PAZ AGORA/BR
ESPECIAL:
UM ANO DA INICIATIVA DE GENEBRA :
� EXISTEM PARCEIROS PARA A PAZ ! �
Em comemora��o ao 1�
Anivers�rio da
Iniciativa de Genebra,
reunimos uma colet�nea de artigos sobre suas
repercuss�es, a maior parte dos quais in�ditos em
portugu�s.
As vis�es de seus
promotores e de outras personalidades, mostram as
perspectivas, por ela abertas, para a conquista de
uma PAZ justa e duradoura entre israelenses e
palestinos, AGORA.
Leia aqui os
coment�rios sobre a
Iniciativa de Genebra
e as novas chances que proporciona a PAZ
AGORA,
por personalidades como
A. B. Yeoshua, Am�s
Oz, Ana Maria Stuart, Avraham Burg, Bill Clinton,
Dov Weisglass, Fernando Henrique Cardoso, Igor
Ivanov , Koffi Annan, Menahem Klein, Nazmi al-Jubeh,
Qaddura Fares, Shaul Arieli, Tony Blair, Yael Dayan,
Yasser Abed Rabbo, Yossi Beilin, entre outros
S�o
Paulo, 18/12/2004
Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA
A �NTEGRA DAS MAT�RIAS PODE SER LIDA CLICANDO EM
CADA T�TULO.
Os artigos tamb�m podem ser lidos no site
www.pazagora.org
> informa��o > artigos > veja mais > [buscar
"Genebra"]
Esta colet�nea � uma homenagem dos
AMIGOS BRASILEIROS DO PAZ
AGORA
a
todos os israelenses e palestinos que resistem �
viol�ncia, dialogando na busca da paz.
UM ANO DA INICIATIVA DE GENEBRA
"
EXISTEM PARCEIROS PARA A PAZ ! "
�NDICE
1� ANIVERS�RIO DA
INICIATIVA:
X
� TEMOS
PARCEIROS: Clique e ou�a mensagens dos l�deres
da Iniciativa
13/12/04
�
Sauda��o de YOSSI BEILIN ao
PAZ
AGORA/BR
06/12/04
�
MOIS�S STORCH:
Genebra: Uma Pequena Luz Cresce e se Multiplica
30/11/04
�
PMC: Promotores
Reclamam Negocia��es Imediatas
PESQUISA:
24/11/04
-
ICG: Maioria de
Israelenses e Palestinos Ap�ia Genebra
APOIO INTERNACIONAL:
01/12/03
-
Bill Clinton -
Colin Powell - Igor S. Ivanov - Koffi Annan -
Tony Blair
01/12/03
-
Declara��o de Apoio
aos Israelenses e Palestinos de mais de 50
L�deres Mundiais
INICIATIVA DE GENEBRA / ISRAEL:
www.heskem.org.il
SIM
PARA
O ACORDO
15/08/04
-
GADI BALTIANSKY: De
Gaza a Genebra
29/10/04
-
LILI GALILI: Eles
N�o Distinguem Esquerda de Direita
03/09/04
-
SHAUL ARIELI:
Voltando � Estrada
INICIATIVA DE GENEBRA / PALESTINA:
PPC - COALIZ�O PALESTINA DA PAZ
-
www.ppc.org.ps
01/12/04
-
A Iniciativa de
Genebra - Um Ano Depois
22/11/04
-
Genebra Encontra-se
com o Novo
Governo Palestino
MOVIMENTO
PAZ AGORA:
14/12/04
� GALIA GOLAN:
SHALOM
ACHSHAV
e GENEBRA
� O SHALOM
ACHSHAV
(PAZ
AGORA)
recebeu calorosamente a Iniciativa de Genebra
quando foi apresentada h� um ano. Esta
iniciativa servir�, sem d�vida alguma, como
modelo para um acordo final que termine o
conflito israelense-palestino. �
� N�s, assim como os promotores desta iniciativa, estamos
dedicados � luta para trazer, o quanto antes, um
fim para a ocupa��o e alcan�ar a paz entre
Israel e Palestina�
15/05//04
-
Grande Manifesta��o
em Tel Aviv da COALIZ�O DA
MAIORIA
15/05//04
- 250.000
nas Ruas de Tel Aviv Querem
PAZ
AGORA
01/04/04
- EVACUAR
ASSENTAMENTOS = ESCOLHER A VIDA
AMIGOS BRASILEIROS DO PAZ
AGORA
� PAZ
AGORA/BR:
10/06/04
-
ADES�O AO COLETIVO PACIFISTA � DOIS POVOS, DOIS ESTADOS
A sua voz � muito importante. Conhe�a e Ap�ie
Conosco!
Apelamos a todos que ap�iam este texto a se
unirem a milhares de pessoas e dezenas de
institui��es no mundo todo ao
"COLETIVO
DOIS POVOS DOIS ESTADOS�
[www.pazagora.org/2P2E/sign],
em solidariedade aos patriotas israelenses e
palestinos que, atrav�s do di�logo construtivo,
perseveram na luta por uma Paz justa e
duradoura...�
03/07/04
- Mensagem de
YAEL DAYAN ao PAZ
AGORA/BR
Aos
AMIGOS BRASILEIROS DO PAZ
AGORA
Shalom
a todos voc�s e apenas boas lembran�as e grandes
esperan�as.
Podemos e devemos fazer muito mais, pois as
pessoas est�o atentas, e com seus b�sicos sensos
de justi�a, sabem que estamos certos. Os
sens�veis e s�bios ir�o se juntar a n�s.
Agrade�o a todos voc�s pelo duro trabalho que
tiveram para tornar minha viagem t�o bem
sucedida e confort�vel, e estou certa de que
poderemos fazer mais e melhor na pr�xima vez,
inclusive em outras cidades. Acho que fiz muitos
amigos no Brasil, portanto mantenham o contato
comigo para planos futuros.
"OBRIGADA"!
Yael Dayan
Tel Aviv, 03/07/2004
10/06/04
- Yael
Dayan Traz Genebra ao TUCA
+
artigos de Yael Dayan
21/06/04
�
MOIS�S STORCH: Como
Podemos Contribuir para a PAZ, AGORA
A. B.
YEOSHUA:
21/11/04
-
Arafat � O
Retrato da Adolesc�ncia Palestina
10/03/04
-
Uma Medida
Unilateral de Israel
AKIVA
ELDAR:
25/10/04
-
S� a Esquerda �
Capaz
AM�S OZ:
03/10/04
-
Palestinos e
Israelenses Est�o Dispostos a Criar Dois Estados
19/09/04
-
Bush e Europa S�o
Dois Lados da Mesma Moeda
ANA MARIA STUART:
30/03/04
- O PT e o Oriente M�dio
AVRAHAM
BURG:
29/02/04
-
Esperan�a e
Gl�ria
17/09/03
-
Carta aos Meus
Amigos Palestinos
DOV WEISLASS:
06/10/04
- Plano de Sharon � Congelamento do Processo de Paz
GERSHOM GORENBERG:
17/11/03
-
A Paz ou o Monte do
Templo
MENACHEM
KLEIN
16/10/04
-
Li��es de Paz da
Irlanda
07/05/04
-
Plano de Sharon
ou Acordo de Genebra?
NAZMI
AL-JUBEH:
10/02/04
-
Apenas Mais Um Plano
de Paz ?
QADDOURA
FARES:
25/10/04
-
Como Perder Outra Chance
28/09/04
-
Chamado Palestino
para Reativar a Parceria
YAEL DAYAN:
03/07/04
-
Pacifista Israelense
Faz Palestra na PUC-SP
Embaixador da Autoridade Palestina
ao lado de Yael Dayan no TUCA
YASSER ABED RABBO:
29/10/04
-
Genebra AGORA
19/09/04
-
Plano de Sharon
Dividiu Palestinos
07/08/04
-
O Pior Inimigo � a
Perda de Confian�a
YOSSI BEILIN:
29/11/04
-
Hoje Te Salvamos,
Sharon
17/11/04
-
Transi��o Palestina
e Conversa��es de Paz
28/07/04
-
Entrevista
mundial via Internet em 28/07/2004
Leia a resposta a estas e outras
quest�es:
�
O plano de retirada de Sharon ir� transformar Gaza numa grande pris�o
para os palestinos?
�
O senhor se acha pessoalmente respons�vel pelos milhares de mortos e
feridos israelenses, v�timas de sua fracassada
pol�tica de Oslo?
�
Israel est� preparado para devolver as colinas de Golan?
�
O senhor. tamb�m riscou Arafat de sua agenda?
�
O muro de separa��o se provou eficaz para conter atentados
terroristas. O senhor v� alguma real
alternativa ao muro?
02/04/04
-
O Melhor para Israel
� um Acordo com os Palestinos
02/04/04
-
Resposta ao Acordo
de Genebra � Positiva
24/03/04
-
Como Lutar Contra
o Hamas
GENEBRA
EXISTEM
PARCEIROS PARA A PAZ !
Uma
nova campanha de m�dia lan�ada em Israel e nos
Territ�rios Ocupados mostra � popula��o palestina
depoimentos de l�deres israelenses do campo da paz,
e aos israelenses mensagens de paz de l�deres
palestinos.
X |
Clique nas fotos para ver e ouvir algumas das
mensagens veiculadas pelos ativistas de Genebra
em cinemas e TVs israelenses e palestinas |
SAEB ERAKAT |
|
PAZ AGORA/BR +
GENEBRA
|
|
|
SAUDA��O DE
YOSSI BEILIN AOS
AMIGOS BRASILEIROS DO PAZ
AGORA |
|
|
Prezados
amigos,
Gostaria de
lhes agradecer por sua intensa atividade desde a
cerim�nia de lan�amento da Iniciativa de Genebra
em 1� de dezembro de 2003. Seu apoio �
importante para n�s, e contribui para fazer
desta Iniciativa um ponto de refer�ncia que n�o
pode ser ignorado no contexto de tudo o que se
refere a um acordo final de paz.
Houve
muitas mudan�as no primeiro ano de Iniciativa de
Genebra. A Iniciativa reverberou por todo o
mundo, ganhou o apoio de 40% nos lados
israelense e palestino e, conforme o pr�prio
primeiro-ministro, foi um fator-chave na decis�o
de Sharon para se retirar de Gaza
unilateralmente, de forma a evitar pagar o pre�o
envolvido num plano como o de Genebra.
A morte de
Arafat iniciou um novo cap�tulo na lideran�a
palestina e trouxe Abu-Mazen, o principal l�der
palestino a se opor � Intifada armada, de volta
� arena. A nova lideran�a acompanhou as
conversa��es de Genebra, aplaudiu a Iniciativa,
e possivelmente refor�ar� o apoio palestino a
ela, enquanto enfatiza em todas as
oportunidades seu desejo de retornar a
negocia��es sobre um acordo definitivo.
Em seu segundo
mandato, o presidente Bush est� pessoalmente
comprometido com Abu-Mazen, com o
Road Map, com a democratiza��o do Oriente M�dio, e com a
luta contra o terror, e a nova lideran�a
palestina dever� convergir com sua vis�o. Os
Estados Unidos devem aumentar significativamente
seu envolvimento, com o objetivo de resolver o
conflito.
O papel do
campo da paz � assegurar que a retirada de Gaza
n�o marque o fim do caminho, mas seu come�o.
Assim como Sharon iniciou a retirada de Gaza
para evitar o modelo de iniciativa conjunta que
propagamos em Genebra, tamb�m devemos assegurar
que a retirada de Gaza se constitua num come�o
que rapidamente nos leve a um acordo definitivo.
Apoiaremos a
atual a��o de Sharon, demandando total
coordena��o com a Autoridade Palestina sob sua
nova lideran�a, e insistindo que os lados
transformem em a��o seus compromissos com o
Road Map, de maneira que possamos finalmente alcan�ar um
entendimento definitivo. Para este fim,
continuaremos a promover nossa campanha de
informa��o em Israel e no exterior, apresentando
a Iniciativa de Genebra como modelo para uma
solu��o duradoura, mantendo discuss�es sobre os
v�rios elementos que comp�em a Iniciativa, e
prosseguindo em nossos esfor�os para expandi-la
e detalh�-la.
Sua bem-vinda
atividade complementa nossos esfor�os aqui em
Israel, e n�s lhes agradecemos por isto, do
fundo de nossos cora��es.
Yossi Beilin
Tel Aviv -
Israel, 13 de dezembro de 2004.
Yossi Beilin
� presidente do Partido Yahad, ex-Ministro
da Justi�a e o principal promotor da Iniciativa
de Genebra no lado israelense. |
|
AVRAHAM BURG |
|
YASSER ABED RABBO |
|
JIBRIL RAJOUB |
|
AMRAM
MITZNA |
|
QADDOURA FARES |
|
IULI TAMIR |
|
ZAHIRA
KAMAL |
|
GUIORA INBAR |
|
ABDEL KADER HUSSEINI |
|
SHAUL ARIELI |
|
YAEL DAYAN |
|
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GENEBRA � UM ANO DEPOIS
UMA PEQUENA LUZ CRESCE E SE
MULTIPLICA
[ Mois�s Storch
(*) � S.Paulo, 06/12/2004 ]
Nesta semana comemoramos o primeiro anivers�rio do lan�amento
da
Iniciativa de Genebra.
Festejamos, sim, o primeiro ano do nascimento
de uma nova esperan�a, que trouxe luzes para a
solu��o de um conflito sangrento que continua
matando gente h� mais de meio s�culo.
Ao contr�rio do que dizem os eternos c�ticos e os arautos da
viol�ncia, Genebra n�o morreu, assim como o Roadmap
n�o morreu, o processo de Oslo n�o morreu, e a
esperan�a de uma vida decente para israelenses e
palestinos, coexistindo lado-a-lado com liberdade e
soberania, est� mais viva do que nunca.
A iniciativa de um importante conjunto de personalidades dos
meios pol�ticos, acad�micos, culturais e militares
de ambos os povos, lan�ada oficialmente no primeiro
dia de dezembro de 2003 na Su��a, j� est� inscrita
na Hist�ria, por ter revertido uma tend�ncia
progressiva � desesperan�a e ao pessimismo que
impedia israelenses e palestinos de se enxergar e de
vislumbrar um horizonte de paz.
Mas a
Iniciativa de Genebra
n�o ficou apenas na elabora��o da mais
importante e detalhada proposta de um acordo de paz
elaborada por lideran�as das pr�prias partes, ao
apontar solu��es de compromisso para os temas mais
controversos do conflito, como a defini��o de
fronteiras, a situa��o de Jerusal�m, o problema dos
refugiados e o acesso aos locais sagrados. A
Iniciativa estruturou-se num corpo vivo e din�mico,
gerando a��es pelos dois lados, em Israel e nos
territ�rios palestinos, no sentido de disseminar a
consci�ncia da possibilidade efetiva de se chegar a
uma solu��o pac�fica.
Os parceiros israelenses e palestinos da Iniciativa, v�m
efetuando um incans�vel trabalho de confer�ncias,
palestras e atividades em escolas, sindicatos,
kibutzim, campos de refugiados, conselhos
municipais, acampamentos, aldeias e cidades,
dialogando sobre os termos do
Acordo de Genebra,
e promovendo a cultura de paz.
No mundo todo, l�deres pol�ticos, governantes e intelectuais
v�m apoiando a Iniciativa. No Brasil, onde o pr�prio
presidente Luiz In�cio Lula da Silva, assim como o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manifestaram
seu entusiasmo, os Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA, desde a
primeira hora, respaldam entusiasticamente a
Iniciativa, tendo divulgado seu
texto em
portugu�s.
Participamos da
COALIZ�O 2 POVOS 2
ESTADOS, ao lado de mais de 60
institui��es e ONGs do mundo inteiro, que oferece
respaldo internacional aos campos pacifistas
palestino e israelense, defendendo uma paz negociada
baseada numa solu��o de Dois Estados, como a
proposta pela
Iniciativa de Genebra
e A
Voz dos Povos.
Promovemos
a vinda de uma de suas ilustres ativistas israelenses, a
vice-prefeita de Tel-Aviv e ativista do Movimento
PAZ AGORA, Yael
Dayan, que aqui dialogou com dirigentes de v�rios
partidos pol�ticos, e com p�blicos em S.Paulo e Rio
de Janeiro como ASA, Bnai Brith, Col�gio Bialik,
Comunidade Judaica do Brasil, Congrega��o Israelita
Paulista, Hashomer Hatzair, e a Pontif�cia
Universidade Cat�lica de S.Paulo.
A crian�a nascida em Genebra cresce, com sa�de e vigor.
Uma nova campanha conjunta de m�dia �N�s
Temos Parceiro Para Um Acordo".
em �rabe e hebraico, divulgar� clips
de v�deo, na TV e em cinemas, assim como mensagem
pos r�dio, imprensa e cartazes, exibindo
personalidades famosas, palestinas e israelenses,
dirigindo ao outro lado mensagens de paz.
H� um ano Genebra acendeu uma t�nue luz em meio � escurid�o
da desesperan�a. Mas, tal como no milagre de Hanuk�,
esta pequena luz, que muitos diziam que n�o duraria,
est� se multiplicando. E ajudar� a trazer a t�o
ansiada paz para israelenses, palestinos, e para o
mundo.
PAZ,
VAMOS BUSC�-LA,
AGORA !
(*) Mois�s Storch � coordenador dos
Amigos Brasileiros do
PAZ
AGORA
COPYFREE
:
Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
autores, �
fonte, ao
PAZ
AGORA/BR
-
www.pazagora.org .
Su��a, 01 de dezembro de 2003
Yossi
Beilin e Yasser Abed Rabbo apertam as m�os no
lan�amento do Acordo de Genebra
1� ANIVERS�RIO DA
INICIATIVA DE GENEBRA
PROMOTORES RECLAMAM NEGOCIA��ES IMEDIATAS
[ Palestine Media Center- PMC - 30/11/2004
www.palestine-pmc.com ]
- traduzido
pelo
PAZ
AGORA/BR
-
Beilin e Rabbo anunciam campanha conjunta de
m�dia em �rabe e hebraico, chamada "N�s temos parceiros para um acordo".
Um ano ap�s o lan�amento da Iniciativa de Genebra,
os autores da minuta de paz pedem que o moribundo
processo de paz seja ressuscitado pela imediata
retomada de negocia��es e a coordena��o da retirada
israelense da Faixa de Gaza.
Falando numa confer�ncia de imprensa conjunta
israelense-palestina, em Jerusal�m,
Yasser Abed Rabbo, ex-ministro do gabinete palestino, que foi
co-autor da Iniciativa de Genebra, disse que "ap�s
um ano de sangue" existe uma disposi��o de ambas as
partes para conversar
e negociar.
Entretanto,
ele advertiu que essa disposi��o n�o seria suficiente se n�o for
discutidos temas para um status final. Temas como o
status de Jerusal�m, refugiados e fronteiras, s�o as
�reas cr�ticas que t�m impedido um acordo entre
palestinos e israelenses.
Abed Rabbo, membro do Comit� Executivo, � mais alto �rg�o de tomada de
decis�es da OLP, sublinhou que embora solu��es
unilaterais n�o possam levar a uma virada, o plano
israelense de desligamento da Faixa de Gaza deve ser
usado para estimular negocia��es para um acordo
final. Al�m disso, disse ele, conversa��es "poderiam
ser estimuladas pela comunidade, o Quarteto e
especialmente pelo governo americano". O "Quarteto"
� uma equipe de mediadores diplom�ticos da R�ssia,
EU, Uni�o Europ�ia e ONU.
Yossi Beilin, contraparte israelense da Abed Rabbo na reda��o da minuta
lan�ada em 1� de dezembro de 2003 na Su��a, afirmou
que a
Iniciativa
de
Genebra �
o �nico acordo detalhado jamais feito entre
israelenses e palestinos.
A proposta
de paz vai al�m da proposta pelo Quarteto, o
road map,
ao propor solu��es detalhadas para temas cr�ticos
num acordo definitivo.
Beilin,
presidente do Partido Yahad e antigo ministro da Justi�a, tamb�m
enfatizou que o falecido presidente Yasser Arafat
era o melhor pretexto para que o primeiro ministro
Ariel Sharon se negasse a ter conversa��es com
palestinos. "Agora ele perdeu sua desculpa",
ressaltou Beilin, dizendo que o tempo � ideal para
conversar que poderiam levar a um acordo entre os
dois lados no conflito.
Aproveitando
a oportunidade para marcar o 1� anivers�rio da Iniciativa, Abed
Rabbo e Beilin anunciaram o lan�amento de uma
campanha conjunta de m�dia em �rabe e hebraico,
chamada "N�s temos parceiro para um acordo".
Clips de v�deo, exibindo autoridades de alto n�vel,
palestinos e israelenses, dirigindo ao outro lado
mensagens de paz, ser�o transmitidas nos pr�ximos
dois meses em TVs locais palestinas e em sites
israelenses na Internet, assim como em cinemas e
jornais.
As mensagens a ser transmitidas mostrar�o pol�ticos
palestinos famosos como o ministro palestino para
negocia��es, Saeb Erekat, o Assessor de Seguran�a
Nacional Jibril Al-Rajoub, e a ministra palestina
para assuntos da mulher, Zahira Kamal. Do lado
israelense, al�m de Yossi Beilin, as personalidades
incluir�o o ex-presidente do partido trabalhista,
Amram Mitzna, e Yuli Tamir, deputada trabalhista no
Knesset [e ativista do
PAZ
AGORA] .
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:
Reprodu��o permitida com os devidos cr�ditos aos
autores, �
fonte, ao
PAZ
AGORA/BR
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www.pazagora.org (vers�o
em portugu�s).
- Os textos publicados visam subsidiar o
di�logo e
N�O
representam necessariamente as posi��es do
Movimento PAZ
AGORA
ou dos
Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA.
Estas s�o expostas nas se��es "QUEM
SOMOS" e "POSI��ES"
do site
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PESQUISA:
MAIORIA DE ISRAELENSES E PALESTINOS AP�IA ACORDO DE GENEBRA
|
[ The Associated Press - 24/11/04 - traduzido
pelo PAZ
AGORA/BR
]
|
Mais da metade dos israelenses e palestinos ap�ia a proposta
n�o-oficial de paz que inclui concess�es sem
precedentes pelos dois lados, conforme pesquisa
publicada ontem.
A minuta de acordo de paz, conhecida como Acordo de Genebra e
redigida por antigos negociadores israelenses e
palestinos, prop�e a forma��o de um Estado
Palestino na Cisjord�nia e Faixa de Gaza, o
retorno de refugiados palestinos para aquele
Estado - mas n�o para Israel - e a divis�o de
Jerusal�m entre os dois Estados.
Os pesquisadores leram um resumo do acordo para israelenses e
palestinos, e descobriram que
53% dos
israelenses e quase 56% dos palestinos o ap�iam.
Quase 44% dos israelenses e 39% dos palestinos
disseram que se oporiam a tal tratado.
O resumo n�o inclu�a especificamente o fato de que os locais
altamente disputados na Cidade Velha de
Jerusal�m - onde o complexo da mesquita de
Al-Aqsa se assenta acima das ru�nas dos templos
judaicos b�blicos - ficaria sob soberania
palestina. Em vez disso, dizia: "Cada lado
governar� seus lugares santos".
H� consider�vel oposi��o em Israel a ceder este local, o mais
sagrado para o juda�smo, num tratado de paz.
A pesquisa cobriu 610 cidad�os israelenses por telefone, e 631
palestinos entrevistados pessoalmente, com uma
margem de erro de 4%.
"Esta pesquisa � um lembrete oportuno do fato de que as
maiorias dos dois lados est�o dispostas a
abra�ar um acordo que atenda seus principais
interesses e aspira��es", disse Edward Djerejian,
antigo embaixador americano em Israel e na
S�ria, e diretor do
Baker Institute
for Public Policy, no Texas, que
realizou a pesquisa em conjunto com o
International Crisis Group de Washington,
voltado para preven��o e solu��o de conflitos.
|
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INICIATIVA de GENEBRA
APOIO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL
-
1� de dezembro de 2003 -
� Estou muito
encorajado por proeminentes palestinos e
israelenses terem sido capazes de alcan�ar t�o
importante acordo sobre quest�es dif�ceis para um
est�gio final de negocia��es de paz ... Na atual
fase de escalada do conflito pelo Oriente M�dio,
qualquer iniciativa que aproxime mais as partes �
muito bem-vinda ".
Kofi A.
Annan -
Secret�rio-Geral das Na��es Unidas
� Gostaria de
felicitar esta iniciativa e o debate que ela
estimulou entre israelenses e palestinos, e mais
amplamente na comunidade internacional...
Num momento de
desespero, ambos os povos precisam de esperan�a. A
iniciativa que voc�s est�o lan�ando hoje lhes d�
uma oportunidade de enxergar al�m das atuais
dificuldades, para o que pode ser alcan�ado pela
boa-vontade dos dois lados...
� natural e
saud�vel, que haja discuss�es sobre os detalhes do
proposto acordo. O debate estimulado por esta
iniciativa � importante. Um melhor entendimento da
natureza de um poss�vel acordo pode ajudar a
recordar as pessoas de que os dif�ceis passos
descritos no roadmap devem ser bem trabalhados.
Espero que esta iniciativa tamb�m mostre que os
israelenses e palestinos continuam capazes de
encontrar parceiros para paz e trabalhar juntos, e
estimule um retorno � mesa de negocia��o ".
Tony Blair -
Primeiro-Ministro da Gr�-Bretanha
� Os EU continuam
comprometidos com a vis�o do presidente, de dois
Estados e com o roadmap, mas tamb�m
acreditamos que projetos como o de voc�s s�o
importantes por ajudar a sustentar uma atmosfera
de esperan�a na qual israelenses e palestinos
podem discutir solu��es mutuamente aceit�veis para
as quest�es dif�ceis que enfrentam.
Isto � cr�tico
porque, no final, s�o os povos palestino e
israelense que ir�o formar o consenso necess�rio
para alcan�ar uma solu��o de dois Estados "
Colin L. Powell
- Secret�rio de Estado dos Estados
Unidos
� Sou muito grato
por seus esfor�os ... para concretizar os detalhes
de uma solu��o de dois Estados que quase
realizamos h� tr�s anos. Toda a viol�ncia e
retrocesso desde ent�o prova que maior demora em
tratar as quest�es fundamentais apenas ajuda aos
inimigos da paz na regi�o, e os defensores do
terror pelo mundo�
H� pouco mais de
uma d�cada, os l�deres palestinos e israelenses
fizeram um compromisso ara partilhar o futuro - a
terra, a responsabilidade de combater o terror, a
procura da paz e prosperidade. Ap�s tr�s anos de
viol�ncia e sofrimento, um esfor�o de cidad�os
pela paz, com a clara evid�ncia de que acordos
espec�ficos sobre as quest�es mais dif�ceis s�o
poss�veis, deve encorajar as autoridades de ambos
os lados a seguirem-nos...
As crian�as do
Oriente M�dio n�o merecem menos que isso. "
William
Jefferson Clinton -
42� presidente dos
Estados Unidos
� A tentativa que
voc�s fizeram na situa��o dram�tica atual do
Oriente M�dio, para definir par�metros de um
acordo final atrav�s de um di�logo entre pol�ticos
israelenses e palestinos merece apoio.
Percebemos seus
esfor�os como uma valiosa contribui��o para
superar o confronto de for�as e trazer a situa��o
de volta para a via pol�tica ...
Espero que suas
atividades em benef�cio dos povos israelense e
palestino a pela paz no Oriente M�dio tenham bons
frutos, n�o importa qu�o dif�cil possa ser o
caminho na dire��o dos nobres objetivos que voc�s
colocaram".
Igor S.
Ivanov -
Ministro
das Rela��es Exteriores da Federa��o Russa.
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Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
autores, �
fonte,
ao PAZ
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em portugu�s).
Os textos publicados visam subsidiar o di�logo e
N�O
representam necessariamente as posi��es do
Movimento PAZ
AGORA ou dos Amigos Brasileiros do PAZ
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Estas s�o expostas nas se��es "QUEM
SOMOS" e "POSI��ES"
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[
International Herald Tribune -
www.iht.com
- 01/12/2003 ]
� traduzido pelo PAZ
AGORA/BR
�
Por ocasi�o da assinatura, hoje, da
Iniciativa de Genebra, uma proposta para paz negociada por
equipes de israelenses e palestinos lideradas por
Yossi Beilin, antigo ministro da justi�a israelense,
e Yasser Abed Rabbo, antigo ministro da informa��o
palestino - expressamos nosso forte apoio tanto a
esta iniciativa quanto � peti��o "A
Voz dos Povos"
promovida por Ami Ayalon, antigo chefe dos servi�os
de seguran�a de Israel e Sari Nusseibeh, presidente
da Universidade de Al Quds em Jerusal�m.
O conflito israelense-palestino j� teve um custo
muito alto. Ambos os povos pagaram caro com vidas e
condi��es de vida numa guerra que ambos est�o
perdendo. Cada dia que passa mina as perspectivas
para uma solu��o pac�fica de dois Estados. Enquanto
o conflito durar, ser� uma fonte de instabilidade e
viol�ncia para a regi�o e a comunidade internacional
como um todo.
Acreditamos que a melhor maneira para avan�ar �
dirigir ao cen�rio final, n�o ao fim de um processo
incremental, todos os princ�pios b�sicos de uma
solu��o justa e duradoura. Postergar o resultado
final torna qualquer processo ref�m de extremistas
de ambos os lados. Deve ser encontrado um processo
para dar express�o pr�tica e pol�tica para o ardente
desejo de claras maiorias em ambos os lados de
terminar este conflito de uma vez por todas.
As
Iniciativas de Genebra e
A Voz dos Povos,
ambas, refletem essa opini�o p�blica e podem ajudar
num novo impulso. Do lado israelense, podem ajudar a
desfazer os mitos que foram criados desde o colapso
do processo de paz e in�cio da viol�ncia: de que o
povo palestino n�o est� preparado para aceitar uma
solu��o de dois Estados e o direito de Israel a
existir como um Estado judeu.
No lado palestino, podem oferecer uma alternativa ao
atual modo de pensar que v� na viol�ncia o �nico
meio poss�vel de terminar a ocupa��o. Elas mandam um
potente sinal de que existe uma alternativa �
situa��o atual. Elas t�m o potencial de transformar
a din�mica pol�tica interna nos dois lados.
O apoio internacional ser� crucial para traduzir
esses esfor�os num mecanismo concreto que traga uma
paz duradoura. Os jogadores internacionais mais
relevantes para isto - o "quarteto" composto por EU,
a Uni�o Europ�ia, a R�ssia e a ONU, e os membros da
Liga �rabe, devem apoiar fervorosamente essas
iniciativas. Eles devem instar tanto o governo
israelense quanto a Autoridade Palestina a serem
guiados pelo que a maioria de seus povos deseja. E
devem deixar clara sua pr�pria disposi��o de
emprestar todo apoio pol�tico, econ�mico e militar
necess�rio para ajudar a implementar um acordo
abrangente de paz.
Os povos israelense e
palestino, deixando claras suas cren�as nas
Iniciativas
de Genebra e
A Voz dos Povos,
podem ajudar a transformar os princ�pios neles
incorporados, em realidade. Voc�s podem contar
com nosso apoio neste esfor�o. |
Martti Ahtisaari,
ex-presidente, Finl�ndia; Ali Alatas, ex-ministro
do exterior, Indon�sia; George Alleyne,
ex-diretor, Organiza��o Pan-Americana da Sa�de;
Oscar Arias Sבnchez,
ex-presidente, Costa Rica; Lloyd Axworthy,
ex-ministro do exterior, Canad�; Alexander
Bessmertnykh, ex-ministro do exterior, U.R.S.S.;
Carl Bildt, ex-primeiro ministro, Su�cia;
Boutros Boutros-Ghali, ex-Secret�rio-Geral.
