Fisiopsicologia

 

 

 

 

 

FISIOPSICOLOGIA

Artigos gerais (que podem ter interesse)

A FÓRMULA QUÍMICA DO CORPO HUMANO

A fórmula química do corpo humano foi assim calculada:

v      05 Partes de matérias minerais;

v      13 Partes de gorduras;

v      16 Partes de albumina;

v      66 Partes de água.

Equivale a dizer que se deduzimos a água, a quase totalidade do que resta no corpo humano compõe-se de matérias proteicas. As matérias proteicas são os constituintes essenciais dos tecidos. Todos os elementos químicos, nos processos de digestão e oxidação, produzem calorias, mas o objectivo principal da ingestão das proteínas é reparar as perdas de elementos albuminosos, que, em proporção de trinta a setenta gramas, o adulto destrói por dia. Esta reparação é algo absolutamente essencial. Quando não é possível obter estes elementos do alimento, o corpo extrai-os dos seus próprios tecidos, causando o enfraquecimento que se observa durante um jejum, ou quando, por razões de enfermidade, a assimilação é imperfeita.

Em investigações onde se procedeu ao desdobramento de uma molécula proteica, resultou a verificação de que se trata de uma micro–estrutura muito complexa, ao contrário do que se supunha até aí. No processo de análise desta molécula foram isolados vinte e um aminoácidos, aos quais se atribuíram determinados efeitos no processo digestivo e assimilativo.

Os aminoácidos foram equiparados às peças de um mosaico, onde toda a matéria albuminóide teria que encaixar perfeitamente. Os mais fanáticos defensores da alimentação convencional (semi–necrofágica) afirmaram imediatamente que alguns dos mais indispensáveis desses aminoácidos se encontravam somente na carne de animais adultos, disto concluindo que não se poderia viver em saúde permanente sem comer carne.

Mas esta teoria cai pela base, mediante a exposição de duas das mais irrefutáveis razões elementares:

v      Se tivermos em conta que os animais a que o cientista se refere são animais herbívoros, o argumento do próprio cientista demonstra que os pastos e ervas que lhes servem de alimentação não contêm esses aminoácidos;

v      Milhões de vegetarianos têm vivido sãos e longevos, sem usar produtos cárneos.

v      Então, só nos resta perceber que os aminoácidos que a alimentação vegetal não fornece são sintetizados no organismo do animal. E a questão seguinte a colocar seria esta:

v      Pretender-se-á concluir que os animais possuem o poder de sintetizar aminoácidos, enquanto o homem não?

Não somente tal coisa não está provada, senão que os inúmeros vegetarianos que conhecemos provam exactamente o contrário. Não vemos a necessidade de nos preocupar com semelhantes argumentos (que apenas visam desmotivar e confundir). Por outro lado, estamos em muito boa companhia, quando um famoso fisiologista e químico, autor da formidável obra “Química biológica” (Lambling), afirma que “...ao limitar-se à alimentação puramente vegetal, o vegetariano encontra um alimento pobre em proteicos, mas sempre provido de suficiente albumina, se combate a sua fome com alimentos vegetais correntes...” E o facto é que esse autor fez tais declarações depois de realizar um dos estudos mais sérios sobre os aminoácidos.

É também interessante estudar o modo de assimilação e a fome especial da célula pelas albuminas animais ou vegetais. Certos autores naturistas – Carton entre outros – afirmam que se necessita de uma longa transição para abandonar definitivamente a albumina animal. Já há muitos anos se conhece o facto de que a célula acostumada à albumina animal a exige imperiosamente, não só em qualidade mas até em quantidade. Pela nossa parte, já assistimos de perto ao fenómeno e muitas vezes o constatámos, quando passamos, em várias ocasiões, por períodos mais ou menos longos sem nenhum produto derivado de animais, e voltando a comer depois, ainda que sempre em pequenas proporções, ovo-lacticínios (e... infelizmente, por razões que a convivência social impõe, também alguma carne).

Aprecia-se sempre o mesmo fenómeno: quando uma vez acostumado se pretende deixar totalmente a albumina animal, experimentam-se sensações de debilidade, que parecem indicar a necessidade imperiosa desse alimento. Sem dúvida, quem é de natureza muito artrítica, com notável incapacidade para se defender contra os resíduos úricos e outros derivados das albuminas animais, chega a um momento em que se vê obrigado a decidir definitivamente a supressão dos derivados animais, e sem eles passa perfeitamente. Quem se encontra em tal condição, e não o faz, sucumbe prematuramente.

A fome da célula por produtos albuminúricos animais é, em certo modo, um vício da célula, que exige a excitação correspondente. Sem dúvida, uma vez acostumada a uma alimentação puramente vegetal, perde a necessidade de metabolizar a albumina animal, a qual, ainda que se digira facilmente, desintegra-se com muita maior dificuldade do que a molécula vegetal no processo de assimilação. De passagem, insistimos em que pode ser apurado o processo de transição da alimentação preferentemente animal ao vegetarianismo, por meio de um jejum de um a três dias, acompanhado de clisteres, o que permite limpar o intestino de todos os resíduos cárneos e livrar a célula da excitação especial produzida pela albumina animal. Em todo o caso, a transição de um regime ao outro pode fazer-se substituindo a albumina cárnea pela albumina de alguns derivados animais, como os ovo-lacticínios. Em raras situações, para pessoas muito “carnívoras” pode conservar-se, durante pouco tempo e em proporção mínima, a albumina de carnes brancas. Mas na maioria dos casos, graças à dieta aludida e à limpeza intestinal, a transição realiza-se rapidamente e sem inconvenientes.

Uma supressão oportuna e com transição inteligente de albumina cárnea é em muitos enfermos algo decisivo. Mas não apenas é daninha a albumina animal: para o artrítico todo o excesso albuminoso constitui um perigo, pelo aumento de ácidos consecutivo à degradação dos resíduos proteicos, e em especial quando a prisão de ventre atrasa a sua eliminação.

Durante algum tempo acreditou-se, com Boyd, que se necessitava de cento e dezoito gramas de albumina diária para a alimentação de um homem adulto. Os vegetarianos obtiveram essa quantidade de proteínas das leguminosas secas, feijões, grãos, ervilhas e outras, assim como das nozes, cereais, ovos e queijo, mas logo se compreendeu que a exagerada alimentação albuminosa, mesmo à base de proteínas vegetais, era quase tão perigosa como a das carnes. No final da sua carreira, Boyd terá expressado virtualmente que “...a saúde e a eficiência físicas podem manter-se com sessenta a setenta e cinco gramas dessa substância...”. E admitiu também que um vegetariano pode manter o seu equilíbrio nitrogénico com 48,5 gramas de proteínas por dia e que um trabalhador activo pode viver com menos do que o seu anterior valor mínimo de 118 gramas.

As experiência de Francis Benedict, no laboratório de nutrição do Instituto Carnegie, assim como as de Taylor, de Sherman e de muitos outros investigadores, demonstraram igualmente, sem lugar a dúvidas, a possibilidade de se viver em óptimas condições de saúde e eficiência, física e mental, com quantidades mínimas de proteínas na alimentação.

Foi demonstrado pelo povo da Dinamarca, durante a grande guerra, que a causa principal da mortalidade está na comida e bebida. Por motivo do bloqueio aliado, por causa da vizinhança da Dinamarca com a  Alemanha, o governo proibiu o emprego de batatas e cereais para a engorda de animais, para a destilação de álcool, e elaboração de cervejas. Como consequência, o consumo da carne e álcool suprimiu-se virtualmente durante um ano naquele país; o uso de cereais e legumes diminuiu também consideravelmente, sendo, pelo contrário, abundante o consumo de batatas, verduras, saladas e ovos, e reduzido o de lacticínios. O resultado foi assombroso: a mortalidade média, que  nunca havia sido inferior a 12,5 por cada mil habitantes, baixou a 10,4 por mil entre Outubro de 1917 e Outubro de 1918. A diferença de mortalidade, de 2,1 por mil, significou, pois, uma economia de 6.300 vidas sobre os três milhões de habitantes da Dinamarca.

