Helioterapia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

HELIOTERAPIA

CONCEITOS DE ARNOLD RIKLI

O Ar não é outra coisa do que o nosso meio natural”

(Arnold Rikli).

O Meio Natural do Homem é a Atmosfera

Até mesmo na actualidade, a verdade que nos serve de título - «O meio natural do homem é a atmosfera», proferida pelo médico suíço do séc. XIX Arnold Rikli – não é compreendida com o seu justo e real valor pela maioria das pessoas.

Ainda se “protegem” exageradamente as crianças do meio que lhes é próprio, mantendo-as em ambientes fechados, calafetando as frestas das portas e das janelas, e ainda assim acendendo aquecedores e carregando-lhes sobre a pele complicadas vestimentas. Chega a parecer uma estratégia de defesa, contra um inimigo cruel e implacável!

Sem dúvida que as nossas concepções da saúde e da Vida, são no mínimo, ridículas, comparadas com o que Rikli demonstrou saber destes assuntos, comprovando-o na prática, com o extraordinário êxito das curas que orientou.

Nesta matéria, como em tantas outras, coube à Naturopatia (designação geral para todas as ciências médicas tradicionais do ocidente) o mérito de desfazer preconceitos e dar a conhecer as vantagens que o organismo pode retirar do ar luminoso, quando a ele se expõe o corpo semi-descoberto(1). As práticas iniciais foram empíricas, mas as sucessivas experiências, observações, controlos e metodologias permitiram elevá-las a Ciência Médica.

 

 

Nota:

(1) Tanto a Naturopatia como a escola filosófica que a apoia – a Escola Naturista – não concordam com a prática do nudismo, considerando-o inútil e desnecessário, visto não contribuir directamente para os objectivos que delineiam os seus postulados. Infelizmente, algumas associações nudistas apoderaram-se do termo “naturismo” e estão a usá-lo ilegitimamente, chamando “naturismo” àquilo que deveriam designar por “primitivismo”.

ALEXIS CARREL

Este Entusiasta do Naturismo Desconhecia a Influência dos Raios Solares?

Quando Alexis Carrel (Prémio Nobel da Medicina) afirmou, na sua obra “O homem, Esse Desconhecido”, que “...não se sabe nada ou quase nada sobre a influência dos raios solares..., não pudemos deixar de ficar entre a surpresa e a indignação: surpresos pelo seu desconhecimento de que nessa época e antes dela – desde há muitos séculos –, já se efectuavam com êxito tratamentos através da exposição aos raios solares; indignados, se admitirmos a possibilidade de que ele o sabia. Como podia não saber?, se esses tratamentos nunca deixaram de ser aplicados? E logo ele, que era um médico muito pouco convencional (apesar do dogmatismo da sua escola alopática), mostrando em certas circunstâncias da sua vida que até o milagre era digno de atenção e investigação, chegando a deslocar-se a locais onde fenómenos inexplicáveis ocorriam e mesmo a observá-los!

 

Continuarão a permanecer um sombrio enigma as razões que o levaram a escrever tal afirmação, pois mesmo em termos de investigação científica, já por volta do ano 1750 haviam sido encetados trabalhos, por Spallanzani (1729–1799), sobre a acção bacteriológica do sol; em finais do século XVIII, Loreti chegou a resultados conclusivos do efeito do sol na tuberculose; Faure, em 1774, e Le Peyre e Comte, em 1776, publicaram trabalhos resultantes da investigação da “acção luminosa e térmica solar sobre as úlceras”; em 1793, na Alemanha, Christoph Wilhem Hufeland (1762–1836) – catedrático da Universidade de Berlim, director da Academia Militar de Medicina e Cirurgia e médico da câmara do rei da Prússia – dedicou, nas suas obras, a atenção que este assunto merece, tendo influenciado a Faculdade de Gottinga a oferecer um prémio, em 1796, ao melhor trabalho sobre “a acção da luz solar no organismo humano”; em 1800, o médico francês Bertrand escreveu uma obra intitulada “A influência da luz nos seres orgânicos, na atmosfera e nalguns corpos químicos”; e assim por diante, em 1815 Canvin, em 1818 Girard, em 1819 Doebereiner, em 1820 Lachaine, em 1828 Hauterive, em 1845 Bonnet, em 1852 Tenck, em 1855 Rikli, em 1877 Downes e Blut, em 1878 Thaeu e Barcty, todos apresentaram as suas teses, pontos de vista, tratamentos, e resultados de investigações sobre o efeito dos raios solares, acerca dos quais Carrel afirma que “...não se sabe nada ou quase nada...”. Pela nossa parte, este conhecimento é um dos que evidenciamos pelo elevado grau de certeza que apresenta.