ONU; Lakhdar Brahimi, ex-ministro do
exterior, Arg�lia; Fernando Henrique Cardoso,
ex-presidente, Brasil; Ingvar Carlsson,
ex-primeiro ministro, Su�cia; Lord Carrington,
ex-secret�rio do exterior, G.B.,
ex-Secret�rio-Geral, OTAN; Jorge Castaסeda,
ex-ministro do exterior, M�xico; Claude Cheysson,
ex-ministro do exterior, Fran�a; Jacques Delors,
ex-presidente, CE; Jiri Dienstbier,
ex-ministro do exterior, Tchecoslov�quia; Ruth
Dreifuss, ex-presidente, Sui�a; Uffe
Ellemann-Jensen, ex-ministro do exterior,
Dinamarca; Gareth Evans, ex-ministro do
exterior, Austr�lia; Mark Eyskens,
ex-ministro do exterior, B�lgica; Jos� Maria
Figueres, ex-presidente, Costa Rica; Malcolm
Fraser, ex-primeiro ministro, Austr�lia;
Hans-Dietrich Genscher, ex-ministro do exterior,
Alemanha; Bronislaw Geremek, ex-ministro do
exterior, Pol�nia; Mikhail Gorbachev,
ex-presidente, U.R.S.S.; I. K. Gujral,
ex-primeiro ministro, India; Bob Hawke, ex-primeiro
ministro, Austr�lia; Bill Hayden,
ex-governador-geral, ex-ministro do exterior,
Austr�lia; Raffi K. Hovannisian, ex-ministro
do exterior, Arm�nia; F. W. de Klerk,
ex-presidente, �frica do Sul; Wim Kok,
ex-primeiro ministro, Holanda; Masahiko Komura,
ex-ministro do exterior, Jap�o; Budimir Loncar,
ex-ministro do exterior, Iugosl�via; Barbara
McDougall, ex-secret�ria do estado para rela��es
exteriores, Canad�; Gianni de Michelis,
ex-ministro do exterior, It�lia; Boyko Noev,
ex-ministro da defesa, Bulg�ria; Sadako Ogata,
ex-Alto Comiss�rio para Refugiados da ONU; Lord
David Owen, ex-secret�rio do exterior, GB;
Surin
Pitsuwan, ex-ministro do exterior,
Tail�ndia; Augusto Ramםrez
Ocampo,
ex-ministro do exterior, Col�mbia; Fidel Ramos,
ex-presidente, Filipinas; J. J. Rawlings,
ex-presidente, Ghana; Mary Robinson,
ex-presidente, Irlanda; Michel Rocard,
ex-primeiro ministro, Fran�a; Nafis Sadik,
fex-diretor executivo, Fundo Populacional, ONU;
Salim Ahmed Salim, ex-secret�rio geral, OUA; Cornelio
Sommaruga, ex-presidente, Comit� Internacional
da Cruz Vermelha; Kalevi Sorsa, ex-primeiro
ministro, Finl�ndia; Eduardo Stein,
ex-ministro do exterior, Guatemala; Pהr
Stenbהck,
ex-ministro do exterior, Finl�ndia; Max van der
Stoel, ex-ministro do exterior, Holanda;
Thorvald Stoltenberg, ex-ministro do exterior,
Noruega; Hanna Suchocka, ex-primeiro
ministro, Pol�nia; Alex Sceberras Trigona,
ex-ministro do exterior, Malta; George Vassiliou,
ex-presidente, Chipre; Hubert Vיdrine,
ex-ministro do exterior, Fran�a; Franz Vranitzky,
ex-chanceler federal, �ustria; Ernesto Zedillo,
ex-presidente, M�xico.
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DE
GAZA A GENEBRA
[
Gadi Baltiansky (*) - 15/08/04 ]
-
traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
-
A afirma��o em voga de que "n�o h� ningu�m com quem
falar" est� atualmente rendendo os frutos desejados
por todos os que recha�am o di�logo. Pode-se
visualizar uma anarquia no cerne da Autoridade
Palestina (AP), e estes brotos podem amadurecer e
transformar-se num caos total. A profecia de Ariel
Sharon est� se cumprindo: "Se n�o conversarmos com
eles, se passarmos por cima deles, se os ferirmos,
desaparecer�o". O s�cio potencial para um acordo
est� se tornando mais e mais d�bil.
Este � o momento de demonstrar que a profecia
contr�ria tamb�m pode se autocumprir. Devemos
conversar com o outro lado antes que se feche a
oportunidade da solu��o de dois Estados.
Como estamos no umbral da retirada de Gaza, devemos
nos fazer duas perguntas chave:
Esta saindo, mas quem ficar� fortalecido ? Estamos
saindo, mas em que situa��o nos estamos metendo?
Israel poderia se dar conta de que, ainda que tenha
se retirado de Gaza, permanecer� na mesma situa��o
dif�cil, dolorosa e perigosa. A ocupa��o continuar�,
o conflito piorar�, e a desesperan�a haver� de
crescer.
Mas h� outra maneira: declarar que a retirada de
Gaza � o primeiro passo no caminho para um acordo
permanente. Lideran�a n�o consiste apenas na elei��o
entre caminhos existentes. Ami�de requer forjar
novos. Nossa lideran�a faria bem em pavimentar o
caminho desde a retirada parcial e unilateral at� um
acordo permanente.
De Gaza a Genebra podemos e devemos sair de Gaza,
mas para produzir as mudan�as desejadas em nossa
sociedade, na economia e na educa��o, e tamb�m
devemos construir nosso caminho para superar o
conflito.
Para resolver nossos problemas existenciais, o
governo necessita mudar seu modo de pensar, ainda
que seja mais dif�cil do que fazer malabarismos com
os peda�os que constituem a coaliz�o de governo.
At� aqui, o m�todo estava claro. Primeiro destruir a
AP para logo depois protestar por sua incapacidade
para lidar com os transgressores da lei. Primeiro
passar por cima dos primeiros-ministros Abu-Mazen
(Mahmoud Abbas) e Abu-Ala (Ahmed Qurei), para logo
depois se queixar de que n�o h� com quem falar.
Se quisermos escolher a maneira correta de sair de
Gaza, tamb�m deveremos considerar o outro lado da
moeda. Se negocia��es forem realizadas com o governo
palestino, talvez melhore sua capacidade de
enfrentar os militantes radicais. Em vez de
coordenar a retirada com Estados Unidos e Egito,
talvez efetu�-la com Muhammad Dahlan e al-Rujub
Jibril ajude a construir uma verdadeira coopera��o
para futuras negocia��es.
Al�m de come�ar um di�logo com as personalidades
pragm�ticas entre os palestinos, o governo deve
anunciar que a retirada de Gaza � uma etapa nas
negocia��es sobre um arranjo permanente baseado no
roadmap.
N�o destruiremos os lugares dos colonos, mas os
entregaremos como parte da futura compensa��o que,
de qualquer maneira, teremos que outorgar aos
refugiados. N�s n�o perpetuaremos a ocupa��o por
outros meios, mas ajudaremos a construir a
infra-estrutura do futuro Estado palestino. N�o
aguardaremos as reformas que est�o sendo demandadas
da AP, mas fortaleceremos os reformistas potenciais
de forma que sejam capazes de realiz�-las. N�o
exigiremos como condi��o pr�via o fim do terrorismo,
mas trabalharemos o sentido de um cessar-fogo
abrangente. N�o aguardaremos por um plano
internacional - e seguramente um ser� proposto ap�s
as elei��es americanas - mas apresentaremos nossa
pr�pria iniciativa delineando as negocia��es em
todas suas quest�es principais.
A retirada de Gaza --- correta e bem-vinda --- �
como a aspirina: alivia uma dor localizada num lugar
determinado. N�o devemos opor resist�ncia ao
analg�sico, mas tampouco devemos nos enganar, crendo
que seja uma cura para a enfermidade. N�s,
israelenses e palestinos, estamos preparados n�o s�
para tomar o comprimido, mas tamb�m para nos
submetermos a uma cirurgia.
Sabemos exatamente qual deve ser o resultado. Foi
delineado por Bill Clinton, nas conversa��es de Camp
David e Taba, nos consensos de Nusseibeh-Ayalon e no
Acordo de Genebra. A lideran�a que seja
suficientemente valente para nos retirar de Gaza
deve ter a coragem necess�ria para admitir que s�
isto n�o � suficiente.
Se Israel se retirar de Gaza e, ao mesmo tempo,
acentuar pela for�a seu controle na Cisjord�nia,
aprofundando a disputa interna e alimentando as
chamas do conflito, isto n�o ser� recordado como um
epis�dio positivo. Se, por outro lado, a retirada
seja vista como um trecho do caminho para um acordo
permanente, a decis�o da retirada representar� um
ato hist�rico de grande significado.
(*)
Gadi Baltiansky
� escritor e diretor-geral da ala israelense da
Iniciativa de Genebra. Foi Secret�rio de Imprensa do
ex-primeiro-ministro Ehud Barak.
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[ por Lili Galili � Haaretz - 29/10/04 ]
No ultimo s�bado, Dror Sternschuss, da
Iniciativa de Genebra se dirigiu a um grupo de 20
israelenses de fala russa num hotel perto de
Jerusal�m, e perguntou-lhes algumas quest�es bem
diretas: �O que voc� faria se estivesse dirigindo a
campanha da Iniciativa de Genebra? � poss�vel levar
nossa mensagem � comunidade russa, ou os imigrantes
russos s�o t�o direitistas que � uma causa perdida?�
A audi�ncia, a maioria membros do partido Avod� e do
Uma Na��o, ativo em organiza��es de imigrantes,
aceitou esportivamente o desafio. "Se voc� explicar
que esta � a �nica maneira de conseguir uma vida
normal, e tra�ar uma liga��o entre a proposta de
Genebra e a melhoria das escolas e da economia,
poder� chegar a algum lugar�, disseram alguns deles.
�N�o martele no tema demogr�fico�, aconselhou
Alexander, de Yokne'am: �ele soa muito como
discrimina��o racial. Se voc� jogar bem suas cartas,
poder� trazer os imigrantes russos para o lado de
Genebra. Mas n�o me tente convencer.� Mais tarde
Alexander se descreveu como um homem de
extrema-direita, �praticamente Kahane," e apoiador
de Avigdor Lieberman. Mas tamb�m ap�ia a retirada de
Gaza.
Confuso? Com boa raz�o. Agora que o plano de Sharon
foi empurrado no Knesset e que o pa�s est� encarando
um referendo nacional, elei��es antecipadas ou uma
cont�nua batalha pela opini�o p�blica, o sistema
pol�tico, parlamentar ou n�o, todos est�o olhando
para o milh�o de imigrantes russos . Se as opini�es
sobre o desligamento cortam a sociedade israelense
de uma maneira que n�o se enquadra nos padr�es
pol�ticos de direita e esquerda, a situa��o na
comunidade russa � ainda mais confusa.
Mais de 60% dos judeus russos de Israel ap�iam o
desligamento (conforme pesquisa do Dr. Eliezer
Feldman do Instituto Mutagim), mas muitos deles n�o
entendem realmente os temas envolvidos. Feldman,
especialista em pesquisas de opini�o de russos, que
imigrou ele mesmo h� poucos anos para Israel, diz
que a raz�o mais surpreendente que ouviu para apoiar
a iniciativa � que ap�s o desligamento �n�o haver�
tantos �rabes em Israel�.
Operando na divisa entre um apoio num�rico maci�o e
a falta de entendimento, v�rios partidos movimentos
est�o trabalhando para mobilizar o apoio dos russos
para uma agenda pol�tica futura. Desta vez a batalha
est� mais complicada. Alguns dos l�deres da
comunidade de imigrantes, como Avigdor Lieberman,
Natan Sharansky, Yuri Stern (Uni�o Nacional) Yuli
Edelstein (Likud), s�o ferrenhos opositores do plano
de desligamento.
Ao mesmo tempo, cinco outros representantes
parlamentares da comunidade, Roman Bronfman, Marina
Solodkin (Likud), Victor Brailovsky e Yigal Yasinov
(Shinui), al�m de Michael Nudelman (Uni�o Nacional),
o ap�iam.
As mudan�as que ocorrem nessa comunidade, por�m, n�o
est�o limitadas ao equil�brio de poder no
parlamento. Hoje, 15 anos ap�s o dil�vio imigrat�rio
da R�ssia, este imenso setor populacional atingiu
uma certa maturidade pol�tica e uma maior
consci�ncia das complexidades. Algumas vezes os
imigrantes tem os mesmos anseios que a popula��o em
geral, e em outras vezes, suas preocupa��es s�o
especificamente russas.
Dispostos a ouvir
Seu posicionamento sobre a
Iniciativa de Genebra
ilustra claramente a diferen�a. Os israelenses
tamb�m perguntam se �pessoas que n�o representam
ningu�m� t�m o direito de levar adiante uma
iniciativa de t�o longo alcance. Para os russos,
este � um tema cr�tico, que tem menos a ver com a
legitimidade da iniciativa do que com a pecha de ser
conduzido por gente �n�o oficial�. A quest�o surgiu
no encontro com Sternschuss, e foi levantado em
outro encontro com israelenses de l�ngua russa
organizado h� alguns meses pelos ativistas da
Iniciativa de Genebra.
A preocupa��o dos russos com a material � claramente
cultural. Na sociedade israelense, as pessoas
constroem novas carreiras baseados em terem sido
�algu�m�. Num pa�s onde generais aposentados s�o
procurados por partidos pol�ticos pelo resto de suas
vidas, esse status de �ex� � um patrim�nio. Na
sociedade sovi�tica, o status de �ex� era
virtualmente inexistente. Aqueles bem colocados
ficavam no topo at� a morte. Apenas tornavam-se �ex�
quando algum novo regime viesse e os colocasse para
fora, privando-os de qualquer influ�ncia.
Di�logos e semin�rios do tipo patrocinado pela
Funda��o Adenauer em Shoresh s�o parte dos
preparativos que est�o sendo feitos pela
Iniciativa de Genebra
antes de lan�ar uma campanha para a
comunidade de imigrantes russos. Eles tamb�m
encomendaram uma pesquisa abrangente ao Dr. Avinoam
Brug do Market Watch.
N�o pode-se dizer que os russos em Israel est�o
agora abra�ando calorosamente a Iniciativa. Mas h�
uma certa disposi��o para ouvir. De fato, a
disposi��o sempre esteve ali, mas a esquerda nunca a
capitalizou. Mortalmente feridos por n�o ter tido o
apoio dos formadores de opini�o russos, o Avod� e o
Yahad praticamente pararam de falar a esse segmento
(exceto Bronfman).Mesmo hoje, n�o s�o esses partidos
que est�o chegado, mas um �rg�o extra-parlamentar
como a
Iniciativa de Genebra,
que est� mirando o grupo jovem, de 16 a 45 anos,
considerado mais receptivo.
Brug diz ter encontrado uma grande ignor�ncia entre
esses jovens russos da periferia. "Eles n�o entendem
sempre as diferen�as entre direita e esquerda�, diz
ele. �Eles se auto-classificam como de
ultra-direita, mas mostram opini�es que mais se
enquadram na esquerda. Dizem coisas como �Existe
direita e esquerda, mas isso � tudo que sei�, ou
�Trabalhistas? N�o me agradam. Acho que s�o
direitistas�.
A melhor nova na campanha da
Iniciativa de Genebra
� que os participantes mais informados
desses encontros, especialmente na regi�o de Tel
Aviv, concordam que o desligamento (que ap�iam) �
uma solu��o tempor�ria. Perten�am � esquerda ou �
direita, reconhecem o fato de que, no longo prazo,
Israel deve chegar a um acordo com os palestinos
pelo di�logo. Ouve-se com freq��ncia declara��es
como �O desligamento � muito bom para a seguran�a,
mas para o longo prazo outros passos devem ser
tomados�.
Tais dados s�o apoiados por uma pesquisa feita na
semana passada. Ao responder � quest�o: "O que deve
fazer Israel hoje para terminar o conflito
israelense-palestino?�, 1/3 dos respondentes disse
que Israel deve agir unilateralmente e � que Israel
deve negociar com os palestinos com o objetivo de
assinar um acordo permanente.
Mas quando essas pessoas foram perguntadas se uma
retirada unilateral de Gaza aumentaria ou diminuiria
a possibilidade de chegar a um acordo, 38% disse que
aumentaria e 41% que diminuiria a possibilidade.
Tamb�m surpreendente foi o grau de apoio a um Estado
Palestino. Este apoio foi baseado n�o tanto no
reconhecimento de que os palestinos t�m direito a
seu pr�prio Estado, mas no desejo de viver separado
deles. Houve uma grande empatia pelo sofrimento dos
palestinos, que foi percebido por muitos como um
motivo para o terror. Claramente, � mais f�cil ter
este tipo de simpatia quando tamb�m se t�m
dificuldades financeiras. Por outro lado, a quest�o
econ�mica foi muitas vezes citada como raz�o para
apoiar o desligamento e um futuro acordo com os
palestinos, de forma a liberar verbas para educa��o
e bem-estar.
A quest�o econ�mica tamb�m surgiu nos encontros para
imigrantes russos organizados recentemente pelo
pessoal de Avigdor Lieberman (extrema-direita) para
discutir o que deveria ser feito ap�s a vota��o do
desligamento. Liebermann, ciente do amplo apoio ao
desligamento, est� tentando tomar o tema por outro
�ngulo. Nesses f�runs, os imigrantes ouviam sobre os
altos custos econ�micos do desligamento. Esta
explica��o, dizem seus organizadores, n�o � menos
eficaz em mudar suas cabe�as do que a id�ia de que
os colonos est�o fazendo um sacrif�cio que os
russos, como rec�m-chegados, n�o t�m condi��es de
fazer. � claro que esses dois argumentos . ir�o se
tornar parte da campanha de Lieberman nos pr�ximos
dias.
Os ativistas de Genebra ir�o claramente aproveitar o
reconhecimento pelos imigrantes russos de que �
necess�rio um acordo permanente, e tentar�o promover
sua agenda. "Se a
Iniciativa de Genebra
foi a pedra de toque para o plano de
desligamento de Sharon, agora � o momento do pr�ximo
passo . N�s combinaremos o plano de desligamento
com a
Iniciativa de Genebra
e avan�aremos para um acordo�, diz Gadi
Baltiansky, diretor-geral da ala israelense da
Iniciativa. "Para cortejar os russos, temos uma
vantagem. N�o somos um partido e n�o queremos nada
deles, exceto um entendimento ideol�gico. Se a id�ia
� organizar uma massa cr�tica em favor da
Iniciativa de Genebra,
os russos podem fazer toda a diferen�a. Membros da
gera��o mais jovem est�o pr�ximos do pensamento do
Acordo de Genebra, mesmo que n�o o admitam
politicamente�.
O obst�culo que espera adiante, por�m, pode ter
menos a ver com ideologia do que com as pessoas
associadas a ela. Quando os israelenses de fala
russa foram pesquisados sobre os princ�pios da
Iniciativa de Genebra,
37 % disse apoiar esses princ�pios, e 9%
estavam indecisos. Mas no momento que os nomes de
Yossi Beilin e Yasser Abed Rabbo eram trazidos, a
apoio caiu a 17%. Na verdade, a pr�pria pesquisa
foi problem�tica pelo fato de que muitos dos
entrevistados se recusaram a responder.
Ent�o, 15 anos atrasada, a esquerda n�o partid�ria
decidiu se dirigir aos imigrantes russos. A campanha
da
Iniciativa de Genebra,
que j� tem uma mulher russa na dire��o, ir� levar
sua agenda a sites em russo na Internet e organizar
semin�rios para jovens. Brug, que pessoalmente
dirigiu encontros de di�logo, est� impressionado com
a forma em que os russos elaboram seus argumentos e
tra�ou uma conex�o com coisas que eles j� sabem:
"Eles s�o mais coerentes, e t�m um universo mais
rico de associa��es liter�rias e hist�ricas do que
certos grupos de israelenses que encontrei�, disse.
Num pa�s onde n�o existe uma narrativa de consenso,
a esquerda permitiu que a direita apresentasse os
fatos que os imigrantes russos usaram para construir
um retrato do passado � e a partir dos quais eles
agora est�o construindo uma imagem do futuro. Agora
que o Knesset votou em favor do desligamento, a
esquerda est� se virando para desfazer o erro.
Um ano e meio ap�s demonstrar sua for�a eleitoral
nas pesquisas, o milh�o de israelenses de fala russa
se tornou novamente um ator de primeira grandeza no
que dever� acontecer no Israel p�s-desligamento.
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SHAUL
ARIELI: VOLTANDO � ESTRADA
Do
Desligamento a Genebra -
� No futuro, no fim da estrada, ap�s a finaliza��o
de todos os desligamentos, eles voltar�o para
Genebra, e o princ�pio de um acordo futuro ser�
similar."
[
Aviv Lavie - Haaretz 03/09/04 - traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
(*) ]
Xclique
na foto e ou�a SHAUL ARIELI
O
�nibus saindo de um estacionamento de Tel Aviv numa
tarde quente est� lotado. � dif�cil acreditar, mas
h� apenas uma d�cada ou duas atr�s, esta gente idosa
e amig�vel, sentada em cada uma das poltronas,
pertencia aos altos escal�es do establishment
de
seguran�a israelense. Equipados com bengalas,
aparelhos de escuta e uma grande dose de
curiosidade, os veteranos do Conselho para Paz e
Seguran�a est�o indo conhecer em primeira m�o um
tema que est� preocupando seus sucessores, assim
como a Suprema Corte de Justi�a: a rota da cerca de
separa��o.
Shaul
Arieli , major-general da pol�cia
aposentado e diretor-geral do Conselho toma o
microfone na frente do �nibus. Ap�s vencer a
est�tica, explica o desenvolvimento da luta legal
sobre a rota da cerca. Arieli, um homem simp�tico e
forte, cujo hebraico seria um patrim�nio para os
generais de hoje, �s vezes tem dificuldade de
recordar o nome de algum juiz da Corte Suprema, e
quando algu�m o ajuda lembrando "Cheshin", ele
come�a a contar uma piada sobre um encontro entre
velhos amigos. "H� tr�s sinais de que voc� est�
velho, diz um velho para o outro: todo mundo lhe diz
que voc� est� com boa apar�ncia, as garotas n�o se
irritam quando voc� as cumprimenta, e a terceira
.... me esqueci !" Os passageiros riem, se
identificando.
No final, Arieli quer agradecer aos anfitri�es, os
arquitetos da Iniciativa de Genebra. "As doa��es que
recebemos este ano ca�ram de 2 milh�es para meio
milh�o", diz ele, "mas para Genebra a situa��o �
melhor, porque eles s�o muito mais atraentes. N�s
decidimos pedir-lhes para pagarem o �nibus. Ent�o,
obrigado � Conven��o de Genebra "!. "A Iniciativa de
Genebra" correram para corrigi-lo. "A Iniciativa !".
Afora a organiza��o e o �nibus, a presen�a de
Genebra na viagem � expressa muito pela figura do
guia, Shaul Arieli. Arieli � a concretiza��o do
sonho da esquerda, que est� procurando uma nova
lideran�a. Coronel da reserva, ex-comandante da
Brigada de Gaza, articulado (com uma pequena
tend�ncia de pronunciar errado nomes estrangeiros),
especialista no assunto at� os pequenos detalhes,
ele se parece com um l�der escoteiro, muito distante
dos �culos redondos de Yossi Beilin, estere�tipo do
esquerdista. Arieli esteve com o ex-primeiro
ministro Ehud Barak em Camp David, e � uma das
significativas figuras por tr�s de Genebra, o homem
respons�vel pelo desenho dos mapas.
Durante as 7 horas de viagem pelas colinas de
Jerusal�m, que terminam tarde na noite, Arieli
apresenta a rota da cerca de acordo com os
princ�pios da Genebra, temperando suas palavras com
informa��o hist�rica, teol�gica e demogr�fica.
Repete este exaustivo ritual duas e �s vezes tr�s
vezes por semana. Em uma viagem os ouvintes s�o
membros do Jovem Guarda do partido Trabalhista. Na
pr�xima, os empregados de uma empresa privada que
pediram para ver a cerca com seus pr�prios olhos, e
em outras ocasi�es, a excurs�o � aberta ao p�blico
em geral. E o �nibus est� sempre cheio.
O
ponto alto da excurs�o se d� � sombra do enorme
monstro de concreto de nove metros de altura que
corta o bairro de Jerusal�m Oriental, Abu Dis, pelo
meio da estrada. Os aposentados olham
impressionados, e um observa: "Mesmo ap�s tudo que
voc� sabe pela m�dia, nada se compara ao sentimento
de estar de p� diante desta coisa". O muro est�
coberto de pixa��es, entre as quais se podem ver os
adesivos azuis e brancos da Iniciativa de Genebra.
"Sim para a Iniciativa". Yaniv, que organizou a
excurs�o, tira outro de sua sacola e a cola no muro.
Ele repete este ritual a cada excurs�o. H� mais de
40 adesivos no muro.
Parecendo desaparecer
Nada irrita mais o pessoal do Genebra do que a
pergunta de para onde eles sumiram. Em dezembro,
pouco depois do lan�amento da iniciativa, e no auge
do debate p�blico, num tempo em que a Iniciativa de
Genebra estrelava em programas de s�tiras na TV, e
at� motivava um direitista a preencher uma queixa na
pol�cia contra Beilin e seus amigos por "ajudar o
inimigo em tempo de guerra", Gadi
Baltiansky, diretor do quartel-general do grupo de
Genebra, comenta que "se eles n�o te atacam � porque
voc� n�o existe". Nesta semana, os arquitetos da
iniciativa tiveram um momento de satisfa��o. Num
artigo penetrante no Haaretz, Ze'ev Schiff mencionou
que o documento de entendimentos assinado em Genebra
deixa em branco uma s�rie de acordos em v�rios
itens, que deveriam ser inclu�dos no ap�ndice da
iniciativa. Nove meses depois, o ap�ndice ainda n�o
existe. Schiff se perguntava onde ele estaria.
No quartel-general da Iniciativa de Genebra em Tel
Aviv h� v�rios consultores de m�dia, que sabem que o
jeito certo de lidar com cr�ticas � aceit�-las.
Rapidamente enviaram uma resposta aos editores,
expressando total concord�ncia com Schiff. �
verdade, chegou a hora de completar o acordo.
Prometemos trabalhar nisso.
"Este artigo ilustra a natureza concreta da
Iniciativa de Genebra e suas chances de se tornar
uma realidade", diz Baltiansky com satisfa��o. Mas
essa querela com Schiff � um pouco distorcida.
Enquanto os dirigentes de Genebra procuram retratar
o atraso como um assunto t�cnico que ser� resolvido
por um trabalho duro, Schiff disse que os ap�ndices
est�o atrasados porque a pessoa respons�vel do lado
palestino, o presidente da Autoridade Palestina
Yasser Arafat, se op�e a um acordo que n�o inclua
uma men��o espec�fica ao direito de retorno. Em
outras palavras, contrariamente ao escopo que forma
a base da Iniciativa de Genebra, Israel n�o teria
parceiro para um acordo razo�vel.
Os
dirigentes de Genebra n�o t�m pressa para abordar
esta parte do argumento de Schiff. "Os arquitetos
palestinos de Genebra leram o artigo, e est�o
trabalhando em sua pr�pria resposta", diz
Baltiansky. "Mas n�s realmente precisamos estar
atentos ao fato de que o tema de um parceiro � uma
profecia autocumprida. Numa situa��o de assassinatos
e checkpoints,
� um tanto dif�cil para os palestinos se organizarem
e aparecerem como perseguidores da paz. Quando
Sharon prefere devolver prisioneiros ao [l�der do
Hezbollah] Sheikh Nasralah, e ignora [o
ex-primeiro-ministro palestino] Abu Mazen, cria-se
um pre�o a pagar. `N�o h� parceiro' � um desses
slogans vazios, e eu o conhe�o bem, porque estava l�
quando ele foi inventado". Baltiansky foi assessor
de m�dia de [ex-primeiro-ministro] Ehud Barak
durante a c�pula de Camp David.
Disc�rdia ante o plano de Sharon
A
Iniciativa de Genebra percorreu um longo caminho
desde seu brilhante lan�amento em 01 de dezembro de
2003 at� as excurs�es empoeiradas ao longo do
tra�ado da cerca de separa��o. Mesmo os grandes
opositores da iniciativa achariam dif�cil divergir
da afirma��o de que a assinatura do acordo foi
acompanhada de uma tremenda explos�o de m�dia, e
teve um efeito imediato sobre a popula��o e o
discurso pol�tico. Genebra aterrissou na
agenda israelense num momento em que o pa�s estava
acossado por ataques terroristas e vazio de id�ias
pol�ticas, e dentro de pouco tempo criou uma s�rie
de novas iniciativas - dos programas do partido
Shinui e do vice-primeiro-ministro Ehud Olmert, ao
pr�prio plano de desligamento. �s v�speras do
referendo sobre o plano de desligamento entre os
eleitores do Likud, Ariel Sharon tentou convencer os
votantes dizendo: "� o meu desligamento ou a
Iniciativa de Genebra deles�.
Sharon sofreu um golpe no referendo, mas ao anunciar
o plano de desligamento, e com sua determina��o de
lev�-lo adiante (at� agora), ele deu uma bofetada
direta nos arquitetos de Genebra. Sharon e seu plano
os colocou, e toda a esquerda, diante de uma escolha
entre duas op��es ruins: apoiar o processo, que em
sua ess�ncia est� em contradi��o com os princ�pios
de Genebra, que s�o baseados na aproxima��o e num
tratado acordado, ou se opor a evacuar assentamentos
e reduzir o escopo da ocupa��o. A equipe de Genebra
reagiu a este desafio da maneira comum na esquerda
israelense: com confus�o e desacordos internos.
"Durante este primeiro per�odo, o processo ficou
paralisado", diz um dos arquitetos da iniciativa,
"porque havia grandes diverg�ncias entre os membros
do comit� dirigente, tanto em quest�es de subst�ncia
quanto de t�tica". O comit� � um corpo de cerca de
20 membros, incluindo os pol�ticos Amnon Shahak,
Yuli Tamir, Amram Mitzna, Avraham Burg e, claro,
Yossi Beilin, antigos participantes do
estabishment
de seguran�a como Shaul Arieli, Gideon Sheffer e
Giora Inbar, e o professor Menahem Klein.
"Pode-se encontrar todo o espectro de opini�es sobre
o desligamento ali", comenta a mesma pessoa. �Desde
Beilin, que se op�e com veem�ncia, at� Shahak, que o
ap�ia. Todos concordam que a solu��o definitiva ser�
alcan�ada atrav�s da aproxima��o e pelo acordo, mas
at� l� h� grandes diferen�as. Alguns acham que temos
que adotar uma posi��o clara contra o desligamento,
e dizer � popula��o que ele � uma miragem, uma droga
alucin�gena�.
"Mas", continua, "eles tamb�m tiveram um dilema que
costuma caracterizar um partido concorrendo a
elei��es, mais do que um movimento extraparlamentar:
Se voc� diz agora algo que ningu�m quer ouvir sobre
os perigos de um passo unilateral e a� tem que
esperar at� que todos acordem e digam: "Como o
pessoal de Genebra estava certo!", voc� est�
arriscando n�o sobreviver porque estar� parecendo um
lun�tico. Em tal caso, o levantamento de fundos
tamb�m pode sofrer muito. Antes de tudo, um dos
motivos do sucesso de Genebra foi ter criado
coopera��o entre um amplo leque de pessoas, e
ningu�m quer que personalidades como Am�s Oz ou
David Grossman retirem seu apoio a n�s por causa de
nossa oposi��o ao desligamento".
Neste debate, pode-se dizer que fui o lado afiado e
barulhento", diz Daniel Levy, assistente e bra�o
direito de Beilin, que mais de uma vez foi chamado
de "o homem por tr�s do acordo". "Pensava que n�s
definitivamente n�o dev�amos ser um fraco eco
de Sharon, que t�nhamos de vir a p�blico e dizer que
era necess�rio um parceiro forte, n�o um fraco. Mas
talvez eu esteja enganado, e o que propus n�o teria
sido eficaz."