As experiência dos mais reputados Naturopatas do último século – alguns dos quais exerceram a «natura medicatrix» durante ¾ de século – com observações efectuadas sobre milhares de pacientes, sãos e enfermos, confirmam em absoluto essas conclusões. Na sua própria pessoa e numa infinidade de casos que lhes surgiram, realizaram indefinidamente o equilíbrio nitrogenado mais perfeito com proporções médias de 30 gramas de albuminas, em grande parte vegetais, não apenas sem inconvenientes de qualquer natureza senão que ainda com notáveis vantagens higiénicas. Em muitos dos casos, a simples adopção de tal dieta foi o factor decisivo na cura de enfermos graves de diferentes diáteses. Isto parece-nos lógico quando sabemos que a decomposição das albuminas determina a formação de produtos de elevada toxicidade e de difícil eliminação, como o são as purinas e o ácido-úrico, que constituem os elementos responsáveis das diáteses úrica e artrítica.

Os trabalhos de Chain e de Lacman permitiram esclarecer definitivamente a patogenia de muitos estados das referidas diáteses, das quais nos voltaremos a ocupar. Diremos, para terminar por agora, que os produtos da degradação dos proteicos são causas da formação de ácidos, sulfatos, sulfo-éteres e ácidos-oxálicos, contra os quais os animais carnívoros estão defendidos, por uma maior produção de bases amoniacais, e uma maior facilidade para a sua eliminação. O homem tem o remédio da acidose com a assimilação de abundantes bases minerais, de origem vegetal e do leite. Esta neutralização será mais difícil, sem dúvida, quanto mais intensa seja a acidificação e menor seja a capacidade metabólica, derivada em parte da insuficiência hepática.

Chain, Ernst Boris (1906-79) – bioquímico e patologista alemão, laureado com o prémio Nobel. Estudou na Universidade de Berlin. Fez pesquisas sobre enzimas nas universidades de Cambridge e Oxford, onde colaborou com o patologista inglês Sir Howard Walter Florey na investigação de substâncias antibióticas. A partir de 1950 Chain trabalhou no Instituto de Saúde, em Roma. Em 1961 foi professor de bioquímica na Universidade de Londres. Em 1945 recebeu o prémio Nobel de fisiologia e medicina com Florey e o bacteriologista inglês Sir Alexander Fleming.

 

ACERCA DA REPRODUÇÃO CELULAR

A utilização das reservas potenciais do núcleo determina a intensidade da vida individual da célula, cuja actividade constitui uma manifestação da energia.

A célula cresce, mas não indefinidamente. Cada espécie tem um máximo de crescimento, limitado pela sua própria energia potencial e pelas circunstâncias físicas exteriores.

Chegado a um certo volume já não pode crescer e divide-se em dois indivíduos parecidos ao tipo original. Protótipos inferiores desta classe de divisão celular são os amibios e os infusórios. A divisão indirecta ou por cariocinese é uma diferenciação da primeira. Esta desenvolve-se às vezes em forma de gemas que se separam logo do indivíduo original; outras vezes em forma de esporas. Sucede também que duas células se atraiam, se penetrem e depois se separem, produzindo-se assim um rejuvenescimento das duas.

 

PROTOZOÁRIOS E METAZOÁRIOS

Os animais compostos de uma só célula, chamam-se protozoários; os que se compõem de muitas células, chamam-se metazoários. Já falámos da reprodução dos protozoários, enquanto os metazoários, entre os quais se encontra o homem, se reproduzem do modo seguinte: as células uniram-se entre si, a um certo momento e em certas circunstâncias, num conjunto chamado mórula, formando a constituição de uns invertebrados chamados sinamíbios. Uma diferenciação da mórula produz a blástula, cujos representantes se chamam blasteados. Por fim, uma nova diferenciação produz a gástrula, da que se originaram os diversos órgãos e partes dos animais primitivos, que se podem observar durante o desenvolvimento embrionário de todos os animais actuais e do homem. Como este processo se reproduz de forma idêntica em todos os metazoários, no princípio do seu desenvolvimento embrionário, evidencia-se a comunidade de origem de todos os Seres vivos. Isto demonstra também a futilidade das razões dos que discutem a descendência simiesca do homem, posto que se pode afirmar a descendência das formas mais rudimentares de vida animal. Isto, por outra parte, não tem teria nada de indecoroso para o homem. A ser verdade, constituiria situação mais digna e honrosa sermos o descendente evoluído de um antropóide, do que os exemplares degenerados de uma humanidade criada perfeita.

No homem inicia-se a reprodução, como em todos os vertebrados, pelo contacto de duas células: macho e fêmea, as que se fundem numa só, que sucessivamente passa pelas fases da mórula, blástula e gástrula. Logo, passamos pelo estado dos nossos antepassados acranianos.

Até à quarta semana de vida embrionária, temos, como os peixes, arcos braquiais, que desaparecem ao redor da sexta semana. A anatomia comparada demonstra, por outro lado, a existência de uma impressionante unidade de estrutura entre todos os animais. Se observamos com atenção as extremidades exteriores dos mamíferos, vemos que a disposição e o número de ossos é mais ou menos o mesmo, ainda que a adaptação tenha vindo criando no homem a mão, no cão a pata, barbatanas nas focas e peixes, asas nas aves, etc..

 

AS MATÉRIAS MINERAIS

A água, os sais minerais e os gases são os elementos minerais que se encontram no organismo. A água é a substância mais importante do organismo, pois encontra-se na proporção de cerca de 70%. Cada animal tem uma proporção determinada de água, a que não pode ser sensivelmente modificada. A água é, pois, uma constante celular; nela se banham todos os tecidos. A necessidade de água é, por tais razões, a mais imperiosa. Pode-se prescindir de alimentos por muito tempo sem morrer, sempre que se tenha água para beber. O grau de hidratação do organismo deve-se à acção dos sais e principalmente ao cloreto de sódio, que se encontra no soro sanguíneo numa proporção de 7,0/1000 do nosso sangue – o que constitui outra constante fundamental.

“Os sais minerais representam 4,7% do peso do corpo. São constituintes indispensáveis da composição das células; o são também dos humores do organismo; desempenham um papel importante na manutenção da pressão osmótica; intervêm poderosamente nas acções químicas da célula, especialmente sobre as acções diastásicas; as matérias minerais alcalinas neutralizam os produtos ácidos da desassimilação; por fim, atribuí-se um papel especial ao sal marinho”  (Lambli).

A acção dos sais é múltipla e só podemos reter aqui a mais importante em nosso entender, que consiste em conservar o equilíbrio alcalino no sangue. Os sais minerais, com efeito, dividem-se entre bases e ácidos. As bases estão formadas por combinação de oxigénio com potássio, sódio, cálcio, magnésio, óxido de manganeso, etc.. Os ácidos são corpos antagónicos das bases, às que se unem formando sais. Assim, o hidrogénio unido a cloro, bromo, iodo e flúor, ou por por união de oxigénio, hidrogénio, carbono ou enxofre, ou fósforo, ou silício, formam respectivamente ácidos clorídrico, bromídrico, iodidríco, flurídrico, carbónio, sulfúrico, fosfórico e silícico. Costumam-se absorver livres ou formam-se por decomposição ou combustão de outras substâncias que contêm enxofre, fósforo, cloro, etc.. O carbono forma também outros ácidos orgânicos, entre eles os ácidos cítrico, láctico, glucónico, tartárico. ...,  e os ácidos gordos passam por ser completamente oxidáveis no corpo transformando-se em água e ácido carbónico. Outros ácidos são incompletamente oxidáveis, queimando-se em parte, e em parte devendo ser eliminados, tais como os ácidos acéticos – vinagre -, e oxálico – que dão água, anidrido carbónico, ácido fórmico, etc.. Enfim, há outros ácidos não oxidáveis como o ácido benzoico, o salicílico, etc., que se eliminam ou se transformam noutros menos tóxicos pelo trabalho do fígado.

Os sais, como vimos, são formados por uma combinação de bases e ácidos. Assim, o ácido clorídrico e a soda, chama-se cloreto sódico, o ácido carbónico e a soda, ou sódio, chama-se carbonato sódico, com a cal chama-se carbonato cálcico, etc..

O estado normal do sangue é alcalino, o que equivale a dizer que nele predominam as bases sobre os ácidos. Automaticamente, produz-se a combinação de bases com os ácidos livres. É importante observar que apesar da produção de amoníaco, os animais carnívoros têm a urina ácida, enquanto os herbívoros, graças à grande quantidade de sais minerais contidos nos pastos de que se alimentam, a têm sempre alcalina – e assim também, o homem vegetariano, com predomínio de frutas, verduras, batatas e leite, enquanto que o que segue uma alimentação mista ou muito carregada de cereais, leguminosas, ervilhas secas, nozes, queijos e ovos, tem que consumir uma grande quantidade de  soda, cal, potássio, etc., para neutralizar o seu excesso de ácidos.

