ENERGIA
O
PROCESSO DA NUTRIÇÃO
Uma
vez ingerido o alimento, inicia-se uma série de transformações e uma
acidentada viagem pelo corpo, até que os nutrientes nele contidos cheguem às
células: o seu destino final.
A
digestão é o processo mediante o qual os alimentos que ingerimos se decompõem
nas suas unidades constituintes, até se obterem elementos simples que sejamos
capazes de assimilar.
Os
elementos simplificados – os nutrientes – podem ser utilizados como energia
ou inserir-se na nossa própria matéria viva, sendo as enzimas digestivas os
principais responsáveis do processo da digestão – ao romper as ligações entre
os componentes dos alimentos.
Digestão
na Boca
A
digestão começa na boca. Ao mesmo tempo que a mastigação fragmenta o alimento
em partes mais pequenas, a saliva envolve-o de forma a torná-lo susceptível
de ser atacado pelas secreções do estômago. A saliva contem enzimas como a
ptialina (ou amilase salivar), que inicia a transformação dos amidos em
monossacáridos, e lisosima – um agente antimicrobiano que destrói parte das
bactérias contidas nos alimentos. Para além destes agentes, segrega grandes
quantidades de muco, que não apenas auxiliam a conversão do alimento numa
massa moldável, como protege as paredes do tubo digestivo.
A
temperatura, textura e sabor dos alimentos processam-se de tal maneira que o
sistema nervoso central pode adequar as secreções de todos os órgãos
implicados na digestão às características concretas de cada alimento.
Não se
devem engolir os alimentos enquanto mão estiverem praticamente reduzidos a
líquido (mastigando as vezes que seja necessário cada bocado). Como este é o
único aspecto que podemos controlar directamente no processo digestivo,
devemos aproveitá-lo ao máximo. Basta a mastigação correcta para solucionar
grande parte dos problemas digestivos.
Digestão no Estômago
A
passagem do alimento ao estômago realiza-se através do cárdia – uma
válvula que permite a passagem do alimento do esófago para o estômago, mas
não no sentido contrário (excepto no vómito, pois quando não é possível levar
a cabo adequadamente a digestão estomacal, produz-se um reflexo que abre esta
válvula e permite vazar o conteúdo do estômago).
Chegando
ao estômago, os alimentos recebem sobre si grandes quantidades de suco
gástrico, com suficiente acidez para desnaturalizar as proteínas
que ainda não o estejam e matar muitas das bactérias que a lisosima da
saliva não conseguiu atacar. Também é segregada a pepsina – a enzima
que se encarregará de desmontar as proteínas, já desnaturalizadas nas cadeias
curtas dos seus aminoácidos constituintes.
Como a
ptialina perde o seu efeito de actuação num meio ácido (como é o caso do
estômago), os glúcidos ocupam parte da digestão estomacal. Não quer
isto dizer que a digestão dos amidos e açúcares se imobilize conforme se vão
misturando com o ácido clorídrico contido no estômago, até que dali
saiam, pois quanto mais proteína tenhamos ingerido junto com os amidos, mais
ácidos serão os sucos gástricos e menos activas estarão as amilases sobre
eles. A digestão no estômago pode durar várias horas, e a temperatura passa
dos 40º, pelo que às vezes os açúcares e amidos meio digeridos
fermentam, dando lugar aos conhecidos gases que se expulsam pela boca
ou passam ao intestino.
Os lípidos
passam praticamente inalterados pelo estômago, parecendo não existir nenhuma
enzima importante que se ocupe deles. Sem dúvida, os lípidos têm a
capacidade de fazer atrasar a digestão dos restantes nutrientes, por
envolverem os pequenos fragmentos de alimento e não permitirem que a eles
acedam os sucos gástricos e as enzimas.
A
absorção de nutrientes através das paredes do estômago é muito limitada, pelo
que convém encurtar esta fase da digestão o mais possível se queremos ter
acesso rápido aos nutrientes que os alimentos contêm.