A
disc�rdia veio a superf�cie em discuss�es de
bastidores com jornalistas tamb�m. Num encontro com
a equipe de um canal de TV, Yossi Beilin e Amnon
Shahak apareceram, e em quase cada frase de Shahak
havia um "diferentemente do que Yossi disse."
O problema, diz um jornalista que estava presente no
encontro, era que o pessoal de Genebra teria se
tornado irrelevante. "N�s lhes dissemos, apresentem
uma alternativa ao desligamento de Gaza, fa�am um de
Genebra a Gaza", diz ele. "Se voc�s tivessem
apresentado um plano alternativo a
Dahlan, as pessoas teriam visto que existe uma outra
coisa". Seu problema, diz, � que n�o h� uma id�ia, o
combust�vel ideol�gico acabou, o �nico jogo que est�
sendo jogado � o desligamento."
Como muitos outros esquerdistas de Israel antes
deles, os arquitetos de Genebra se encontraram
manobrando com dificuldade entre a necessidade de
manter alguma proximidade com o consenso israelense,
e as conversa��es continuadas com os palestinos. Num
encontro realizado v�rias semanas atr�s no lado
jordaniano do Mar Morto, os israelenses ouviram
coisas duras de seus colegas membros do
quartel-general palestino de Genebra . Hisham Abed
Al Razq, ministro para assuntos de prisioneiros da
Autoridade Palestina, disse que muitos dos l�deres
moderados palestinos, incluindo o pessoal de
Genebra, temem por suas vidas, e que se Israel
deixar a Faixa de Gaza unilateralmente, Gaza ir� ser
controlada por
gangs e simpatizantes do Hamas.
"Sentimentos muito duros foram ali expressados pelos
palestinos", diz a deputada Yuli Tamir. "Eles
disseram que n�o entendemos o lado deles. Que os
estamos abandonando. O problema � que n�s voltamos
aos tempos em que at� mesmo ter os dois lados se
encontrando e ouvindo um ao outro se constitui numa
conquista. S�o tempos nos quais a a��o unilateral se
tornou uma mantra sagrada".
Dror Sternschuss, o rela��es p�blicas que est�
conduzindo a campanha de Genebra, ilustra as
diferen�as: "Os palestinos na verdade deixaram claro
para n�s que, para que o desligamento funcione, n�s
temos que pressionar o governo de Israel a permitir
que Arafat venha a Gaza." Mesmo aqueles entre os
israelenses que aceitam esta posi��o, sabem que nada
podem fazer sobre isso. Um apelo do pessoal de
Genebra para trazer Arafat a Gaza n�o aumentar� suas
chances de se mudar da Muqata, mas ir� minar
severamente a imagem da iniciativa entre a popula��o
israelense.
Para fazer algum progresso, foi decidido agir. Ap�s
o encontro na Jord�nia, os arquitetos de Genebra
anunciaram o estabelecimento de uma equipe especial
chamada "De Genebra a Gaza", com Avraham Burg
liderando o lado israelense. "N�s n�o pod�amos
decidir se ir�amos com um pequeno 'sim' para o
desligamento e um grande 'mas', ou um grande 'sim' e
um pequeno 'mas'", diz uma das pessoas da equipe.
E o
que foi decidido?
"O
vento est� soprando na dire��o de um 'sim' m�dio e
um 'mas' m�dio".
No
quartel-general de Genebra acredita-se que os dias
de introspec��o pertencem ao passado. "Realmente
houve confus�o no in�cio", diz Gadi Baltiansky, "e
precisamos de um per�odo de ajustes. Primeiro
enfrentamos um v�cuo, agora estamos enfrentando uma
a��o unilateral. Mas agora a confus�o desapareceu, e
nossa abordagem � muito clara. Temos que transformar
o plano de desligamento numa alavanca para um acordo
definitivo. Conforme esta decis�o, estamos
trabalhando com os palestinos em estudos, e
preparando uma lista do que deve ser feito para que
o desligamento possa conduzir depois a um acordo, e
o que definitivamente n�o deve ser feito, porque
levaria a uma piora do conflito. Esse � um desafio
muito claro".
Daniel Levy: "No momento, a coisa mais importante
para trabalhar � no 'como' de Gaza. Existem caminhos
para implementar o desligamento de Gaza de maneira
que conduzam � anarquia e causem tremendo preju�zo �
possibilidade de algum dia chegar a uma solu��o, e
existem caminhos de faz�-lo de forma que leve a um
futuro acordo. Existe bastante gente no
establishment
israelense que entende que se fizermos algo
est�pido, poderemos ser envolvidos numa enrascada
muito maior do que a atual. Um de nossos problemas �
que n�o � f�cil para n�s fazermos os palestinos
falarem sobre isso, porque eles dizem 'Na medida em
que voc�s o fazem unilateralmente, muito obrigado,
n�o faremos nada, e n�o nos pe�a'".
Dror Sternschuss, como homem de rela��es p�blicas,
gosta de falar por met�foras. "O maior teste � se
teremos sucesso, no momento certo, em transformar o
desligamento de Gaza num completo acordo final.
Nossa atitude em rela��o ao desligamento � como jud�
- explorar o impulso de seu opositor quando ele vem
te golpear, para derrub�-lo. Sharon golpeia o
conceito de acordo com o desligamento unilateral?
N�s iremos abra��-lo, e tentaremos no momento certo
transform�-lo num acordo. O desligamento ser� ou uma
grande conquista ou um erro desanimador, e acredito
que faremos as coisas certas para assegurar uma
conquista".
Esses s�o bonitos
slogans.
Voc� pode explicar como isso � realmente feito? No
presente parece que voc�s est�o fora do jogo.
"A
iniciativa original tamb�m emergiu ap�s um longo
per�odo de sil�ncio e de trabalho importante. N�o
s�o slogans; n�s estamos trabalhando com os
palestinos sobre o "como" numa maneira muito
concreta. Como o desligamento n�o vai acontecer
amanh�, eu n�o tenho que fornecer respostas no
momento, e � poss�vel que se eu o fizer, nossos
planos sejam torpedeados."
Saindo a campo
Afora estar envolvido em grandes dilemas, o pessoal
de Genebra passou os �ltimos meses principalmente em
atividades de campo, que numa maneira t�pica da
iniciativa, eles se asseguraram de empacotar com
atraentes slogans: "Genebra no Campo", e at� "Genebra Profunda". A
atividade est� dividida em 3 tipos diferentes -
viagens de campo estreladas por Shaul Arieli;
encontros em comunidades da periferia, com v�rios
negociadores de Genebra participando de reuni�es com
moradores locais, e encontros em casas de pessoas. O
pessoal de Genebra exibe um crescente n�mero de
lugares que j� visitou. J� estiveram em Pardes Hana,
Kfar Shalem, Reut, Kibutz Evron, Be'er Sheva,
Rehovot, Nir David, Yokneam, Holon, e at� no
assentamento de Efrat.
A lista de lugares para os quais foram convidados
inclui v�rias surpresas, como, por exemplo, a
yeshiv�
[escola rab�nica] de Aish Hator�, localizada no
Quarteir�o Judeu da Cidade Velha de Jerusal�m. Mais
surpreendente, foi a identidade do palestrante de
Genebra enviado para l�: Elias Zananiri, jornalista
palestino que � um porta-voz do quartel-general
palestino de Genebra. Ele resume a experi�ncia:
"Quero aparecer diante de qualquer tipo de
audi�ncia. Eu achava que iria encontrar um grupo de
estudantes de
yeshiv�. Mas de fato eram estudantes
judeus americanos de todos tipos de movimentos
pol�ticos. Eles me acolheram com grande respeito,
disseram que t�nham prazer de encontrar um tipo
diferente de palestino, que lhes permitia ver algu�m
diferente da imagem com a qual est�o familiarizados.
Foi muito interessante para mim, tamb�m, porque foi
uma oportunidade de ver o que outros pensam de voc�.
� como uma b�ssola que te permite achar seu
caminho".
O
pessoal de Genebra n�o foi bem recebido em todos os
lugares. Em Mitzp� Ramon, Yossi Beilin e Amram
Mitzna foram atacados por cerca de 60 manifestantes,
aparentemente estudantes numa
hesder yeshiva
(que combina estudos da Tor� com servi�o militar).
Eles golpearam os vidros do carro, jogaram areia e
mesmo tentaram socar Beilin. Depois, os
manifestantes irromper�o no sal�o e impediram o
encontro de se realizar. Em Arad, tamb�m, revoltosos
conseguiram torpedear um evento planejado, que s�
foi realizado no dia seguinte.
Gadi Baltiansky orgulhosamente acena com v�rios
clippings
e artigos de jornal. Por exemplo, aquele de Ari
Shavit, que escreveu no Haaretz no fim do ano
passado, no alto da gl�ria da iniciativa, que "o que
determinar� o status moral da Iniciativa de Genebra
n�o � seu conte�do, mas a forma como for divulgada.
Se ela for dirigida para dentro dos lares
israelenses, ser� n�o s� leg�tima, mas mesmo bem
recebida". E ap�s a cerim�nia de lan�amento: "Eles
foram a Genebra apesar de tudo. Depois de tudo que
disseram nos �ltimos anos sobre a necessidade de
convencer [as cidades em desenvolvimento] Sderot e
Ofakim, eles n�o puderam resistir � tenta��o".
"Nos mudamos de Genebra para Be'er Sheva," diz
Baltiansky, "e � muito menos glamuroso e muito mais
mon�tono. Mas a mesma m�dia que nos repreendeu por
n�o ir � periferia, est� agora perguntando para onde
sumimos".
Com
todo respeito ao trabalho de campo, quando se somam
os n�meros de participantes em todas as excurs�es,
noites em centros comunit�rios e visitas a casas, o
total mal alcan�a 10.000 pessoas. Menos que o
audit�rio do Knesset.
"Certo, mas acredito que isso tem um efeito al�m do
pr�prio evento. Quando chegamos em uma comunidade
como Mitzp� Ramon, e 80 pessoas vem ouvir, quantos
eventos eles tem l�? O secret�rio do conselho de
trabalhadores, o rabino da comunidade e o chefe do
conselho local vem, aqueles que s�o conhecidos como
l�deres da comunidade, e se eles s�o convencidos,
espero que depois ir�o se tornar agentes de mudan�a.
Se nos sentamos com estudantes et�opes na
Universidade de Tel Aviv, espero que cada um deles
ir� depois levar as novas para suas vizinhan�a. Se
isto n�o acontece, n�s falhamos."
A
Voz dos Povos?
Disputas de ego sempre foram uma parte insepar�vel da vida da esquerda
n�o-parlamentar. Ao observador de fora, parece
haver uma grande aceita��o m�tua entre as duas
principais iniciativas dos �ltimos anos - "A
Voz dos Povos"
de Ami Ayalon e Sari Nusseibeh, e a Iniciativa de
Genebra. Quando se arranha a superf�cie, os tons
mudam.
Recentemente, a hostilidade pode ser percebida mesmo
a olho nu: "O sionismo do qual eu venho n�o � o
sionismo aonde pol�ticos almofadinhas v�o se
encontrar em Kushta, Londres ou Genebra para assinar
acordos", diz Ami Ayalon numa entrevista da �ltima
edi��o da revista semanal do jornal Maariv.
No
quartel-general do grupo de Genebra, eles preferem
manter um rosto de
pocker
("O que � bom para eles � bom para n�s"), mas quando
Shaul Arieli � perguntado no �nibus pelos
aposentados do
establishment de seguran�a da sua
opini�o sobre o "A
Voz dos Povos", ele responde
sem cerim�nia. "At� aqui eles coletaram 200 mil
assinaturas israelenses e 150.000 palestinas, e eles
v�em que j� usaram seu eleitorado. Mais ainda, logo
Ami ir� anunciar que est� entrando num partido
pol�tico, e todo neg�cio vai aparecer".
Orni Petrushka do "A
Voz dos Povos" diz em resposta
que "estamos energicamente continuando a obter
assinaturas, e n�o estamos escondendo nada. No que
diz respeito a Ami, n�o sei de suas inten��es de se
envolver em pol�tica". Ayalon, incidentalmente, n�o
se preocupou em negar na entrevista ao Maariv que
est� tentando decidir se entra na pol�tica
partid�ria, mas explicou que n�o tinha tomado ainda
uma decis�o.
"Eles constru�ram um sistema extenso que n�o sabem
exatamente como usar", disse um ativista de outro
movimento pacifista com rela��o a Genebra. "Eles se
transformaram numa outra ONG, como muitas
organiza��es, um supermercado de pequenos projetos.
Eles t�m a vantagem da marca, a capacidade de
coletar muitos nomes de v�rios campos. Mas agora
eles est�o realizando atividades como projetos
Pessoa-Pessoa, que o campo da paz j� tem feito h�
anos."
"Eles est�o preocupados com coisas esot�ricas em vez
do principal", diz um ativista de outra organiza��o.
"Eles recorreram a ag�ncias de propaganda de forma
que palestinos criativos poderiam aprender dos
israelenses como fazer uma campanha melhor. � nisto
que eles est�o ocupados? Genebra terminou com uma
sess�o de fotos? A diferen�a entre Genebra e "A
Voz dos Povos" � que Ami
Ayalon falou em Abu Dis no fim-de-semana e coleta
assinaturas no campo, e Beilin publicou um livro e
vai se encontrar com Richard Gere."
Gadi Baltiansky n�o fica nervoso com a cr�tica. "N�o
acho que ningu�m pode dizer que n�o estamos no
campo, e eu certamente n�o estou envergonhado pelo
fato de conduzir atividades de educa��o para paz,
mesmo que haja outras organiza��es fazendo isso".
Existe quem diga que voc�s existem gra�as ao poder
da in�rcia, das doa��es que voc�s levantaram nos
dias do "big bang.". H� dinheiro para os sal�rios,
ent�o n�o h� raz�o para desmantelar a organiza��o.
"Posso lhe contar que os sal�rios s�o um item muito
pequeno no or�amento da Iniciativa de Genebra. H� 11
trabalhadores assalariados, muitos menos que em
outras organiza��es. O B'Tselem [a ONG de
direitos humanos ativa nos territ�rios ocupados] tem
mais de 30. A verdade � o contr�rio. Estamos
levantando verbas para projetos que estamos
realizando. Se n�o tiv�ssemos atividades para
mostrar a doadores, n�o receber�amos nada."
Quanto Genebra levantou at� agora? "Pouco mais de 1
milh�o. E � tamb�m o que gastou."
N�o
faltam cr�ticas no sistema pol�tico tamb�m, como
poderia ser esperado. A deputada trabalhista Dalia
Itzik diz que est� muito preocupada com o preju�zo
que Genebra pode causar ao Partido Avod� nas
pr�ximas elei��es. Suas palavras devem ser vistas �
luz da sua bem conhecida rivalidade pessoal com
Yossi Beilin. Itzik: �� poss�vel haver um rombo nas
costas do Partido Avod�. Digamos que haja elei��es
amanh�, n�s seremos imediatamente acusados de apoiar
Genebra. O que vou poder dizer: que eles n�o s�o
n�s? Mitzna est� l�, [Avraham] Burg, Yuli Tamir. Um
bando que est� ocupado gritando. � como antes das
elei��es, quando [o deputado Haim] Ramon e eu
pedimos para Mitzna dizer algo sobre Arafat, mas ele
se recusou�.
"Acho que a iniciativa � infantil, pretensiosa,
megaloman�aca. Estou furiosa com eles. Existem
pesquisas que indicam a atitude da popula��o em
rela��o a Genebra. Com quem temos um acordo? Com
Abed Rabbo? � uma pessoa agrad�vel, mas n�o � nem
mesmo membro do gabinete palestino. Se eu
ocasionalmente encontro grupos iraquianos que
estiveram no governo, vou fazer um acordo com eles?
� extremamente infantil. N�o vejo como o Likud n�o
usar isto contra n�s nas pr�ximas elei��es", diz
ela.
Prontos para uma campanha
Entre o pessoal do Genebra, h� alguns que pensam que
o mapa pol�tico sofrer� uma substancial mudan�a nas
pr�ximas elei��es, quando ocorrerem, que as
preocupa��es de Itzik n�o ser�o relevantes. Avraham
Burg, por exemplo, acha que "Genebra deu nova forma
� pol�tica israelense. Est�vamos num mapa muito
polarizado, sim ou n�o para os territ�rios. Agora
nos tornamos tripolares: os que querem continuar nos
territ�rios, como [os ex-ministros da Uni�o Nacional
Avigdor] Lieberman e Benny Elon; aqueles que
perderam a esperan�a, que n�o querem ou n�o
acreditam em coopera��o, e caminham para movimentos
unilaterais, como Haim Ramon e Ariel Sharon; e os
bilaterais: o pessoal de Genebra. Esta divis�o
atravessa as linhas dos partidos. Pol�tica requer
paci�ncia, porque vemos o que acontece aos que n�o
tem paci�ncia, como o PAZ
AGORA. � o mais longo 'agora' na hist�ria
da Humanidade".
Um
dos mais surpreendentes participantes na campanha de
lan�amento de Iniciativa de Genebra � Itzik Suderi,
que j� foi porta-voz do [partido religioso] Shas, e
� agora um empres�rio, Suderi ainda est� registrado
como membro do Conselho de Genebra, que tem mais de
250 membros. "Soa bem ser membro de um conselho",
diz ele, "mas a verdade � que eu fui � conven��o de
funda��o, e n�o me encontrei realmente l�. N�o sou
um f� de todos artigos do acordo, mas a base �
correta, e eu n�o me apressaria a descart�-lo. No
futuro, no fim da estrada, ap�s a finaliza��o de
todos os desligamentos, eles voltar�o para Genebra,
e o princ�pio de um acordo futuro ser� similar.
Talvez eles ser�o chamados por nomes diferentes,
porque Shimon Peres � al�rgico a qualquer coisa que
tenha um cheiro de Genebra, mas esta ser� a base".
Nos
pr�ximos meses, ao lado da tentativa de canalizar o
desligamento para uma rota t�o bi-lateral quanto
poss�vel, o pessoal de Genebra pretende levantar a
aten��o da popula��o israelense e palestina
novamente. Dror Sternschuss diz que "nossa principal
falha foi que n�o tivemos sucesso em convencer as
duas comunidades de que existe um parceiro do outro
lado, e se todos os grupos no mapa pol�tico de
Israel tem algo em comum, � que eles desejam muito
parcerias".
Sternschuss e seu pessoal, e seus parceiros
palestinos no quartel-general em Ramalah, est�o
trabalhando numa campanha sim�trica, na qual pessoas
comuns das duas na��es ir�o � popula��o do outro
lado e se apresentar�o como parceiros para um futuro
acordo de paz, de acordo com os princ�pios de
Genebra. Sternschuss: "Tentaremos levar a campanha �
TV e ao r�dio, mas tememos que isto ser� rejeitado,
porque ela ostensivamente levanta controv�rsia, e
teremos que ir � Suprema Corte de Justi�a com ela.
De qualquer forma, n�s daremos publicidade dela em
cinemas, nas ruas e na imprensa. Os palestinos n�o
t�m tal problema, elas v�o pass�-la na TV palestina,
o que me faz duvidar sobre onde realmente h�
democracia e liberdade de express�o".
�
tarde, h� atividade no quartel-general do Genebra.
Os trabalhadores s�o reunidos na frente de uma tela
de TV, cruzando seus dedos para o velejador com a
bandeira azul e branca. Enquanto o wind-surfista
Gal Fridman celebra sua hist�rica medalha de ouro
ol�mpica com uma gota das �guas do Mar Egeu, Yossi
Beilin est� alto no c�u, viajando para Riga, Latvia,
onde oito ministros do exterior da Escandin�via e
dos pa�ses b�lticos que recentemente entraram na
Uni�o Europ�ia, est�o esperando por ele. Ele
apresentar� a eles a Iniciativa de Genebra, e
continuar� por alguns dias em f�rias particulares.
Ap�s, voltar� correndo para Israel. Ontem, ele j�
estava agendado para estar num encontro em Kfar
Mordechai. Na agenda de atividades no
quartel-general do Genebra em Tel-Aviv, est� anotado
que fica pr�ximo a Gderot.
(*) Os
Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA
ap�iam igualmente a �Iniciativa
de Genebra'
e 'A
Voz dos Povos,
conforme nossa "ades�o
ao coletivo pacifista � Dois Povos, Dois Estados
(Leia e Ap�ie Conosco).
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os devidos cr�ditos aos
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PAZ
AGORA/BR
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Estas s�o expostas nas se��es "QUEM
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A Iniciativa de Genebra . . .
.
. . Um Ano Depois
[
Editorial da Newsletter da PPC -
Coaliz�o Palestina da Paz � 01/12/2004 ]
www.ppc.org.ps
- traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
-
Todo um ano de atividade na promo��o da paz e divulgando a
mensagem de que �existe um parceiro� parece muito
pequeno quando se leva em considera��o o tamanho
dos desafios que as duas partes do
Acordo de Genebra
enfrentaram e ainda est�o enfrentando.
�
verdade que sempre houve uma tend�ncia de que
pessoas, n�o apenas no Oriente M�dio, mas tamb�m em
outras partes do mundo, prefiram fazer um esfor�o
m�nimo, para alcan�ar o resultado m�ximo, e tudo
isso num tempo quase nulo. Claro que isso �
imposs�vel, mesmo quando o melhor ambiente est�
dispon�vel.
Assim, um ano desde a assinatura do
Acordo de Genebra,
pode-se entender o quanto tem sido dif�cil para os
parceiros palestinos e israelenses na
Iniciativa de Genebra
conseguir os resultados ou alcan�ar os
objetivos aos quais se propuseram.
Entretanto, houve uma grande mudan�a. Com respeito
aos parceiros da
Iniciativa de Genebra,
o debate foi estimulado dentro de Israel e da
Palestina com respeito � potencialidade da se chegar
a um acordo pac�fico e o fim do conflito, atrav�s da
ado��o de uma solu��o de dois Estados baseada nas
fronteiras de 1967, como modifica��es acordadas.
Ap�s tr�s anos de conflito incessante e quanto as
vozes da raz�o quase desapareciam, dando lugar a
gritos de extremismo, o objetivo principal para a
Iniciativa de Genebra
tornou-se o de mudar a cabe�a das pessoas
para que elas acreditassem que a paz ainda �
poss�vel e que um acordo negociado ainda � vi�vel.
Tudo o que as duas partes precisavam era de uma
decis�o corajosa de reiniciar as negocia��es para
chegar a uma solu��o conforme o modelo apresentado
pelo
Acordo de Genebra.
Ap�s cerca de tr�s anos de impasse pol�tico sem
sinais de uma sa�da, a
Iniciativa de Genebra
veio para pressionar, e o fez, as partes do conflito
para tomas algumas atitudes. O primeiro a reagir foi
o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, que
percebeu que sua in�rcia diplom�tica, encoberta pela
sua mantra predileta, de que �n�o existe parceiro
para negociar, e portanto n�o h� necessidade de agir
politicamente�, iria lev�-lo a uma situa��o onde o
Acordo de Genebra
se tornaria a �nica op��o existente. Tal
mudan�a, na vis�o de Sharon, poderia conduzir a
comunidade internacional a pressionar Israel a
aceitar o
Acordo de Genebra
como a �nica f�rmula para resolver o
conflito.
O
antigo chefe de gabinete e assessor pol�tico de
Sharon, Dov Weisglass, deixou claro que o plano de
desligamento unilateral veio como conseq��ncia de
uma situa��o onde o
Acordo de Genebra
come�ava a acumular apoio internacional e
p�blico.
N�o
obstante a forte oposi��o dos palestinos ao plano de
desligamento unilateral de Sharon, o plano em si
envolve elementos significativos, os principais
sendo a disposi��o de retirar tropas israelenses dos
territ�rios ocupados por Israel e de desmantelar
col�nias israelenses na Faixa de Gaza e na
Cisjord�nia.
Nossa preocupa��o, por�m, nasce do que parece ser o
objetivo de Sharon, que estaria tentando trocar sua
sa�da da Faixa de Gaza pela perpetua��o da ocupa��o
israelense da Cisjord�nia. � por esta raz�o que
insistimos na necessidade de transformar o plano de
retirada de Gaza num passo que leve a um processo
pol�tico, e n�o um que conduza a uma maior ocupa��o
da outras partes da terra palestina. Em outras
palavras, nossa maior preocupa��o � evitar um
cen�rio onde �Gaza Primeiro� se torne �Gaza por
�ltimo�.
Opor-se ao plano Sharon, sem apresentar um mecanismo
que o substitua, � infrut�fero. O papel dos
parceiros palestinos e israelenses o
Acordo de Genebra
� procurar caminhos que conduzam da
implementa��o do plano unilateral de Sharon
diretamente para o Roadmap do Quarteto, e
avan�ar para a retomada das negocia��es pol�ticas no
mais alto n�vel, entre os governo de Israel e
Palestina, para chegar a um acordo definitivo
baseado na solu��o de dois Estados ao longo das
fronteiras de 1967. Qualquer outra coisa ir� apenas
proporcionar uma nova receita para mais conflito e
devasta��o.
Ningu�m quer que tal devasta��o continue.
Ningu�m quer mais mortes em qualquer dos lados.
Ningu�m quer que o conflito continue sem fim.
O
Acordo de Genebra,
sendo totalmente compat�vel com o Roadmap,
aborda em detalhe a terceira fase, que fala da
cria��o de um Estado palestino independente ao lado
de Israel.
Uma
condi��o b�sica que deve ser mantida para se criar
um ambiente apropriado para um grande avan�o no
Oriente M�dio � o compromisso com o Roadmap
como apresentado pelo Quarteto. Qualquer outra
tentativa de alterar os termos de refer�ncia ou as
regras do jogo, n�o levar� a nada, principalmente
enquanto Sharon insistir numa abordagem unilateral.
Outra condi��o necess�ria � parceria. N�o importam
quais sejam os componentes de um acordo negociado,
ele sempre ter� maiores chances de viabilidade do
que os de um que seja unilateral e que n�o
comprometa nenhum dos lados.
Certamente, uma solu��o baseada em parceria servir�
igualmente aos interesses dos povos palestino e
israelense. � vi�vel e tem melhores chances de
sobreviv�ncia.
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Coaliz�o Palestina da Paz / Iniciativa de Genebra
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INICIATIVA DE GENEBRA ENCONTRA COM NOVO GOVERNO
PALESTINO
P R E S S R E L E A S E
[ Elias Zananiri
-
Diretor Executivo -
Ramalah, 22/11/2004
]
- traduzido pelo PAZ
AGORA/BR
-
Uma delega��o de alto escal�o da central israelense da
Iniciativa de Genebra,
incluindo o co-promotor do
Acordo de Genebra,
Yossi Beilin, presidente do partido Yahad. dever�
visitar Ramalah amanh� 23/11 para encontrar o
presidente da OLP, Mahmoud Abbas (Abu Mazen) �s
11:30 em seu escrit�rio em Al Bireh, e �s 12:30
visitar� o primeiro-ministro da Autoridade Nacional
Palestina Ahmad Qurei (Abu Al�).
Al�m de Beilin, a delega��o inclui o ex-presidente
do partido Trabalhista, Amram Mitzna, a deputada
trabalhista Yuli Tamir, o deputado do Yahad/(Meretz)
Haim Oron, e o Brigadeiro-General de reserva Shlomo
Brom.
Tamb�m estar� presente Gadi Blatiansky,
diretor-executivo da central israelense da
Iniciativa de Genebra e
antigo porta-voz do ex-primeiro-ministro Ehud Barak,
com Dror Sternschuss e Meital Raveh, da equipe de
rela��es p�blicas da Iniciativa.
A visita tem especial import�ncia, por se dar ap�s
mais de dois anos durante os quais as autoridades
israelenses impediram pol�ticos e personalidades
israelenses de se encontrar com seus parceiros
palestinos. Desta vez, por�m, a permiss�o foi
acordada com a delega��o israelense por
instru��es diretas do mais alto escal�o pol�tico do
minist�rio da Defesa.
C�rculos palestinos e israelenses expressaram sua
esperan�a de que tal encontro abrir� novas
oportunidades para posteriores sess�es de discuss�o
e di�logo entre as duas parte, de forma a provar que
existem parceiros para a paz, nos dois lados, e que
chegou a hora de p�r um fim aos quatro anos de
viol�ncia entre palestinos e israelenses.
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15/5
- S�BADO �s 19:30 na PRA�A RABIN - TEL-AVIV
SAIR
DE GAZA ! RETOMAR
NEGOCIA��ES
!
Uma
pequena minoria de colonos se apossou do governo e
do pa�s.
Est�
na hora da maioria dizer
BASTA
!
[
fonte: Maariv e Haaretz
- 13-14/05/04 - traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
]
A
COALIZ�O DA MAIORIA
(Mat� Harov)
organizadora do ato, inclui grupos de esquerda e
centro-esquerda como os partidos Avod�
(Trabalhista), Yahad/Meretz (Social-Democrata) e Uma
Na��o, o
PAZ AGORA
,
os Movimentos Kibutzianos, a
Iniciativa de Genebra,
movimentos juvenis como HaNoar HaOved e o Hashomer
Hatzair, e o F�rum de Pais Enlutados.
Est�o previstos pronuncimentos amanh� � noite do dirigente do
PAZ AGORA
Tzaly Reshef,
Shimon Peres (presidente do Avod�),
Yossi Beilin
(presidente do Yahad),
Amir Peretz
(presidente do Uma Na��o e dirigente da Central
Sindical Histadrut), Yochi
Brandes (Iniciativa
de Genebra) e o ex-chefe do
servi�o secreto
Ami Ayalon (promotor
israelense do plano de paz "A
Voz dos Povos" -
www.hamifkad.org.il/eng -
junto ao l�der palestino
Sari Nusseibeh).
Falar�o tamb�m o escritor
Am�s Oz,
e um colono da regi�o ao sul de Hebron que ap�ia a
evacua��o de Israel. A banda de rock "The
Antiques" tocar� acompanhando os
cantores populares
Yael Levy
e Danny
Sanderson.
Os organizadores esperam mais de 100.000 manifestantes na
Pra�a Rabin e dizem que houve um despertar da
popula��o em seguida aos fatos na Faixa de Gaza
desta semana, que tiraram as vidas de 11 soldados
israelenses e pelo menos 29 palestinos.
Houve press�es de deputados e ministros da direita, assim
como por membros do Conselho de Colonos de Yesha
(Cisjord�nia), para adiar a demonstra��o, dizendo
que esta desrespeitava a mem�ria dos mortos. Em
resposta, o porta-voz do
PAZ AGORA Yariv Oppenheimer
disse que a "manifesta��o tem a inten��o de salvar
vidas e portanto deve ser feita no hor�rio
programado".
O deputado Ran Cohen
(Yahad/Meretz) chamou os argumentos pelo
cancelamento de "hipocrisia e covardia - tendo
frustrado as esperan�as de toda uma na��o, o
Conselho de Yesha est� tentando obstruir a popula��o
de expressar sua opini�o". O presidente do Partido
Trabalhista,
Shimon Peres,
rejeitou o chamado do Conselho de Yesha para
cancelar a manifesta��o e disse que o prop�sito do
evento � o de salvar outras vidas. "A c�nica
tentativa de direita de for�ar sua posi��o sobre a
maioria da na��o � vergonhosa", disse Peres.
Os organizadores anunciaram que devido � morte dos soldados,
o car�ter da manifesta��o ser� mudado. Dever� ser
uma express�o de luto e protesto, iniciando-se com
um minuto de sil�ncio em mem�ria dos soldados
ca�dos.
Uma vig�lia de mem�ria e protesto, realizada pelas fam�lias
enlutadas de v�timas do terror come�ou ontem na
Pra�a Rabin, e continuar� at� a manifesta��o de
massas na noite de s�bado. O "F�rum
das Fam�lias",
um projeto das "Fam�lias Enlutadas Apoiando a Paz,
Reconcilia��o e Toler�ncia", declarou que eles
pagaram o mais alto pre�o e n�o podem se manter
silenciosos quando mais 11 fam�lias se uniram a suas
fileiras.