A formação de ureia e de outros ácidos prejudiciais difíceis de eliminar e o consequente estado de acidose, é uma das causas patogénicas mais importantes que estudos recentes colocaram em relevo. Insistimos nele, pois entre os naturistas não se lhe há dado, até à pouco tempo, a sua devida importância.

 

CICLOS CÓSMICOS, CICLOS DA VIDA HUMANA E CICLOS NATURAIS DO CORPO

Fontes: UMNHA e outras pesquisas (Pentalfa, Alfonso, etc.)

Segundo a Tradição Ocidental, há um número considerável de ciclos, sendo os “Ciclos Cósmicos” e os “Ciclos da Vida Humana”, os que se revestem de maior interesse para o homem.

 

Ciclos Cósmicos

v      Ciclo Diário - Tem a duração de 1/365 do ano e equivale a 24 horas. Entre o nascimento do sol e as primeiras horas, ocorre o máximo potencial de energia luminosa e de magnetismo solar, que proporcionam grande actividade orgânica e capacidades de libertação de energia. Esta libertação de energia é utilizável como calor, trabalho e actividade química. Durante a noite estas energias são quase nulas, o que leva o organismo a procurar descanso e recuperação. A recuperação potencial corresponde à condensação do fluido nêurico. Segundo Letamendi, no seu Horário da Irritabilidade, "... de dia convém trabalhar e de noite descansar";

v      Ciclo Anual - Este ciclo corresponde a 365 dias e é também chamado ciclo solar. Na plenitude estival, há abundância de luz, calor, alimentos e magnetismo - predomínio das forças materiais (enquanto no Inverno, quando há grande redução das reservas materiais do meio, são incrementadas, em troca, as manifestações de ordem metapsíquica – predomínio das forças espirituais);

v      Ciclo Lunar - Rege as marés e produz efeitos telúricos como a circulação da seiva dos vegetais e dos humores dos animais. Em doentes nervosos, a sua influência sob determinadas condições pode provocar alterações psíquicas (histerismo, epilepsia, etc.), podendo ocorrer mesmo acessos de loucura em determinadas fases do seu ciclo. Aos indivíduos perturbados psiquicamente chegou mesmo a chamar-se "lunáticos". A exaltação das pessoas débeis aumenta com a lua nova e a lua cheia. Este ciclo rege o aparecimento da menstruação, na mulher, e ainda a incubação dos ovos de certas aves, a evolução de alguns estados morbosos, o amadurecimento dos frutos, mudanças atmosféricas, etc.. Foi comprovada a influência da lua na cicatrização, assim como a exaltação das funções vegetativas normais do organismo, durante os 14 dias entre a lua nova e a lua cheia e uma normal remissão durante os outros catorze dias, entre a lua cheia e a lua nova;

v      Ciclo Mercuriano - É um ciclo Anual correspondente a 3 meses terrestres. Rege as estações do ano terrestres, e nesta tarefa influencia as crises depurativas que ocorrem nas mudanças das mesmas (estações);

v      Ciclo Venusiano - O ciclo Anual de Vénus é equivalente a 9 meses terrestres. Rege o desenvolvimento do feto no útero. Foi a constatação, pelos antigos, de que vénus exercia influência sobre o útero, que o fez merecer o nome da deusa do amor;

v      Ciclo Marciano - O ciclo anual de Marte corresponde a dois anos terrestres. Este Planeta rege o desenvolvimento das plantas bienais;

v      Ciclo Jupiteriano - O ano de Júpiter equivale a 12 anos da Terra. Este ciclo rege o aparecimento da puberdade;

v      Ciclo Saturniano - O ciclo anual de Saturno equivale a 30 anos da Terra. Rege os períodos de crescimento humano - 30 anos - e de decrescimento físico - 60 anos;

v      Ciclo Uraniano - Urano tem um ciclo anual com a duração de 84 anos terrestres. A influência deste Planeta é estudada em círculos reservados e não existe divulgação disponível para o público;

v      Ciclo Neptuniano - O ciclo anual de Neptuno é igual a 165 anos terrestres. A influência deste Planeta (tal como a de Urano) não é revelável.

 

Ciclos da Vida Humana

v      Ciclos de Manifestação - Correspondem ao período total de trabalho dos órgãos durante a vida. Como exemplos, a vida total corresponde a X anos, nos quais a vida sexual tem uma manifestação de 40 a 60 anos, as glândulas endócrinas têm uma duração variável, e as funções do coração são coincidentes com a duração da vida;

v      Ciclos Funcionais - Correspondem aos ciclos do ritmo biológico de um órgão, como, por exemplo, a batida cardíaca. Os principais Ciclos têm a seguinte duração:

1.      Ciclo funcional Intelectual: 33 dias;

2.      Ciclo funcional feminino: 28 dias;

3.      Ciclo funcional masculino: 23 dias;

4.      Ciclo individual: tem duração variável;

5.      Ciclo digestivo: 16 horas;

6.      Ciclo circulatório: 15 segundos;

7.      Ciclo respiratório: 3 segundos;

8.      Ciclo Simpático – Solar: 4 segundos;

9.      Ciclo cardíaco: 1,2 segundos.

Existe correspondência entre os diversos ciclos vitais, chegando alguns a ter grande relação entre si. Por cada 18 batidas cardíacas realiza-se um ciclo circulatório e 4,5 respiratórios.

"A Vida é uma Função – a função total – dos Seres Organizados e o resumo das funções de cada um dos seus órgãos" (Hipócrates).

Citamos também, por nos parecer interessante, a seguinte passagem do diário de Goethe:

"Tenho que observar com maior atenção o círculo dos bons e dos maus dias que me influenciam. As paixões, os desejos de bem, o impulso de fazer isto ou aquilo, o espírito inventivo, de execução, o sentido da ordem, tudo isto muda e constitui um movimento metódico, tal como a alegria, o vigor espiritual, a energia, a agilidade corporal, a depressão física, a calma mental, o apetite. Como vivo de uma forma extremamente frugal, nada turva o movimento, e necessito determinar a medida do tempo e a ordem em que eu próprio me movo em redor de mim mesmo".

Uma outra classificação, em parte coincidente com esta, refere-se aos Ciclos Naturais do Corpo:

 

Ciclos Naturais do Corpo

Estes ciclos determinam as funções corporais que estão continuamente em execução, e cada um deles intensifica-se durante certas horas do dia.

Os três Ciclos principais são os seguintes:

v      Eliminação - Tem o período de actividade mais intensa entre as 6 e as 14 horas, ocupando-se da expulsão dos dejectos corporais e dos restos de alimentos;

v      Apropriação - É mais intenso entre as 14 e as 22 horas, e trata da ingestão e digestão).

v      Assimilação - Preenche o período das 22 às 6 horas, correspondendo-lhe a Absorção e utilização.

O corpo humano é composto e mantido com um mínimo de 70% de água. Por esta razão devemos dar preferência aos alimentos com alto teor aquoso como o são as frutas e as verduras. Ao resto dos alimentos poderíamos designar genericamente por Concentrados.

Os três ciclos do nosso corpo funcionam com maior facilidade quando proporcionamos ao organismo uma abundância destes alimentos reguladores. Do ponto de vista da saúde ideal, o estômago humano não está preparado para digerir mais do que um alimento concentrado de cada vez.

A maioria dos higienistas está de acordo quanto ao facto de que uma das principais causas de enfermidade é a toxemia produzida pela inadequada alimentação. Isto equivale a dizer que a intoxicação geral está na origem da maior parte das enfermidades.

Uma alimentação rica em carnes e peixes, em produtos enlatados e com conservantes, produtos refinados, etc., conduz necessariamente a uma acidificação do nosso organismo, estabelecendo um desequilíbrio no nosso sistema ácido – base. Sabe-se actualmente que este é o motivo de um elevado número de enfermidades.

As Frutas e as Verduras, por serem Alimentos Alcalinizantes, ou Básicos, contrariam os Efeitos Acidificantes.

Uma dieta depurativa, à base de frutas exclusivamente, ou o jejum de um dia por semana, deverão adoptar-se, por constituir excelentes hábitos higiénicos que ajudam o organismo a eliminar a toxemia – a depurar-se.

