Minerais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MINERAIS

Os minerais são os componentes inorgânicos da alimentação, quer dizer, aqueles que se encontram na natureza sem fazer parte dos seres vivos. Desempenham um papel importantíssimo no organismo, sendo necessários para a elaboração dos tecidos, sínteses de hormonas e na maior parte das reacções químicas onde intervêm as enzimas. O uso dos minerais com fins terapêuticos é designado por Oligoterapia.

Podem dividir-se os minerais em três grupos:

·   Os Macro–Elementos – os que o organismo necessita em maior quantidade e se medem em gramas;

·   Os Micro–Elementos – que se necessitam em menor quantidade e se medem em miligramas (milésimas de grama).

·   Os oligoelementos – necessários em quantidades pequeníssimas, da ordem dos microgramas (milionésimas de grama).

Junto à descrição das funções de cada mineral, indicar-se-á os alimentos onde se podem encontrar cada um deles e apresentar-se-á tabela de consumos mínimos dos mais importantes minerais, segundo as necessidades inerentes a diferentes etapas e situações da vida. As avaliação das rações dietéticas foi efectuada pela RDA (USA), e pelo grupo de especialistas da FAO OMS (Helsínquia 1988).

 

Macro – Elementos

 

Funcionalidade Biológica

Alimentos que o contêm

Mínimo

Aconselhado

Cálcio

É integrante nos ossos, no tecido conjuntivo e nos músculos. Junto com o potássio e o magnésio, é necessário à boa circulação do sangue. No esqueleto há 99% deste mineral, substituindo-se 20% em cada ano.

Lácteos, frutos secos, sementes de sésamo, verduras e algumas águas de mesa.

800 a 1200 mg/ dia.

Cloro

Favorece o equilíbrio ácido–base no organismo e ajuda o fígado a eliminar tóxicos.

Sal comum, algas, azeitonas, água da torneira (é um facto, mas não se aconselha a ninguém), etc.

Sem especificação.

Enxofre

Encontra-se em todas as células, mas em especial na pele, unhas, cabelo e cartilagens. Entra na composição de algumas hormonas, como no caso da insulina, e nalgumas vitaminas. É estimulante hepato-biliar e neutralizador de tóxicos.

Legumes, couve, cebola, alho, espargos, alhos-porros, e gema de ovo. Também existe no peixe, embora este não seja aconselhável num regime de saúde higiénico–natural, pelos inúmeros inconvenientes que acarreta.

Sem especificação.

Fósforo

Existe na estrutura dos ossos. Em associação com certos lípidos, dá lugar aos fosfolípidos, que são componentes das membranas celulares e do tecido nervoso. A sua concentração no sangre está em íntima relação com a de cálcio. Actualmente é comum termos um excesso de fósforo, por este ser utilizado como aditivo alimentar (emulgente).

Encontra-se nos alimentos que contêm cálcio, como os frutos secos, o queijo, a soja, a gema do ovo, etc.

800 a 1200 mg/ dia.

Magnésio

Faz falta para a assimilação do cálcio e da vitamina C. Regula o sistema nervoso central (acção sedante) ao mesmo tempo que participa na transmissão dos impulsos nervosos. É estimulante biliar (favorecedor da digestão dos lípidos e eliminador de resíduos tóxicos). Melhora a artrose pela capacidade de fixação do cálcio.

Soja, frutos secos, aveia, milho e algumas verduras. Existe no cacau, mas esta fonte é a menos aconselhada por conter elementos de difícil remoção.

300 a 400 mg/ dia.

Potássio

É regulador homeostásico. Participa na contracção do músculo cardíaco.

As frutas e as verduras frescas, os legumes e os frutos secos.

500 mg/dia.

Sódio

Tal como o Potássio, regula a homeostase. É participante da neurotransmissão muscular. Em excesso, provoca hipertensão, irritabilidade, retenção de líquidos e sobrecarga renal. As necessidades aumentam com a transpiração, utilização de substâncias diuréticas e quando há diarreia ou vómitos.

É fonte privilegiada o cloreto de sódio (sal), mas encontra-se em todos os alimentos. Quase todos ingerimos sódio em excesso; daí recomendar-se as frutas e as verduras, por serem os alimentos onde o encontramos em menor quantidade.