Uma
vez terminado o trabalho no estômago (ou abandonado por impossibilidade), é
despejado o conteúdo – o quimo – no duodeno, em pequenas quantidades, através
doutra válvula: o piloro. Ali, continuará a digestão dos elementos que não
puderam ser digeridos no estômago, por necessitarem de um meio menos ácido
para a sua decomposição (gorduras e glúcidos).
Digestão Intestinal
Logo após a entrada no duodeno, o quimo (conteúdo
do estômago) é neutralizado pelas secreções alcalinas do pâncreas, que sobre
ele são despejadas e o deixam com o grau de acidez necessário para que as
diferentes enzimas do intestino delgado atuem sobre ele. O suco pancreático, além de elevada
concentração de bicarbonato, contém várias enzimas digestivas, como a
potente amilase, que acaba por romper os amidos, a lipase, que
separa os triglicéridos em ácidos gordos e glicerina (e se activa pela
presença dos sais biliares e
outras enzimas encarregadas de fraccionar as proteínas que não puderam ser
digeridas com a pepsina do estômago).
O fígado verte as suas secreções no intestino: a bílis, que se armazena previamente
na vesícula biliar, donde é enviada para o intestino segundo se vai
necessitando. A bílis contém os sais biliares – poderosos detergentes
naturais, que separam as gorduras em pequenas gotas, para que as enzimas
do pâncreas possam actuar sobre elas, e servem também como via de excreção de
certos materiais que não podem ser expulsos pela urina e devem eliminar-se
pelas fezes. Os sais biliares decompõem-se em ácidos biliares,
que se recuperam ao ser absorvidos, uma vez que voltam ao fígado, onde são de
novo transformados em sais.
Entretanto, o alimento vai avançando pelo
intestino e são-lhe adicionadas outras secreções do próprio intestino, como o
suco entérico (ou suco intestinal),
que contém diversas enzimas encarregadas de acabar a tarefa de romper as
moléculas de todos os nutrientes. As mais importantes são as proteases,
que actuam sobre as proteínas. Sendo as proteínas os nutrientes mais
complexos, são os que necessitam de uma digestão mais complicada e laboriosa.
Ao mesmo tempo que continua a decomposição de
todos os nutrientes, os que já alcançaram um tamanho adequado e são de
utilidade atravessam a parede intestinal e passam ao sangue. A absorção
realiza-se lentamente (na área enrugada do interior do nosso intestino, com cerca
de cerca de 150m2), e no final apenas ficam os materiais não
digeríveis, junto com a água e os minerais que foram segregados nas
diferentes fases do processo digestivo.
Esta
mistura passa ao intestino grosso, onde há uma grande quantidade de diversos microorganismos
– que constituem a flora intestinal.
Estes microorganismos são principalmente bactérias, e segregam enzimas
digestivas tão potentes que conseguem atacar os polissacáridos da fibra.
Neste processo libertam-se açúcares, que são fermentados por certas
bactérias da flora, produzindo pequenas quantidades de ácidos
orgânicos que ainda contêm alguma energia. Estes ácidos, junto com
a água e os sais minerais, são absorvidos deixando o material
mais seco. É o “acabamento final” das fezes, agora já em condições de ser
expulsas pelo ânus.
Resumo
do Resultado da Digestão
O resultado da digestão
pode resumir-se da seguinte forma:
· Glúcidos: Todos os glúcidos digeríveis foram
convertidos em glicose e outros monossacáridos, e passaram ao sangre;
· Proteínas: Fraccionaram-se em aminoácidos, também
absorvidos e passados ao sangue.