Devemos ter sempre presente a enorme importância de manter permanente o equilíbrio ácido – base no sistema. Para esclarecimento, indicamos alguns dos alimentos que se consideram acidificantes, e também outros que são tidos por Alcalinizantes:

· Alimentos Acidificantes - Pão branco, carne, peixe, ovos, queijos e açúcar. Uma alimentação excessivamente ácida implica uma rápida neutralização com álcalis: a natureza tende sempre a manter o equilíbrio, a qualquer preço. Se a alimentação continua sendo ácida, o organismo tem que deitar mão dos seus próprios álcalis, localizados em diversas partes, criando inversões de rotas metabólicas, com os consequentes transtornos orgânicos como a artrose e muitos outros.

· Alimentos Alcalinizantes - Vegetais em geral (frutas e verduras). Não esqueçamos que uma boa e sã alimentação deve conter uns 70% ou mais de alimentos Alcalinizantes.

 

CONSTITUIÇÃO SOMÁTICA BÁSICA

Fontes: UMNHA e outras pesquisas (Pentalfa, Alfonso, etc.)

Para todos os fenómenos fisicamente detectáveis existe uma constituição trinaria, a cuja regra os seres vivos não fogem. À semelhança dos outros animais, o homem é constituído por essência (energia vital), vida (funções orgânicas), e substância (o corpo). Para melhor compreensão desta constituição (e subconstituição) trinária, dividimos o corpo em três partes distintas, diferentes da divisão convencional, e que são: cabeça, tórax e abdómen. É nestas três cavidades corporais que se desenvolvem as partes principais dos três grandes sistemas orgânicos, correspondendo a cavidade abdominal ao estômago - órgão fundamental para a manutenção da substância material mais concreta; a cavidade torácica ao coração - órgão principal do sistema circulatório - cuja especialidade é o fornecimento de energia, e a cavidade craneal ao cérebro - órgão principal do sistema nervoso - ao qual devemos a inteligência.

No desenvolvimento desta constituição trinaria, verificamos que a cabeça integra os dois maxilares; o tórax está associado aos dois braços, e o abdómen às duas pernas. Os braços são constituídos por braço, antebraço e mão, dividindo-se esta, por sua vez, em carpo, metacarpo e dedos (os quais têm três falanges.....).

Podemos adiantar que existem correspondências entre as seguintes partes do corpo: braço«ventre (partes mais volumosas e menos móveis dos grupos trinários a que pertencem); antebraço«tórax (partes de volumes e mobilidades médias, dos respectivos grupos) e mão«cabeça (partes mais inteligentes).

Considerando as correspondências em cada um dos seguintes três grupos de observações, e as relações entre grupos, teremos:

v      Zonas Cerebrais Inteligentes

 

 

 

 Nervosa

 

Respiratória

 

Digestiva

·   Nervosa - Correspondente ao sistema nervoso, é coincidente com o cérebro e abrange a parte mais inteligente deste e a que mais o influencia: os olhos.

·   Respiratória - Corresponde ao Tórax e inclui a parte mais inteligente do aparelho respiratório, dotada do sentido do olfacto: o nariz.

·   Digestiva - Corresponde ao ventre e comporta a parte mais inteligente e selectiva do tubo digestivo, dotada do sentido do gosto: a boca.

v      Zonas Cerebrais Mecânicas

 

 

Frontal

 

Torácica

 

Digestiva

·   Frontal - Inclui parte do cérebro e os órgãos que esta parte coordena, do ponto de vista motor: olhos, boca, nariz e fronte;

·   Torácica - Corresponde à parte cerebral que coordena os músculos mastigadores, o equilíbrio e os centros motores;

·   Digestiva - Corresponde à parte cerebral que coordena a zona ventral, sendo a região mais desarmoniosa e rude da cabeça.

Sintetizando os dois grupos anteriores, obteremos um terceiro grupo com a revelação das três zonas principais da cabeça, que se designam por:

v      Zonas Fisiológicas

 

 

Cerebral

 

Torácica

 

Digestiva

 

DESMINERALIZAÇÃO

v      Causas

“Vivemos intoxicando-nos e morremos envenenados” (M. Lezaeta Acharan)

As causas da desmineralização não residem obrigatoriamente nas carências alimentares, ainda que estas quase sempre sejam a sua razão principal ou causa primária. Ela pode originar-se no processo nutritivo, quando ocorra má assimilação. Esta má assimilação é mais frequente perante o consumo de produtos nocivos – porque estes obrigam o metabolismo a destruir minerais orgânicos –, mas também há que considerar a possibilidade de existirem causas hereditárias ou predisposição.

v      As Carências

“Em lugar de estudar alimentação e desintoxicação do corpo humano, temos estudado germes...” (Dr. Arbuthnot Lane)

Muitas pessoas confundem desmineralização com “descalcificação”, talvez pelo facto da carência de cálcio ser a mais conhecida popularmente. Na realidade, os transtornos pela carência de cálcio podem ser catastróficos, mas nem sempre se resolve o problema limitando-o ao cálcio. Um organismo pode ter carências de magnésio, indispensável aos pulmões e ao tecido ósseo (sendo necessária a presença de cálcio, como mineral principal, mas não suficiente por si só); de potássio, útil ao coração e ao sistema nervoso (em associação com o sódio) e ao tecido muscular (em associação com o magnésio); de ferro, útil principalmente aos glóbulos sanguíneos (em associação com o potássio); de fósforo, útil principalmente ao esqueleto e ao cérebro, predominando também em todos os tecidos, sob a forma de ácido fosfórico; de enxofre, útil principalmente às células nervosas; de sílica, muito importante para a conservação dos tecidos; de zinco, indispensável à síntese de enzimas e favorecedor das funções da próstata; de cobre, auxiliador da fixação do cálcio e do fósforo e restabelecedor do funcionamento de glândulas endócrinas como a tiróide, a hipófise e glândulas genitais; manganês, útil ao sistema imunológico, catalisador de oxidações celulares, anulador dos distúrbios psíquicos da menopausa e preventivo da esterilidade e da impotência; vanádio, preventivo das doenças cardiovasculares; selénio, útil na acção regeneradora celular (gerontológica); iodo, que se pode considerar o combustível da tiróide (onde é fixado sob a acção das enzimas peroxidases, e sem o qual não seria possível a produção de tiroximina – uma hormona tiroideia actuante no metabolismo das proteínas, açúcares, gorduras, água, e ainda ao nível do fígado, músculos, actividade genital, formação de eritrócitos ou hemácias, circulação, psique, etc., além de ter acção anti–tóxica e anti-infecciosa); do cobalto, regularizador dos sistemas nervosos simpático e parassimpático e participante da composição da vitamina B12; do flúor, principal conservador dos dentes; do molibdénio, inibidor da cárie, necessário para formar enzimas e indispensável à hidrogenase e aldeído–oxidase do fígado; do sódio, que pela sua indispensabilidade não carece de comentários, e que, entre uma infinidade de funções vitais, está presente nos humores intersticiais (em associação com o potássio), etc., etc..

v      Transformações Biológicas dos Minerais

“A Natureza no homem é constituída à imagem da Natureza no Mundo” (Hipócrates)

São observáveis fenómenos interessantes como os seguintes:

·   Um excesso de magnésio provoca carências de cálcio;

·   Um excesso de sódio provoca carências de potássio;

·   Alguns vegetais são ricos em elementos químicos não existentes no terreno onde cresceram;

·   Há sementes que adquirem na sua estrutura maior quantidade de certos minerais depois de perderem o contacto com qualquer fonte de nutrição;

·   O trigo germinado torna-se mais rico em cálcio, fósforo e magnésio do que o mesmo trigo antes da germinação.

Foram verificadas as seguintes ocorrências:

·   O sódio pôde transformar-se em cálcio ou magnésio;

·   O potássio transformou-se em cálcio;

·   O enxofre modificou-se para fósforo;

·   O fósforo transmutou-se em enxofre;

·   O manganésio transformou-se em ferro;

·   O ovo incubado torna-se mais rico em cálcio do que antes da incubação;

·   Os herbívoros, que absorvem menos azoto, excretam em quantidade este elemento.

Todos estes fenómenos ocorrem em circunstâncias apropriadas: nas plantas, por exemplo, verificou-se que estas transformações se realizam apenas na presença de um catalisador ou sob a influência de bactérias, e unicamente em presença da luz solar.

Com razão podemos afirmar que os desequilíbrios mineralógicos no organismo humano se devem, em parte, ao atrofio geral do sistema, que já não consegue sintetizar todas as substâncias necessárias.

v      O Tratamento Oficial (Alopático)

“Oh! Saúde, quantos crimes se cometem em teu nome!” (M. Lezaeta Acharan)

A medicina alopática ou “científica” recomenda a ingestão de minerais na forma de “medicamentos”, obtidos por síntese laboratorial, ou seja, artificialmente.