0,2 a 0,5 gr/dia.

 

Micro – Elementos

 

Funcionalidade Biológica

Alimentos que o contêm

Mínimo

Aconselhado

Cobalto

Actua na formação dos glóbulos vermelhos, por formar parte da vitamina B12 sintetizável na flora intestinal.

Lácteos, beterraba vermelha, cebola, lentilhas e figos. Existe ainda em carnes e peixes (que não se devem utilizar em dietética natural).

Sem especificação.

Cobre

Faz falta para converter em hemoglobina o ferro armazenado no organismo, e para a assimilação dos alimentos. Participa na assimilação da vitamina C.

Cereais integrais e legumes.  Existe também no cacau e na pimenta – ambos desaconselháveis num regime de manutenção ou recuperação da saúde.

1,3 a 1,5 mg/dia.

Ferro

É preciso para a produção da hemoglobina - molécula que transporta o oxigénio no interior  dos glóbulos vermelhos. É imprescindível para a utilização das  vitaminas do grupo B. Apenas aproveitamos 10% do ferro presente nos alimentos e infelizmente é melhor absorvido o ferro dos alimentos de origem animal. O seu déficit provoca a anemia ferropriva, muito comum nos  finais da gravidez, quando as necessidades de ferro aumentam. O consumo excessivo de café ou álcool faz diminuir a capacidade de o absorver. A vitamina C melhora a absorção do ferro.

Gema de ovo, verdura verde, cereais integrais, frutos secos e levedura. Também se encontra nas carnes, fígado, etc., mas devemos procurá-lo em fontes menos tóxicas.

10 a 15 mg/dia.

Flúor

É preventivo da cárie dental e fortificante ósseo. Não é provável padecer de déficit de flúor nos países supostamente civilizados, onde este elemento é adicionado às aguas de distribuição pública (apesar de se acreditar ser causa de cancro, assimilá-lo desta forma artificial).

Couve e espinafres. Pode encontrar-se ainda na água da torneira, no café e no peixe (qual deles o pior!).

1 - 2 mg/dia (nos alimentos).

Iodo

Obrigatório para o bom funcionamento da glândula tiróide. Ajuda o crescimento, melhora a agilidade mental, queima o excesso de gordura e desenvolve correctamente as unhas, cabelo, pele e dentes. .A carência de iodo dá lugar ao bócio, com grande aumento da glândula tiróide.

Sal marinho, algas e vegetais. Existe também em peixes e mariscos (alimentos que não devem integrar uma dieta higiénica).

150 µg/dia.

Manganês

Activa as enzimas que intervêm na síntese das gorduras e participa no aproveitamento das vitaminas C, B1, e H.

Cereais integrais e legumes. Também nos (desaconselhados) peixes e crustáceos.

2 - 9 mg/dia.

Zinco

Intervém em processos metabólicos como a produção de linfócitos, síntese de proteínas e formação de insulina.

Levedura de cerveja, gérmen de  trigo, ovos e leite. Predomina também nos crustáceos, que não se utilizam  em alimentação natural.

12 a 15 mg/dia.

 

Oligoelementos

 

Funcionalidade Biológica

Alimentos que o contêm

Mínimo

Aconselhado

Crómio

Participa no transporte de proteínas e melhora a diabetes.

Gordura e óleos vegetais, levedura de cerveja, cebola, alface, batatas e agriões.

200 a 400 µg/dia

Lítio

É Fundamental para a regulação do sistema nervoso central.

Vegetais, batatas. Também nos crustáceos e alguns peixes (ambos excluídos em alimentação natural).

Não especificado.

Molibdénio

Ajuda a prevenir a anemia e a cárie.

Gérmen de trigo, legumes, cereais integrais e vegetais de folhas verde escuras.

250 µg/dia.

Níquel

É necessário para o bom funcionamento do pâncreas.

Legumes, cereais integrais, espinafres e salsa.

Não especificado.

Selénio

Tem as mesmas propriedades desintoxicantes que o enxofre e além disso é um potente antioxidante, pelo que nos previne do envelhecimento dos tecidos e de certos tipos de cancro. Também se utiliza para o tratamento da caspa e alivio das sufocações e do mal-estar da menopausa.