Ruby Damlin, m�e do soldado David Damlin, que foi morto num
bloqueio de estrada perto de Ofra em mar�o de 2002,
ontem iniciou a vig�lia de protesto na pra�a: "Estou
aqui para dizer BASTA. Onze fam�lias se juntaram ao
grupo dos enlutados, mas depois de amanh� ningu�m
lembrar� deles. Esta loucura tem que acabar. Se os
pol�ticos n�o o fazem, talvez as fam�lias enlutadas
possam fazer."
Mas a Pra�a Rabin n�o � o �nico espa�o na campanha pela
retirada de Gaza. Ontem o website do escrit�rio do
primeiro-ministro teve uma pane devido ao peso de
milhares de e-mails de mulheres pedindo a Sharon
para sair de Gaza. A iniciativa partiu de um novo
movimento feminino chamado "Shuvi [Voltem]"
.
PAZ
AGORA
DOIS ESTADOS
UM
FUTURO PARA DOIS
POVOS
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15/05/2004
MANIFESTA��O GIGANTESCA EM TEL AVIV
REACENDE ESPERAN�A DA MAIORIA PELA
PAZ AGORA
[
Moises Storch
� com fontes:
PAZ
AGORA,
Haaretz, Maariv, Gush Shalom, Reshet Bet ]
Mais de 250 mil israelenses, segundo a
COALIZ�O
DA MAIORIA (Mat�
HaRov), organizadora da
gigantesca demonstra��o, (Israel tem, ao todo, 6,5
milh�es de habitantes) exigiram ontem na Pra�a Rabin
em Tel-Aviv, a retirada do ex�rcito da Faixa de
Gaza, na principal manifesta��o pela paz em Israel
desde a �poca do assassinato do saudoso Itzhak
Rabin, ocorrido naquela mesma pra�a. A r�dio militar
Galei Tsahal
e o jornal de direita Maariv avaliaram a presen�a
de 200.000 manifestantes.
Pesquisas publicadas nesta semana indicam que
mais de
70% dos
israelenses s�o favor�veis a uma retirada da Faixa
de Gaza.
Estiveram
como oradores Tsali Reshef (PAZ
AGORA), Shimon Peres (partido Avod�), Yossi Belin (partido
Yahad), Amir Peretz (presidente da central sindical
Histadrut, do partido "Uma Na��o -
Am Ehad" e
um dos fundadores do
PAZ AGORA),
Ami Ayalon (ex-chefe do servi�o secreto e
articulador da iniciativa de paz "A Voz do Povo"),
Yochi Brandes (Iniciativa de Genebra e
PAZ AGORA), Yom Tov Samia (ex-comandante da regi�o Sul do ex�rcito), assim como
dois deputados do partido laico Shinui (membro da
coaliz�o do governo), e o pai enlutado Yinon
Ashkenazi. Entre os discursos de pol�ticos tamb�m
falou uma estudante �rabe-israelense, um jovem
prestes a ser convocado pelo ex�rcito e um jovem
morador de Sderot. Uma delega��o de 50 palestinos
signat�rios do Acordo
de Genebra
tamb�m compareceu ao ato.
Sob o lema "A
MAIORIA DECIDE - SAIR DE GAZA - INICIAR O DI�LOGO", a multid�o lotou a Pra�a e boa parte das ruas vizinhas, dando uma
inequ�voca prova do consenso da popula��o. As
amea�as de atentados terroristas n�o conseguiram
tirar o campo pacifista da pra�a. As recentes mortes
de soldados em Gaza, combinadas com a sensa��o da
popula��o de estar sendo insultada ao ser mantida
como ref�m pelos eleitores do Likud, trouxeram as
massas para a rua.
Embora os fatos recentes tenham motivado a vinda da multid�o,
o esp�rito do memor�vel com�cio dos 400.000 ap�s o
massacre de Sabra e Chatila, h� 22 anos, pairava no
ar. As massas, ent�o bradavam chamando o ent�o
ministro da defesa
Ariel Sharon de assassino. Por um
breve tempo, ao lado de cartazes do
PAZ AGORA, da Iniciativa de Genebra, do Avod� e outros, foi exibido um
cartaz dizendo "Arik, a na��o est� com voc�".
No decorrer desses 22 anos, uma nova gera��o cresceu, mas a
composi��o das pessoas da pra�a n�o parecia ter
mudado. "Eu sou a maioria silenciosa que tem vindo a
cada demonstra��o em todos esses anos", dizia Moshe
Atzmon, aposentado de Tel Aviv. Para Yoram Gur, 38,
do Kibutz Givat Haim, esta foi a primeira
manifesta��o de sua vida. Ele veio para dizer que
uma minoria n�o pode impor sua vontade � maioria.
Com ele estava sua filha de nove anos Roni.
Freq�entemente interrompido por aplausos,
Shimon Peres
disse � multid�o que 80% dos israelenses desejam a
paz e que apenas 1% a bloqueiam."N�s n�o os
deixaremos faz�-lo" - disse Peres - "N�o iremos
sustentar um governo fantoche que se submete aos
ideais ilus�rios da direita...Esta n�o � uma
congrega��o das esquerdas, mas sim da maioria deste
pa�s...."Aqui nesta pra�a temos quatro vezes mais
gente do que todos os eleitores da direita
radical.�, proclamou, exigindo uma retirada de toda
a Faixa de Gaza, incluindo a zona fronteiri�a com o
Egito, em Rafah�.
O advogado de Direitos Humanos e fundador do
PAZ AGORA,Tsali Reshef, disse:
"N�o temos a m�nima confian�a em Sharon. N�s sabemos
que ele quer se retirar de Gaza para ficar com a
Cisjord�nia. Mas da mesma forma que ele foi for�ado
a renunciar a Gaza n�s o for�aremos a desistir da
Cisjord�nia. Ofra e Beth-El [perto de Ramalah] e
Kedumim [perto de Nablus] ser�o evacuadas.
Para Amir Peretz,
l�der da Central Sindical
Histadrut,
as quest�es diplom�ticas n�o podem ser separadas das
sociais. "Como morador de Sderot (cidade pr�xima �
Faixa de Gaza), posso lhes dizer que n�o tememos o
desligamento nem o di�logo, nem o processo de
paz"."N�s n�o acreditamos meramente num
desligamento, mas desejamos adicionar os valores de
igualdade e justi�a social", completou.
Yossi Beilin, presidente do novo partido social-democrata Yahad,
e mentor israelense da
Iniciativa
de Genebra,
recebeu os mais longos aplausos da noite quando disse que ap�s tr�s anos
o campo da paz est� enfim despertando de um estado
de coma. "Existem parceiros no lado palestino, e
temos de dar-lhes for�a... Aqueles que recusam a paz
j� tentaram de tudo, assassinatos seletivos que �s
vezes n�o s�o t�o seletivos, reinvas�o da
Cisjord�nia e Gaza, destrui��o de planta��es e de
casas - 1.800 casas destru�das ! , procurando impor
a derrota na consci�ncia do outro lado e repetindo
isso indefinidamente. A �nica coisa que eles n�o
tentaram foi fazer a paz. Aqueles que dizem que n�o
existe parceiro s�o aqueles que n�o querem conversar
!"
E ent�o, um discurso surpresa: "Meu nome � Eliezer Bidu. Vivo
no assentamento de
Omarim,
ao Sul de Hebron. Fui para l� h� 14 anos atr�s de
uma prometida "qualidade de vida"para minha fam�lia.
Que qualidade de vida! H� poucos meses, nosso carro
foi baleado. Uma bala passou perto da cabe�a de meu
pequeno filho. N�o consigo dormir de noite, eu quero
sair de l�. N�o quero viver guardado por soldados
dia e noite, numa terra disputada entre vizinhos que
me odeiam. Eu quero viver no Israel de verdade, e
n�o sou o �nico.
Al�m das entidades representadas no palco, estava no evento
todo espectro de grupos moderados e radicais,
incluindo Coaliz�o de Mulheres pela Paz, Juventude
Comunista, Juventude Trabalhista, Juventude do
Yahad, Ta'ayush, Gush Shalom, Liga de Trabalhadores
Socialistas, Machsom Watch, Juventude Estudante e
Trabalhadora, Partido Hadash (Comunista),
Anarquistas, o rec�m nascido movimento feminino
"Shuvi" (Volte), coletando assinaturas em sua
peti��o para evacuar Gaza (que j� conseguiram
congestionar o endere�o de e-mail do
primeiro-ministro). A iniciativa "Daber" (Fale)
promove a coleta de testemunhos de soldados que
serviram nos territ�rios ocupados, enquanto a "Todos
pela Paz" est� lan�ando uma r�dio pacifista via
Internet.
Cantaram Danny
Sanderson e
Dana Berger,
com a banda Nikmat
Hatraktor. A escritora
Yael
Dayan, filha do lend�rio general
Moshe Dayan, veterana ativista do
PAZ
AGORA
e atual vice-prefeita de Tel Aviv, logo ao fim da
manifesta��o, nos escreveu: "O ato foi o m�ximo.
Este dia nos remeteu a todos para uma nova dimens�o
de esperan�a." A Sra. Dayan vir� ao Brasil em breve,
a convite dos
Amigos Brasileiros do
PAZ AGORA.
Os
ecos da Pra�a Rabin chegaram tamb�m a S�o Paulo. No clube "A Hebraica", o
cantor israelense
David
Broza,
terminava um show para uma plat�ia que lotava o
enorme gin�sio
Itzhak Rabin.
Voltando para o bis, contou sobre o evento hist�rico
que tinha acabado de acontecer em Tel Aviv com a
presen�a de mais de 200.000 pacifistas, e come�ou os
primeiros acordes de seu grande sucesso que comp�s
no dia em que o saudoso presidente eg�pcio Anwar
el-Sadat tomou a iniciativa de visitar o Parlamento
Israelense, iniciando o processo que culminaria no
tratado de paz entre o Egito e Israel que perdura h�
mais de vinte anos. A plat�ia em peso, de p�, muitos
tirando e agitando para o alto camisetas do PAZ
AGORA
cantou em massa, junto com Broza sua can��o "Ihi�
Tov" (Vai Melhorar).
A maioria aqui tamb�m acredita:
Vai
melhorar, claro que vai !
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EM
CAMPANHA PELA RETIRADA DE GAZA
[Lily
Galili -
HaAretz - 01/04/04 - traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
]
O
PAZ
AGORA
lan�ar� amanh� uma campanha p�blica sob o
slogan
"EVACUAR
ASSENTAMENTOS = ESCOLHER A VIDA".
O
slogan
pretende superar dois obst�culos que tem levado a
esquerda supra-partid�ria a uma paralisia
prolongada: os numerosos atentados terroristas e a
ader�ncia � Iniciativa de Genebra como agenda
�nica da esquerda.
O
slogan
procura costurar a divis�o do campo da paz
entre aqueles favor�veis a uma negocia��o com os
palestinos dentro do escopo da Iniciativa de Genebra
e aqueles que tamb�m ap�iam a��es unilaterais,
acreditando que a retomada de negocia��es neste
est�gio � imposs�vel. Os l�deres do
PAZ AGORA
acreditam que o apelo emocional "ESCOLHER
A VIDA" ajudar� a superar a
passividade da popula��o face aos recorrentes
ataques suicidas que minam o campo da paz.
"Esta campanha pode unir o campo pacifista, porque se refere
apenas ao que ser� feito (evacuar assentamentos) e
n�o a como faz�-lo, unilateralmente ou por acordo".,
diz Yariv Oppenheimer, secret�rio-geral e porta-voz
do
PAZ
AGORA. "� claro que um
acordo � prefer�vel, mas mesmo sem ele, uma
evacua��o unilateral � melhor do que continuar na
atual situa��o".
A
lideran�a do
PAZ
AGORA
est� atenta a que a campanha possa ser vista como um
apoio ao plano de desengajamento do
primeiro-ministro Ariel Sharon, mas explica que seu
apoio ser� restrito � evacua��o de assentamentos, e
n�o se estendera a outras partes de seu plano.
A
op��o do
PAZ
AGORA
por
focalizar os assentamentos � baseada na premissa de
que a evacua��o � hoje o cora��o do discurso p�blico
e que a campanha tamb�m pretende ser uma alternativa
� campanha deflagrada pela direita baseada na frase
de que "a evacua��o � um pr�mio para o terror".
Ao
apresentar os assentamentos como a raiz do problema
pol�tico e econ�mico e um dos catalisadores do
terror, o
PAZ
AGORA
tentar� convencer a popula��o do espectro dos partidos Avod�,
Meretz e Shinui, a se mudar de um apoio passivo �
evacua��o a uma press�o ativa sobre o
primeiro-ministro para implement�-la".
"N�o
diremos � popula��o que o terror � apenas produto
dos assentamentos, mas certamente mostraremos a
conex�o entre os telhados vermelhos em Psagot ou
Beit El [assentamentos nos territ�rios ocupados] e o
fato de terroristas suicidas se explodirem no
cora��o de Israel, e mostraremos que os suicidas
ganham legitimidade entre sua gente, em cujas
terras os assentamentos est�o incrustados", disse um
ativista do
PAZ
AGORA.
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AMIGOS BRASILEIROS DO PAZ
AGORA � PAZ AGORA/BR
ADES�O
AO COLETIVO PACIFISTA
Uma
esperan�a renasce hoje no Oriente-M�dio. Do seio das
sociedades israelenses e palestinas, as vozes dos
cidad�os se levantam com coragem e lucidez. Elas
proclamam que apesar da viol�ncia e do fanatismo
acumulados ap�s quase um s�culo, um acordo entre os
dois povos � ainda poss�vel.
Trazidos por patriotas israelenses e palestinos, a
Iniciativa
de Genebra (*)
, lan�ada por Yossi Beilin e Yasser Abbed Rabbo e
A Voz dos Povos
(**)
, de Ami Ayalon e Sari Nusseibeh levam em conta a
dignidade, as cren�as e as aspira��es mais profundas
de cada um dos dois povos.
Elas indicam em pre�mbulo o princ�pio fundamental
que as anima: "Dois Povos, Dois Estados". O Estado
de Israel como o Estado do povo judeu, o Estado da
Palestina como Estado do povo palestino, ambos
decorrentes de um movimento leg�timo de liberta��o
nacional.
Um
e outro prev�em em particular: um desmantelamento da
maior parte dos assentamentos judeus na Cisjord�nia
e Gaza, trocas de territ�rios aceitas pelas duas
partes com base nas fronteiras de 1967, uma solu��o
digna e realista da quest�o dos refugiados
palestinos, condicionada ao respeito da soberania
israelense, a cessa��o das viol�ncias e uma partilha
de Jerusal�m como capital dos dois Estados.
Estas iniciativas se originam de uma vis�o: a de que
israelenses e palestinos podem um dia viver em paz,
lado-a-lado, no seio de dois Estados soberanos e
democr�ticos.
N�s compartilhamos desta vis�o.
S�o
Paulo, 10 de junho de 2004
Amigos Brasileiros
do PAZ AGORA
PAZ AGORA/BR
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YAEL
DAYAN TRAZ GENEBRA AO TUCA
[
Mois�s Storch (*)
- S�o Paulo 10/06/04 ]
Lan�amento da
Campanha de Ades�o ao Coletivo 2 Povos 2 Estados
Ontem, numa noite memor�vel para S�o Paulo, o TUCA,
Teatro da Universidade Cat�lica, abriu suas portas
para um marco no avan�o das iniciativas de paz no
Oriente M�dio.
Em
palestra sob o tema "Dois Estados para Dois Povos",
Yael Dayan, ativista do PAZ
AGORA e uma das
principais negociadoras do Acordo de Genebra, tendo
ao seu lado o Embaixador da Palestina no Brasil,
Musa Odeh reafirmou suas convic��es de que o �nico
caminho vi�vel para a paz � a coexist�ncia do Estado
judeu com um Estado palestino cont�guo e vi�vel, e
que negocia��es oficiais neste sentido precisam ser
realizadas urgentemente, independentemente do fim da
ocupa��o e do fim do terrorismo, que devem ser
buscados pelos campos da paz dos dois lados, sem
concess�es.
O
evento contou com o honroso acolhimento da
Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo,
representada pela Profa. Ren�e Zicman, assessora da
reitoria e do Prof. Edison Nunes, diretor dos cursos
de Ci�ncias Humanas da PUC/SP, que moderou com
especial serenidade o di�logo.
Entre as v�rias personalidades representadas,
destacamos (Alberto Kleiman (Secretaria de Rela��es
Internacionais da PMSP/PT), Alberto Libermann
(Diretor de Direitos Humanos da Bnai Brith), Dina
Lida Kinoshita (Secretaria de Rela��es
Internacionais do PPS), Eva Blay (ex-senadora pelo
PSDB), Frances Rose Feder, (REDEPAZ
- Rede Global de Educa��o para Paz),
Gaetano Luigi (Associa��o Comercial de S.Paulo,
representando o presidente Guilherme Afif Domingos),
Geraldo Tardelli (Comiss�o Justi�a e Paz), Guilherme
de Almeida (N�cleo de Estudos da Viol�ncia-USP),
Kurt Lenhard (patrono dos Amigos Brasileiros do
PAZ AGORA,
militando conosco h� mais de 20 anos), Marina
Sendacz (Instituto Cultural Israelita-Brasileiro),
Vera Novaes (Portas Abertas) entre muitas outras
personalidades n�o menos importantes.
Os Amigos Brasileiros do PAZ AGORA
lan�aram no evento um apelo de solidariedade aos
pacifistas palestinos e israelenses, que j� conta
com o apoio de institui��es como a Associa��o Palas
Athena e a
REDEPAZ, e que promover� a
ades�o de brasileiros ao "COLETIVO
DOIS POVOS DOIS ESTADOS", que
tem
o apoio internacional de mais de 80
institui��es e 5.000 pessoas.
O
di�logo de Yael Dayan com o p�blico brasileiro foi
documentado pela TV-PUC.
(*) MOIS�S STORCH � coordenador dos
Amigos Brasileiros do
PAZ AGORA.
COPYFREE
:
Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
autores, �
fonte e ao
PAZ
AGORA/BR
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YAEL DAYAN +
PAZ AGORA/BR
COMO
PODEMOS CONTRIBUIR PARA A
PAZ, AGORA
[ Mois�s Storch (*) - Rio de Janeiro,
21/06/04 ]
A Sra. Dayan, em sua r�pida, mas intensa, visita ao Brasil na
semana passada, participou, na qualidade de
vice-prefeita de Tel Aviv/Jaffa na URBIS 2004, do
painel "Pol�ticas Metropolitanas: Desenvolvimento
Local na Gera��o de Emprego e Renda"; tendo
sido recebida em audi�ncia especial pela Prefeita de
S�o Paulo, Marta Suplicy.
Como fundadora do Partido Social-Democrata de Israel - Yahad
- reuniu-se com as Secretarias de Rela��es
Internacionais do Partido dos Trabalhadores e do
Partido Popular Socialista, al�m de in�meras
personalidades pol�ticas e acad�micas.
Yael falou a um amplo p�blico reunido no Teatro da Pontif�cia
Universidade Cat�lica de S.Paulo (TUCA), que teve a
oportunidade de participar de um respeitoso di�logo
entre ela e o representante oficial da Autoridade
Palestina no Brasil, Sr. Musa Odeh, que foi
convidado a se sentar a seu lado..
Apesar do boicote de organismos que pretendem representar a
pluralidade dos segmentos da comunidade judaica,
v�rias institui��es comunit�rias abriram suas portas
para receber calorosamente a mensagem da pacifista
israelense.
Em S�o Paulo, um audit�rio repleto no Col�gio Bialik reuniu
alunos, pais e educadores. A Bnai Brith de S.Paulo
(veja mat�ria abaixo) organizou um encontro em que o
espa�o reservado foi insuficiente para que todos se
sentassem. A CIP - Congrega��o Israelita Paulista
lotou seu sal�o nobre com mais de 300 pessoas numa
noite memor�vel.
No Rio de Janeiro, ontem, o evento conjunto entre os
Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA,
a ASA - Associa��o Scholem Aleichem, a CJB -
Congrega��o Judaica do Brasil e o Hashomer Hatzair
lotou um audit�rio de cerca de 400 pessoas.
Respondendo � �ltima pergunta do di�logo de ontem, no Rio de
Janeiro, onde Yael era questionada sobre como um
judeu brasileiro pode contribuir para a paz em
Israel, ela respondeu: explicitando em p�blico seu
desagrado com atitudes que n�o contribuem para a
paz, n�o s� por parte de palestinos, como tamb�m do
governo israelense. Desta forma, sua voz poder�
ser ouvida pelos governantes do Brasil, que tamb�m
poder�o contribuir para a paz. Tamb�m chegar�o aos
governantes de Israel, somando-se �s da grande
maioria dos israelenses que deseja a paz.
Podemos sim, como brasileiros dar nossa contribui��o para a
paz no Oriente M�dio. E esta n�o ser� feita atrav�s
do sil�ncio que alguns nos querem impor. Com
a prestigiosa presen�a de mais de mil pessoas nos
diversos encontros que promovemos com Yael Dayan,
temos certeza que a voz dos que apostam que a
PAZ
� POSS�VEL
AGORA
se multiplicar� aqui no Brasil, e contribuir� para
fim do ciclo insano de sangue e terror entre
israelenses e palestinos.
PAZ,
Vamos Busc�-la
AGORA!
(*)
Mois�s Storch
� coordenador dos
Amigos Brasileiros
do PAZ AGORA
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Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
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PAZ
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A
Marcha de Yasser Arafat
- O RETRATO DA ADOLESC�NCIA PALESTINA �
por AVRAHAM B. YEOSHUA (*)
[ Iton Gadol - 21/11/04 -
www.itongadol.com.ar -
traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
]
Como costumo ser precavido, ap�s escrever o t�tulo e
a primeira linha deste texto, quis salv�-lo em minha
pasta de artigos, e ent�o o computador advertiu-me
de que j� havia um arquivo com o t�tulo 'Arafat'.
Fiquei surpreso, pois n�o lembrava de ter publicado
nenhum artigo com o mero nome, algo que n�o �
habitual em mim, j� que geralmente n�o atribuo as
raz�es dos acontecimentos hist�ricos e sociais ao
modo de ser deste ou daquele dirigente, mas busco
sempre aquilo, subjacente no povo, que permite a um
ou outro dirigente atuar de determinada maneira. Mas
meu computador � mais r�pido do que eu, e logo me
pus a procurar esse artigo chamado 'Arafat'.
E assim foi que me deparei com dois rascunhos desse
artigo que havia escrito nos �ltimos tr�s anos e que
acabou n�o se publicando. Mais al�m das an�lises
sociol�gicas, naquela ocasi�o havia dado mais
import�ncia � peculiar personalidade de Arafat do
que � de qualquer outro dirigente no tocante �
situa��o no Oriente M�dio. Li de novo o artigo e
creio que h� uma id�ia acertada que se pode
adicionar a todo o mar de an�lises e explica��es que
foram escritas e continuar�o se escrevendo em torno
da morte do l�der palestino.
A primeira vez que vi a imagem de Arafat na TV foi
no inverno de 1968, uns meses depois da Guerra dos
Seis Dias. Estava na Jord�nia, dentro de uma cova
escura, sentado com o fuzil na m�o, com muita
seguran�a e falando com seu ingl�s macarr�nico com o
rep�rter estrangeiro que o entrevistava.
Ainda que meses atr�s Israel tivesse derrotado os
ex�rcitos de tr�s pa�ses �rabes, ele se mostrava
convencido n�o s� da capacidade dos palestinos para
acabar finalmente com o Estado de Israel, mas tamb�m
para conseguir que todo o mundo �rabe os apoiasse.
Mesmo que j� fa�a 36 anos desde ent�o, essa
confian�a infantil se manteve at� o dia de hoje.
Durante anos e anos o temos visto em m�ltiplas
ocasi�es e em situa��es distintas: passando revista
ante militares, abra�ando os l�deres do mundo,
falando ante as Na��es Unidas, estreitando a m�o e
beijando presidentes dos Estados Unidos e Israel e,
obviamente, tamb�m o vimos rodeado de seu povo
exultante. Mas o fato de aparecer com sua estranha
indument�ria militar e sua kefia, com a
imagem da grande mesquita de Jerusal�m ao
fundo determinam um componente b�sico que permaneceu
fixo nesse homem e que fez que, consciente ou
inconscientemente, se tenha mantido fiel a um
princ�pio de que nunca conseguiu se libertar.
Muitas biografias foram escritas sobre Arafat, tanto
por seus seguidores e detratores como por
jornalistas estrangeiros que trataram de definir sua
figura de forma objetiva. N�o pretendo criticar
essas biografias que sem d�vida se baseiam em dados
hist�ricos e extra�dos de seu entorno familiar. S�
quero transmitir aos leitores minha impress�o sobre
um homem que nunca conheci pessoalmente, se bem que,
como qualquer pessoa que vive no Oriente M�dio, n�o
tenha deixado de tentar chegar a compreend�-lo.
Para al�m da ideologia, da pol�tica e de tudo aquilo
que um l�der transmite a seu povo e ao mundo
inteiro, minha impress�o fundamental sobre Arafat se
poderia resumir com esta frase: Arafat sempre
irradiava uma esp�cie de infantilismo ou imaturidade
adolescente que talvez tenha cativado e atra�do seu
povo. Esse infantilismo expressava algo essencial
que existe nos pr�prios palestinos e talvez agora
tenha chegado o momento de se libertarem dele,
Esse car�ter infantil se manifestava n�o s� em seu
aspecto: baixa estatura, e forma de
vestir diferente, mas tamb�m no modo com que se
expressava. Talvez tenha visto um exemplo claro
desse infantilismo h� pouco, numa ocasi�o em que um
jornalista fez a ele uma pergunta bastante
inc�moda. Arafat ent�o o repreendeu, dizendo: "Tenha
cuidado, o senhor est� falando com o general Arafat.
Sou na realidade um general". O fato de que o l�der
de um povo - algo muito mais importante do que ser
general -, estando ainda mais rodeado de v�rios
generais palestinos (aut�nticos ou n�o), reclame
para si num momento de raiva n�o o qualificativo de
l�der ou revolucion�rio ou lutador pela liberdade de
seu povo, mas precisamente o de general, quando se
acha isolado e totalmente fracassado do ponto de
vista militar, serve, junto com outras declara��es
parecidas, para ilustrar o car�ter infantil de
Arafat. Seu empenho em ter o grau de general, com
condecora��es rid�culas em sua jaqueta, � uma
fantasia infantil. Esse infantilismo era tamb�m a
express�o de algo profundo n�o s� na sua
personalidade, mas em todo o povo palestino. E por
isso Arafat p�de atuar como um atraente s�mbolo
durante tantos anos, apesar de n�o contar na
realidade com instrumentos governamentais que lhe
serviram para estabelecer e manter sua lideran�a.
Mas de onde vem esse infantilismo? A que se deve?
Para responder � necess�rio aludir ao processo
hist�rico da consolida��o do povo palestino.
O imp�rio turco dominou durante quatro s�culos o
mundo �rabe.E as diferen�as nacionais em toda aquela
zona (s�rios, iraquianos, jordanianos, libaneses,
sauditas, etc..) estavam bastante difusas, algo
parecido ao que ocorreu no imp�rio dos Habsburgos.
No s�culo XX, com o fim da Primeira Guerra Mundial,
come�ou o despertar nacionalista dos distintos
grupos nacionais inspirados pelo esp�rito
independentista de outros povos na Europa de meados
do s�culo XIX.
E assim, ap�s uma etapa relativamente curta de
coloniza��o brit�nica e francesa, come�aram a se
consolidar no Oriente M�dio com rapidez e
efic�cia os distintos pa�ses �rabes, cada um com seu
territ�rio, suas fronteiras e institui��es pr�prias:
Egito, S�ria, Iraque, Jord�nia, L�bano, Kuwait,
Sud�o e ap�s estes os pa�ses �rabes do norte da
�frica (Tun�sia, Arg�lia, Marrocos e L�bia). Mas o
amadurecimento dos palestinos neste contexto natural
se truncou devido � entrada imprevista dos judeus em
seu territ�rio nacional e o in�cio da consolida��o
do Estado judeu em meio ao seu tecido vital.
No
princ�pio, os palestinos estavam seguros de que seus
irm�os adultos, os grandes e ricos pa�ses �rabes, os
iriam ajudar a expulsar o d�bil judeu errante que
havia come�ado a se estabelecer na regi�o. O certo �
que havia um desequil�brio de for�as entre judeus e
�rabes a favor do mundo �rabe, que prometeu acudir
em ajuda a seu irm�o menor, que se encontrava com um
problema excepcionalmente grave.
Por isso, em vez de reunir todas suas for�as para
lutar contra os judeus, que come�avam a se assentar
cada vez mais em seu territ�rio, os palestinos
confiaram em seus irm�os maiores e em suas promessas
de defender seus direitos nacionais. Mas, apesar da
veemente ret�rica dos pa�ses �rabes e de suas
promessas, n�o se dispuseram no final das contas a
esgotar suas for�as numa luta contra o pequeno
Estado sionista dos judeus sobreviventes do
Holocausto que, com o mar �s suas costas, haviam
lutado com firmeza e �xito e que ainda contavam com
o apoio moral de grande parte do mundo ocidental, e
inclusive do comunista.
Mas
o jovem irm�o palestino, decepcionado, exigiu ent�o
uma solu��o radical que supunha a expuls�o total dos
judeus da Palestina. O processo de
amadurecimento truncado, o infantilismo, as
fantasias, a constante raiva pelos decepcionantes
irm�os maiores, o desejo de alcan�ar a independ�ncia
sem ter a capacidade de atuar de forma respons�vel e
fazer certas concess�es, tudo isso materializou-se
perfeitamente na figura de Yasser Arafat, o eterno
refugiado (mesmo que ele pr�prio tivesse nascido
fora da Palestina), que, levado por uma frustra��o
cada vez maior, come�ou a amea�ar os regimes �rabes
com suas provoca��es, e movido por seus sonhos
irrealiz�veis passou a atuar como um guerreiro
revolucion�rio.
Pouco a pouco, como um adolescente abandonado e
decepcionado que n�o conhece seus verdadeiros
limites, se negou a aceitar a dura realidade que o
rodeava e come�ou a empregar o terrorismo suicida
como parte de sua estrat�gia pelo povo palestino,
pesem todos os horrores que tal terrorismo carreava
sobre os demais, e especialmente sobre seu pr�prio
povo.
Ap�s estalar a cruenta intifada promovida por Arafat
a raiz do fracasso das negocia��es de Camp David,
encontramo-nos no posto de controle de A-Ram, entre
Ramalah e Jerusal�m, um grupo de representantes da
esquerda israelense e velhos intelectuais a favor da
paz, com importantes intelectuais palestinos. Apesar
de que n�s, israelenses, criticamos duramente a
pol�tica de nosso governo, nenhum dos palestinos
(entre eles catedr�ticos e escritores) se atreveu a
dizer uma �nica palavra contra Arafat e sua pol�tica
destrutiva. Ent�o lhes disse com certo tom de
desafio: "Gostaria de me esconder em plena noite
nos vossos quartos e escutar o que realmente pensam
sobre a forma de proceder de vosso l�der. N�o pode
ser que n�o tenham nenhuma cr�tica a ele". Meus
interlocutores palestinos se surpreenderam ante a
id�ia de que um israelense quisesse esconder-se em
seus quartos para escutar e conhecer seus aut�nticos
pensamentos, e me despacharam com um meio sorriso.
Naquele tempo eu estava escrevendo meu romance "A
noiva libertada", e nele introduzi uma situa��o
assim, na qual o protagonista, o professor e
orientalista Rivlin, dorme numa cama de
�rabes-israelenses de uma aldeia da Galil�ia e,
atrav�s desse sono, aprende aspectos fundamentais
dos �rabes que n�o teria podido conhecer com suas
pesquisas.