Além de considerarmos absurdo que se tente desnaturalizar e enganar a natureza – e se insista em fazê-lo, apesar dos inconvenientes que se conhecem –, este grave erro é anti–económico para o sistema biológico: como cada mineral só se fixa em presença de outras substâncias produzidas organicamente (que neste caso, por debilitamento geral, o organismo não consegue produzir), o medicamento é expulso com grande esforço, em geral pela urina, aumentando ainda mais a debilidade do corpo.

O doente não só não melhora, como chega a ficar pior, pela toxicidade do fármaco, que embora não seja assimilado deixa resíduos e acaba por provocar graves sobrecargas, com a continuidade.

v      Tratamento Naturopático Normalizador das Funções de Assimilação Nutricional

“A Natureza dá-nos tudo quanto é preciso para curar verdadeiramente” (Romolo Mantovani)

Procurar regularizar funções, evitando ingerir alimentos vegetais excessivamente proteicos, e bem assim alimentos conservados, enlatados, concentrados, enchidos, e proteínas na forma de cadáveres de animais. As frutas, folhas verdes e hortaliças em geral, tanto cruas como cozidas, são fontes de sais minerais e vitaminas de excelente qualidade, na quantidade e combinação biologicamente desejável. O valor depurativo destes produtos faz com que os consideremos alimentos medicamentos. É bom ter presente que todo o corpo saudável sintetiza as substâncias que não consegue obter do exterior;

Efectuar exercícios respiratórios e recorrer à moderada exposição ao Sol (helioterapia); aos banhos de mar (talassoterapia); aos duches frios de chuveiro e de agulheta (hidroterapia) – estimulantes do sistema nervoso e das defesas do corpo ou sistema imunológico; ao uso interno da argila (geoterapia), bastando utilizá-la como água argilosa – uma forma natural de obter todos os minerais de que o corpo necessita.

Nunca será demais insistir no aspecto alimentar, com rigoroso equilíbrio e quase exclusividade de substâncias oriundas directamente do mundo vegetal (pode utilizar-se leite, preferencialmente na forma de iogurte, requeijão e queijo fresco), dando a maior importância aos frutos, folhas verdes, legumes frescos (evitar as leguminosas secas durante a fase normalizadora de funções, por serem excessivamente proteicas e produtoras de ácidos orgânicos) e algumas oleaginosas;

Fazer uso de tisanas descongestionantes do fígado.

Não convém generalizar muito, pois cada doente representa uma situação particular e cada organismo tem as suas necessidades próprias e formas diferentes de reagir, as quais, só o enfermo conhece (melhor do que ninguém!).

 

DIAGNÓSTICOS TRADICIONAIS

Fontes: UMNHA e outras pesquisas (Pentalfa, Alfonso, etc.)

Apenas diferem dos convencionais pela sua absoluta intregralidade, não descurando qualquer aspecto. Consistem na observação, apreciação, reflexão e investigação do estado do doente e da intensidade do mal, causas, formas, localização das lesões e capacidades de reacção.

v      Diagnóstico Básico - Os elementos básicos de um diagnóstico são colhidos através da investigação dos seguintes aspectos:

1.      Erros de conduta biológica, ligando-se as principais causas a factores como a ignorância, a indiferença, a falta de vontade e a auto–indulgência – todos anuláveis através da submissão a uma determinada disciplina ou tratamento;

2.      Coeficiente de vitalidade;

3.      Sobrecargas morbosas do organismo;

4.      Alterações químico/humorais e defeitos de influência nervosa;

5.      Investigação dos motivos e causas de predisposição e coadjuvantes;

6.      Inspecção da doença e localização das suas lesões;

v     Diagnóstico Funcional, Dinâmico, ou das Reacções - Consiste nas seguintes investigações:

1.      Erros de conduta e motivos externos;

2.      Defeitos de influência nervosa;

3.      Exame dos emunctórios e suas funções;

4.      Funções anormais;

5.      Análise dos humores;

6.      Biorritmo e tónus funcional;

7.      Eventualmente, Psicanálise ou outras técnicas auxiliares.

v     Diagnóstico Individual, Estático ou do Terreno - Consiste no desenvolvimento dos métodos anteriores. Partindo da investigação das causas dos erros de conduta biológica, chegamos à avaliação dos seguintes aspectos:

1.      Tipo

2.      Temperamento;

3.      Constituição;

4.      Conformação;

5.      Diagnóstico Básico;

6.      Exame da Íris;

7.      Diagnóstico das Tendências Finais;

8.      Exame das Sobrecargas Patológicas;

9.      Investigação das Determinações Biológicas;

v      Diagnóstico Predominante ou das Tendências - Consiste na identificação do enfermo com uma das seis seguintes possibilidades:

1.      Nutrição com Predominância Genital ou Endócrina e Sub–Predominância Respiratória:

a)      Função: Nutrição;

b)      Princípio: Material ou somático;

c)      Base: Física, nutrícia ou occipital;

d)      Características: Lóbulo occipital mais desenvolvido e frontes cheias;

e)      Órgãos mais fortes: Os digestivos, em especial o fígado;

f)        Órgãos de resistência média: Sexuais e glândulas de secreção interna;

g)      Órgãos mais fracos: Pulmões e coração;

h)      Sintomas e crises: Preferencialmente no aparelho respiratório e secundariamente nos órgãos sexuais e glândulas; 

2.      Nutrição com Predominância Respiratória e Sub–Predominância Genital:

a)      Função: Nutrição;

b)      Princípio: Material ou somático;

c)      Base: Física, nutrícia ou occipital;

d)      Características: Lóbulo occipital mais desenvolvido e fontes cheias;

e)      Órgãos mais fortes: Os digestivos, em especial o fígado;

f)        Órgãos de resistência média: Pulmões e coração;

g)      Órgãos mais fracos: Sexuais e glândulas de secreção interna;

h)      Sintomas e crises: Preferencialmente nos órgãos sexuais e glândulas, e secundariamente no aparelho respiratório;

3.      Respiração com Predominância Nutricional e Sub–Predominância Genital e Endócrina:

a)      Função: Respiração;

b)      Princípio: Mental ou psíquico;

c)      Base: Mental, respiratória ou frontal;

d)      Características: Lóbulo frontal mais desenvolvido, fronte recta, alta e rectangular;

e)      Órgãos mais fortes: Pulmões e coração;

f)        Órgão básico: Lóbulo pulmonar superior;

g)      Órgãos de resistência média: Os de nutrição;

h)      Órgãos mais fracos: Genitais, glândulas de secreção interna e sistema nervoso;

i)        Sintomas e crises: Preferencialmente no aparelho digestivo e secundariamente no aparelho respiratório;

4.      Respiração com Predominância Genital e Sub–Predominância Nutrícia:

a)      Função: Respiração;

b)      Princípio: Mental ou psíquico;

c)      Base: Mental, respiratória ou frontal;

d)      Características: Lóbulo frontal mais desenvolvido; fronte recta, alta e rectangular;

e)      Órgãos mais fortes: Pulmões e coração;

f)        Órgão básico: Lóbulo pulmonar superior;

g)      Órgãos de resistência média: Genitais, sistema endócrino e sistema nervoso;

h)      Órgãos mais fracos: Aparelho digestivo;

i)        Sintomas e crises: Preferencialmente nos genitais, sistema endócrino e sistema nervoso; secundariamente no aparelho digestivo;

5.      Geração com Predominância Nutricional e Sub–Predominância Respiratória:

a)      Função: Geração;

b)      Princípio: Espiritual ou Nouménico;

c)      Base: Espiritual, genital ou parietal;

d)      Características: Lóbulo parietal médio mais desenvolvido, crânio alto, frontes côncavas;

e)      Órgãos mais fortes: sexuais e glândulas de secreção interna;

f)        Órgãos de resistência média: Os de nutrição;

g)      Órgãos mais fracos: Respiratórios;

h)      Sintomas e crises: Preferencialmente nos órgãos de nutrição e secundariamente no aparelho respiratório;

6.      Geração com Predominância Respiratória e Sub–Predominância Nutrícia:

a)      Função: Geração;

b)      Princípio: Espiritual ou Nouménico;

c)      Base: Espiritual, genital ou parietal;

d)      Características: Lóbulo parietal médio mais desenvolvido, crânio alto, frontes côncavas;

e)      Órgãos mais fortes: sexuais e glândulas de secreção interna;

f)        Órgãos de resistência média: Pulmões e coração;

g)      Órgãos mais fracos: Os de nutrição;

h)      Sintomas e crises: Preferencialmente nos órgãos da respiração e secundariamente nos de nutrição;

v      Diagnóstico de Doenças e Lesões - É o diagnóstico do estado dos órgãos principais e localizações patológicas; exame parasitário; etc..