Gérmen e farelo de trigo, cebolas, alho, tomate, brócolos e levedura de cerveja.

55 – 70 µg/dia.

Silício

Indispensável para a assimilação do cálcio, a formação de novas células e a nutrição dos tecidos.

Água potável e alimentos vegetais em geral.

Não especificado.

 

Recomendações Gerais Sobre Minerais

Como no caso das vitaminas, uma boa forma de fornecer ao organismo os elementos minerais de que necessita é consumir diariamente um bom prato de salada e um de fruta. Uma boa maneira pode ser também o tomar todos os dias um sumo preparado na liquidificadora, preferivelmente em jejum, porque a absorção de minerais (e vitaminas) é melhor quando o estômago e intestino estão vazios.

Não devemos descascar a fruta sistematicamente, posto que o maior conteúdo de minerais se encontra na pele. É conveniente lavá-la bem para retirar os possíveis restos de pesticidas. Outra boa medida é aproveitar a água da cozedura dos alimentos vegetais, que pode ser bebida ou com ela confeccionados caldos e sopas.

A Tabela do Consumo Mínimo Recomendado de Minerais constitui uma boa orientação acerca dos consumos mínimos de minerais nas diferentes situações e etapas da vida.

 

Necessidades Diárias dos Mais Importantes Minerais

(Recomendações RDA)

Categoria

Idade (anos)

ou condição

Peso

(kg)

Altura

(cm)

Cálcio

(mg )

Fósforo

(mg)

Magnésio

(mg )

Ferro

(mg)

Zinco

(mg)

Iodo

(µg)

Selénio

(µg)

Lactentes

 

0,0 – 0,5

6

60

400

300

40

6

5

40

10

0,5 – 1,0

9

71

600

500

60

10

5

50

15

Crianças

 

 

1 – 3

13

90

800

800

80

10

10

73

20

4 – 6

20

112

800

800

120

10

10

90

20

7 – 10

28

132

800

800

120

10

10

120

30

Homens

 

 

 

 

11 – 14

45

157

1200

1200

270

12

15

150

40

15 – 18

66

176

1200

1200

400

12

15

150

50

19 – 24

72

177

1200

1200

350

10

15

150

70

25 – 50

79

176

800

800

350

10

15

150

70

51 +

77

173

800

800

350

10

15

150

70

Mulheres

 

 

 

 

11 – 14

46

157

1200

1200

280

15

12

150

45

15 – 18

55

163

1200

1200

300

15

12

150

50

19 – 24

58

164

1200

1200

280

15

12

150

55

25 – 50

63

163

800

800

280

15

12

150

55

51 +

65

160

800

800

280

10

12

150

55

Gravidez

1.º trimestre

 

 

1200

1200

320

30

15

175

65

Lactantes

 

1.º semestre

 

 

1200

1200

355

15

19

200

75

2.º semestre

 

 

1200

1200

340

15

16

200

75

Estas quantidades, indicadas para consumo diário permanente, destinam-se a cobrir as variações individuais da maioria das pessoas normais, particularmente as que vivem nas grandes metrópoles, em condiciones de permanente stress ambiental. As dietas individuais basear-se-ão nos diversos alimentos habituais, com o fim de proporcionar outros nutrientes, e haverá lugar a regimes individualizados para aqueles a quem é exigido um esforço fora do comum. Para mais detalhes, bem como a obtenção de informações acerca dos minerais não incluídos neste quadro, devem consultar-se os textos correspondentes.

Os pesos e alturas dos adultos referidos, são médios para a povoação dos Estados Unidos com a idade indicada, segundo o comunicado da NHANES II. As médias dos pesos e as alturas para os sujeitos menores de 19 anos de idade foram tirados de Hamils e Cols (1979). O uso destes valores não obriga a que as relações entre altura e peso sejam iguais às da tabela.

 

A Água

A água é o componente principal dos seres vivos. De facto, pode-se viver meses sem alimento, mas só se sobrevive uns poucos dias sem água. O corpo humano tem uns 75 % de agua ao nascer e cerca de 60 % na idade adulta. Aproximadamente 60 % desta água encontra-se no interior das células (água intracelular). O resto (água extra celular) é a que circula no sangue e banha os tecidos.