· Lípidos: Dividiram-se nos seus ácidos gordos e
glicerina para atravessar a parede intestinal, isolados ou em forma de sabões
ao combinar-se com os sucos pancreático e intestinal. Logo, foram
reconstruídos de novo no outro lado da parede intestinal e combinaram-se com
proteínas sintetizadas pelo intestino, formando lipoproteínas chamadas
quilomícrons. Através do sistema
linfático foram transportadas ao coração, donde se verteram na corrente
sanguínea para conseguir uma máxima dispersão. Alguns lípidos não seguiram
este caminho e passaram directamente aos capilares sanguíneos que irrigam o
intestino.
Transporte para os Tecidos
Uma vez chegados ao sangue os nutrientes tomam
diferentes rotas, segundo o tipo de nutrientes que sejam e quais sejam as
nossas necessidades nesse momento. O Sistema Nervoso Central, utilizando um
complexo sistema à base de impulsos nervosos e mensageiros químicos na
corrente sanguínea – as hormonas –, decide o que deve ser feito com cada um dos
nutrientes.
Entre os possíveis destinos estão:
·
Os diversos tecidos, para a sua utilização imediata ou reserva de
uso rápido – glicogénio muscular;
·
O fígado, para
a sua transformação noutros tipos de nutrientes mais importantes, ou
·
O tecido adiposo
para a sua acumulação em forma de gordura, como reserva energética a longo
prazo ou isolamento térmico.
Difusão pelos Tecidos
As distintas substâncias que o sangue transporta
repartem-se pela rede de pequenos capilares até chegarem a cada tecido do
corpo humano. Mas onde realmente são necessários é em cada uma das células
que compõem estes tecidos.
As células encontram-se a flutuar num líquido, com
composição muito parecida à água do mar, e sem contacto directo com os
capilares sanguíneos. Tanto os nutrientes como o oxigénio do sangue
têm que atravessar as finas paredes dos capilares para se diluir no líquido
intercelular, ficando assim à disposição das células que os necessitem.
Este passo pode ser crítico, quando as membranas
que formam as paredes dos capilares estão obstruídas por depósitos de gordura
ou aminoácidos em excesso, e a pressão sanguínea tem que aumentar até conseguir
que os nutrientes passem e cheguem às células (hipertensão arterial). Se é
atingido o máximo de pressão sanguínea que o organismo tolera, e ainda assim
não é suficiente para que os nutrientes atravessem as paredes dos capilares,
produz-se uma desnutrição das células, apesar do sangue estar saturado de
alimento.
Absorção
Celular
Este é
o último passo do processo e o fim desta viagem. Os nutrientes que flutuam no
nosso mar interior são absorvidos pelas nossas células, passando através das
membranas que as recobrem, e uma vez no interior são digeridos, transformados
e utilizados em função das necessidades e do tipo de célula de que se trate.
Este processo também está controlado pelo Sistema Nervoso Central, que
através de diversas substâncias como a insulina, gere o uso que as células
fazem destes nutrientes. Uma vez no interior da célula, e mediante a acção
das enzimas intracelulares,
os nutrientes transformam-se nas substâncias próprias do metabolismo celular.
Mas isto já é outra viagem....
Conclusões
Não
devemos esquecer que o objectivo final de toda a cadeia de ocorrências que
tem lugar cada vez que levamos algo à boca é que as nossas células tenham a
matéria prima para se alimentar e reconstruir as suas partes danificadas.
Qualquer obstrução que provoquemos neste processo, por não nos alimentarmos
correctamente, privará de energia ou materiais básicos algumas das nossas
células. Quando isto ocorre as células morrem ou não se reproduzem
correctamente, deteriorando os tecidos a que pertencem e provocando, em
última instancia, a enfermidade.
Tanto
os reflexos da fome como os da sede, e inclusivamente outros que possam
fazer-nos sentir apetência por um determinado tipo de alimento, são
provocados pelo nosso Sistema Nervoso Central com base nas necessidades do
conjunto das nossas células. Normalmente não fazemos caso destes estímulos,
umas vezes porque antepomos as nossas necessidades psíquicas ou sociais, e
outras porque simplesmente perdemos a faculdade de os captar. De todas as
formas, estamos sempre a tempo de compreender quais são as bases da nutrição
humana e estabelecer uma dieta equilibrada que favoreça o correcto
desenvolvimento dos processos digestivos.