 

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ENFERMIDADES, OU DESARMONIA VITAL, E SUAS CAUSAS

v      Conceito de Enfermidade - Todas as desarmonias funcionais do organismo humano são consequência de agressões contra ele praticadas, e manifestam-se quando as defesas (sistema imunológico) deixam de neutralizar as toxinas exageradamente acumuladas sobre o "terreno orgânico". Procedendo, a princípio, de intoxicação celular, estes desequilíbrios funcionais vão-se alastrando aos tecidos, órgãos e a todo o organismo, num lento processo degenerativo, em que se tornam tóxicos os próprios dejectos do metabolismo (causa endógena de enfermidade). Esta situação é devida, principalmente, aos maus hábitos e condições artificiais de vida, como sejam a ingestão de alimentos inadequados (carnes, produtos de fabrico "industrial", vegetais tratados com agro-químicos, etc.), produtos de síntese, drogas, bebidas alcoólicas, tabaco, inalação de ar poluído e audição de ruído excessivo (causas exógenas). Igualmente constituem factores de desarmonia funcional as emoções fortes, os pensamentos pessimistas, e as consequentes depressões, não esquecendo que são privilegiadas as relações de trabalho e familiares. Como "entidade", é nula a existência de qualquer enfermidade. Aquilo a que chamamos "sintomas" (ou mesmo os "sinais" eventualmente visíveis), correspondem ao efeito de compensação provocado pelo organismo, como tentativa de neutralização, ou como recurso de adaptação, contra a acção de uma causa perturbadora (ou mais que uma).

v      Enfermidade Aguda - A condição designada por "aguda" resulta de um exagerado esforço desenvolvido pelo organismo para eliminar morbosidades acumuladas (ou anular o efeito nefasto de um agente externo) e as suas crises são tão mais violentas quanto maior a vitalidade que o indivíduo possua. Deste fenómeno são as crianças um bom exemplo, pois ficam facilmente prostradas com a violência das crises (sinal de grande vitalidade). É evidente que tais sintomas violentos nunca se devem sufocar artificialmente, sob o risco de fazer recolher ao interior as substâncias que o organismo tem necessidade de eliminar. Muito pelo contrário, deve este esforço depurativo ser auxiliado e intensificado por todos os meios naturais ao alcance (tendo em conta a idade, condição física geral do enfermo e gravidade do estado de saúde, individualizando sempre os recursos terapêuticos utilizáveis).

v      Enfermidade Crónica - Quando as crises curativas das doenças agudas são suprimidas artificialmente, fica o organismo impossibilitado de eliminar as substâncias mórbidas responsáveis pela doença, e é forçado a um estado de adaptação. As consequências desta "anti-natural" situação revelar-se-ão mais tarde na forma de "enfermidades crónicas", em que, por falta de vitalidade, todos os sintomas são mais raros e fracos. Só o retrocesso à fase aguda (agora difícil), permitirá o reaparecimento das "crises curativas", que constituem condição indispensável para a libertação da enfermidade (por promoverem a drenagem  das toxinas e a consequente depuração). Devemos saber que apenas as energias internas, vivas, do organismo (forças vitais), têm capacidade e inteligência, estendida por todas as células, tecidos e órgãos, para nos renovar e revitalizar. Como regra, não tem fundamento a confiança em "remédios específicos", para esta ou aquela anormalidade funcional, mesmo que estes sejam apelidados de "naturais". Salvo raras excepções, estes métodos "cegos" perturbam a consciência interior somática de cada pessoa, impedindo uma actuação correcta da mesma, que, quando conveniente e conscientemente auxiliada e orientada, não pode provocar danos.

"A Natureza é um Grande Médico. E esse Médico possui-o o Homem em si próprio" (Paracelso).

v      Principais Causas De Enfermidade

1.      Excitação da energia individual  - Obrigando-a a gastar-se em quantidade maior do que, por Lei Natural, lhe corresponde num determinado tempo. Utilização de excitantes artificiais, tais como álcool, café, drogas, químicos e medicamentos de síntese; alimentação alheia às regras da higiene naturosófica; pouco descanso, sensualidade, paixões exageradas, concupiscência, etc.

2.      Redução das oportunidades onde a energia individual encontra normal emprego em determinado tempo - Pelo retardamento nutritivo e anormal libertação de energias nervosas, através da vida sedentária e ociosa.

3.      Recepção orgânica de energias cósmicas em quantidade ou qualidade diferentes das que por Lei Natural lhe correspondem em determinado tempo - Pela alimentação excessiva (sendo agravado se nela se incluem alimentos impróprios ou tóxicos) e, muito em especial, o hábito de fumar.

4.      Diminuição da recepção de energias cósmicas que correspondem ao organismo em determinado tempo - Através da comida escassa, pouca exposição ao ar, ao sol, etc.

v      Estados de Enfermidade

1.      Estado de Intoxicação Digestiva

§         Causas - Ingestão insistente de carnes, peixes, produtos de confeitaria, conservas, salgados, álcool, etc., com a consequente sobrecarga orgânica de ácido úrico, ureia, ptomainas, alcalóides, colesterina, açúcar, e outros, cujo resultado é a alteração da constituição humoral, surgindo o estado de enfermidade quando as defesas orgânicas chegam à exaustão e não conseguem compatibilizar-se com este estado anti-natural.

§         Sintomas - Começamos por observar a língua saburrosa, a boca seca, o hálito fétido, por vezes com ensalivação excessiva, períodos de excesso de apetite alternados com outros de falta de apetite, náuseas, vómitos, ardôr, peso ou dôr no estômago, arrôtos ácidos, gases, fetidez excessiva das fezes, hemorróidas e aumento do volume do ventre, que nos revelam a manifestação de irritação gastro-intestinal e excitação orgânica geral.

§         Consequências - As alterações químicas verificadas nos humores produzem estados infecciosos e lesões orgânicas, insuficiências glândulares, cólicas e vómitos biliosos, urticária, icterícia, diabetes, hepatite, varizes, palpitações, congestões, hemorragias, insónias, irritabilidade, hipocondria, astenia, dispepsia, acidez, fermentações diversas, tanto prisão de ventre como diarreia, enterites e enterocolites muco-membranosas, sensibilidade e aumento do volume do fígado (congestão), pele amarelada, boca amarga, fácil perda de sangue pelas gengivas, vias respiratórias, intestinos e nariz (como consequência do aumento do volume do sangue), albuminúria, acidificação, artritismo, reumático, desmineralização, síndrome de desnutrição, obesidade ou perda de peso, perda de memória, sensibilidade ao frio, cáries, inchassos, caquéxia, escorbuto, raquitismo, afecções oculares, pelagra, etc.,

2.      Estado de Desmineralização

§         Causas - Carências de frutas e outros alimentos mineralizantes, com função alcalinizante do organismo. Na realidade, a desmineralização não é mais do que uma consequência da acidificação dos humores.

§         Sintomas - Perda de peso, debilidade, irritabilidade, tendência para infecções diversas, da pele e das mucosas, como eczemas, conjuntivites, anginas, impetigo - impigem, sarna, irritação e gretas das aberturas naturais (boca, nariz, ânus, olhos) e da pele, denteira, frio e tendência para hemorragias do nariz, das gengivas e dos brônquios.

§         Consequências - Raquitismo, escrofulismo (linfatismo), osteomalacia (amolecimento dos ossos), hemofilia, clorose (anemia), litíase (calculose, mal de pedra), infecções glandulares, dérmicas e mucosicas, ateroma, flebite, cárie e tuberculose.

3.      Estado de Pletora

§         Sintomas - Sensibilidade exaltada da boca do estômago (que indica o estado congestivo do fígado, principalmente do seu lóbulo direito ou "lóbulo de alarme" - segundo Pascault), coloração carminada das unhas das mãos, correspondente ao estado congestivo dos pulmões (opacidade do pulmão direito, expressivo de profundas alterações vasomotoras, consequentes da intoxicação orgânica e fadiga do fígado), debilidade das funções do coração (que se cansa no simples acto de comer), subida da temperatura do corpo depois de comer. O aspecto destes doentes pode ser de aparente vitalidade, boa cor e robustez, próprios do carácter sanguíneo e congestivo. Por vezes parecem tuberculosos, pela extrema magreza, fadiga e temperatura subfebril. Outras vezes apresentam carnes moles, palidez e cansaço - sinais evidentes de um estado de intoxicação orgânica avançada (tipo colesterínico e pré-canceroso). Quando surgem hemorragias, estas constituem defesa antitóxica e descongestionante.