 

CUIDADOS

Os Cuidados Observados e os Efeitos Obtidos

Por todo o mundo, existem sanatórios onde se realizam, com relativo êxito, as mais diversas curas, entre elas as dos «tuberculosos cirúrgicos», assim designados para se distinguirem dos que enfermaram por tuberculose pulmonar: coxalgia, mal de Pott, peritonite tuberculosa, etc. Luis Ponce de León foi pioneiro nestes tratamentos.

Por tentativas e observações, foi sendo alargado o leque de afecções que passaram a tratar-se pelo sol e o ar, e incluíram-se nele os transtornos nutritivos e digestivos, os ferimentos das mais diversas origens e muitos dos problemas antes considerados do âmbito de algumas das complicadas especialidades da medicina.

A atenta observação dos pacientes submetidos ao efeito conjunto do ar e da luminosidade Solar, parece demonstrar que a maravilhosa melhoria do estado geral, e consequentemente também local, é paralela à ligeira e harmoniosa pigmentação da pele. Não tem a ver com os bronzeados bruscos e forçados resultantes da perigosa exposição directa e prolongada ao Sol, porque estes doentes, na maior parte dos casos, não se expõem ao Sol. É interessante verificar que até os músculos, cuja redução pareceria lógica, pela suspensão de qualquer esforço durante os períodos dos tratamentos (por vezes longos), se revelam, pelo contrário, com uma maior performance.

Se estes resultados se podem observar em enfermos (e entre nós, quem é que não é já enfermo?), com maior razão ainda devem as pessoas que se julgam sãs procurar conservar o seu vigor e robustecer as suas energias mediante o contacto frequente com o Sol e o ar, em ambientes não poluídos, o mais afastados possível das cidades, evitando sempre as desnecessárias e contraproducentes exposições prolongadas ao Sol.

 

ESCLARECIMENTOS

Considerações Acerca da Exposição ao Sol

Foi a Naturopatia que fez com que se esclarecesse o verdadeiro papel desempenhado pela pele (órgão glandular e nervoso mais determinante que o fígado, e possuidor de múltiplas funções, das quais dez são já conhecidas). E isto, quando a pele era considerada um simples revestimento de protecção. Foi possível dar-se conta de que este órgão, em parte atrofiado pelo uso do vestuário, é susceptível de regeneração, por sinal bastante rápida, sob a influência do ar e da luz.

Quando se fala de insolação – acidente devido ao mau emprego do sol – é absolutamente necessário evocar que, só por falta de uma utilização racional deste medicamento da natureza pode ocorrer um tão desagradável fenómeno, de graves – verdade se diga, muito graves – consequências. Pela incapacidade científica em estabelecer esta distinção capital, escreveram-se contra o sol uma infinidade de artigos tendenciosos, disparatados e absurdos.

Não existem no nosso tempo mais razões para discutir os benefícios que se podem obter, na regeneração do organismo e no seu reequilibro psicofísico, através do ar e da luz (esta com as suas diversas e moderadas radiações). Todos juntos, associados à benéfica ionização atmosférica, influenciam os pigmentos e activam os capilares e filamentos nervosos. Estes efeitos estimulantes são nulos no contacto com a lã ou o algodão, já para não falarmos nas fibras e outras matérias sintéticas (produzidas pelas desumanas indústrias do lucro fácil).

Os resultados são completamente demonstrativos, bastando que se observem os prodígios ocorridos nos sanatórios helioterápicos, como o que Rollier fundou em Leysin, ou Bernhardt em Saint Moritz, ou ainda Rikli, em Veldes (Áustria).

Como podemos compreender, a moderada exposição ao sol merece considerações que vão além da simples higiene, o que já não seria pouco, e tanto quanto nos é dado saber, ocorrem afortunadas e indiscutíveis transformações físicas e psíquicas, garantes de um muito satisfatório equilíbrio.

 

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