantes,
perturbadores da harmonia social e familiar. Enquanto no tipo psíquico
dominam as faculdades superiores, das quais o grande desenvolvimento cerebral
não é senão a sua manifestação orgânica, neste temperamento dominam as
funções cerebrais orgânicas por si mesmas e sobre os outros órgãos. Por este
motivo, no tipo psíquico encontram-se os reflexivos, compreensivos,
estudiosos e sábios, enquanto no
temperamento nervoso encontramos os iludidos, ansiosos, agitados,
desordenados e pessimistas. Confunde-se com o Tipo Psíquico, mas Será
difícil encontrarmos casos onde o tipo psíquico esteja associado ao temperamento
nervoso, por serem quase nulas as possibilidades de ajuste. "São como
cana de bambu: difíceis de partir-se porque fáceis de dobrar-se"
(Letamendi).
§
Predomínio - Encéfalo e suas funções. Sensibilidade, emotividade
e influenciabilidade.
§
Características
Anatómicas -
Rosto triangular, olhos vivos e animados, gestos rápidos e irregulares, pele
pálida e fria.
§
Tipos humanos e animais
...... -
Corresponde ao tipo colectivo da raça latina. Entre os animais, não existe.
3.
Sanguíneo,
Angio – Pneumático ou Torácico
São
alegres, expansivos, imaginativos, entusiastas, optimistas e joviais,
generosos, bons amigos e pacíficos. Comem muito, são um pouco instáveis e
vaidosos. Por outro lado, a sua inteligência viva e a sua facilidade para
todas as coisas, garante-lhes o triunfo. O seu estimulante favorito é o ar.
Caracteriza-se por fracos pulmões, coração forte, exuberância de capilares
sanguíneos, pele quente e rosada, olhos vivos e suavidade de formas. A
absorção da pele e mucosa é rápida. Reage vivamente a todos os tratamentos e
causas de enfermidade, sendo fáceis as eliminações. Os indivíduos deste
temperamento são resistentes às causas físicas e morais de enfermidade.
"Suportam tudo, e de tudo e contra tudo
triunfam e prevalecem" - Letamendi.
§
Predomínio - Aparelho circulatório e suas funções. É o temperamento
da máxima vitalidade.
§
Características
Anatómicas - Geralmente têm
olhos azuis e cabelo louro (avermelhado ou não) ou castanho.
§
Tipos humanos e animais
...... -
Corresponde ao tipo colectivo que caracteriza as raças brancas. Entre os
animais, está representado nos pássaros.
4.
Linfático,
Pseudo–Embrional ou Parablástico
São
calmos, tranquilos, passivos e infantis. Trabalham com lentidão, dormem
muito, são pouco dotados de sensibilidade e têm imaginação preguiçosa. Os
linfáticos que possuem qualidades superiores são prudentes, metódicos,
sóbrios, pacientes e possuem excelente autodomínio. Se, pelo contrário,
carecem de tais qualidades, são preguiçosos, sujos, imprudentes, luxuriosos e
comilões. Há remissão da potência do desenvolvimento do organismo e
consequente pouca definição e diferenciação dos tecidos e órgãos. Revelam
escassa reacção às causas de enfermidade e tratamentos médicos, isto é,
demoram a curar-se quando adoecem. Apreciam frequentemente os alimentos
fortes e excitantes, como estímulo das suas dificuldades reactivas. O seu
estímulo preferido é o da água.
"Gostam de
viver perto do mar, dos lagos e dos rios; gostam de navegar e pescar" (Paul Carton).
§
Predomínio - A lentidão é a sua qualidade dominante.
§
Características
Anatómicas - Caracterizam-se pela sua forma bem constituída, cútis pálida, lábios
grossos, face bochechuda e carnes moles. Em geral, são corpulentos e de pele
húmida e fria.
§
Tipos humanos e animais com que se relaciona...... - Corresponde,
como tipo colectivo, à raça negra. Entre a raça branca teve ilustração na
personagem literária Sancho Panza. Nos animais, está representado no oozoário
(animal-ovo - que o são todos, no princípio do seu desenvolvimento).
5.
Raquídeo
São pouco afectivos e muito resistentes às doenças. Os grandes
boxistas e lutadores de greco-romana pertencem a este temperamento.
Há investigadores que não acreditam na existência deste quinto
temperamento.
§
Predomínio - Medula e seus
derivados (aparelho locomotor e gânglios viscerais).
§
Características
Anatómicas -
Músculos, queixadas fortes, pulsos largos e amplas costas.
§
Tipos humanos e animais
com que se relaciona...... - Corresponde, como tipo colectivo, às raças basca
e escocesa. Entre os animais, está representado nos cães mastines e de
terranova, no touro e nos desaparecidos sáurios.
Pelo estudo
das características apresentadas, e com o fim de optimizar a utilidade que as
mesmas oferecem para a avaliação de um estado clínico, devemos concluir que:
·
Os temperamentos encontram-se quase sempre misturados no
indivíduo, sendo raro encontrá-los puros;
·
Não se pode ser de temperamento sanguíneo e linfático ao mesmo
tempo;
·
O tipo psíquico e o temperamento nervoso têm poucas possibilidades
de ajuste, pelo que também é pouco provável esta associação no mesmo
indivíduo.
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