Agora tenho a esperan�a de que, ap�s a morte de
Arafat e uma vez que termine o per�odo de luto, a
sociedade palestina possa considerar com maturidade
e bom senso os atos e fracassos de Arafat. Fazer uma
cr�tica profunda e p�blica, a um l�der problem�tico
e infantil que tantas desgra�as trouxe a seu povo em
fun��o de sua pol�tica, � uma condi��o importante
para que se abra o caminho para uma lideran�a madura
que, em vez de culpar o mundo todo o tempo, analise
com realismo a realidade e saiba a qual sonho conv�m
renunciar para conseguir verdadeiras vit�rias que
reduzam o sofrimento dos palestinos, que merecem
afinal um per�odo de paz e tranq�ilidade.
(*) A. B. YEOSHUA,
escritor israelense, � veterano ativista do Movimento PAZ AGORA,
tendo participado na reda��o da Declara��o
Conjunta Israelense-Palestina
em 2001, e dos
Acordos de Genebra no
final de 2003.
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Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
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em portugu�s).
Os textos publicados visam subsidiar o
di�logo e
N�O
representam necessariamente as posi��es do
Movimento PAZ
AGORA ou dos Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA.
Estas s�o expostas nas se��es "QUEM
SOMOS" e "POSI��ES"
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UMA MEDIDA UNILATERAL DE ISRAEL
[ por Avraham B. Yeoshua
(*) - publicado no Iton Gadol em 10/03/04
]
[
www.itongadol.com.ar
-
traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
]
|
A unilateralidade � o novo conceito que se est� impondo
agora no �mbito pol�tico do conflito
palestino-israelense � luz da constru��o do muro
de seguran�a e dos planos do primeiro-ministro
de se separar parcialmente dos palestinos. Desde
a guerra dos Seis Dias, e durante muitos anos, a
id�ia de levar a cabo uma a��o unilateral sem
haver chegado a um acordo carecia de sentido,
tanto entre o bloco da direita como entre a
maioria dos setores pacifistas.
Antes de tudo, um pequeno lembrete: ap�s o fim
da guerra dos Seis Dias em 1967, o Conselho de
Seguran�a da ONU aprovou unanimemente (inclu�do
o bloco comunista) a resolu��o 242, a qual
constitui o fundamento de qualquer acordo
poss�vel no Oriente M�dio. Em s�ntese, essa
resolu��o diz o seguinte: a guerra que em junho
de 1967 empreendeu Israel contra Egito, Jord�nia
e S�ria e que acarretou a ocupa��o de
territ�rios desses pa�ses foi em ess�ncia uma
guerra justa, fruto do direito leg�timo a se
defender ante as amea�as de ataque e a
concentra��o de for�as militares contra Israel.
Portanto, o Conselho de Seguran�a n�o exige de
Israel que se retire incondicionalmente dos
territ�rios que ocupou, mas que o fa�a em
paralelo com a assinatura de acordos de paz com
esses pa�ses �rabes que garantam a seguran�a nas
fronteiras de Israel, o que implica
fundamentalmente que os territ�rios ocupados se
desarmem de armamento pesado e de longo alcance
e se reduza o n�mero permitido de unidades
militares na zona.
Os pa�ses �rabes recha�aram de plano dita
resolu��o do Conselho de Seguran�a e exigiram a
retirada incondicional dos territ�rios e se
negaram a entrar em negocia��es diretas com
Israel para alcan�ar novos acordos relativos �
seguran�a. A negativa �rabe firmou a base para
anos de �dio at� que estalou a guerra de Yom
Kippur, a partir da qual se deram os primeiros
passos para chegar a acordos parciais com S�ria
e Egito, at� se firmar finalmente o acordo de
paz com o Egito, o qual segue o modelo
estabelecido pela resolu��o 242 do Conselho de
Seguran�a.
Desde a guerra dos Seis Dias se assumiu em todos
os setores pol�ticos israelenses a id�ia de que
n�o haveria retirada parcial ou total dos
territ�rios sem antes negociar diretamente com
os �rabes para alcan�ar acordos de paz que
garantissem a seguran�a. Uma retirada sem nada
em troca suporia n�o s� que a guerra dos Seis
Dias n�o havia sido justa, quando havia sido uma
guerra defensiva, o que tamb�m estimularia novas
a��es violentas parecidas no futuro. E como, em
um acordo de paz, Israel teria que devolver
territ�rios, enquanto os �rabes t�o somente
deveriam firmar uma declara��o de inten��es;
pareceria que o princ�pio de se retirar em troca
de um acordo de paz n�o s� era de vital
import�ncia, como tamb�m justo do ponto de vista
�tico.
A maioria do bloco pacifista (eu entre eles)
aceitou esse princ�pio, com a exce��o de alguns
que n�o acreditavam que os �rabes (especialmente
os palestinos) fossem capazes de chegar a um
aut�ntico acordo com Israel e reconhecer seu
direito a existir, e por isso j� nos anos 70
apoiaram uma retirada unilateral e o final de
uma ocupa��o que podia envenenar Israel, social
e moralmente.
Por outro lado, o setor da direita, ou
nacionalista, como gosta de se definir, se
op�s a qualquer a��o unilateral a respeito. N�o
s� porque afinal de contas n�o acreditava na
vontade e capacidade dos �rabes de chegar a um
acordo de paz total, mas tamb�m porque tinha
interesse em manter a maioria dos territ�rios
supondo que a vantagem estrat�gica que essa
ocupa��o oferecia a Israel levaria a uma paz de
fato na zona, que seria melhor do que qualquer
acordo. Mas, dado que n�o se podia justificar
uma postura pol�tica em que se negasse por
completo a negociar, tamb�m a direita se prop�s
a dialogar, mas exigindo condi��es dur�ssimas,
como a cessa��o dos atos terroristas e
o reconhecimento �rabe da legitimidade da
exist�ncia do Estado de Israel, e tudo isso sob
a premissa de que, mesmo que a outra parte
cumprisse tais condi��es, o alcance das
concess�es israelenses seria bastante reduzido.
Entretanto, durante os �ltimos anos, esse
principio t�o sagrado foi perdendo for�a, n�o s�
entre os pacifistas, mas inclusive no bloco
nacionalista. A primeira retirada unilateral sem
acordo pr�vio se produziu no sul do L�bano no
ano 2000, uma retirada que trouxe relativa calma
� zona. E agora se come�a a falar de uma
separa��o unilateral dentro da pr�pria Israel.
Quer dizer, retirar-se dos territ�rios ocupados
no ano de 1967 sem se chegar antes a um acordo
com o outro lado e sem receber nada em troca -
nem sequer verbalmente� dos palestinos.
Por acaso assim se acaba com um dos princ�pios
morais fundamentais durante tantos anos na
pol�tica israelense? Ter�o raz�o aqueles -
sobretudo na direita, embora tamb�m alguns entre
a esquerda, como Yossi Beilin � que dizem que,
atuando unilateralmente, Israel est� na
realidade rendendo-se ao terrorismo palestino e
estimulando a que no futuro se volte a empregar
a viol�ncia contra o pa�s? \tem sentido a
previs�o de que mesmo que haja agora certa
calma, esta ser� tempor�ria e n�o conduzir� a
nenhuma solu��o a longo prazo?
Primeiro resumirei minha postura em rela��o a
estas quest�es e depois a tentarei justificar.
Se o Estado de Israel n�o tivesse erguido assentamentos nos
territ�rios ocupados mas simplesmente tivesse
mantido ali for�as militares, eu continuaria
sendo fiel a esse princ�pio de que falava acima,
ou seja, o de apenas se retirar em troca de um
firme acordo de paz e do compromisso dos
palestinos de viver em boa vizinhan�a com os
israelenses.
Mas o estabelecimento unilateral de assentamentos nos
territ�rios mudou por completo a concep��o da
situa��o em que se baseava a resolu��o 242 e,
portanto, est� justificado moralmente que agora
uma medida unilateral anule aquela outra medida
unilateral. Pois, na realidade, o que se est�
querendo dizer com os assentamentos? Se est�
querendo dizer aos �rabes que, mesmo que
reconhe�am o Estado de Israel e se comprometam a
viver em paz com os israelenses, h� parte dos
territ�rios que nunca mais lhes
ser�o devolvidos.
Estabelecer for�as militares no futuro Estado
palestino � leg�timo desde que seja para
garantir que realmente se est� levando a cabo o
desarmamento da regi�o e n�o se esteja criando
uma nova infra-estrutura terrorista. Uma base
militar estrangeira ocupa um lugar limitado, tem
algumas miss�es concretas e, uma vez alcan�ada a
paz na �rea, se desmantela. Isto foi o que
ocorreu com as bases militares que tanto os
Estados Unidos como a antiga Uni�o Sovi�tica
estabeleceram em diferentes pa�ses. Mas um
assentamento de civis � algo totalmente
distinto, porque, primeiro: n�o se pode
justificar como medida defensiva; segundo: n�o
evita o terrorismo, muito pelo contr�rio, o
provoca e com isso faz que se tenha que instalar
for�as militares para defender os colonos, e
terceiro: n�o � algo tempor�rio, isto �, os
civis n�o se instalam num lugar para abandon�-lo
quando se alcance a paz, pelo
que, definitivamente, se est� dando a entender
aos palestinos que, mesmo que cheguem a paz e a
concilia��o � regi�o, as continuar�o pagando com
parte de sua terra.
A cria��o dos assentamentos foi uma medida unilateral �
qual todo mundo, inclu�dos os melhores aliados
de Israel, se op�s, e que elimina o fundamento
moral em que se baseava o principio sagrado
durante tanto tempo de �territ�rios em troca de
paz�, o qual servia de base para a resolu��o 242
da ONU e que era aceito pelo bloco pacifista
israelense.
Portanto, moralmente falando, Israel deve levar
a cabo uma a��o unilateral parcial que implique
o desmantelamento de muitos assentamentos, e
tudo isso sem receber absolutamente nada em
troca por parte dos palestinos. Mas no momento
em que se complete a retirada e se estabele�a
uma nova fronteira, inclusive se n�o for
a definitiva nem a acordada com os palestinos,
Israel recuperar� a legitimidade moral para se
defender com firmeza de qualquer ato terrorista
ou hostil.
Todos aqueles � tanto na direita como na
esquerda israelense - que consideram que fazer
concess�es unilaterais nestes momentos significa
�premiar o terrorismo� devem saber que o que
�manchou moralmente� Israel n�o foi a ocupa��o
militar, mas sim a cria��o dos assentamentos de
colonos.
E tamb�m os palestinos que agora n�o estejam dispostos a
chegar a nenhum acordo por empenhar-se no
direito de retorno ou em outras concess�es,
devem saber que o desmantelamento dos
assentamentos em Gaza e a retirada do ex�rcito
dali criam para eles uma nova situa��o..E se
pretenderem continuar enfrentando Israel tamb�m
ap�s a retirada, a rea��o israelense ent�o se
reger� por regras totalmente distintas, muito
mais duras, pelo que ser� melhor que sejam
prudentes a respeito. N�o obstante, segundo as
primeiras e promissoras rea��es da rua
palestina, inclusive entre os extremistas,
parece que os palestinos s�o conscientes do novo
equil�brio moral que haver� agora entre eles e
os israelenses.
Assim � que, definitivamente, creio que ap�s
o desmantelamento dos assentamentos n�o nos
espera um aumento do terrorismo, mas
sim precisamente um per�odo de relativa calma,
tal como ocorre agora no L�bano.
(*)
AVRAHAM B. YEOSHUA,
consagrado escritor israelense, � apoiador do Movimento
PAZ AGORA
desde seus prim�rdios, e signat�rio da
Declara��o
Conjunta Israelense-Palestina
e do Acordo
de Genebra.
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Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
autores, �
fonte,
ao
PAZ
AGORA/BR
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em portugu�s). Os textos publicados visam subsidiar o di�logo e
N�O
representam necessariamente as posi��es do
Movimento PAZ
AGORA ou dos Amigos Brasileiros do PAZ
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Estas s�o expostas nas se��es "QUEM
SOMOS" e "POSI��ES"
do site
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S�
A ESQUERDA � CAPAZ
[
Akiva Eldar - 25/10/04 �
Haaretz
-
www.haaretz.com ]
- traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
-
Nunca saberemos se a Iniciativa de Genebra, e a
recusa de reservistas a servir nos territ�rios,
foram realmente a raz�o para o plano de desligamento
de Sharon, ou se aquele acordo virtual e as recusas
lhe deram desculpas para escapar do
road map
para o velho esquema de Bantust�es. Mas para os
deputados do Avod� e do Yahad, assim como para a
maior parte do Shinui, cujas ra�zes est�o no
campo da paz, as pessoas cujos votos ir�o aprovar
amanh� o plano de desligamento, n�o � importante de
onde Sharon vem. O que importa � para onde est� indo
o Likud. Uma revis�o dos �ltimos 11 anos mostra que
a corrente central da sociedade israelense,
incluindo a maior parte dos eleitores do Likud,
est�o descendo a trilha que Yitzhak Rabin
pavimentou.
Num artigo emocionado sobre "sionismo baseado na f�"
publicado recentemente no "Nekud�", Israel Harel,
morador do assentamento de Ofra, observou que o
Acordo de Oslo removeu 42% da Terra de Israel (�reas
A e B) do Estado de Israel: "� verdade que, de um
ponto de vista declarativo, n�s n�o concedemos nem
uma polegada", escreveu, "mas qualquer pessoa
inteligente sabe e entende que enquanto a lei
internacional na sua forma atual se aplicar no
mundo, esses territ�rios, que foram entregues aos
�rabes por um contrato assinado pelo governo de
Israel, n�o mais pertencem ao povo judeu. Mas n�s
n�o falamos mais disso... n�s reprimimos isso, n�s o
aceitamos".
Ele
est� certo. Mesmo que governos de direita argumentem
que os palestinos est�o violando o Acordo de Oslo
com sua viol�ncia, metade da Cisjord�nia ainda est�
sob controle civil da Autoridade Palestina. E mesmo
que o ex�rcito israelense entre e saia, � vontade,
da Faixa de Gaza, do ponto de vista legal a maior
parte deste territ�rio continua sob controle civil e
de seguran�a palestino. Os dois governos Sharon nem
se preocuparam em revogar a decis�o de Barak em
dezembro de 2000 de adotar a proposta Clinton, sob a
qual os palestinos receberiam de 94 a 96$ da
Cisjord�nia.
H�
dez anos nesta semana, quando Rabin assinou o acordo
de paz com a Jord�nia, o campo da paz, com apenas
uma penada, liquidou a vis�o do Betar de ter as duas
margens do Jord�o pertencendo a Israel, assim como a
id�ia de Sharon de que a Jord�nia � o pa�s dos
palestinos. Na �poca de sua primeira visita a Am�,
Sharon, ent�o ministro da infra-estrutura, foi
compelido a prometer ao Rei Hussein que essa
express�o n�o mais seria pronunciada por ele.
A
paz com a Jord�nia, um fruto raro do Acordo de Oslo,
� outra garantia de que nenhum governo israelense
s�o ir� algum dia adotar o plano in�quo de
transferir os palestinos para leste. Al�m disso, o
interesse de Israel em preservar rela��es com a
Jord�nia, assim como com o Egito, demanda que cada
governo considere o impacto de suas a��es nos
territ�rios sobre seus vizinhos do leste e do sul.
A
cerca de separa��o, outra concep��o de um governo
trabalhista que foi adotada por Sharon, traz de
volta a Linha Verde para a consci�ncia israelense e
internacional, e remove a vis�o de que "Yesha
[Cisjord�nia e Gaza] est� aqui", em Kfar Saba e
Mevasseret. "N�o � claro que existe um perigo real
de que tudo que n�o seja inclu�do na cerca n�o
ficar� no futuro sob soberania israelense" ?
pergunta Harel, comentando sobre o "absurdo" que
levou a direita a se enraivecer quando a Suprema
Corte de Justi�a se pronunciou contra a cerca.
O
fato de as decis�es da Suprema Corte estarem
consistentemente empurrando a cerca para o Oeste,
para a Linha Verde, tamb�m se deve a organiza��es
pacifistas e ativistas individuais que expuseram o
golpe de explorar a amea�a do terrorismo para
efetivar uma apropria��o de terras.
O
precedente de uma retirada "sob fogo", sem aguardar
um acordo com o inimigo, foi colocado h� quatro anos
pelo governo Barak. A tranq�ilidade que a sa�da do
L�bano trouxe para a fronteira setentrional deve ser
creditada em boa medida ao apoio a esse passo
recebido da ONU, E.U. e Europa, assim como � press�o
da comunidade internacional para a S�ria controlar o
Hezbolah.
Se
o plano para uma retirada de Gaza e norte da
Cisjord�nia for de fato executado, o ser� gra�as aos
votos dos deputados Yuli Tamir, Amram Mitzna, Haim
Oron e Eti Livni, todos membros do grupo da
Iniciativa de Genebra. Os campos da paz israelense e
palestino, a administra��o americana e o Quarteto
devem assegurar que Sharon continue a puxar o vag�o
para a esquerda, na dire��o de dois Estados vi�veis,
em vez de correr para a direita em dire��o a um
Bantust�o e � perpetua��o do sangrento conflito.
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� PALESTINOS E ISRAELENSES EST�O DISPOSTOS A CRIAR
DOIS ESTADOS.
OCORRE QUE SHARON E ARAFAT S�O UNS COVARDES
... �
Excertos de entrevista de AMOS OZ -
[ Elena Pita
- El Mundo/Iton Gadol -
03/10/04 - traduzida pelo PAZ
AGORA/BR
]
Israel tem que abandonar os territ�rios
ocupados, e os �rabes t�m que reconhecer a
exist�ncia de Israel e conviver em paz. Creio em
uma solu��o de dois Estados, Israel e a vizinha
Palestina. � algo muito simples que estou
convencido de que acontecer�; n�o sei quando, �
s� quest�o de tempo, porque nem os palestinos
nem os judeus temos outro pa�s para onde ir.
Temos que dividir a casa em dois apartamentos e
aprender a viver como vizinhos civilizados.
|
SIONISMO
Parece-me que seu livro tamb�m se prop�e a desmontar
o estere�tipo do sionismo como movimento invasor.
Diz que o povo judeu n�o foi � Palestina com �nimo
de invadir, mas porque n�o tinha outro lugar para
onde ir. Mas, por que Palestina?
AO
- Porque � o �nico pa�s onde historicamente os
judeus como povo, como na��o, nos sentimos em casa.
Esta pergunta est� errada e te explico porque.
Durante os anos 20, os judeus europeus buscavam
um pa�s onde pudessem ir; meu av� solicitou quatro
nacionalidades diferentes antes de vir aqui, mas o
recusavam: judeus demais. Europa no primeiro ter�o
do s�culo era como o Titanic: meus pais foram
aqueles passageiros jogados do conv�s ao oceano
antes do naufr�gio, enquanto que o resto dan�ava
dentro do navio. E a trag�dia � que eles foram
precisamente os arquitetos da Europa tit�nica
contribu�ram para sua cultura porque a amavam, eram
os �nicos europeus junto aos patriotas espanh�is,
b�lgaros, noruegueses. Gente cosmopolita, o que
ent�o era um mero pejorativo, como intelectual ou
parasita, palavras que encontramos nos vocabul�rios
nazista e comunista.
Ent�o, � melhor esquecer?
AO
-N�o se pode esquecer, � necess�rio falar disso
para curar a ferida. Eu ainda tenho a ferida dentro
de mim. Quando meus pais eram jovens, os muros de
qualquer cidade europ�ia tinham pixa��es que diziam:
�Judeus, v�o para a Palestina�. Hoje, esses mesmos
muros gritam: �Judeus, saiam da Palestina�.
Ainda se sentem inc�modos no mundo?
AO
-Sempre nos sentimos como uma na��o
h�spede, mas em Israel n�o. Aqui estamos em nosso
pa�s.
Ainda temem um novo Holocausto?
AO
-De certo modo sim, o temor de uma
cat�strofe persiste porque somos o �nico pa�s do
mundo com inimigos dispostos a elimin�-lo. Tal � a
pol�tica oficial do Ir�, por exemplo. Ningu�m se
prop�s a eliminar os espanh�is pela pol�tica de
Franco. Entende a diferen�a? Nisto reside nossa
inseguran�a.
KIBUTZ
Os
kibutzim ainda t�m sentido?
AO
-Para mim, sim. O kibutz � um experimento
muito interessante sobre o socialismo volunt�rio,
que nada tem a ver com a pol�tica e os governos
socialistas, e que prevalecer� sobre o materialismo
e a apar�ncia que hoje constituem a vis�o da
maioria.
DOIS ESTADOS
J� foi dito que �Conquistar a terra alheia, onde
outro povo vive, � sangrento e terr�vel�. N�o � isso
que Israel pratica nos territ�rios ocupados?
AO
-Israel tem que abandonar os territ�rios
ocupados, e os �rabes t�m que reconhecer a
exist�ncia de Israel e conviver em paz. Creio em uma
solu��o de dois Estados, Israel e a vizinha
Palestina. � algo muito simples que estou convencido
de que acontecer�, n�o sei quando, � s� quest�o de
tempo, porque nem os palestinos nem os judeus temos
outro pa�s para onde ir. Temos que dividir a casa em
dois apartamentos e aprender a viver como vizinhos
civilizados.
.
Na sua opini�o, palestinos e israelenses est�o
preparados para isso. Quem, ent�o, tem tanto
interesse em manter a luta?
AO
-Temos uns l�deres muito pobres. Costumo
dizer que o paciente, ou seja, palestinos e
israelenses, est� disposto para a opera��o, a criar
dois Estados; n�o lhes alegra a solu��o, mas a
aceitam. O que ocorre � que os m�dicos, Sharon e
Arafat, s�o uns covardes.
Qual � seu partido?
AO
- Sou membro do
PAZ
AGORA,
uma coaliz�o de socialistas, liberais e inclusive
alguns ortodoxos; um amplo espectro que vai da
esquerda ao centro, e que atualmente est� respaldado
pela maioria dos israelenses e tamb�m por muitos
palestinos que est�o a favor da conviv�ncia dos dois
Estados.
FANATISMO
Em
certa ocasi�o o senhor comparou a ultradireita judia
com as fac��es do Hizbol� e Hamas, e foi duramente
atacado por seus compatriotas. Sente-se seguro em
seu pa�s?
AO
-Comparei os fan�ticos judeus e
isl�micos. Todos os fan�ticos s�o similares. Israel
� o meu lugar, ainda que n�o seja um jardim de
rosas. Meu compromisso � lutar pela opini�o p�blica,
tratar de mudar a mentalidade e o cora��o de muitos
israelenses, porque este � meu pa�s. Ainda que
meu partido n�o esteja no governo, este n�o � o fim
do mundo.
A
literatura � um ant�doto contra o fanatismo. Por
isso escreve?
AO
- Escrevo porque tenho que faz�-lo, sinto
assim, do mesmo jeito que preciso respirar. Escrever
te obriga a imaginar os sentimentos dos outros e
isto, sim, � um bom ant�doto contra o fanatismo.
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"BUSH E EUROPA S�O OS DOIS LADOS DA MESMA MOEDA"
[Entrevista
de AM�S OZ por
Tulio Demicheli - La Naci�n - Madri, 19/09/04]
-
traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
-
"� uma pena que Israel continue sendo um pa�s
desconhecido entre voc�s - afirma Amos Oz - porque a
cultura judaica tem muitos genes espanh�is e a
cultura espanhola conta com muitos genes judeus. Me
parece tr�gico que o conhecimento se
estabele�a atrav�s das manchetes dos peri�dicos sem
que haja contato cultural nem di�logo entre nossas
sociedades civis. Meu livro n�o � um estudo sobre o
Estado de Israel, tampouco um tratado de sociologia,
mas uma saga familiar que percorre muitas gera��es e
que conta a experi�ncia de um menino que chega a ser
escritor. Espero que os leitores encontrem algumas
chaves universais para compreender melhor quem somos
os judeus, por que estamos em Israel e o que nos
levou at� l�."
Amos Oz acaba de apresentar seu �ltimo livro e � uma
das vozes mais escutadas no Ocidente quando se trata
de analisar o drama do M�dio Oriente.
�
Antes da persegui��o nazista e do Holocausto, havia judeus
na Palestina? Que direito t�m sobre a terra?
AO :
Em Jerusal�m existia uma maioria judaica j� faz 200
anos. Muita gente desconhece que a metade dos judeus
de Israel foi expulsa dos pa�ses de religi�o
isl�mica e que a outra metade, como minha fam�lia,
foi expulsa da Europa. Quando meu pai era jovem,
havia pixa��es nas ruas europ�ias que diziam:
"Judeus, saiam para a Palestina!", e agora, quase 60
anos depois, nas mesmas paredes se l�em outras (as
mesmas) pixa��es que dizem "Judeus, saiam para a
Palestina!". Se n�o tivesse sido uma trag�dia, diria
ser engra�ado.
�
Outro aspecto desconhecido da sociedade israelense � sua
grande diversidade. H� um juda�smo reformado e outro
sem reformar. O reformado tem ultra-ortodoxos e o
outro tamb�m; inclusive alguns nem sequer reconhecem
o Estado porque n�o � messi�nico. Tamb�m h� liberais
e n�o praticantes...
AO :
Na cultura judaica h� algo muito �bvio: dois
judeus nunca est�o de acordo. Nem mesmo um
judeu consegue estar de acordo consigo mesmo, porque
temos a mente dividida e vivemos uma ambival�ncia
extrema. Jamais tivemos um papa como o dos crist�os
porque, se algu�m se proclamasse sumo pont�fice, o
resto lhe diria: "Tu n�o me conheces e eu n�o te
conhe�o, mas meu av� e o seu faziam neg�cios h�
muitos anos. Portanto, cala e me escuta, porque vou
te contar o que Deus quer de n�s". � uma civiliza��o
argumentativa. Eu diria inclusive que um semin�rio
de rua, Eu quis plasmar em "Uma
hist�ria de amor e escurid�o" esta
grande diversidade e vivacidade da cultura judaica.
�
Cr� que os intelectuais europeus continuam difundindo os
velhos t�picos da Guerra Fria, a propaganda
anti-norteamericana, e n�o querem escutar as vozes
que se levantam em Israel em favor da paz?
AO :
Eu diria aos intelectuais europeus que deixassem de
ver o mundo em preto ou branco, porque se
continuarem nos vendo assim, n�o haver� nenhuma
diferen�a entre eles e George Bush, exceto serem o
outro lado da mesma moeda. N�o h� anjos nem
dem�nios. Estamos em Israel porque n�o h� nenhum
pa�s no mundo ao qual os judeus, como na��o, possam
chamar de P�tria. E os palestinos est�o na Palestina
pela mesma raz�o e n�o tem pa�s, o que tamb�m me
parece una trag�dia. Isto n�o � um filme do Oeste
com bons e maus. O fato de n�o escutar os
partid�rios da paz de Israel e tamb�m da Palestina -
porque ali tamb�m existe um importante movimento em
favor da paz, responde a que os europeus muitas
vezes preferem as manchetes mais sensacionalistas. O
derramamento de sangue, os tanques na rua, carros
bombas que explodem, d�o fotos mais interessantes
que um congresso pela paz.
Por isso, quase ningu�m se d� conta dos esfor�os que
judeus e palestinos fazemos em Israel pela paz. Mas,
hoje as pesquisas demonstram todas as semanas que a
maioria dos israelenses e dos palestinos apoiamos
uma solu��o intermedi�ria. Esta maioria existe. Mas,
bem agora, tanto os palestinos como os israelenses
temos dirigentes que s�o um desastre. Mas as pessoas
est�o dispostas, mesmo assim, a chegar a uma
solu��o.
�
Qual ser�a?
AO :
Dividir esta pequena casinha na qual nos cabe viver
em dois apartamentos, um palestino e outro
israelense, para coexistir como vizinhos
civilizados.
�
O senhor viveu ainda crian�a, conta em seu livro, a
funda��o de Israel. O mandato da ONU era criar um
Estado judeu e outro palestino, mas foram os �rabes,
e n�o os judeus, os que declararam a guerra, algo
que na Europa ou n�o se sabe ou se esquece.
AO :
Cinco pa�ses �rabes invadiram o Estado de Israel
apenas dez minutos depois de ter sido proclamado. S�
dez minutos depois da meia-noite do 15 de maio de
1948. Mas n�o vale a pena discutir quem �
o agressor. O que sim importa � que os intelectuais
israelenses e os palestinos nos ponhamos agora mesmo
o avental branco do m�dico. O importante �, primeiro
estancar a hemorragia, e logo depois curar as
feridas.
Meu livro tem uma importante veia
meta-pol�tica porque trata desta trag�dia familiar
mas n�o p�e a culpa em ningu�m. Eu perten�o a uma
tradi��o diferente da dos intelectuais europeus de
que voc� fala. Eles se erigem num alto tribunal que
busca os supostos culpados, os julga e dita a
senten�a. Ao deitarem, est�o satisfeitos por apoiar
os anjos em sua luta contra o dem�nio. Eu s� busco
solu��es para a crise com um esp�rito de compaix�o e
com certa compreens�o de ambas posi��es, tentando
alcan�ar um compromisso fact�vel. N�o uma solu��o
paradis�aca que fa�a todo mundo feliz, porque n�o
existe. Um compromisso, porque ou h� compromisso
ou derramamento de sangue. E eu conhe�o
compromissos: estou a 45 anos casado com a mesma
mulher, portanto sei do que estou falando. Os
fan�ticos, tanto da direita como da esquerda, me
parecem pontos de exclama��o ambulantes. Os que nos
situamos no campo da paz levamos sempre a pior
parte, porque explodir uma esta��o de trens em Madri
� mais not�cia na TV do que realizar um grande e
trabalhoso congresso pela paz.
�
N�o � uma dificuldade adicional que a sociedade palestina
n�o seja democr�tica, como � a israelense por mais
defeitos que tenha?
AO :
Se fosse f�cil, ter�amos celebrado nossa lua de mel
faz tempo. A sociedade palestina n�o tem uma
tradi��o democr�tica, mas tem sim um n�cleo de
sociedade civil e tem um movimento cada vez mais
forte em favor da paz. O movimento israelense pela
paz tenta colaborar com seu equivalente palestino,
porque se ficarmos de bra�os cruzados esperando que
o mundo �rabe se fa�a democr�tico ou que Bush
imponha a democracia com pistolas na psique �rabe
teremos que esperar demasiado tempo. Primeiro temos
que chegar a um
modus vivendi com a Palestina e logo
mais a sociedade palestina se desenvolver� mais
rapidamente para uma democracia. Como nas urg�ncias
hospitalares, primeiro se estanca a hemorragia para
depois se curarem as feridas. � uma quest�o de
prioridades.
�
Muitos protagonistas da Guerra dos Seis Dias militam nas
linhas da paz, inclusive altos oficiais do ex�rcito
israelense. � verdade?
AO :
Nunca lutei na guerra por prazer, mas se algu�m
tentasse matar a mim ou a minha fam�lia, voltaria a
lutar. A maioria dos fundadores do movimento pela
paz foram soldados, inclusive generais. E o mesmo
ocorre entre os palestinos. Muitos foram antes
guerrilheiros. N�o h� solu��es paradis�acas, todos
procuramos uma sa�da pragm�tica.
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O PT E O ORIENTE M�DIO
Resumo
da palestra de Ana Maria Stuart (*)
[ 30/03/04 - F�rum de Direitos Humanos - B�nai
B�rith - S.Paulo ]
-
compilado por Lia
Bergmann e Mois�s Storch -
A coordenadora da Assessoria de Rela��es
Internacionais do Partido dos Trabalhadores,
Ana
Maria Stuart destacou o compromisso que o PT mant�m,
em termos internacionais, desde os anos '80 com a
solidariedade, a defesa dos Direitos Humanos, e a
busca da paz e justi�a social em todo o mundo. Ao
final daquela d�cada, o Partido adquire maior
visibilidade internacional, aprofundando seus
la�os com partidos pol�ticos de outros pa�ses,
incluindo o Mapam/Meretz em Israel, e movimentos
como o PAZ AGORA.