A ENERGIA DOS ALIMENTOS
Alimentação e nutrição são coisas distintas. Alimentação
consiste em ingerir alimentos, de forma consciente e voluntária, estando nas
nossas mãos e critério a forma, frequência, preferência, qualidade e
quantidade com que tal acto é efectuado, assim como incorporar-lhe as mais
diversas modificações. É evidente que a qualidade da alimentação depende de
factores económicos e culturais. Nutrição, por outro lado, consiste no
conjunto de processos fisiológicos pelos quais o organismo recebe, transforma
e utiliza as substâncias químicas contidas nos alimentos. É um processo
involuntário e inconsciente que depende da actividade orgânica da digestão
(que inclui a absorção e o transporte dos nutrientes dos alimentos para os
tecidos).
O estado de saúde de
uma pessoa depende da qualidade da nutrição das células constituintes dos
seus tecidos. Como é impossível para a quase totalidade dos seres humanos
actuar voluntariamente nos processos de nutrição, a melhoria do estado de
saúde (= nutrição) não se poderá verificar sem a sã modificação dos hábitos
alimentares.
Para levar a cabo todos
os processos que nos permitem estar vivos, o organismo humano necessita de um
fornecimento contínuo dos materiais que devemos ingerir: os nutrientes.
O número de nutrientes
que o ser humano pode utilizar é limitado: existem muito poucas substâncias,
em comparação com a grande quantidade de compostos, que nos servem como combustível ou para incorporar as nossas
próprias estruturas.
Estes
nutrientes não se ingerem directamente, mas através dos alimentos, e a ampla
variedade de alimentos existentes não são mais do que as múltiplas
combinações em que a natureza oferece os diferentes nutrientes.
Pode
fazer-se uma primeira distinção entre os componentes de qualquer alimento com
base nas quantidades em que estão presentes:
· Os Macro–Nutrientes
(macro=grande), que são os que ocupam a maior proporção dos alimentos, e que
são as proteínas, os glúcidos (ou hidratos de carbono) e os lípidos (ou
gorduras). Também se poderia incluir a fibra e a água, que estão presentes em
quantidades consideráveis na maioria dos alimentos, mas como não fornecem
calorias não costumam considerar-se nutrientes;
· Os Micro–Nutrientes (micro=pequeno),
que apenas estão presentes em pequeníssimas proporções, e onde se encontram
as vitaminas e os minerais. São imprescindíveis para a manutenção da vida,
apesar das quantidades de que necessitamos se medirem em milésimas, ou
inclusive milionésimas de grama (elementos vestígio ou oligoelementos).
Outra classificação dos
nutrientes é quanto à função que realizam no metabolismo:
·
Nutrientes Energéticos –
correspondem a um primeiro grupo, formado pelos compostos que se usam
normalmente como combustível celular. Coincidem praticamente com o grupo dos macro–nutrientes. Deles se obtém a energia, ao se oxidarem
(queimarem) no interior das células, com o oxigénio que o sangue transporta.
A maior parte dos nutrientes que consumimos utiliza-se com este fim;
·
Nutrientes Plásticos –
correspondem a um segundo grupo, formado pelos nutrientes que utilizamos para
construir e regenerar o nosso próprio corpo. Pertencem, a maior parte, ao
grupo das proteínas, ainda que também se utilizem pequenas quantidades de
outros tipos de nutrientes.
·
Vitaminas e Minerais
– correspondem a um terceiro grupo, composto pelos nutrientes que actuam
facilitando e controlando as funções bioquímicas que têm lugar no interior
dos seres vivos. Têm funções de regulação
·
Água – corresponde a um
quarto grupo que actua como dissolvente de outras substâncias, participa nas
reacções químicas mais vitais e é o meio de eliminação dos produtos
desaproveitados do organismo.