Na água do nosso corpo têm lugar as reacções que nos permitem estar vivos. Isto deve-se ao facto das enzimas (agentes proteicos que intervêm na transformação das substâncias que se utilizam para a obtenção de energia e síntese de matéria própria) necessitam de um meio aquoso para que a sua estrutura tridimensional adopte uma forma activa. A água é o meio pelo qual se comunicam as células dos nossos órgãos e pelo que se transporta o oxigénio e os nutrientes aos nossos tecidos. E a água é também a responsável por retirar do nosso corpo os resíduos e produtos de desperdício do metabolismo celular. Por último, graças à elevada capacidade de evaporação da água, podemos regular a nossa temperatura, suando ou perdendo-a pelas mucosas, quando a temperatura exterior é muito elevada.

Nas reacções de combustão dos nutrientes que têm lugar no interior das células, para obter energia produzem-se pequenas quantidades de água. Esta formação de água é maior ao oxidar as gorduras – 1 gr. de água por cada gr. de gordura – , que os amidos (0,6 gr. por gr., de amido). A água produzida na respiração celular chama-se água metabólica, e é fundamental para os animais adaptados a condiciones desérticas. Se os camelos podem aguentar meses sem beber é porque utilizam a água produzida ao queimar a gordura acumulada nas suas bossas. Nos seres humanos, a produção de água metabólica com uma dieta normal não passa dos 0,3 litros por dia.

Necessidades diárias de água

É muito importante consumir uma quantidade suficiente de água diariamente, para o correcto funcionamento dos processos de assimilação e, sobretudo, para os de eliminação de resíduos do metabolismo celular. Necessitamos de uns três litros de água por dia como mínimo, dos quais aproximadamente metade obtemos dos alimentos e a outra metade devemos consegui-los bebendo. Em determinadas situações ou etapas da vida, estas necessidades poderão aumentar consideravelmente.

Recomendações sobre o consumo de água

Se consumimos água em grandes quantidades durante ou depois das refeições, diminuímos o grau de acidez no estômago ao diluir os sucos gástricos. Isto pode levar a que as enzimas, que requerem, para actuar, um determinado grau de acidez, fiquem inactivas e a digestão se retarde. Mesmo as enzimas que não deixarem de actuar pela descida da acidez, perdem eficácia ao ficar diluídas. Se as bebidas que tomamos com as refeições estão frias, a temperatura do estômago diminui e a digestão fica ainda mais lenta.

Como norma general, devemos beber nos intervalos entre as refeições, entre duas horas depois de comer e meia hora antes da refeição seguinte. É especialmente recomendável beber um ou dois copos de água logo após o acordar. Assim é possível uma melhor hidratação e activamos os mecanismos de limpeza do organismo.

Na maioria das povoações é preferível consumir água mineral, ou de uma nascente ou fonte de confiança, em vez da água da torneira. As redes públicas de distribuição de água adicionam-lhe compostos químicos como o flúor ou o cloro, que, apesar de serem imprescindíveis para evitar a contaminação microbiológica, podem tornar-se perigosos, mesmo nas doses utilizadas pelas instituições encarregadas da sanidade pública.

O flúor tem sido utilizado com preventivo das cáries (porque o é, quando metabolizado das suas fontes próprias), mas a sua adição artificial à água levanta fortes suspeitas de ser causa de cancro.

Nos Estados Unidos foi comprovado que um de cada quatro cancros da bexiga em não fumadores, ou um de cada dez em fumadores, se deve ao cloro da água potável. Além disso, se as tubagens por onde circula a água até à nossa torneira são de chumbo (e as antigas são), é conveniente saber-se que este metal pesado se dissolve na água de consumo, e que o chumbo é um tóxico para o organismo. Ao ser ingerido, mesmo em doses pequeníssimas, pode dar lugar a graves enfermidades. Também se podem encontrar na água da torneira outros elementos altamente tóxicos como o mercúrio, o cádmio e os nitratos dos pesticidas agrícolas (especialmente em zonas industriais ou agrícolas).

 

Hosted by www.Geocities.ws

1