Nos anos '90 partido come�ou a ter uma presen�a mais ativa,
com contatos com governos, partidos e ONGS de v�rios
cantos do mundo. Em julho de 1993, o ent�o
presidente do PT e seu assessor Marco Aur�lio Garcia
estiveram em Israel, tendo sido recebido pelo ent�o
Primeiro-Ministro Itzhak Rabin e seu Ministro de
Rela��es Exteriores Shimon Peres, al�m de diversos
parlamentares e lideran�as da sociedade.
Desde sempre, o PT sempre condenou a��es terroristas e a
viol�ncia fundamentalista, tendo pronunciado j� em
1994 o rep�dio ao atentado contra a sede da AMIA em
Buenos Aires.
Na defesa de uma paz justa entre israelenses e palestinos,
Lula apoiou o processo de paz de Oslo. Quando da
assinatura dos Acordos de Oslo, o PT, presidido por
Lula se manifestou dizendo: �esperamos que antes do
pr�ximo mil�nio possamos ter dois estados vizinhos�.
Contatos com representantes israelenses, palestinos
e dos pa�ses �rabes estabeleceram as bases da
pol�tica que o PT mant�m at� hoje: a defesa do
caminho das negocia��es de paz.
'Eleito presidente, Lula est� honrando o seu compromisso com
a paz, inclusive condenando a��es do terrorismo
isl�mico ou dos fundamentalismos de todo o tipo`,
destacou. Indagada sobre o porque do PT se manifesta
quando h� ataques aos civis palestinos, mas n�o aos
israelenses, disse: �Nem sempre a imprensa d� o
mesmo destaque �s manifesta��es de rep�dio
divulgadas pelo PT em rela��o aos ataques de um lado
e de outro. O partido parte da id�ia de que nada
justifica a perda da vida de civis�.
Afirmou ainda que `o PT acompanha com muita simpatia
os esfor�os de civis israelenses e palestinos � como
o do
Acordo de Genebra
� o qual considera realista. `Os grupos
extremistas palestinos e os radicais israelenses n�o
concordam com essa proposta, mas, considero que o
Brasil deveria divulgar e apoiar tal iniciativa`.
Foi levantada tamb�m a quest�o de porque o PT n�o se
manifesta sobre as crian�as bomba e aquelas que como
mostrado em recente reportagem no Fant�stico, dizem:
`n�s estamos treinados para matar judeus e destruir
o Estado de Israel. Ana Maria respondeu que a
posi��o das m�es destas crian�as que est�o se
organizando para n�o compactuar com o uso de seus
filhos para o terror � corajosa. `N�s, cidad�os do
mundo, temos que nos unir a estas m�es, assim como
repudiar o uso de mulheres e homens bomba`.
Foram muitas as perguntas sobre o porqu� do Brasil
n�o denunciar � ONU a limpeza �tnica que vem sendo
efetuada pelos mu�ulmanos em rela��o aos negros do
Sud�o, ou n�o ter denunciado onde foi parar todo o
dinheiro que a Europa e at� o Brasil enviaram para a
Autoridade Palestina e o caos que reina hoje na
regi�o que levou a popula��o palestina ao completo
desespero pela falta de alimentos e pelo dom�nio de
gangues de marginais, ou ainda porque a AP n�o
aceitou o acordo proposto pelo ex-presidente de
Israel, Ehud Barak, que inclusive dividiria a cidade
Santa de Jerusal�m entre os dois Estados. E ainda
que a democracia e a liberdade de express�o s�o
fundamentais ao Estado de Israel, enquanto a AP
neste tempo todo teve apenas uma elei��o e os outros
paises do Oriente M�dio n�o realizam elei��es
livres.
H� uma conjun��o de fatores, e entre eles certamente
a falta de democracia que favorece o conflito e que
alimenta setores da popula��o que se aproveitam do
conflito para manter seus privil�gios, considerou
ela, analisando que a constru��o da democracia no
mundo � ainda uma quest�o em aberto. Mas deixou
claro que � imposs�vel transformar um pa�s e
construir uma democracia de fora para dentro. Estas
sociedades t�m que come�ar a defender os valores
democr�ticos e devemos apoiar esses movimentos,
temos que denunciar as viola��es aos Direitos
Humanos. � preciso construir uma massa cr�tica,
aumentando a for�a da opini�o p�blica internacional
para que haja resson�ncias internas e se fa�a chegar
a todos os rinc�es o cen�rio de liberdade e de
respeito aos Direitos Humanos. Eu tenho este
compromisso pessoal e o PT tamb�m.
Sobre os organismos internacionais que, segundo o
governo e o PT, devem ser reorganizados para
incorporar pa�ses como o Brasil, a �frica do Sul, a
�ndia, que cresceram muito, mas, n�o t�m
representa��o suficiente para fazer valer a sua
opini�o, destacou a posi��o brasileira que considera
importante, por exemplo, terminar com o veto de
alguns pa�ses como existe hoje na ONU.
E concluiu: �Acredito que, encontrando solu��es
negociadas, poderemos evitar a prolifera��o desses
grupos terroristas e, o que � muito importante,
tomar medidas para o controle desses pa�ses que
financiam atividades terroristas. E hoje j� �
poss�vel controlar esses capitais. Na luta contra o
terrorismo, a comunidade internacional tem que tomar
medidas que realmente coloquem a sociedade
internacional unida e alinhada contra esta amea�a
que se expressa em todos os cantos.
Para Ana Maria Stuart �� da maior import�ncia, na
medida em que a gente possa dialogar, expor opini�es
com liberdade, num esp�rito de fraternidade e de
companheirismo � eu senti isso � acho que reproduzir
situa��es como esta, sem d�vida marca o caminho que
devemos trilhar, ou seja a busca do di�logo, da
compreens�o, do entendimento do diferente, da troca
de opini�es. Nessa experi�ncia � que se encontra o
caminho para uma sociedade nova, e para um mundo
novo. Ana Maria disse que aprendeu muito e que
levar� as quest�es abordadas no encontro a outros
companheiros, inclusive aos que devem acompanhar o
presidente Lula em uma pr�xima visita a Israel.
(*) Ana
Maria Stuart -
coordenadora da
Assessoria de Rela��es Internacionais do Partido dos
Trabalhadores. Licenciada em Ci�ncias Pol�ticas e
Diplom�ticas, pela Universidade Nacional de Ros�rio,
Argentina, mestre em Ci�ncia Pol�tica e doutora em
Sociologia, pela USP, com concentra��o na �rea de
Rela��es Internacionais. Membro titular do CACINT -
Grupo de An�lise da Conjuntura Internacional e
pesquisadora do CEDEC � USP e do Centro de Estudos
da Cultura Contempor�nea.
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ESPERAN�A E GL�RIA � GENEBRA
[ Avraham Burg (*)
-
Dar Al-Hayat (**)
http://english.daralhayat.com - 29/02/04
]
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traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
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na foto e ou�a AVRAHAM BURG
Muitas tentativas de atingir a paz em nossa regi�o
fracassaram. A paz com os eg�pcios nunca se tornou
completa, mas gera alguns frutos � n�o h� guerra e a
fronteira deixou de ser palco de sangue. Com a
Jord�nia tamb�m, a linha internacional � respeitada
com firmeza e os acordos de cessar-fogo ao longo da
fronteira com a S�ria existem h� mais de 25 anos.
Somente com os palestinos, os nossos vizinhos mais
pr�ximos em termos geogr�ficos e pol�ticos, n�o
temos tido �xito.
As raz�es para tal fato s�o muitas e variadas e
embora os respons�veis por este fracasso sejam
conhecidos, estes, de ambos os lados, escaparam da
desaprova��o p�blica por muito tempo. Neste artigo,
eu gostaria de apresentar, resumidamente, o
principal motivo para o colapso da iniciativa de paz
de Oslo e as condi��es necess�rias para o resgate e
sucesso da pr�xima tentativa � a de Genebra.
Um lembrete: ap�s 20 anos (1967-1987) de um per�odo
de associa��o entre dominados e conquistadores,
entre palestinos e israelenses, os palestinos nos
informaram que enxergaram a luz na "iluminada"
ocupa��o e que n�o estavam mais interessados nesse
tipo de conex�o. Eles deram um nome a esse an�ncio,
nome que era at� ent�o desconhecido no vocabul�rio
do Oriente M�dio: "Intifada". A primeira Intifada
surpreendeu Israel e o mundo todo.
Na verdade, sua exist�ncia exp�s a intensidade da
viol�ncia e do desespero, que foram postos em
movimento. Desta mesma Intifada, nasceu o Acordo de
Oslo. Secretamente, seus idealizadores conjuraram a
Declara��o de Princ�pios, surpreendendo a n�s e ao
mundo. Oslo se tornou um fato pol�tico efetivo.
Imediatamente, sem dar aten��o aos detalhes e
repercuss�es, as duas sociedades, israelense e
palestina, adotaram a op��o da esperan�a. 80% dos
israelenses e o mesmo n�mero de palestinos disse
"sim" ao acordo na �poca, um "sim" com muito valor,
que pavimentou o caminho e assinalou a dire��o para
uma separa��o acordada e digna entre os dois povos
ligados.
Mas como sempre acontece aqui, ningu�m se prepara
para o dia seguinte. Investimos sangue e almas,
v�timas e dinheiro, para discutir sobre o passado,
mas n�o estamos preparados a dispor da m�nima
aten��o ao que possa trazer o dia seguinte. Estamos
atados �s marcas da morte de todas as gera��es
passadas, mas n�o estamos preparados para criar
marcas de confian�a para o bem das futuras gera��es.
Deste modo, negligenciamos a preocupa��o com o dia
seguinte ap�s Oslo. Nos regozijamos com o
surpreendente momento do acordo, mas falhamos em
criar acordos para um futuro promissor.
Ambos, Israel e Palestina, negligenciamos o que era
mais sens�vel e doloroso ao outro lado.
Israel n�o compreendeu como os assentamentos eram
sentidos pelos palestinos como um arame farpado que
feria letalmente o corpo e o esp�rito do
renascimento palestino. Todos os palestinos que
concordaram com a paz de Oslo disseram a si mesmos:
" Eu aceito que a paz � um compromisso". Um
compromisso incompleto e imperfeito, mas um
compromisso honrado � melhor que uma paix�o nunca
concretizada. N�s estamos fazendo a paz e esperamos
que, no outro lado, a mensagem seja recebida e que
os assentamentos � s�mbolo mais doloroso e
evidente da ocupa��o discriminat�ria � sejam
interrompidos e removidos da paisagem do futuro
palestino. Israel n�o estava ouvindo. De Oslo at� os
dias atuais, os assentamentos se multiplicaram em
n�mero, pre�o e dor, sob Rabin, Peres, Netanyahu,
Barak, e, � claro, sob Sharon.
Por outro lado, os palestinos n�o compreenderam o
que a incita��o � viol�ncia nos causa. Todos os dias
ouv�amos as vozes emanadas das mesquitas e escolas e
trem�amos. Se � assim o som da nova consci�ncia
palestina, significa que eles n�o est�o criando uma
nova gera��o para ap�s os postos de controle e
o conflito. N�o est�o investindo para purificar e
limpar a alma do �dio e da psicologia da
vingan�a. Outra gera��o est� saindo �s ruas, cheia
do sentimento de vingan�a, �dio e hostilidade. A
vida n�o era assim: a Oslo pol�tica das manchetes
dos jornais e os assentamentos versus o incitamento
nas cidades. As almas dos dois povos n�o
internalizaram a chance que lhes foi dada. A colis�o
foi s� uma quest�o de tempo e o colapso j� se
desenhava.
E quando o conflito veio, tal qual um acidente
terr�vel de trem, duas pessoas estavam ausentes para
impedi-lo. Yitzhak Rabin, sacrificado no altar de
Oslo e Yasser Arafat, que desistiu no momento
decisivo � preferindo continuar a disputa com Israel
no di�logo de sangue e terror e abandonando a mesa
de negocia��es pol�ticas.
Desde ent�o, por 3 longos e amaldi�oados anos uma
influ�ncia maligna se instalou no Oriente M�dio.
"N�o h� ningu�m para conversar e nenhum assunto a
ser discutido". Na aus�ncia de um parceiro e de um
acordo, espadas foram levantadas e a morte recebeu
uma licen�a oficial para se disseminar pelas ruas.
Ap�s 3 anos de sangue e incont�veis l�grimas de
luto, as duas partes se deram conta de que o impasse
n�o pode ser solucionado atrav�s da viol�ncia.
Indiv�duos podem querer se vingar, continuar
sedentos por sangue, mas n�o povos. E l�deres
simplesmente n�o podem destruir seus povos com
pol�ticas c�clicas de vingan�a, retalia��o e
vingan�a. As lideran�as dos povos os tra�ram. Eles
n�o nos deram seguran�a e nem nos aproximaram da
paz.
De repente, o momento � chegado de as duas na��es,
as duas sociedades civis sobre o qual foi constru�do
o sistema pol�tico, sentirem a "fadiga do
desespero". Elas se cansaram de
estarem desesperadas, quando � �bvio para elas qual
� a solu��o e que frutos ela pode trazer.
Felizmente, neste momento, Genebra est� esperando
por n�s. Duas pessoas, meu amigo, colega e parceiro
Yossi Beilin e Yasser Abed Rabbo, n�o desistiram �
nem quando Barak errou e nem quando Arafat errou.
Eles disseram a si mesmos: se n�s, t�o pr�ximos da
vis�o da paz, n�o formos capazes de construir uma
ponte, ningu�m ser� capaz de faz�-lo.
Paulatinamente, atrav�s de um �rduo trabalho, com
paci�ncia, o campo de paz foi reerguido. Ap�s 3
anos, obtivemos �xito no acordo.
Pela primeira vez, colocamos perante as duas
comunidades uma imagem do final. Atrav�s dos anos e
durante todos os acordos, a imagem do final do
processo era somente algo vago e com pouco conte�do:
"pre�os dolorosos", "compromisso hist�rico" e
"decis�es angustiantes". Estas palavras vazias
permitiram que as lideran�as se furtassem a suas
responsabilidades hist�ricas com seus povos. Os
Acordos de Genebra
s�o um retrato real. � assim que o nosso
relacionamento ser� no dia em que os governos
ascenderem ao n�vel de responsabilidade dos
idealizadores dos
Acordos de Genebra..
As proposi��es de Genebra s�o simples e diretas. N�o
desejo uma vit�ria para um lado ao pre�o de insulto
e humilha��o do meu ex-inimigo e futuro parceiro.
Quero um acordo com dignidade para tudo que �
necess�rio e precioso para o outro. E espero ser
tratado da mesma forma. Genebra � um acordo de
respeito m�tuo, e n�o de afrontas rec�procas. �
imposs�vel escapar da verdade neste acordo. Cada uma
das partes possui id�ias maravilhosas, sonhos de um
grande lar, direitos hist�ricos, e dimens�es
religiosas antigas. Mas um acordo pol�tico n�o � um
espa�o para a concretiza��o de sonhos. Muito pelo
contr�rio, um acordo � uma oportunidade para os
sonhadores se encontrarem para determinar a si
pr�prios, pelo pacto, os limites das possibilidades
de seus sonhos.
Como judeu, nunca desistirei do meu sonho
de aguardar pelo retorno de Deus ao seu santu�rio no
3� Templo. Por�m, at� que Ele retorne, n�o preciso
exercer a minha soberania neste local. Eu rezo para
um local que j� foi persa, �rabe, romano, mameluco,
cruzado, turco, brit�nico e jordaniano. N�o ser�
dif�cil para mim me referir e apelar ao meu "Deus de
todas as na��es", mesmo sob a soberania palestina no
santu�rio � meu sonho espiritual e a soberania
pol�tica do outro, cuja f� eu respeito e que tamb�m
respeita a minha f�.
De minha parte, sei como � doloroso o sofrimento do
cora��o palestino ao almejar voltar a suas cidades e
vilas de onde foram exilados no decorrer da guerra e
da Hist�ria. O sonho de retorno sempre foi o eixo
que alimenta as esperan�as de ressurrei��o dos
palestinos. A chance chegou, est� aqui, e voc�s n�o
podem perd�-la. Genebra � a oportunidade de
independ�ncia.
Chegou o momento de separar o sonho e construir as
possibilidades. Espero que cada colega palestino
saiba que as ora��es s�o uma coisa e a implementa��o
� outra. Ningu�m pode tirar os anseios de um
indiv�duo de obter o direito de retorno. Este � um
direito que est�o em seu cora��o. Mas a realiza��o
efetiva n�o acontecer�, do mesmo modo que o meu
templo continuar� no reino dos sonhos at� que outra
Hist�ria chegue. Genebra afirma �s duas partes: s�
algu�m que sabe abandonar seus sonhos no campo dos
sonhos ser� capaz de criar uma vis�o melhor e um
futuro mais promissor aos seus filhos. E algu�m que
insistir em viver fora dos sonhos acabar� vivendo um
pesadelo infinito.
Mesmo a mais orgulhosa m�e de um m�rtir � uma m�e de
carne e osso, e eu quero lhe oferecer a vida de seus
filhos neste mundo, o sorriso e alegria de netos nos
pr�ximos anos, em vez de sofrimento e funerais, luto
e m�goa sem fim por uma crian�a que se suicidou e
assassinou tantos homens, mulheres e crian�as
inocentes no altar da estupidez e vingan�a.
Genebra substituiu a esperan�a na equa��o do
desespero do Oriente M�dio. De repente, todos
acordaram. H� 40% de apoio em Israel e na Palestina.
Uma oposi��o obstinada de extremistas dos dois
campos persiste, pois eles sabem que a esperan�a de
Genebra � uma alternativa ao extremismo religioso,
que tira vidas em nome da vida na eternidade.
Portanto, a comunidade internacional acordou e
nos est� abra�ando �na vis�o de que Genebra seja a
esperan�a da regi�o e do mundo inteiro por uma
estabilidade pol�tica e pelo futuro de um processo
de paz m�tua e respeito.
Os pr�ximos passos s�o absolutamente claros para
mim. Genebra deve se tornar parte integral da
f�rmula internacional � como [as Resolu��es da ONU]
242 e 338. Genebra deve ser uma declara��o pol�tica
que a massa de cidad�os de ambos os lados exige de
suas lideran�as. N�o uma cortina de ilus�es, n�o o
terrorismo de assassinos e tresloucados sem cora��o,
n�o uma separa��o unilateral e n�o palavras vazias
de uma velha lideran�a que n�o tem mais futuro aqui.
Genebra � contra toda essa terr�vel desesperan�a.
Genebra � pela grande esperan�a. N�s iremos
novamente dizer "sim" ao acordo e, desta vez,
faremos tudo que pudermos para ter sucesso.
(*) Avraham
Burg foi presidente do Parlamento de Israel (Knesset) de
1999 a 2003 e antigo vice-presidente da Ag�ncia
Judaica. Atualmente � deputado pelo Partido
Trabalhista. Foi um dos negociadores israelenses do
Acordo de Genebra, assim como da Declara��o Conjunta
Israelense-Palestina em 2001.
(**) O
Dar al Hayat � um jornal �rabe de grande circula��o
publicado em Londres. Este artigo � parte de uma
s�rie sobre a Iniciativa de Genebra que vem sendo
publicada em parceria com o servi�o de not�cias
Common Ground (CGNews).
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CARTA AOS MEUS AMIGOS PALESTINOS
[Avraham
Burg
(*) - 17/09/2003
- jornal
"Al-Quds" ]
-
traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
-
Meu
curr�culo n�o � nenhum segredo. Minha m�e nasceu em
Hebron em 1921, uma judia de s�tima gera��o em
Hebron. Eu sou a 8� gera��o. A profunda liga��o de
minha fam�lia com a Cidade dos Patriarcas foi
cruelmente decepada no ver�o de 1929, quando uma
turba gritando "Matem os judeus" assassinou metade
de minha fam�lia. A outra metade, meu av�, tios,
tias e minha m�e, foram salvos pelo propriet�rio
�rabe de suas terras. Desde ent�o, minha fam�lia se
dividiu pelo meio: uma metade jamais confiar�
novamente num palestino. A outra metade jamais
deixar� de buscar vizinhos que desejam a paz.
Eu
tenho o direito de retornar � cidade na qual minha
m�e nasceu e da qual n�s fomos expulsos. Eu nunca
irei renunciar a esse direito, mas n�o tenho nenhuma
inten��o de exerc�-lo, porque al�m dos meus direitos
de propriedade eu tenho uma obriga��o de criar uma
vida livre de conflitos e mortes sem fim. O direito
� vida de meus filhos e dos filhos de Hebron
prevalece sobre o direito de um assassinar o outro
sobre o altar da terra e da fam�lia.
No m�s passado publiquei um doloroso artigo no
jornal de maior circula��o em Israel. Ele terminava
com o pensamento: "O que se faz necess�rio n�o � uma
substitui��o pol�tica do governo Sharon, mas uma
vis�o de esperan�a, uma alternativa � destrui��o do
sionismo e de seus valores pelos surdos, cegos e
mudos."
Desde ent�o, tenho sido muito questionado. O que
voc� est� dizendo para seus amigos �rabes? E por
sermos a imagem refletida de outro, quando eu ataco
minha realidade nacional, estou obrigado a lhe dizer
o que penso do que acontece entre voc�s.
Tenho raiva. Estou louco de raiva. Vejo meus sonhos
e os sonhos de meus amigos judeus e �rabes
consumidos na chama do extremismo. � uma chama que
eternamente sopra para n�s aqui no Oriente M�dio,
uma chama que eu pensava que as brisas da paz
levariam embora, mas que vi crescerem para
consumirem tudo: casas, corpos, sonhos. Estou com
raiva de voc�s, e com os terr�veis significados que
voc�s permitem a muitos de seus guias religiosos
atribuir � palavra sagrada de Deus. Mas eu fiz um
juramento: Eu n�o permitirei que o �dio seja meu
conselheiro. Eu n�o farei da vingan�a uma pol�tica.
Eu n�o me transformarei em algu�m que odeia.
Portanto eu continuarei a acreditar. N�o
ingenuamente. N�o, eu acreditarei, eu irei orar e eu
manterei minha guarda.
E
aqui est� minha f�. Qualquer futuro acordo ser�
baseado nos princ�pios de um compromisso
territorial. Qual � este compromisso? O compromisso
territorial n�o � apenas um neg�cio imobili�rio. �
uma decis�o espiritual assumida por povos que tenham
decidido aceitar um ao outro apesar de anos de
hostilidade e profundas cicatrizes de �dio e
vingan�a. Tal compromisso � antes de tudo entre cada
na��o consigo mesma.
Eu
acredito com toda minha f� que toda a Terra de
Israel me pertence. Isto est� escrito na B�blia,
como minha m�e de Hebron me ensinou e aos seus
netos. E eu sei que o sonho da Grande Palestina
passa de av�s para netos em cada lar palestino.
Assim, o primeiro compromisso � entre eu e o meu
sonho. Eu renuncio ao meu sonho de retornar a Hebron
para que eu possa viver livre num novo Israel. E meu
irm�o palestino deve renunciar a seu sonho de
retornar a Jaffa para viver uma vida honrada e digna
em Nablus. Apenas aqueles capazes de renunciar a
seus sonhos podem sentar-se juntos para forjar um
compromisso entre suas na��es.
At�
agora voc�s t�m servido como a eterna desculpa para
todos os defeitos dos regimes �rabes. Os refugiados
est�o abandonados no L�bano ou S�ria - e n�o � por
nossa causa. Durante os �ltimos 50 anos, Israel
absorveu hordas de refugiados de todo o mundo sem
esperar por ningu�m. A maior parte dos pa�ses �rabes
n�o levantou um dedo pelos refugiados palestinos.
Muitos acharam �til preservar sua raiva e
humilha��o. Eles sabem que no momento em que a
independ�ncia palestina for declarada, a face dos
mundos �rabe e mu�ulmano se modificar� de forma
irreconhec�vel.
Um
importante pesquisador palestino me disse uma vez
que enquanto os palestinos se op�em fortemente a
Israel em quase todos os n�veis, existe uma �rea na
qual os palestinos querem imitar os israelenses: a
nossa democracia. Eu sei que 35 anos de ocupa��o foi
uma carga pesada para voc�s, e tamb�m para n�s. Mas
esses anos terr�veis deixaram uma coisa boa: a
possibilidade real de uma primeira democracia �rabe.
As
for�as da democracia, tanto israelenses quanto
palestinas, enfrentam uma execr�vel alian�a de
autocratas corruptos e teocratas fundamentalistas
que far�o de tudo para evitar que a luz da
democracia espalhe seus raios de esperan�a. As
democracias s�o mais ricas, mais livres e, mais
importante, constru�das na esperan�a e n�o no medo.
E o que eles mais temem � uma sociedade palestina
sem medo.
Esta � a verdadeira decis�o que voc�s tem pela
frente. At� agora voc�s foram explorados por todos:
pa�ses �rabes, extremistas isl�micos, Israel e seus
pr�prios l�deres corruptos. Agora voc�s t�m a
oportunidade de tomar o destino palestino em suas
pr�prias m�os. A transi��o da opress�o para a
liberdade nacional n�o � f�cil.
Porque o mundo n�o ser� seguro para mim at� que seja
seguro para voc�s, eu quero partilhar com voc�s a
experi�ncia hist�rica de meu povo. Por milhares de
anos de ex�lio, fomos fracos, e vivemos pelas regras
dos fracos. E o mundo, especialmente o mundo
crist�o, gostava de nossa fraqueza. Nossa fraqueza
simbolizava a for�a deles, nossa derrota era a
vit�ria deles. Mas num certo momento hist�rico,
surgiu o movimento sionista, o movimento do
renascimento nacional judaico, a tomou o destino de
nosso povo em suas pr�prias m�os. Uma corajosa e
honesta lideran�a trouxe um povo oprimido a
realiza��es quase inimagin�veis. Em um momento
hist�rico decidimos deixar de ser fracos, e a
natureza de nosso di�logo com a fam�lia de na��es
foi definitivamente modificado.
At�
agora voc�s t�m santificado sua imagem de fraqueza,
ainda que pudessem ter sido poderosos. Este caminho
n�o os levar� a nada. Imaginem que tudo tenha sido
feito: Israel deixou os territ�rios, n�o haveria
mais assentamentos e um estado palestino
internacionalmente reconhecido surgiu com Jerusal�m
Oriental como sua capital. Como voc�s se
comportariam? Qual seria o car�ter do estado? Qual
seria a parte que voc�s tocariam na sinfonia das
na��es?
Do jeito que as coisas se parecem agora, voc�s est�o
se conduzindo para uma grande derrota: um estado
palestino que ser� o mais novo estado do mundo, mas
retr�grado em seus valores e incapaz de preencher a
grande miss�o de seu povo.
Eu ou�o os gritos de regozijo quando um terrorista
suicida Eu vejo a alegria, parte encoberta, parte
expl�cita, que irrompe entre os desesperados quando
um shahid (m�rtir) procura entregar seu corpo
despeda�ado ao para�so e deixar atr�s de si uma
trilha de �rf�os e vi�vas israelenses.
Eu
conhe�o seu argumento de que voc�s n�o t�m
helic�pteros nem jatos de combate e portanto os
ataques suicidas s�o seu armamento estrat�gico. Esta
� a sua verdade. Bem, eis a minha verdade. O
terrorista suicida oferece a si mesmo e a mim como
sacrif�cios para um falso deus. O verdadeiro Deus
odeia o mortic�nio. Terroristas suicidas n�o deixam
atr�s de si nada al�m de feridas e cicatrizes.
Ningu�m al�m no mundo, nem mesmo os maiores
apoiadores da causa palestina, aceitam esta arma
do suic�dio. � uma arma de monstros, n�o de
lutadores pela liberdade. E at� que voc�s se livrem
dela e de seus facilitadores de seu meio, voc�s n�o
ter�o parceiros no meu lado, nem eu, nem ningu�m
outro.
E o
que vem depois? O que acontece quando tivermos ido e
todos os grandes debates sobre o car�ter de seu
estado - religioso ou moderno, isl�mico ou secular?
Como ser�o esses debates resolvidos? Quero apostar
j�, agora. Haver� terroristas suicidas. O Hamas
tentar� ditar estas decis�es nacionais pelas
ferramentas que conhece.
O que � bom para Israel � renunciar ao sonho da
Grande Terra de Israel, desmantelar os
assentamentos, deixar os territ�rios e viver em paz
ao lado de um estado palestino, combater a corrup��o
e dirigir todas suas energias para dentro da
sociedade israelense.
E o
que � bom para voc�s? A mesma coisa. Renunciar �
fantasia de nos varrer para longe daqui e retornar
a aldeias que na maior parte n�o mais existem. Lutar
contra a corrup��o que os est� destruindo por dentro
e dirigir todos seus talentos e recursos para
construir uma sociedade �rabe exemplar - um modelo
palestino que revolucionar� o mundo �rabe, trazendo
a democracia mu�ulmana para a regi�o e transformando
seu povo numa ponte viva entre Oriente e Ocidente.
Existe uma hist�ria antiga sobre o s�bio que
conseguia responder a todas quest�es. Um de seus
disc�pulos decidiu test�-lo. O disc�pulo ca�ou uma
borboleta e a segurou dentro da m�o. Chegou ao s�bio
e perguntou: "O que tenho na m�o - uma borboleta
viva ou uma morta?". Ele estava pensando, se ele
achar que � viva, eu a amasso e mato, e se ele disse
que � viva, abro minha m�o e a borboleta mostrar� ao
mundo o erro do s�bio. Mas o s�bio olhou para ele no
olho e disse: "Est� tudo em suas m�os."
Um
futuro de vida ou de morte, crian�as com esperan�a
ou desespero, uma na��o palestina que seja repeitada
ou desprezada - est� tudo em suas m�os.
(*)
Avraham Burg
foi presidente do Knesset
(Parlamento de Israel) entre 1999 e 2003,
e presidente da Ag�ncia Judaica. Atualmente �
deputado pelo partido trabalhista. Foi um dos
membros da equipe de negociadores israelenses no
Acordo de Genebra.
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DOV WEISGLASS :
"PLANO
DE DESLIGAMENTO � CONGELAMENTO DO PROCESSO DE PAZ"
[
fontes: Haaretz e Maariv
- 06/10/04 �edi��o e
tradu��o do
PAZ
AGORA/BR
]
O chefe de gabinete, e mais pr�ximo assessor do
primeiro-ministro Ariel Sharon, Dov Weisglass,
admitiu explicitamente ontem que o plano de
desligamento objetivou o congelamento de negocia��es
com a Autoridade Palestina.
"O significado do plano de desligamento � o
congelamento do processo de paz", disse Dov
Weisglass, assessor graduado do primeiro-ministro,
sobre o plano de Ariel Sharon numa entrevista a ser
publicada na Magazine de 6� feira do Haaretz.
"E
ao congelar aquele processo", adicionou Weisglass,
"voc� evitar o estabelecimento de um Estado
Palestino, a discuss�o sobre refugiados, fronteiras
e Jerusal�m.
"Na
pr�tica, todo o pacote chamado de Estado Palestino,
com tudo que abrange, foi removido indefinidamente
de nossa agenda. E tudo isto com autoridade e
permiss�o. Tudo com as b�n��os do presidente
(americano) e a ratifica��o de ambas as casas do
Congresso".
"O
desligamento � de fato uma cortina formal", disse.
"Ele fornece a cortina desnecess�ria para que n�o
haja um processo pol�tico com os palestinos."
Em
seguida � publica��o dessas declara��es, Sharon
declarou que continua apoiando o road map como �nico
plano para um acordo definitivo.
Rea��es em Israel
O
presidente do Partido Trabalhista, Shimon Peres,
disse que Sharon nunca lhe havia dito que o plano de
desligamento visava congelar o processo de paz,
comentando "Aquele que procura meia-paz ir� trazer
meia-guerra".