Valor Energético dos Alimentos
O valor energético ou valor calórico de um
alimento é proporcional à quantidade de energia que pode proporcionar ao
queimar-se na presença de oxigénio. Mede-se em calorias (sendo uma caloria a
quantidade de calor necessária para aumentar um grau à temperatura de um
grama de água. Como o seu valor é muito pequeno, em dietética toma-se como
medida a kilocaloria (1Kcal = 1000 calorias). Por vezes, a Kilocaloria é
representada com o termo Caloria (com letra maiúscula), o que está errado e
não deve fazer-se. Quando ouvirmos dizer que um alimento tem 100 Calorias, na
realidade devemos interpretar que esse alimento tem 100 Kilocalorias por cada
100 gr.
de peso. As dietas dos seres humanos adultos contêm entre 1000 e 5000
Kilocalorias por dia.
Cada grupo de nutrientes energéticos – glúcidos,
lípidos e proteínas – tem um valor calórico diferente e mais ou menos
uniforme em cada grupo. Para facilitar os cálculos do valor energético dos
alimentos tomam-se uns valores standarizados para cada grupo: um grama de
glúcidos ou de proteínas liberta ao queimar-se umas quatro calorias, enquanto
um grama de gordura produz nove. Daqui que os alimentos ricos em gordura
tenham um teor energético muito maior do que os formados por glúcidos ou
proteínas. De facto, toda a energia que acumulamos no organismo, como reserva
a longo prazo armazena-se na forma de gorduras.
Recordemos que nem todos os alimentos que
ingerimos se queimam para produzir energia, pois uma parte deles é usada para
reconstruir as estruturas do organismo ou facilitar as reacções químicas
necessárias para a manutenção da vida. As vitaminas e os minerais, assim como
os oligoelementos, a água e a fibra, segundo se considera, não fornecem calorias.
Na
maioria das tabelas de composição dos alimentos, além dos teores de macro
e micronutrientes, encontramos uma referência aproximada da densidade
ou valor energético de cada alimento.
DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DO HOMEM
As necessidades de energia de qualquer ser vivo
calculam-se pela soma de vários componentes. À energia requerida pelo
organismo em repouso absoluto e à temperatura constante, chama-se Taxa de
Metabolismo Basal (TMB), que é a energia mínima que necessitamos para nos
mantermos vivos. Normalmente consome a maior parte das calorias dos alimentos
que ingerimos. Calcula-se que a taxa de metabolismo basal para um homem médio
se situa em torno dos 100W, o que equivale ao consumo de umas 21 gr. de glúcidos (ou 9,5
de gorduras) por cada hora.
A taxa metabólica depende de factores como o peso
corporal, a relação entre massa de tecido magro e gordo, a superfície externa
do corpo, o tipo de pele e inclusivamente a temperatura ambiental externa. As
crianças têm taxas metabólicas muito altas (maior relação entre superfície e
massa corporal), enquanto os idosos a têm mais reduzida. Também é um pouco
mais baixa nas mulheres do que nos homens (maior quantidade de gordura na
pele). Por outro lado, se nos submetemos a uma dieta pobre em calorias ou a
um jejum prolongado, o organismo faz descer notavelmente a energia consumida
em repouso para fazer durar mais tempo as reservas energéticas disponíveis,
mas se estamos submetidos a stress, a actividade hormonal faz com que o
metabolismo basal aumente.
Existem
fórmulas complexas que dão o valor das necessidades calóricas em função da
altura, do peso e da idade, e para facilitar a tarefa de calcular a nossa
Taxa de Metabolismo Basal, existem recursos tecnológicos, como programas
informáticos que nos permitem chegar aos resultados desejados mediante a
digitalização dos dados que são solicitados num formulário. Vejamos um
exemplo para determinação do índice ou taxa metabólica basal
Determinação do Índice ou Taxa
Metabólica Basal
(Equações de Harris e Benedict)
·
Homem: TMB = 66 + (13.7 X Peso em kg ) X (5 X Altura em cm) - (6,8 X idade).