§         Consequências - Este estado evolui conforme os temperamentos. No temperamento sanguíneo: grande artritismo úrico; nos temperamento linfático e bilioso: grande artritismo colesterínico e processos cancerosos. Para qualquer dos temperamentos aumenta gradualmente o sindroma de desnutrição.

 

FATALISMO VERSUS LIVRE ARBÍTRIO

São os sentidos que nos colocam em contacto com o mundo exterior, e por sua vez todas as impressões que captamos das circunstâncias envolventes ficam registadas no nosso subconsciente. O conjunto de todas estas impressões, mais ou menos condicionadas pela cultura e pelos pensamentos, forma a personalidade e determina as características desta.

O que cada um entende por personalidade é variável, havendo mesmo os que chegam ao ponto de a considerar um elemento a destruir, em favor da individualidade, que corresponderia à forma superior do homem se manifestar.

As definições que em seguida apresentamos são as que obtiveram uma maior aceitação universal:

§         “...a personalidade não é um dom, é uma conquista, um esforço permanente de integração, uma construção progressiva, organizada a partir do estado inicial de dispersão mental de indiferenciação do subjectivo e do objectivo” (V. M. Vilhena);

§         “...é o lado afectivo e volitivo do comportamento”; “...é o conjunto das tendências e disposições volitivas constantes de um indivíduo” (Pe. de La Vaissière);

§         “...é a organização dinâmica, no indivíduo, dos sistemas psicológicos, a qual determina as suas adaptações próprias em relação ao meio” (Alport);

§         “...a totalidade integrada do carácter, do temperamento, da inteligência e do físico” (Eysenck).

Passadas estas definições, todas coincidentes num ou noutro ponto, apurou-se que os elementos constitutivos da personalidade são a individualidade, a consciência e a liberdade. Através de Bell, pelos seus estudos sobre a natureza da personalidade, somos conduzidos às seguintes conclusões:

§         A personalidade não é um fenómeno estático, mas um processus dinâmico, donde provém a necessidade de utilizar na sua exploração instrumentos aptos a reflectir este aspecto;

§         A personalidade é explorável, apesar da sua natureza dinâmica, porque é estruturada. Tal estruturação é o resultado de uma evolução integrativa;

§         A conduta individual é o resultado da interacção da estrutura da personalidade e do meio, e é adaptativa. Conhecendo o segundo termo (constituído pelo teste estímulo) e a conduta, podemos daí deduzir o primeiro termo, isto é, a estrutura da personalidade. O único problema consiste em determinar os estímulos e as condutas mais reveladoras;

§         A estrutura da personalidade é em larga medida inconsciente. Como a conduta é determinada pelo conjunto da estrutura, a técnica projectiva pode explorar os seus componentes inconscientes (Henri Pieron, «Methodologie Psychotecnique» P. U. F., 1952, in Panorama das Ideias Contemporâneas, Estúdios Cor, Lisboa.);

Servindo-se do sistema nervoso parassimpático, plexos, e também da imaginação – que aporta ao cérebro continuamente grandes quantidades de imagens mentais, que constituem os materiais do pensamento –, o subconsciente manifesta a sua acção sobre os órgãos da vida vegetativa.

A Imaginação consiste na faculdade de criar imagens, ou de representar objectos ausentes. É o mecanismo primário da associação de ideias, sem prejuízo da carga emocional e sentimental que lhes possa ser inerente. A imaginação opera no colectivo daquilo que a consciência analisa e detalha isoladamente. Podemos dividir a imaginação em Imaginação Criadora e Imaginação Reprodutora. A Imaginação Reprodutora quase não se distingue da memória, limitando-se a evocar ou restituir as imagens dos acontecimentos passados, enquanto que a Imaginação Criadora é essencialmente «humana» e constrói, a partir de dados obtidos da Imaginação Reprodutora, representações novas, com iniciativa intelectual e liberdade (relativamente à experiência, ao poder de abstracção e ao de comparação.), as quais estão na origem das grandes e pequena invenções. É aquilo que, na ciência, sugere as hipóteses e faz encontrar os meios de as verificar.

Os que acreditam no determinismo, e consequentemente na fatalidade, crêem que o homem está “destinado” a uma determinada herança, influência, aspecto, saúde e educação. Assim sendo, justificar-se-ia uma espécie de “vale tudo”, onde ninguém poderia ser responsabilizado por coisa alguma, pelo simples facto de não ser livre, nem responsável pelos seus actos.

Para os crentes do livre arbítrio, passa-se o contrário: sendo o homem livre de escolher entre as diversas sugestões e impressões recebidas, é responsável e consciente dos seus actos.

Sempre houve uma poderosa tendência humana para procurar de forma unilateral as soluções de todos os problemas, e por este processo outra coisa não tem sido conseguida do que o nascimento de novos problemas, cujo idêntico método de solução vai tornando mais complexo e vicioso o ciclo.

Para podermos ultrapassar as barreiras obstrucionistas que detêm a evolução humana, é necessário compreendermos os mecanismos subconscientes, e termos em consideração que estes funcionam através do conjunto de impressões, sugestões e auto-sugestões, oriundas do ambiente e da educação. Apenas esta compreensão será capaz de esclarecer, entre as teses do determinismo e do livre arbítrio, qual das duas está certa ou errada, ou se ambas estão certas ou erradas.

Antes de avançarmos com conclusões precipitadas, passemos às seguintes reflexões:

1.      O homem é determinado pelas impressões recebidas durante toda a sua existência;

2.      O cérebro subconsciente forma a essência da personalidade e está formado pela soma das influências e da educação recebidas desde o nascimento;

3.      Todas as influências se reflectem continuamente sobre o cérebro por meio da imaginação.

Perante estas constatações, não é difícil compreendermos que aqueles que operam quase exclusivamente por impulso das influências não conseguem ser livres, e estão fatalmente determinados. Mas este determinismo pode felizmente ser contrariado pela faculdade de pensar, e auxiliado pela meditação consciente e pela análise correcta das imagens que a imaginação coloca na «tela» do cérebro.

O homem apenas pode ser livre, e responsável pelos seus actos, mediante a faculdade de pensar. Sem a conveniente aptidão e desenvolvimento da arte de pensar, o Ser humano não consegue fazer prevalecer a sua autodeterminação sobre o fatalismo da sua herança, nem de todas as influências e impressões recebidas na sua vida.

Um naturósofo deve ser muito mais do que um simples enfermo social que quer regenerar-se por meio naturais; todo aquele a quem não interessam ou não consegue compreender os assuntos que aqui abordamos, será para sempre mais um agente “servil”. E o “servilismo” é a condição mais repugnante a que um homem pode chegar.

 

TIPOS E TEMPERAMENTOS HUMANOS

v      Os Tipos Humanos

1.      Tipo Psíquico ou Cerebral

§         Predomínio - Cérebro (cabeça) e partes que lhe correspondem (fronte e lóbulo frontal do cérebro), ou, melhor dizendo, órgãos e funções do encéfalo (confunde-se com o Temperamento Cefálico). Estes indivíduos têm extrema influência psicológica sobre todos os tecidos do corpo, como se estes (tecidos) fossem mais inteligentes.

§         Características Anatómicas - Coloração azulada no branco dos olhos (excepto quando este tipo está associado ao temperamento abdominal ou hepático), unhas muito rosadas, lassidão muscular, ossos largos, sensibilidade, Inteligência e predomínio da zona cerebral.

§         Entre os animais . . .- O Tipo Psíquico ou Cerebral não existe entre os animais, sendo privilégio do homem.

2.      Tipo Movimento

§         Predomínio - Órgãos e funções do tórax (pulmões e coração) e partes que lhes correspondem (nariz, pómulos). É muito apto para o exercício físico, graças à forte oxigenação do sangue, à enérgica capacidade circulatória e à grande destreza e resistência. Todos os grandes atletas pertencem a este Tipo.
§         Características Anatómicas - Define-se pela força dos músculos, pouca gordura subcutânea, feições pronunciadas, predomínio da zona torácica e flexibilidade do tórax (não devendo confundir-se com o Temperamento Sanguíneo).
§         Entre os animais . . . - Este Tipo é predominante entre a maioria das espécies.