Yossi Beilin, deputado e l�der do Partido Yahad, e
um dos mentores da
Iniciativa de Genebra, disse
que os "coment�rios assustadores" de Weisglass foram
feitos num raro momento de verdade, e exibem a
inten��es reais e perigosas de Sharon. Disse que
essas observa��es "revelam o fato de que � Sharon
quem n�o � um parceiro para paz, e o campo da paz
precisa trabalhar para que ele seja substitu�do".
O
deputado Mohammed Barakeh, do Partido Hadash
considerou as declara��es graves, e sublinhou a
relev�ncia da Iniciativa de Genebra. Zvi
Hendel, deputado do Partido Uni�o Nacional disse que
os coment�rios de Weisglass foram feitas com a
inten��o pol�tica de apaziguar a direita no curto
prazo.
Perguntado por que raz�o o plano havia sido feito,
Weisglass disse: "Porque no outono de 2003
entendemos que tudo estava travado... O tempo n�o
estava do nosso lado. Havia eros�o internacional,
eros�o interna. Domesticamente, tudo estava ruindo.
A economia estagnada, e a
Iniciativa de Genebra
ganhava um amplo apoio...E ent�o, fomos
atingidos pelas cartas dos oficiais, e cartas dos
pilotos e cartas de comandos [recusando-se a servir
nos territ�rios]... N�o eram garotos com brincos nos
narizes e forte cheio de maconha, Eram nossos
melhores jovens"
Weisglass n�o nega que a principal conquista do
plano de Gaza � o congelamento do processo de paz de
uma "maneira leg�tima". "Isto � exatamente o que
aconteceu", diz. "Voc� sabe, a express�o 'processo
de paz' � uma por��o de conceitos e compromissos. O
processo de paz � o estabelecimento de um Estado
Palestino, com todos os riscos e conseq��ncias de
seguran�a. O processo de paz � a evacua��o de
assentamentos, � o retorno de refugiados, � a
partilha de Jerusal�m. E tudo isso agora foi
congelado... o que eu realmente acordei com os
americanos foi que parte dos assentamentos n�o
seriam negociados de maneira alguma, e o resto n�o
ser� negociado at� que os palestinos se transformem
em finlandeses. Este � o significado do que fizemos
...e Sharon pode tamb�m afirmar honestamente que
estamos falando de um plano no qual, de 240.000
colonos, 190.000 ficariam no mesmo lugar.
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PREFERIR A PAZ AO MONTE DO TEMPLO
[Gershom Gorenberg
�
17/11/2003 � Jerusalem Report ]
- traduzido para o
PAZ-AGORA/BR
por S�rgio Goldbaum.-
Pode-se
pensar que o
Acordo de Genebra
� a f�rmula de uma droga psicod�lica, e
n�o um modelo para a paz Israelense-Palestina: Ela
produz rea��es alucin�genas em seus oponentes. O
Primeiro Ministro Ariel Sharon denominou o acordo
n�o-oficial, produto de longas negocia��es entre
pacifistas israelenses e palestinos moderados, de
�uma tentativa (...) de derrubar o governo por meios
n�o leg�timos� � como se Yossi Beilin, o principal
negociador israelense, tivesse cercado a Knesset com
tanques. Ehud Barak chamou-o de �ilus�rio�, e disse
que o acordo �claramente prejudica os interesses do
Estado de Israel�.A verdadeira ilus�o � a de Barak,
que reprimiu seu pr�prio fracasso como negociador
proclamando que os palestinos s�o incapazes de fazer
a paz. O acordo claramente prejudica os interesses
de Barak em fazer com que o p�blico veja outros
obtendo um acordo no qual os palestinos desistam do
direito de retorno.
Mas a
rea��o mais bizarra veio de Natan Sharansky, um
membro do gabinete de Sharon, que afirmou em um
artigo opinativo do Haaretz que aquela n�o era a
�paz pela qual o Povo Judeu rezou por milhares de
anos. O Povo Judeu rezou por Jerusal�m�. Deus meu...
Acho que eu estava usando o livro de rezas de alguma
outra religi�o nesta manh� no shul
[sinagoga], quando li as palavras �Traga paz... para
o Seu Povo Israel�.
O que
provocou a f�ria de Sharansky � a se��o do acordo
proposto de paz que colocaria o Monte do Templo sob
soberania palestina. Embora Sharansky n�o mencione,
a mesma se��o reconhece �o significado religioso e
cultural �nico do s�tio para o Povo Judeu� e limita
a soberania palestina atrav�s do banimento de
qualquer constru��o ou escava��o no Monte sem a
aprova��o israelense.
Sharansky
� sem d�vida um her�i da hist�ria judaica.
Ironicamente, seu artigo mostra que seu pr�prio
conhecimento da hist�ria judaica � fraco. Mas
pode-se lhe agradecer por ter desviado de argumentos
de seguran�a que tantas vezes encobrem posi��es
ideol�gicas, e ido direto ao ponto: o que importa
mais para Israel � a por��o de terra que est� sob
seu controle ou a forma como vivemos (ou morremos)
nela?
Uma vez
que Sharansky mencionou as preces, vamos come�ar por
este ponto: a liturgia judaica cont�m apelos
constantes tanto pela paz quanto pelo retorno a
Sion. A quest�o � a rela��o entre elas, e a melhor
indica��o � a linha, recitada diariamente, cuja
tradu��o literal �: �Traga-nos a paz a partir dos
quatro cantos do mundo...�. A meta � a paz, o
retorno � o meio. O ponto n�o � alguma santidade
intr�nseca da terra. Como o fil�sofo Yeshayahu
Leibowitz indignadamente nos lembra, tratar a terra
como inerentemente sagrada � idolatria.
Em
qualquer caso, as preces n�o trouxeram os judeus de
volta a sua terra, quem o fez foi o movimento
pol�tico do Sionismo. Aquele movimento nasceu da
necessidade dos judeus por um ref�gio f�sico e
cultural em face do moderno anti-semitismo e da
assimila��o. Sharansky observa, corretamente, que os
primeiros sionistas rejeitaram a cria��o de um
ref�gio fora da Terra de Israel. Mas, ap�s isso,
desenvolveu-se uma divis�o entre aqueles que n�o
queriam aceitar nada menos do que toda a Terra de
Israel � a qual sempre descreveram na inflamada
linguagem er�tica do nacionalismo rom�ntico � e
pragm�ticos, prontos a criar um estado com uma
maioria judaica em parte daquela Terra.
Em 1937,
David Ben-Gurion apelou, sem sucesso, ao movimento
sionista que aceitasse o plano da Comiss�o Peel por
um estado judaico em uma pequena fatia da Palestina
mandat�ria, sem Jerusal�m. A insatisfa��o judaica
n�o foi a �nica raz�o para o fracasso do plano; os
�rabes tamb�m a rejeitaram. Golda Meir, que se op�s
ao compromisso, posteriormente admitiu que �quando o
holocausto veio, pude viver comigo mesma apenas
porque sabia que em 1937 n�o fui eu quem, no final,
decidiu se haveria ou n�o um estado judaico
independente�. Um estado truncado poderia ter
salvado incont�veis judeus europeus. Uma d�cada
depois, Ben-Gurion obteve a aceita��o da parti��o.
Tivesse a ONU for�ado a decis�o de parti��o,
evitando a Guerra da Independ�ncia, ter�amos um
estado menor � e evitado a morte de milhares de
judeus em batalhas. Ao final daquela guerra,
Ben-Gurion rejeitou um plano para conquistar toda a
Cisjord�nia. Posteriormente, ele explicou ao poeta
Haim Gouri que se agisse daquela maneira "ter-nos-ia
for�ado a uma escolha imposs�vel�: colocar em perigo
a maioria judaica do estado, ou usar os m�todos de
Deir Yassin � uma refer�ncia ao massacre perpetrado
por direitistas � para expulsar os �rabes.
A inesperada conquista de 1967 novamente transformou
a parti��o em uma escolha, mais do que um fato. Se
Barak tivesse conseguido, h� tr�s anos, obter um
acordo ao longo das linhas do
Acordo de Genebra,
mais de 800 israelenses e 2000 palestinos mortos em
conflito estariam vivos. Se o governo Sharon
alcan�asse aquele acordo hoje, evitaria as pr�ximas
v�timas. Tamb�m reduziria a preocupa��o com a defesa
a uma entre muitas outras preocupa��es, e as
aten��es seriam dedicadas ao debate essencial,
sempre postergado, sobre o que significa criar uma
sociedade judaica soberana.
Sharansky conseguiu levantar um argumento
aparentemente convincente, mas obsoleto. A nega��o
palestina da conex�o entre os judeus e o Monte
implicou, de fato, a nega��o de nossas ra�zes
hist�ricas na Terra de Israel; sugeriu que os judeus
eram colonizadores. Mas
o
Acordo de Genebra
explicitamente faz do �reconhecimento do direito do
Povo Judeu a um Estado� a base da paz entre Israel e
Palestina; assegura e preserva as liga��es judaicas
com o Monte do Templo e torna todas as mudan�as no
s�tio sujeitas a um acordo Israelense-Palestino. A
declara��o simb�lica que faz � a correta: esta � a
nossa terra, mas n�s aceitamos menos do que tudo
para que possamos viver em paz.
Religiosamente, quem, de carne e osso, vai
administrar o Monte � menos do que irrelevante para
sua santidade. Um midrash composto h� 1800 anos,
registrado em Bereshit Rabbah, enfatiza o ponto:
afirma que Caim e Abel concordaram em dividir o
mundo entre eles. Ent�o eles come�aram a discutir
quem iria ficar com o lugar em que o Templo seria
constru�do, e �Caim se levantou contra seu irm�o e o
matou�. O fratric�dio come�ou com a ilus�o de que
algu�m poderia possuir o sagrado. Acrescento que n�o
foi o secular Yossi Beilin quem assim concluiu.
Sharansky est� certo quando afirma que a escolha
entre paz e o Monte nos for�a a decidir que valores
s�o os mais b�sicos para o nosso estado. Ele est�
errado na escolha que dever�amos fazer.
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LI��ES
DE PAZ DA IRLANDA
[Northern Ireland on Internet
www.4ni.co.uk/ Ulster,
16/10/04]
-
traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
-
L�deres de algumas das "comunidades cindidas" que se
reunir�o na Hungria ir�o ouvir um especialista da
Universidade de Ulster sobre a segrega��o no norte
da Irlanda, e formas pelas quais ativistas
comunit�rios est�o tentando atenuar suas
repercuss�es divisionistas.
Um
autoridade destacada em segrega��o na Irlanda do
Norte, o Dr Peter Shirlow, por suas investiga��es
intensas sobre o assunto foi convidado para a
confer�ncia "Cidades Divididas em Zonas de
Conflito", a se realizar no Centro de Estudos de
M�dia e Comunica��es da Universidade Centro-Europ�ia
em Budapeste.
"A
realidade �bvia � que a nossa situa��o pol�tica �
menos vol�til que a da Palesiina/Israel. Entretanto,
os delegados palestinos e israelenses procuram
conhecimento sobre como outras estrat�gias de paz
sobrevivem apesar das dificuldades �bvias", disse o
Dr.Shirlow, professor senior de geografia
humana no campus de Colerain da Universidade de
Ulster.
"�
claro que, a despeito de alguma instabilidade
remanescente na Irlanda do Norte, nosso processo de
paz � visto como tendo alcan�ado algum grau de
sucesso e sustentabilidade. Similarmente, cidades
como Mostar est�o tratando de uma situa��o como a de
Belfast nos anos '70, que foi afetada por r�pidos
processos de corros�o social e segrega��o".
Entre os conferencistas estar�o Menachem Klein,
professor de Ci�ncia Pol�tica na Universidade Bar
Ilan [e veterano ativista do
PAZ AGORA], que foi
assessor da delega��o de Israel na c�pula de Camp
David em 2000 e membro da equipe israelense que
negociou o
Acordo de Genebra.
Klein
recentemente falou em Washington no Carnegie
Endowment sob o patroc�nio da
Foundation for
Middle East Peace e a
APN - Americans for
Peace Now.
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O
PLANO DE DESLIGAMENTO DE SHARON OU O ACORDO DE
GENEBRA ?
[Menachem
Klein
-
Summer Edition
do Logos Journal -
www.logosjournal.com
07/05/04
]
-
traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
-
O
Acordo de Genebra
� o pesadelo de Sharon. �s v�speras do
referendo do Likud sobre o plano de desligamento de
Sharon, ele amea�ou que caso n�o tivesse sucesso,
Genebra seria a alternativa. Sharon est� t�o
preocupado com Genebra (ou iniciativas similares
como o plano [A
Voz dos Povos
] de Nusseibeh-Ayalon, que
insistiu para o presidente Bush incluir a seguinte
frase na carta que o presidente entregou a Sharon
durante seu encontro em Washington em abril: �Os
Estados Unidos far�o o m�ximo para evitar qualquer
tentativa por qualquer um de impor qualquer outro
plano ... da minha pr�pria vis�o e sua
implementa��o, como descrito no
road map".
Para explicar por que Sharon est� t�o preocupado com
Genebra, irei compar�-lo com o plano de Sharon.
O compromisso de Sharon evacuar os assentamentos em Gaza �
uma cortina de fuma�a. Retirar 17 assentamentos de
Gaza n�o terminar� a ocupa��o da Faixa de Gaza. Sob
o plano de Sharon, Israel ir� manter o controle
israelense sobre o espa�o a�reo de Gaza, seu mar
territorial, e todos as passagens de fronteira.
Tamb�m tem em vista que o ex�rcito israelense e os
servi�os de seguran�a continuar�o a ter liberdade
para operar ali. Gaza assim se tornar� uma vasta
pris�o sob o controle externo do ex�rcito de Israel,
que manter� o direito de intervir.
A decis�o de Sharon implementar seu plano unilateralmente
tamb�m � problem�tica. Ao evitar negocia��es com os
palestinos para a evacua��o dos assentamentos de
Gaza, Israel n�o recebe nenhum avan�o para a paz. Em
contraste, o
Acordo de Genebra
oferece procedimentos de seguran�a para
Israel, um fim �s reivindica��es, e um final para o
conflito em troca da retirada dos assentamentos.
Al�m disso, e este � meu principal argumento, ao
focar o debate na evacua��o os dos assentamentos da
Faixa de Gaza, Sharon objetiva disfar�ar seu
objetivo estrat�gico de consolidar o controle de
Israel sobre a Cisjord�nia. Ele est� disposto a
sacrificar os assentamentos civis de Gaza para
consegui-lo. O plano de Sharon para a Cisjord�nia �
definido por tr�s aspectos do sistema da "barreira
de separa��o" que Israel est� construindo
unilateralmente ao longo de um tra�ado aprovado pelo
gabinete israelense em junho de 2002 e outubro de
2003. Esses s�o os territ�rios que a barreira ir�
cercar; o territ�rio que ir� ficar do lado
israelense da barreira; e os assentamentos que, de
acordo com a vis�o de Sharon e seus compromissos,
devem ser retidos.
A barreira de separa��o ter� 686 km de extens�o, incluindo o
tra�ado que ter� em torno do assentamento de Ariel,
enquanto a Linha Verde, fronteira anterior a 1967
tinha apenas 350 quil�metros. A fronteira definida
pela barreira ser� aumentada para cerca de 786 km,
assumindo que Sharon implemente seu plano de
estend�-la de forma que deixe os assentamentos de
Maal� Adumim, Jerusal�m Oriental e Kiriat Arba,
pr�ximo a Hebron, do lado israelense.
Os planejadores militares de Sharon tamb�m tra�aram uma linha
para a barreira de separa��o no vale do Jord�o, �
leste, que tem 143 km, embora uma porta-voz de
Sharon tenha dito que o muro oriental n�o ser�
constru�do por enquanto. Contudo, Sharon sempre
disse que Israel ir� reter o Vale do Jord�o at� uma
linha a cerca de 10 km a oeste do Rio Jord�o. A
pol�tica de Sharon de permanecer no Vale do Jord�o �
confirmada pela loca��o ali tanto de assentamentos
"legais" que ele dever� manter, como de �postos
avan�ados ilegais" que est�o ali sendo constru�dos.
S�o cerca de 37 postos avan�ados nessa regi�o, cujo
prop�sito � adensar os grandes assentamentos
estabelecidos na regi�o ao longo do Vale do Jord�o.
O fato de o governo estar oferecendo casas em
assentamentos estabelecidos no Vale do Jord�o a
novos compradores israelenses � uma maior evid�ncia
da inten��o de Sharon preservar esta �rea, de fato,
como parte de Israel.
O Controlador do Estado de Israel reportou que o Ministro da
Habita��o gastou 6,5 milh�es de d�lares em
constru��o de assentamentos ilegais durantes os
�ltimos tr�s anos. Metade disto foi para postos
avan�ados ilegais, sem atentar para o fato de que o
road map
determina o desmantelamento de todos os postos
avan�ados, e Sharon prometeu faz�-lo. O ex�rcito
israelense, a Organiza��o Sionista, a Ag�ncia
Judaica, o Minist�rio de Infra-estrutura, e o
pr�prio primeiro-ministro Sharon foram c�mplices
deste absurdo.
Se Sharon apenas construir a parte Oeste da barreira
de separa��o, Israel j� estar� anexando, de fato,
cerca de 20% da Cisjord�nia. Se ele estender a
barreira para o Vale do Jord�o, ou mesmo se ele
apenas cumprir seu compromisso de controlar o Vale
do Jord�o sem uma barreira, Sharon ter� anexado, de
fato, cerca de 45% da Cisjord�nia. As �reas que
Sharon planeja reter sob seu plano s�o muito
similares �quelas do mapa que Israel prop�s aos
palestinos na c�pula de Camp David em 2000.
� claro que a linha da barreira de separa��o no Oeste e a
barreira virtual no leste, mesmo se uma barreira
real n�o for constru�da ali, n�o s�o baseadas
apenas em considera��es de seguran�a. S�o
basicamente designadas a preservar a maioria dos
assentamentos e para dividir, conter e controlar as
�reas palestinas povoadas.
Agora, comparemos o
Acordo de Genebra
com o plano de Sharon. Primeiro, se
assumimos que Sharon pretende anexar apenas 20% da
Cisjord�nia, isto se compara a apenas 2% que seria
anexado sob o
Acordo de Genebra.
Esses 2% incluiriam as �reas nas quais mais
de 50% dos colonos residem.
Sob o
Acordo de Genebra,
nenhum palestino ser� anexado a Israel e
nenhum colono ficar� no lado palestino da fronteira.
Em compara��o, sob o plano de Sharon 375.000
palestinos da Cisjord�nia restaria no lado
israelense da barreira, 200.000 dos quais s�o
residentes palestinos de Jerusal�m Oriental. 50 mil
vivem logo nas vizinhan�as da cidade. Os outros 125
mil vivem no resto da Cisjord�nia, a Oeste da
barreira de separa��o. Eles ficariam entre a
fronteira internacional de 4 de junho de 1967 e a
cerca que os separa do territ�rio palestino.
Al�m disso, sob o plano de Sharon, mais 200 mil palestinos da
Cisjord�nia, principalmente em �reas rurais pobres,
ser� confinados em enclaves. O plano de Sharon
evacuar� apenas quatro pequenos, semi-vazios e muito
distantes assentamentos no norte da Cisjord�nia. O
plano preservaria os outros 58 assentamentos
israelenses no cora��o da Cisjord�nia no lado
palestino da barreira de separa��o. Para proteger
esses 58 assentamentos, Israel ir� conter e
controlar os palestinos atrav�s de uma combina��o de
sensores eletr�nicos, bloqueios de estradas e postos
de controle que criar�o barreiras adicionais dentro
da barreira de separa��o.
Os 58 assentamentos autorizados, aos quais se pode adicionar
mais uns 80 postos avan�ados "ilegais", cont�m cerca
de 70 mil colonos. Eles ter�o 700 km de estradas
para seu (e do ex�rcito israelense) uso exclusivo. �
claro por estes dados que Sharon n�o tem inten��o de
se desligar da Cisjord�nia. O vice de Sharon, Ehud
Olmert, recomendou uma retirada bem maior da
Cisjord�nia, evacuando 40 a 44 mil colonos para
Israel. Sharon rejeitou isto porque ainda est�
comprometido psicol�gica e ideologicamente, e por
raz�es de seguran�a, ao projeto israelense de
assentamentos, o maior realizado por Israel desde a
guerra de 1967. A escala massiva do empreendimento
de coloniza��o criado sob a lideran�a de Sharon sem
seus postos ministeriais anteriores e hoje como
primeiro-ministro fala por si mesma. Duvido que
Sharon seja capa de cruzar o Rubic�o e reverte-o.
A barreira de separa��o de Sharon ir� incorporar a Israel 154
mil colonos nos cinco principais blocos de
assentamentos que Sharon declarou que ir� preservar,
e 70 mil colonos adicionais no lado palestino da
barreira tamb�m ficar�o sob controle israelense. Sob
o
Acordo de Genebra,
apenas 110 mil colonos israelenses, ou
seja, 50% do total, seriam anexados a Isael e nenhum
assentamento ficaria do lado palestino da fronteira.
Em contraste, o plano de Sharon iria reter cerca de
225 mil colonos, locados em ambos os lados da
barreira, sob controle israelense, ou cerca de 99%
do total.
A diferen�a entre os 20% do territ�rio (n�o incluindo o Vale
do Jord�o e as �reas constru�das dos 58
assentamentos no lado palestino da barreira) a serem
anexados sob o plano de Sharon, e os 2% do
territ�rio a ser absorvido por Israel sob o Acordo
de Genebra � tamb�m grande. As diferen�as entre os
colonos e terra a serem anexados, de
jure ou de fato, sob os dois planos
reside na estrat�gia de Sharon anexar o m�ximo de
territ�rio da Israel b�blica e o n�mero m�ximo de
assentamentos. Para conseguir isto, ele est�
disposto a aceitar a inevit�vel anexa��o de fato de
muitos palestinos. Em contraste, o Acordo de Genebra
favorece a retirada de muito mais terras e
assentamentos, de forma a por fim � ocupa��o dos
palestinos.
A retirada unilateral dos assentamentos de Gaza traz o risco
de que Gaza seja controlada por uma coaliz�o do
Hamas, Jihad Isl�mica e de fac��es radicais da
Fatah. De forma geral, � de grande interesse para
Israel conseguir um acordo definitivo com os
palestinos, e isto apenas pode ser alcan�ado por
negocia��es.
Sharon justifica agir unilateralmente, afirmando n�o existir
nenhum parceiro com quem negociar na atual lideran�a
palestina. Outros, como Ehud Barak, v�o mais longe,
dizendo que o povo palestino n�o � um parceiro e que
Israel ter� que aguardar a emerg�ncia de uma nova
gera��o de palestinos antes que possa haver paz.
Em contraste, o
Acordo de Genebra
afirma que tanto a atual lideran�a
palestina, como o povo palestino, s�o parceiros para
a paz. Genebra faz um chamamento ao refor�o dos
palestinos moderados atrav�s de negocia��es com eles
e reconhecimento de sua legitimidade. Mas Sharon se
recusa a tratar com Abu Al� o primeiro-ministro
Ahmed Qurei] ou qualquer outro l�der moderado
palestino.
O plano de Sharon para a Cisjord�nia n�o contempla a
responsabilidade israelense de governar diretamente
os palestinos e fornecer-lhes servi�os caros como
educa��o, sa�de e servi�os municipais. Mas os planos
Sharon controlar os palestinos mantendo tropas do
ex�rcito israelense na Cisjord�nia, controlando as
principais estradas e as fronteiras da Cisjord�nia e
Gaza, incluindo seu litoral. Em resumo, Sharon
deseja conter 3,2 milh�es de palestinos,
controlando-os por ora de suas �reas populosas com
muros e cercas, mantendo o acesso militar e
dividindo em enclaves o espa�o interno deixado para
os palestinos, sem aceitar responsabilidade por
govern�-los. Sharon responde ao argumento de que
isto amea�a a maioria judaica, afirmando que, em
fun��o de os palestinos n�o receberem cidadania
israelense e n�o serem governados diretamente por
Israel, n�o existir� nenhum problema demogr�fico ou
de um Estado bi-nacional.
Os moderados em Israel dizem que o plano de Sharon ir�
destruir a democracia israelense. Eles afirmam que
se Israel mantiver controle permanente, mesmo que
seja indireto, sobre uma maioria palestina, Israel
estar� se tornando, de fato, um Estado bi-nacional
judeu-�rabe.
Eu concordo. Se Sharon seguir seu caminho, Israel ir�
tornar-se uma combina��o de um Estado militarizado
como a antiga Esparta e um Estado de apartheid como
a antiga �frica do Sul, que nega direitos iguais �
maioria, criando um sistema que eu chamo de
"Spartheid". Isto iria violentar valores judaicos e
minaria moralmente a vis�o sionista de um Estado
judeu democr�tico.
A vis�o alternativa de que o sionismo deveria ser
expansionista e que a aquisi��o de territ�rios na
Cisjord�nia e Gaza deve continuar atrav�s do uso do
ex�rcito, assentamentos e coopera��o entre ambos �
hoje obsoleta. Aquele conceito de sionismo deve dar
lugar a um novo sionismo que enfatize o crescimento
e bem-estar de um Estado judeu democr�tico dentro
das fronteiras anteriores a 1967, em paz com os
palestinos e outros Estados �rabes. Isto deve ser
conseguido atrav�s da diplomacia, n�o da for�a.
Israel deve abandonar ambi��es de controlar territ�rios
palestinos e renovar sua aten��o para construir uma
sociedade israelense melhor pela melhoria da
educa��o, bem-estar social e infra-estrutura.
Alterar o projeto israelense da expans�o e
coloniza��o para a reconstru��o interna
ir� demandar uma mudan�a na identidade israelense.
Ser� muito dif�cil, mas precisa ser feito.
Lamentavelmente, as pol�ticas de Sharon est�o levando Israel
para outra dire��o. A abordagem alternativa � o
Acordo de Genebra,
que iria renovar negocia��es para um status
definitivo com parceiros moderados palestinos.
Israel e os Estados Unidos tamb�m devem se aproximar
de outros parceiros que t�m sido exclu�dos, como
os europeus e os pa�ses �rabes moderados, e
inclu�-los como partes da abordagem de Genebra.
Uma nova alian�a entre moderados e pragm�ticos, israelenses e
palestinos, iria enfraquecer os religiosos
fundamentalistas e extremistas em ambos os lados.
Nossos parceiros palestinos em Genebra desejam isto,
n�o menos do que n�s. O desafio deles em evitar uma
vit�ria dos extremistas palestinos do Hamas e da
Jihad Isl�mica � t�o grande quanto o nosso de
resgatar Israel do projeto de coloniza��o e dos
graves perigos da tentativa de dominar e controlar
os palestinos.
Alguns israelenses dizem que dentro de dez anos, iremos ver
atr�s a decis�o de Sharon evacuar assentamentos em
Gaza como parte de um projeto maior de desenraizar
todos os assentamentos, passo a passo. Mas eu n�o
vejo evid�ncia, a julgar pelas declara��es e
atitudes passadas de Sharon, que ele tenha essa
inten��o. Na verdade, todas as evid�ncias levam a um
plano de Sharon de colocar a Cisjord�nia como o
objetivo central de seu plano de "desligamento".
Para derrotar o plano de Sharon, a oposi��o israelense deve
se expressar de forma mais efetiva em favor de sua
alternativa, expondo os perigos do plano de Sharon
para o futuro de Israel. Os l�deres da oposi��o de
Israel devem resistir a tentativa de Sharon
coopt�-los, trazendo-os ao seu gabinete num governo
de "unidade". O papel da oposi��o � o de transformar
a opini�o p�blica em apoio aos seus pr�prios
objetivos, assim persuadindo Sharon a mudar, ou
ceder lugar para uma nova lideran�a.
A maioria dos israelenses hoje est� convencida de que a
maioria dos palestinos ap�ia o terrorismo e odeia
judeus. Israelenses tendem a acreditar no que seus
l�deres dizem, e esta � a mensagem que ouvem do
governo Sharon. Por outro lado, a maioria dos
israelenses reconhece que o status
quo � insustent�vel e que algo deve ser
feito.
Os palestinos t�m uma imagem especular dos israelenses e
tendem a demoniz�-los. Paradoxalmente, em ambos os
lados muitos continuam a apoiar respostas violentas,
enquanto ao mesmo tempo entendem que a viol�ncia n�o
est� dando resultados e que algo diferente �
necess�rio. Para os israelenses, o desligamento
unilateral parece ser a resposta.
Cedo ou tarde, ambos os lados reconhecer�o que apenas um
acordo negociado ter� sucesso, e, nesse contexto, a
l�gica de um acordo mutuamente negociado nas linhas
de Genebra � muito forte.
(*)
Menachem
Klein
� um famoso escritor israelense e professor de
Ci�ncia Pol�tica na Universidade de Bar Ilan. Foi
assessor da delega��o de Israel na c�pula de Camp
David em 2000, e tamb�m membro da equipe israelense
que negociou o
Acordo de Genebra
. Este artigo � baseado numa
palestra que deu em Washington sob o patroc�nio
da Foundation for Middle
East Peace e da
APN - Americans for Peace Now [www.peacenow.org ]
em 07/05/2004.
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OS ACORDOS DE GENEBRA
APENAS MAIS UM PLANO DE PAZ ?
CONFER�NCIA DO DR. NAZMI AL-JUBEH
-
do Centro para Conserva��o Arquitet�nica - RIWAQ
- Ramalah -
[ PASSIA - Palestinian Academic Society
for the Study of International Affairs
-
www.passia.org
10/02/2004 � traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
]
Os
Acordos de Genebra
chamaram aten��o porque ofereceram esperan�a de uma
nova dire��o, uma sa�da do atual caos. O documento
de Genebra representa um compromisso, e n�o uma
posi��o palestina em si. Portanto, n�o � justo
criticar os negociadores por n�o produzirem um
tratado que se conforme aos objetivos de qualquer
fac��o espec�fica da na��o palestina. � o resultado
de conversa��es com os israelenses, e
inevitavelmente haver� alguns compromissos. Os
palestinos n�o conseguir�o obter tudo que querem,
tanto quanto os israelenses tiveram que fazer
concess�es.
Participantes:
Fatima Abdo, MA studies on Jerusalem; Ibrahim
Shaban, Lecturer An Najah University; Mohammed
Nuseibeh, Islamic Higher Council; Hanlie Booysen,
South African Representative Office to the PA;
Khalil Assali, VOA; Elisabeth Petersen, FES; Sarah
Albrecht, FES; Peter Shafer, FES; Jamal Al-Aref,
Deputy Director of ANERA; Hatem Abdul Qader, PLC
Member; Elias Zananiri, RFI; Ishaq Budeiri, Arab
Studies Society; Andrew Whittaker, British
Consulate; Maha Abusamra, UNRWA; Rafiq Husseini,
Welfare Association; Saman Khoury, Media Advisor;
Christian Stevzing, Heinrich-Boell Foundation; Sari
Hanafi, Director, Shaml; Catherine Nichols, Sabeel;
Nick Kardahji, Hijazi Natshe, Mahdi Abdul Hadi,
PASSIA.
O
palestrante, Dr Nazmi Jubeh, deu uma vis�o geral dos
Acordos de Genebra
de 2003, as dificuldades encontradas durante
a negocia��o, e sua vis�o do papel dos Acordos para
o futuro. A esta narrativa se seguiu uma sess�o
animada de perguntas e respostas, durante a qual
muitos participantes levantaram quest�es sobre os
Acordos.
O
Cen�rio de Genebra
O
Dr Jubeh iniciou fazendo algumas observa��es sobre
os
Acordos de Genebra.
Primeiramente ressaltou a sua diferen�a por
ter atra�do tanta aten��o da m�dia. Isto o faz
distinto de outras propostas recentes. Existe um
v�cuo pol�tico na Palestina que desde a erup��o da
Intifada, se n�o antes e os Acordos chamaram aten��o
porque ofereceram esperan�a de uma nova dire��o, uma
sa�da do atual caos.