·
Mulher: TMB = 65,5 + (9.6 X Peso em kg ) X (1,7 X Altura em cm) – (4,7 X
idade).
NECESSIDADES DE
ENERGIA
Adultos
·
Calorias Basais: Peso ideal (PI) em Kg X
21. Exemplo: se temos um peso ideal de 58 Kg, multiplicamo-lo por 21 (58 X 21 =
1.218), o que nos dá 1.218 calorias/dia.
Necessidades calóricas se há actividade ou
circunstância física adicional:
v
Exercício sedentário: PI (kg) X
6 120 X 10 = 1,200 120 X 3 = 360 kcal/dia = 1,560;
v
Exercício moderado: PI (kg) X 10 120 X 10 = 1,200 120 X 5 = 600 kcal/dia = 1,800;
v
Exercício extremo: PI (kg) X 21 120 X 10 = 1,200 120 X 10 = 1,200 kcal/dia = 2,400.
v
Para ganhar peso: Adicionar 300 calorias diárias.
v
Gravidez: Adicionar 500 calorias/dia.
v
Perder Peso: Subtrair 500 calorias.
v
Crianças em Geral: A fórmula para calcular as necessidades calóricas é 1000 (calorias) +
100 (calorias) por ano de idade/dia.
v
Durante a Puberdade: Sexo Feminino: 2,400 a 2,800
calorias/dia. Sexo Masculino: 2,600
a 3,400 calorias/dia.
Podemos
consultar a tabela das necessidades calóricas, segundo as recomendações
dietéticas RDA USA 1996, estimadas para praticamente toda a humanidade sã. A
tabela inclui informação sobre o aumento do consumo de calorias no caso de
gravidez ou lactação.
Actividade Física
Se em vez de estar em repouso absoluto
desenvolvemos alguma actividade física, as nossas necessidades energéticas
aumentam. Este factor denomina-se por "energia consumida pelo trabalho
físico", e em situações extremas pode atingir valores até cinquenta
vezes superiores aos do consumo em repouso.
A tabela da
Variação da Taxa de Metabolismo Basal com o Exercício dá-nos uma
ideia aproximada da variação da energia consumida, relativamente à taxa de
metabolismo basal, em função da actividade física que realizemos.
TABELA DA
VARIAÇÃO DA TAXA DE METABOLISMO BASAL
COM O EXERCÍCIO
|
Tipo de
Actividade
|
Coeficiente de
Variação
|
Kcal./Hora
(Homem Médio)
|
Exemplos de Actividades
Físicas Representativas
|
Repouso
|
TMB x 1
|
65
|
Durante o sono,
estendido (na condição de beneficiar de uma temperatura agradável)
|
Muito ligeira
|
TMB x 1,5
|
98
|
Sentado ou de pé
(pintar, jogar cartas, tocar um instrumento,
trabalhar com computador, etc.)
|
Ligeira
|
TMB x 2,5
|
163
|
Caminhar em
terreno plano a 4-5 km/h,
trabalhar numa oficina, jogar golfe, arrumar Quartos, etc.
|
Moderada
|
TMB x 5
|
325
|
Marchar a 6 km/h, tratar de jardins,
andar de bicicleta a 18
km/h, jogar ténis, dançar, etc.
|
Intensa
|
TMB x 7
|
455
|
Correr a 12 km/h, trabalhar numa
mina de carvão, jogar futebol, fazer escaladas, etc.
|
Muito pesada
|
TMB x 15
|
1000
|
Subir escadas em
correria, praticar atletismo de alta competição, etc.
|
A tabela
apresenta valores médios, devendo-se ter em conta o facto de que cada pessoa
faz uso diferente dos nutrientes que ingere, com maior aproveitamento nuns casos
e pior noutros, pelo que haverá sempre variações individuais, relativamente
às calorias indicadas. Também devemos considerar que estas necessidades
energéticas de alimentos podem aumentar ou diminuir, em situações como a
enfermidade ou o stress.