3.      Tipo Nutrição

§         Predomínio - Sistema digestivo, com grande capacidade mecânica, digestiva e absorvente destes órgãos (tanto os do ventre como das partes que lhes correspondem: boca, maxilares)

Caso 1 - Grande capacidade de assimilação = grande, forte, musculoso (sobretudo se for de Temperamento raquídeo).

Caso 2 - Pouca capacidade de assimilação = depósitos nos tecidos e humores, em forma de detritos e gordura (artritismo, obesidade).

Este tipo nunca está associado ao temperamento linfático. Por outro lado, Não deve confundir-se com o temperamento sanguíneo.

§         Características anatómicas - Volume de gordura, predomínio da zona digestiva, prega gorda por baixo do maxilar inferior e proeminência do ventre.
§         Entre os animais . . . - Apenas se observa numa minoria: porco, hipopótamo, etc.

Estes três Tipos correspondem ao Plano da Constituição Geral do Universo: Essência Vida e Substância.

v      Os Temperamentos Humanos

1.      Bilioso, Abdominal ou Glandular

Este Temperamento é passional por excelência. Por conseguinte, domina, nos indivíduos que o  possuem, o incentivo e o ardor próprios da natureza motora. Os biliosos têm carácter concentrado, são sérios e irritáveis. São também chamados hipocondríacos, por serem influenciáveis pelos hipocôndrios. A par da exaltação funcional do fígado e do característico apetite exagerado (já por si motivos para exposição a afecções biliares), a facilidade das suas estrondosas paixões concêntricas intensifica a tendência para afecções deste órgão, pois as paixões concêntricas caracterizam-se por congestão visceral e palidez externa. Os Biliosos revelam actividade permanente e autoridade. São de carácter concentrado, sérios e irritáveis.

Observou Paul Carton que:

"um bilioso não educado e com insuficiente formação moral pode tornar-se influenciável, irritável, sectário, déspota, tirano e bruto, sendo capaz de praticar todos os crimes. Pelo contrário, se cultivou o intelecto e a moral, mostra-se um organizador infatigável, amigo da ordem e da harmonia, génio ou santo".

É comum este temperamento nos chefes militares, directores de empresas, fundadores, conquistadores, exploradores e homens de acção, em geral.

§         Predomínio - Glândulas digestivas do fígado (e, secundariamente, das outras).

§         Características Anatómicas - Pele terrosa, um pouco morena, pouco irrigada de sangue, abundância de pelos, desenvolvimento de glândulas sebáceas e alguma dilatação das veias, coloração amarela no branco dos olhos (menos intensa do que a que se observa nos casos de icterícia), feições pronunciadas, olhar fixo ou penetrante, musculatura forte e bem proporcionada.

§         Tipos humanos e animais ...... - Corresponde ao tipo colectivo da raça árabe. Entre os animais, destaca-se o lobo.

2.      Nervoso ou Cefálico

Há tendência exaltada aos fenómenos nervosos simpáticos (pela pobreza de gânglios viscerais), pouca resistência à doença mas muita à morte. Em geral comem  pouco, e, tanto na alimentação como em todos os aspectos da vida, gostam de variar, de forma pouco convencional. No campo intelectual requerem estímulo e ideal, ambição ou ocupação interessante. Quando se lhes faculta o desenvolvimento de faculdades mentais superiores, tornam-se investigadores, intuitivos, ascetas, sábios, etc..

Pelo contrário, se carecem de formação, actuam como seres inferiores, mentirosos, medrosos, supersticiosos, maldosos e inconstantes, perturbadores da harmonia social e familiar. Enquanto no tipo psíquico dominam as faculdades superiores, das quais o grande desenvolvimento cerebral não é senão a sua manifestação orgânica, neste temperamento dominam as funções cerebrais orgânicas por si mesmas e sobre os outros órgãos. Por este motivo, no tipo psíquico encontram-se os reflexivos, compreensivos, estudiosos e sábios, enquanto no  temperamento nervoso encontramos os iludidos, ansiosos, agitados, desordenados e pessimistas. Confunde-se com o Tipo Psíquico, mas Será difícil encontrarmos casos onde o tipo psíquico esteja associado ao temperamento nervoso, por serem quase nulas as possibilidades de ajuste. "São como cana de bambu: difíceis de partir-se porque fáceis de dobrar-se" (Letamendi).

§         Predomínio - Encéfalo e suas funções. Sensibilidade, emotividade e influenciabilidade.

§         Características Anatómicas - Rosto triangular, olhos vivos e animados, gestos rápidos e irregulares, pele pálida e fria.

§         Tipos humanos e animais ...... - Corresponde ao tipo colectivo da raça latina. Entre os animais, não existe.

3.      Sanguíneo, Angio – Pneumático ou Torácico

São alegres, expansivos, imaginativos, entusiastas, optimistas e joviais, generosos, bons amigos e pacíficos. Comem muito, são um pouco instáveis e vaidosos. Por outro lado, a sua inteligência viva e a sua facilidade para todas as coisas, garante-lhes o triunfo. O seu estimulante favorito é o ar. Caracteriza-se por fracos pulmões, coração forte, exuberância de capilares sanguíneos, pele quente e rosada, olhos vivos e suavidade de formas. A absorção da pele e mucosa é rápida. Reage vivamente a todos os tratamentos e causas de enfermidade, sendo fáceis as eliminações. Os indivíduos deste temperamento são resistentes às causas físicas e morais de enfermidade.

"Suportam tudo, e de tudo e contra tudo triunfam e prevalecem" - Letamendi.

§         Predomínio - Aparelho circulatório e suas funções. É o temperamento da máxima vitalidade.

§         Características Anatómicas - Geralmente têm olhos azuis e cabelo louro (avermelhado ou não) ou castanho.

§         Tipos humanos e animais ...... - Corresponde ao tipo colectivo que caracteriza as raças brancas. Entre os animais, está representado nos pássaros.

4.      Linfático, Pseudo–Embrional ou Parablástico

São calmos, tranquilos, passivos e infantis. Trabalham com lentidão, dormem muito, são pouco dotados de sensibilidade e têm imaginação preguiçosa. Os linfáticos que possuem qualidades superiores são prudentes, metódicos, sóbrios, pacientes e possuem excelente autodomínio. Se, pelo contrário, carecem de tais qualidades, são preguiçosos, sujos, imprudentes, luxuriosos e comilões. Há remissão da potência do desenvolvimento do organismo e consequente pouca definição e diferenciação dos tecidos e órgãos. Revelam escassa reacção às causas de enfermidade e tratamentos médicos, isto é, demoram a curar-se quando adoecem. Apreciam frequentemente os alimentos fortes e excitantes, como estímulo das suas dificuldades reactivas. O seu estímulo preferido é o da água.

"Gostam de viver perto do mar, dos lagos e dos rios; gostam de navegar e pescar" (Paul Carton).

§         Predomínio - A lentidão é a sua qualidade dominante.

§         Características Anatómicas - Caracterizam-se pela sua forma bem constituída, cútis pálida, lábios grossos, face bochechuda e carnes moles. Em geral, são corpulentos e de pele húmida e fria.

§         Tipos humanos e animais com que se relaciona...... - Corresponde, como tipo colectivo, à raça negra. Entre a raça branca teve ilustração na personagem literária Sancho Panza. Nos animais, está representado no oozoário (animal-ovo - que o são todos, no princípio do seu desenvolvimento).

5.      Raquídeo

São pouco afectivos e muito resistentes às doenças. Os grandes boxistas e lutadores de greco-romana pertencem a este temperamento.

Há investigadores que não acreditam na existência deste quinto temperamento.

§         Predomínio - Medula e seus derivados (aparelho locomotor e gânglios viscerais).

§         Características Anatómicas - Músculos, queixadas fortes, pulsos largos e amplas costas.

§         Tipos humanos e animais com que se relaciona...... - Corresponde, como tipo colectivo, às raças basca e escocesa. Entre os animais, está representado nos cães mastines e de terranova, no touro e nos desaparecidos sáurios.

Pelo estudo das características apresentadas, e com o fim de optimizar a utilidade que as mesmas oferecem para a avaliação de um estado clínico, devemos concluir que:

·   Os temperamentos encontram-se quase sempre misturados no indivíduo, sendo raro encontrá-los puros;

·   Não se pode ser de temperamento sanguíneo e linfático ao mesmo tempo;

·   O tipo psíquico e o temperamento nervoso têm poucas possibilidades de ajuste, pelo que também é pouco provável esta associação no mesmo indivíduo.

 

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