Manutenção da Temperatura Corporal
Um último
factor seria a energia requerida para a manutenção da temperatura corporal.
Nesta concepção, consume-se a maior parte da taxa de metabolismo basal, e
qualquer variação da temperatura externa influi notavelmente nas nossas
necessidades energéticas. Calcula-se que nos trópicos, onde as temperaturas
médias são superiores a 25º, o metabolismo basal diminui aproximadamente uns
10%.
Tabela das
Necessidades Calóricas
CALORIAS RECOMENDADAS COM BASE NAS
MÉDIAS DE ALTURAS E PESOS
|
Categoria
|
Idade (anos)
ou condição
|
Peso
(kg)
|
Altura
(cm)
|
T. M. B. a
(kcal/dia)
|
Ração média de kcal
b
|
Múltiplo - TMB
|
Por kg
|
Por dia c
|
Lactentes
|
0,0 - 0,5
|
6
|
60
|
320
|
-
|
108
|
650
|
0,5 - 1,0
|
9
|
71
|
500
|
-
|
98
|
850
|
Crianças
|
1 - 3
|
13
|
90
|
740
|
-
|
102
|
1300
|
4 - 6
|
20
|
112
|
950
|
-
|
90
|
1800
|
7 - 10
|
28
|
132
|
1130
|
-
|
70
|
2000
|
Homens
|
11 - 14
|
45
|
157
|
1440
|
1,70
|
55
|
2500
|
15 - 18
|
66
|
176
|
1760
|
1,67
|
45
|
3000
|
19 - 24
|
72
|
177
|
1780
|
1,67
|
40
|
2900
|
25 - 50
|
79
|
176
|
1800
|
1,60
|
37
|
2900
|
51 +
|
77
|
173
|
1530
|
1,50
|
30
|
2300
|
Mulheres
|
11 - 14
|
46
|
157
|
1310
|
1,67
|
47
|
2200
|
15 - 18
|
55
|
163
|
1370
|
1,60
|
40
|
2200
|
19 - 24
|
58
|
164
|
1350
|
1,60
|
38
|
2200
|
25 - 50
|
63
|
163
|
1380
|
1,55
|
36
|
2200
|
51 +
|
65
|
160
|
1280
|
1,50
|
30
|
1900
|
Gravidez
|
1.º trimestre
|
|
|
|
|
|
+ 0
|
2.o trimestre
|
|
|
|
|
|
+ 300
|
3.º trimestre
|
|
|
|
|
|
+ 300
|
Lactação
|
1.º semestre
|
|
|
|
|
|
+ 500
|
2.º semestre
|
|
|
|
|
|
+ 500
|
a T.M.B. = Taxa de Metabolismo
Basal. Cálculo baseado em equações da FAO, com arredondamento.
b No intervalo de
actividade ligeira a moderada, o coeficiente de variação é de 20%.
c Os valores foram arredondados. Deve ser
tido em consideração que as quantidades indicadas para ingestão diária
contínua destinam-se a cobrir as variações individuais da maioria das pessoas
normais em situação de stress ambiental, e foram calculadas para os
americanos. Elas são igualmente válidas para as pessoas de qualquer parte do
mundo. As dietas deverão ser variadas, com o fim de proporcionar todos os
nutrientes necessários para suprir as exigências biológicas humanas. Os pesos
e alturas referidos para os adultos, são valores médios reais para a
população dos Estados Unidos, com a idade indicada, segundo o comunicado da
NHANES II. As médias dos pesos e das alturas para os indivíduos menores de 19
anos de idade foram tirados de Hamils e Cols (1979). O uso destes valores não
implica que as relações entre alturas e pesos sejam ideais.
|