O
palestrante sublinhou que o documento de Genebra
representa um compromisso, e n�o uma posi��o
palestina em si. Portanto n�o � justo criticar os
negociadores por n�o produzirem um tratado que se
conforme aos objetivos de qualquer fac��o espec�fica
da na��o palestina como um todo. � o resultado de
conversa��es com os israelenses, e inevitavelmente
haver� alguns compromissos. Os palestinos n�o
conseguir�o obter tudo que querem, tanto quanto os
israelenses tiveram que fazer concess�es.
Todos t�picos principais no acordo j� foram
acordados separadamente em fun��o de discuss�es no
passado entre a OLP e o governo de Israel, ou entre
representantes das partes e negociadores
n�o-oficiais do lado israelense. Os negociadores n�o
quebraram qualquer ponto novo. Sua conquista foi ao
combinar todos esses pontos num �nico documento.
O
ponto de partida dos Acordos foram as negocia��es de
Taba em 2001. Elas forneceram a vis�o e o escopo
para o acordo, e os negociadores preencheram os
detalhes restantes. Muitas vezes foi uma quest�o de
linguagem. Por exemplo, com respeito ao conflito
sobre o Monte do Templo, Israel estava preparado
para aceitar o "controle" palestino do local, mas
n�o a "soberania".
O
documento de Moratinos n�o foi particularmente
significativo. Foi apenas um entre v�rios pap�is
estudados pelos negociadores, no in�cio das
negocia��es. Em sua opini�o este documento em
particular foi meramente uma s�ntese neutra das
posi��es que a OLP e Israel atingiram ao final de
Taba, e, portanto, n�o acrescentou nada de novo.
O
Dr Jubeh listou os seguintes pontos-chave que
serviram como linhas mestras para a negocia��o:
�
Objetivaram uma solu��o de Dois Estados
�
As
fronteiras de 1967 foram a base para as negocia��es
�
Nenhum palestino morador dentro das fronteiras de
'67 ficaria sob a soberania israelense e vice-versa
�
Jerusal�m como capital de Dois Estados
�
Ao
fim das negocia��es, todos os temas ser�o
"encerrados", ou seja, ter�o sido objeto de acordo.
�
Cada lado deve reconhecer a validade das
reivindica��es feitas pelo outro
�
Deve haver um acordo definitivo, o que significa que
nenhuma reivindica��o posterior ser� permitida ap�s
Entre os temas mais dif�ceis, que consumiu o maior
tempo de negocia��o, foi primeiramente a quest�o dos
refugiados. O status de Jerusal�m foi bem menos
problem�tico, especialmente porque os negociadores
vinham de uma perspectiva secular. Sobre refugiados
finalmente se tornou poss�vel desenvolver um
enunciado que ambos os lados puderam aceitar.
A
segunda maior �rea de atrito foi a demanda
israelense de que os palestinos reconhe�am o
"car�ter judaico de Israel". Para os negociadores
palestinos esta era uma demanda estranha, com a qual
estavam descontentes, primeiramente porque nenhum
outro pa�s pede a outros para "reconhecer seu
car�ter", e em segundo lugar pelas preocupa��es pela
grande minoria n�o-judaica de Israel. Qual ser� o
destino dos �rabes que vivem na Galil�ia e em outros
lugares, sob esse acordo?
Com
rela��o a Jerusal�m, havia problemas com vista a uma
s�ria de temas secund�rios, embora o princ�pio de
dividir a cidade tenha sido aceito logo de in�cio
como acima mencionado. Por exemplo, os limites
exatos dos assentamentos israelenses localizados
dentro das fronteiras municipais da cidade foram
discutidos. Outros desacordos afloraram sobre o
futuro do bairro de Beit Safafa, da Estrada n� 1 e
do Port�o de Jaffa.
Os
detalhes precisos da troca de terras e o destino dos
palestinos presos em Israel foram outra �rea de
dificuldade. O primeiro caso foi resolvido
reduzindo-se a quantidade de terra a ser trocada a
2,2%. Entretanto os palestinos ficaram descontentes
por n�o conseguir terra de boa qualidade em troca de
blocos de assentamentos.
Para os prisioneiros, os israelenses queriam manter
alguns dos prisioneiros mesmo ap�s a assinatura de
um acordo de paz. Claramente isto era inaceit�vel
para a equipe negociadora palestina, que argumentou
que estes eram prisioneiros pol�ticos, detidos
durante uma situa��o de conflito e, portanto,
deveriam ser libertados quando a paz fosse
declarada. Ao final, os israelenses concordaram que
todos prisioneiros seriam soltos dentro do per�odo
de 30 meses ap�s o acordo.
Todos outros temas foram resolvidos de forma
relativamente r�pida, e foram baseados em grande
parte no que j� havia sido acordado em conversa��es
anteriores.
O
Dr Jubeh comentou sobre relatos de que partes do
acordo n�o foram publicadas. Afirmou que essas
"teorias conspirat�rias" eram falsas e que todas as
partes tinham sido publicadas, pelo conhecimento que
tinha como algu�m que participara das negocia��es
desde o in�cio. Ele tamb�m disse que os negociadores
estavam atentos ao problema de poss�veis m�s
interpreta��es (como ocorreu com o acordo de Oslo),
mas frisou que � imposs�vel alcan�ar clareza total.
O
conferencista ent�o entrou na discuss�o das
negocia��es de Taba. Disse que Arafat tinha feito um
erro fundamental naquelas conversa��es, acreditando
que quando foram rompidas iriam se reiniciar ap�s
algumas semanas ou meses. Mas n�o foi o que
aconteceu, pois Barak j� estava sendo derrotado nas
elei��es e tentou usar as conversa��es para refor�ar
seu apoio. De acordo com o Dr. Jubeh muito tempo foi
desperdi�ado durante as negocia��es por manipula��es
de Barak.
O
Dr. Jubeh, descreveu os objetivos dos dois lados
durante as negocia��es do Acordo de Genebra, da
seguinte maneira:
-
Para os israelenses:
Eles estavam procurando um caminho para reconstruir
o abalado campo pacifista e seu papel na sociedade
israelense. Desejavam reciclar sua for�a pol�tica e
construir uma oposi��o a Sharon. De acordo com o Dr
Jubeh este � um objetivo leg�timo e "n�s est�vamos
contentes em construir uma plataforma para a
esquerda israelense".
Havia tamb�m preocupa��es com as dimens�es
geogr�ficas do conflito, ou seja, o crescimento da
popula��o palestina com rela��o � israelense. Os
israelenses queriam achar um parceiro para chegar a
uma forma aceit�vel de "separa��o".
Mais e mais israelenses come�aram a enxergar os
custos morais, psicol�gicos, sociais e econ�micos da
Ocupa��o. Eles est�o preocupados com que o tecido
social da sociedade israelense seja permanentemente
danificado pelas a��es israelenses nos Territ�rios
Palestinos Ocupados e est�o ansiosos para dar um fim
� Ocupa��o antes que um estrago permanente seja
feito.
-
Para os palestinos:
Os
palestinos desejavam mostrar que existe um parceiro
para a paz, apesar do que proclamam Barak e Sharon.
Um acordo � poss�vel e o povo palestino est� pronto
para negociar.
A
maioria dos palestinos que participaram nas
conversa��es n�o estava convencida de que a Intifada
� algo positivo. Estavam preocupados com a
deteriora��o das condi��es dos palestinos: todas as
�reas de suas vidas foram prejudicadas. Somados a
erros da lideran�a, os palestinos est�o numa posi��o
negociadora fraca.
O
Dr Jubeh disse que os palestinos que participaram da
Iniciativa de Genebra
contavam com cr�ticas e afirmou que o apoio que
de fato receberam foi maior que o esperado. Muitas
das cr�ticas foram baseadas numa m� leitura dos
Acordos, algumas vezes deliberadamente. Se as
pessoas se inteirarem de fato do texto do acordo
lendo todo seu conte�do, poder�o formar uma opini�o
mais objetiva.
Tamb�m disse que ele e seus colegas foram
beneficiados por n�o fazerem parte das estruturas de
poder. As pessoas envolvidas n�o eram os atores
principais ("n�s n�o somos os Abu's"), e apesar de o
nome de Yasser Abed Rabbo estar associado ao acordo,
ele teve muito pouco a ver com as negocia��es de
fato. Alguns dos atores-chave na Autoridade
Palestina, embora reivindicando apoio aos
negociadores durante as conversa��es, agora
come�aram a publicamente condenar o acordo por
raz�es oportunistas.
O Dr Jubeh admitiu que ainda havia muito trabalho
pela frente. O acordo foi vendido no estrangeiro,
mas n�o na Palestina. N�o foi feito esfor�o
suficiente para envolver a popula��o e ganhar seu
apoio.
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COMO PERDER OUTRA CHANCE DE PAZ
[
Qaddoura Fares
(*) - 26/10/2004 � Haaretz � traduzido
pelo
PAZ
AGORA/BR
]
O ministro da Autoridade Palestina discute as
chances de sucesso do "Plano Sharon" de
desligamento unilateral. Fares defende que
apenas uma negocia��o bi-lateral, como o
modelo da
Iniciativa de
Genebra, pode trazer uma solu��o
justa para o conflito: "Mesmo que alguns
possam discordar de algumas cl�usulas da
Iniciativa de
Genebra, ela continua sendo o
modelo que prova que a paz � poss�vel e
vi�vel."
Xclique
na foto e ou�a
QADDOURA FARES |
O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon n�o � o �nico a
desejar que seu plano unilateral de
desligamento tenha sucesso. Muitos no lado
palestino gostariam de v�-lo funcionar,
certamente no contexto da sa�da das tropas
israelenses de Gaza e do desmantelamento de
assentamentos judeus. Mas o plano, como se
apresenta hoje, e a julgar pelo que as
autoridades de Israel nos dizem, n�o tem
chance de ser bem sucedido.
O �nico componente que o plano tem hoje � de
seguran�a. Dizem a n�s, palestinos, que o
sucesso do plano de Sharon pode levar um
caminho bi-lateral que reviveria o processo de
paz. Mas isto n�o � suficiente para convencer
o povo palestino, cuja maioria n�o acredita
ser a paz poss�vel sob o atual governo de
Israel.
Al�m disto, n�o � poss�vel quando o pr�prio
Sharon e seu assessor, Dov Weisglass, falam
abertamente que o plano foi concebido
originalmente para congelar o processo de paz
e contornar o apoio popular e internacional
que a Iniciativa de Genebra ganhou, ap�s ser
assinada e oficialmente lan�ada em 01/12/2003.
Para que o desligamento unilateral tenha
�xito, n�o pode ficar apenas sobre a perna da
seguran�a. Ele precisa tamb�m de um componente
pol�tico, assim como de um econ�mico.
Sem um componente pol�tico, dificilmente
haver� um �nico palestino disposto a apoiar o
plano de Sharon, mesmo quando ele fale de
retirar as tropas israelenses da Faixa de
Gaza. Este componente pol�tico � fundamental
para garantir que o processo de "Gaza
primeiro" n�o termine como "Gaza por �ltimo".
O componente pol�tico � o �nico mecanismo que
serve como plataforma de lan�amento de um
processo de negocia��es abrangentes que leve a
um aut�ntico final do conflito.
Muitos perguntam qual seria a alternativa.
Outros defendem que o plano de Sharon � a
�nica op��o em jogo e por isso "n�s precisamos
lidar com ele positivamente". Isto �
verdadeiro, mas s� em parte. A �nica op��o em
jogo �, e deve continuar sendo sempre, um
acordo negociado que ponha um fim a este
conflito. Para sair do unilateralismo para o
bi-lateralismo n�o � f�cil, talvez por causa
do atual estado de coisas entre os governos da
Palestina e Israel.
Mas a alternativa est� ali. Est� nas palavras
de Sharon e de seu assessor. Ambos falaram da
Iniciativa
de Genebra como sendo um importante fator que os levou a adotar o
desligamento unilateral dos palestinos.
Ambos entenderam que o impulso p�blico e
internacional que a Iniciativa ganhou poderia
muito provavelmente levar a uma campanha
internacional de press�o sobre Israel para
aceitar os par�metros da
Iniciativa
de Genebra.
Embora o desligamento unilateral possa ajudar
Sharon por algum tempo, ele afinal ter� que
encarar a necessidade de iniciar o processo de
paz, a n�o ser que ele assuma que o atual
impasse possa continuar permanentemente.
Apenas um acordo negociado pode terminar este
conflito. Apenas um processo bi-lateral de
conversa��es entre lideran�as de Israel e
Palestina pode levar a tal acordo.
N�o obstante o fato de que alguns possam
concordar ou discordar de certas cl�usulas da
Iniciativa
de Genebra,
ela permanece como o �nico modelo que prova
que a paz � poss�vel e fact�vel. Acreditamos
fortemente que um esfor�o concertado deve
continuar, tanto no lado palestino quanto no
israelense, para enfatizar que a �nica op��o
em jogo, que conduz a uma solu��o justa, � a
Iniciativa
de Genebra,
nem mais e nem menos.
(*) Qaddoura Fares � Ministro
de Estado da Autoridade Nacional Palestina ,
membro do Conselho Legislativo Palestino e um
dos negociadores e signat�rios da Iniciativa
de Genebra. � tamb�m membro do Comit�
Executivo da
PPC
- Coaliz�o Palestina da Paz /
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|
UM CHAMADO PALESTINO PARA REATIVAR A PARCERIA
[
Qaddoura Fares
(*) - 28/09/04
-
FORWARD - tradu��o PAZ
AGORA/BR
] |
[A} solu��o continua sendo a de dois Estados
para dois povos. � aceita por uma maioria de
palestinos e israelenses, pela comunidade
internacional e consistente com a lei
internacional. Fazer elei��es palestinas numa
atmosfera pac�fica - onde haja uma parceria
ativa para alcan�ar um acordo e uma sensa��o
de esperan�a, entre o povo palestino, de que
ser�o capazes de se livrar da ocupa��o -
poder� fortalecer aqueles que acreditam na
democracia, na reforma e num acordo
politicamente equilibrado.
Estes �ltimos quatro anos do confronto
palestino-israelense, o per�odo mais violento
e sangrento desde a primeira ocupa��o
israelense de territ�rios palestinos, provam
que quanto mais continuar a ocupa��o, pior
ser� o sofrimento de ambos os povos.
N�o foi coincid�ncia que os confrontos
come�aram ap�s as negocia��es terem parecido
haver fracassado. Apesar de 4 anos de morte e
sofrimento, e a despeito das complexas camadas
hist�ricas e religiosas deste conflito e de
seu impacto regional e internacional, uma
solu��o pol�tica � ainda assim vi�vel. E essa
solu��o continua sendo a de dois Estados para
dois povos. Esta solu��o � aceita por uma
maioria de palestinos e israelenses, e tamb�m
� apoiada pela comunidade internacional e
consistente com a lei internacional.
Mesmo que nenhum acordo de paz tenha sido
alcan�ado durante a C�pula de Camp David em
2000, os palestinos e israelenses estiveram
muito perto de finalizar um acordo durante as
negocia��es de Taba, pouco depois. Mas fatores
dom�sticos israelenses, particularmente a
convoca��o, pelo ent�o primeiro-ministro Ehud
Barak, de elei��es antecipadas e a subseq�ente
recusa pelo primeiro-ministro Sharon a
negociar, evitou a conclus�o a partir do ponto
em que as negocia��es foram deixadas.
A necessidade de uma solu��o de dois Estados
como base para qualquer acordo � entendida
claramente pela maioria dos palestinos e
israelenses. A quest�o � se suas lideran�as
poder�o vencer as diferen�as entre os dois
lados nos temas mais sens�veis. Ultrapassar
esses obst�culos requer em primeiro lugar o
desejo de faz�-lo, algo que o atual governo de
direita de Israel - cujos l�deres se opuseram
ao processo de paz de Oslo - n�o t�m.
O atual governo israelense recusa-se a
negociar um acordo definitivo que leve ao
estabelecimento de uma Palestina vi�vel,
lado-a-lado com Israel. A direita israelense
n�o negocia, ela imp�e sua vontade. Isto �
melhor demonstrado pela insist�ncia de Sharon
em se retirar unilateralmente de Gaza sem a
menor coordena��o ou negocia��o com os
palestinos, enquanto continua a constru��o do
muro na Cisjord�nia, expandindo col�nias
ilegais israelenses nos territ�rios ocupados
palestinos e completando o cerco da Jerusal�m
Oriental ocupada sob o pretexto de n�o ter um
parceiro palestino para paz.
Este refr�o il�gico de "n�o existir parceiro
palestino" � usado para justificar pol�ticas
que continuam o conflito, e n�o o resolvem. A
l�gica determina que qualquer parceria de
sucesso requer uma base consistente e um
objetivo comum. Uma parceria baseada na
desigualdade, onde o objetivo de uma parte �
continua sua ocupa��o sobre a terra da outra,
seguramente fracassar�.
Jamais haver� um parceiro palestino que aceita
um acordo que proporcione nada menos que todos
os direitos nacionais do povo palestino..
Sharon ainda n�o aceitou este fato, e procura
por press�o militar alterar a lideran�a
democraticamente eleita dos palestinos ou suas
posi��es. Isto, � claro, ocorre com a
complac�ncia do governo americano.
Esta estrat�gia de coer��o pol�tica,
diplom�tica e mesmo militar para mudar a
lideran�a palestina, ou para infligir tal
sofrimento no povo palestino que seu desespero
se volte contra seus pr�prios l�deres, n�o
trar� uma mudan�a de lideran�a.
A estrat�gia de Israel poderia levar a um
colapso das estruturas governamentais
palestinas formadas ap�s os acordos de Oslo.
Isto pode bem ser parte do plano de Sharon,
mas certamente nenhuma institui��o iria
emergir em sua decorr�ncia que pudesse estar
disposta a aceitar menos do que a atual
lideran�a palestina j� indicou que aceitaria
como parte de um acordo para terminar o
conflito. A estrat�gia de Israel � uma receita
para continu�-lo.
Antes que qualquer lado conclua apressadamente
que n�o h� parceiro para a paz, ambos devem
entender a base e o prop�sito da parceria.
Para os palestinos, o objetivo da parceria �
terminar a ocupa��o dos territ�rios ocupados
em 1967 (inclusive Jerusal�m Oriental),
estabelecer um Estado soberano palestino ao
lado de Israel, e alcan�ar uma solu��o justa e
acordada para o destino dos refugiados,
consistente com a lei internacional, a
iniciativa �rabe de paz e as posi��es da OLP.
Estas metas s�o consistentes com as propostas
de paz que eu e outros representantes
palestinos desenvolvemos com um grupo de
proeminentes israelenses, conhecido como
Iniciativa de
Genebra. Esta iniciativa representa as possibilidades de uma
parceria baseada em igualdade e justi�a. A
�nica coisa que falta � desejo pol�tico para
transform�-la de uma iniciativa para um
acordo.
Tal desejo pol�tico, por�m, n�o emergir�
espontaneamente. Ele requer que os Estados
Unidos altere fundamentalmente seu papel, da
administra��o do conflito para sua solu��o. Em
outras crises internacionais, como na ocupa��o
iraquiana do Kuwait, limpeza �tnica na B�snia
e Kosovo e apartheid na �frica do Sul, a
comunidade internacional demonstrou uma clara
disposi��o e compromisso com a aplica��o da
lei e da justi�a.
Trazer paz � regi�o e terminar a ocupa��o
israelense tamb�m demandar� um compromisso
internacional. Sem ele, o conflito continuar�.
Esperar, para trazer a paz, por evolu��es
internas nas sociedades israelense e
palestina, � uma estrat�gia falha.
Muitos depositaram suas esperan�as por paz na
reforma [pol�tica] da Palestina. O caminho
certo para reformas fundamentais � realizar
elei��es abrangentes, legislativas,
presidenciais e municipais, assim como
elei��es livres internas em todas as partes
pol�ticas, a come�ar de meu partido, Fatah, o
maior partido pol�tico palestino.
Uma verdadeira reforma vai al�m do governo, e
se estende tamb�m � sociedade civil. Elei��es
em sindicatos profissionais, por exemplo,
permitiriam a estes ocupar o papel a que t�m
direito.na constru��o da democracia. Mas �
imposs�vel realizar elei��es livres com postos
militares israelenses restringindo o movimento
de eleitores e candidatos, e enquanto o
ex�rcito israelense se recusa a sair de
cidades palestinas.
Em 13/09, Israel impediu o registro eleitoral
na Jerusal�m Oriental, numa tentativa de
bloquear elei��es. Isto prova que Israel n�o
tem interesse em elei��es palestinas, ou num
tipo de reforma que poderia delas emergir.
Conseq�entemente, depende da comunidade
internacional ajudar a criar as condi��es em
que uma elei��o possa se realizar.
Fazer elei��es palestinas numa atmosfera
pac�fica - onde haja uma parceria ativa para
alcan�ar um acordo e uma sensa��o de esperan�a
entre o povo palestino de que ser�o capazes de
se livras da ocupa��o - poder� fortalecer
aqueles que acreditam na democracia, na
reforma e num acordo politicamente
equilibrados.
Mas se houver elei��es com os soldados da
ocupa��o perturbando as ruas, a maioria dos
palestinos n�o ir�o �s urnas, os grupos
isl�micos ter�o uma maior chance de sucesso
eleitoral, pois se ap�iam no estado de
pobreza, desespero e frustra��o resultantes da
continuada repress�o israelense.
A maioria dos palestinos � mais liberal e
apoiaria um acordo pol�tico equilibrado e a
cria��o de um sistema pol�tico democr�tico.
Mas a atual situa��o mant�m silenciosa a
maioria, prejudicando a pol�tica interna
palestina.
A nova gera��o da Palestina uma gera��o que
cresceu s� conhecendo a ocupa��o, sofreu
pris�es e torturas por israelenses, e
testemunhou a ocupa��o nas suas mais brutais
formas quer n�o apenas sua liberdade, mas
tamb�m um Estado democr�tico palestino baseado
na separa��o de poderes, vig�ncia da lei,
pluralismo, prote��o de direitos das mulheres
e o desenvolvimento de uma cultura pol�tica
que coloque a Palestina entre as democracias
do mundo.
Esta gera��o quer um Estado que rejeita a
viol�ncia, procure a coexist�ncia, que n�o
seja parte de nenhuma alian�a militar e n�o
permita que sua terra seja usada para ataques
contra seus vizinhos. Esta gera��o anseia por
um Estado que viva em paz e seguran�a com o
Estado de Israel e o povo judeu, cujo
hist�rico sofrimento entendemos. Mas � tempo
de essas v�timas sentirem e reconhecer o
sofrimento das v�timas palestinas.
As vis�es e cren�as que mencionei acima
representam a posi��o e ideais da nova gera��o
de palestinos uma gera��o cujos valores s�o
melhor refletidos por meu amigo e companheiro,
Marwan Barghouti, que est� hoje mantido numa
pris�o israelense.
(*) Qaddoura Fares, Ministro de Estado
da Autoridade Palestina, � membro do Comit�
Executivo da Fatah na Cisjord�nia, deputado do
Conselho Legislativo Palestino, e um dos
negociadores e signat�rios palestinos da
Iniciativa de Genebra. Este artigo foi
publicado originalmente pela Forward
[www.forward.com], tradicional publica��o de
judeus progressistas em N.York, em 26/09/2004,
antes da reelei��o de Bush e do falecimento de
Arafat.
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PACIFISTA ISRAELENSE FAZ PALESTRA NA PUC-SP
[Roberta Jovchelevich - Jornal da PUC-SP -
www.pucsp.br
� 03/07/04]
|
|
Embaixador da Autoridade Palestina
ao
lado de Yael Dayan no TUCA |
A pacifista israelense Yael Dayan esteve no Tuca na noite
de 17/6, onde proferiu a palestra �Dois Estados
para Dois Povos�. Vice-prefeita de Tel Aviv, ela
veio a S�o Paulo participar do evento Urbis
2004, a convite da prefeitura paulistana.
Ex-deputada do Knesset (parlamento israelense), Yael � filha do
general Moshe Dayan, ministro da Defesa na
Guerra dos Seis Dias, em 1967, que definiu as
atuais fronteiras do Estado judeu. Yael, no
entanto, defende a sa�da dos territ�rios
ocupados e a conviv�ncia pac�fica com o povo
palestino, proposta que integra a
Iniciativa de
Genebra, da qual � uma das promotoras. "Paz e ocupa��o s�o
auto-excludentes. Espero que haja negocia��es,
mas n�o enquanto houver col�nias e
assentamentos."
Yael Dayan integra o MOVIMENTO PAZ
AGORA,
a Rede de Mulheres pela Paz (Conex�o Jerusal�m)
e a Coaliz�o pela Paz no Oriente M�dio. Recebeu
o Pr�mio de Direitos Humanos Bruno Kreisky
(1991) e o Pr�mio para a Paz Olof Palme (1998).
� autora de oito livros e uma das fundadoras do
partido social-democrata Yahad.
Aproveitando sua passagem pela capital, os integrantes dos
movimentos pacifistas internacionais Portas
Abertas e
PAZ
AGORA
promoveram o encontro na PUC-SP, do qual tamb�m
participou o embaixador da Autoridade Nacional
Palestina, Musa Odeh. Foi, ali�s, a primeira
reuni�o na cidade entre uma lideran�a israelense
e uma lideran�a palestina.
Em seu curto discurso, Odeh agradeceu a oportunidade de
participar do evento ao lado "de uma grande
mulher que trabalha pela paz e por nobres
objetivos". Em seguida, acrescentou: "� preciso
colocar um fim na ocupa��o israelense. N�s temos
que viver juntos para sempre, a despeito de ser
uma �rea muito pequena, mas que pode conter os
dois povos".
Leia a seguir os principais trechos da enf�tica fala de Dayan,
constantemente aplaudida pelo p�blico presente
(cerca de 200 pessoas).
Fanatismo religioso
"O Oriente M�dio deve voltar a ser o ber�o das
civiliza��es, aquilo que foi no passado. E isso
� imposs�vel enquanto houver fan�ticos dos dois
lados: uns usam palavras; outros, bombas; e
outros, pedras. Mas o resultado � o mesmo."
Terrorismo
"O terrorismo n�o � parte da solu��o racional
para se chegar a um acordo, porque quem o ap�ia
n�o � a favor do Estado de Israel. Ningu�m do
Hamas e do Jihad fala em dois Estados, o
embaixador Odeh fala. O Hamas e o Jihad falam no
aniquilamento de Israel."
Muro na Cisjord�nia
"Em Israel, lutamos contra o muro; ao se fazer o
mal, n�o se consegue fugir do mal que se quer
evitar. As bombas v�m das fronteiras de 1967 e a
muralha n�o vai mudar isso."
Dois Estados
"As for�as armadas de Israel n�o impedir�o o
Estado palestino. Dois Estados para dois povos
ser� o pre�o mais barato que poderemos pagar.
Espero voltar a S�o Paulo com uma boa nova."
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YAEL DAYAN:
SHARON
FRACASSA NO DI�LOGO
[
Bianca Kestenbaum Banai - Folha Online - 03/07/04 ]
� claro que a morte de Rabin sinalizou uma mudan�a
de rumo, somando a intifada ... e o fracasso do
governo Barak. A pergunta n�o � por que [os
israelenses] n�o votam na esquerda; e, sim, por que
votam na direita? Por que esta histeria em apoiar a
direita, o racismo e o golpe nas camadas mais baixas
da sociedade? Por que os mais fracos votam
justamente em quem os prejudica? A esquerda existe e
agora est� tratando das feridas ap�s o assassinato
de Rabin. A esquerda tem um programa positivo de
di�logo.
Xclique
na foto e ou�a YAEL DAYAN
Neste domingo (6), o Knesset (Parlamento de Israel)
votar� o plano de desocupa��o total de Gaza e
parcial da Cisjord�nia proposto pelo
primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.
O plano original de Sharon, rejeitado por seu partido, o
Likud [direita], previa a retirada de 7.500 colonos
judeus de Gaza e o desmantelamento de alguns
assentamentos na Cisjord�nia. A nova proposta � uma
vers�o bem atenuada, mas enfrenta resist�ncia de
partidos e grupos contr�rios a qualquer concess�o
aos palestinos, especialmente sem uma contrapartida.
"Se o plano de Sharon for aprovado neste domingo,
ent�o � preciso iniciar a desocupa��o imediatamente.
N�o se pode esperar que tenha mais um atentado
terrorista para sair de Gaza", afirma a
vice-prefeita de Tel Aviv e l�der do movimento
pacifista
PAZ AGORA,
Yael Dayan.
A pacifista considera haver parceiros para discuss�o
do outro lado [palestino], mas como Sharon n�o
consegue se entender com ningu�m, ela concorda que a
sa�da seja unilateral e imediata.
Filha do general e ex-ministro da defesa de Israel
Moshe Dayan, a ativista desembarca no pr�ximo dia 15
no Brasil. Ela � uma das autoridades estrangeiras a
participar do encontro internacional de cidades -
Urbis 2004
[congresso internacional de cidades promovido pela
prefeitura de S�o Paulo], que acontece entre os dias
14 e 18 no Expo Center Norte, em S�o Paulo.
Dayan ap�ia a retirada total dos assentamentos
israelenses em Gaza e na Cisjord�nia de forma
unilateral, apesar de afirmar que h� palestinos
interessados no di�logo e num esquema de paz com
Israel.
Escritora, jornalista e membro da Parlamento
israelense durante tr�s mandatos, Dayan passar� dois
dias em S�o Paulo e um no Rio de Janeiro. Al�m da
palestra sobre: "limites
e perspectivas para o desenvolvimento das cidades e
regi�es metropolitanas", no dia 16,
ela foi convidada e aceitou fazer palestra na
PUC-SP
(Pontif�cia Universidade Cat�lica) e se encontrar
com lideran�as da comunidade judaica.
Aos 65 anos, Dayan trabalha na prefeitura da maior
cidade de Israel [Tel Aviv] al�m de atuar em
diversos movimentos pacifistas, feministas e de
homossexuais.
Em meio a viagens pelo exterior para divulgar suas
id�ias pela paz e do plano alternativo de Genebra
(Su��a), Dayan, que fala cinco idiomas [hebraico,
ingl�s, espanhol, franc�s e grego] concedeu
entrevista exclusiva � Folha Online, em
hebraico.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
Folha Online - A senhora pode nos adiantar qual enfoque vai
dar sobre Tel Aviv, na sua palestra na Urbis 2004?
Dayan:� um encontro muito importante e vou falar sobre
muitos problemas sociais da cidade. � uma metr�pole
que atrai muita gente e por isto tem mais
trabalhadores estrangeiros, mais imigrantes,
problemas de drogas, prostitui��o e uma grande
comunidade homossexual. Tudo � maior em Tel Aviv por
se tratar de uma cidade grande, aberta e liberal. H�
tamb�m problemas de bem-estar mas n�o �, se
comparada por exemplo a Jerusal�m, uma cidade pobre.
Acredito que podemos dar exemplo em muitos assuntos,
como os programas modernos de atendimentos �s
crian�as, menores e na educa��o al�m de programas
especiais que tratam da viol�ncia na fam�lia, de
deficientes, de forma profissional.
Folha Online - Sobre a pol�tica de Israel e o
governo do premi� Ariel Sharon, a senhora acha
prefer�vel desocupar os territ�rios de Gaza de forma
unilateral ou procurar parceiros para o di�logo?
Dayan-H� um programa, h� com quem falar do lado
palestino. Podemos ir direto a um esquema final. Mas
n�s n�o temos um governo que quer isto e o governo
Sharon n�o � um parceiro para o di�logo. Do outro
lado [palestino], sim, h� parceiros. E, por isto,
n�s apoiamos qualquer iniciativa unilateral.
Folha Online - Mas o governo Sharon argumenta que
n�o h� com quem conversar do lado palestino...
Dayan- Ok. Ent�o eles [membros do governo] fazem o que
querem.
Folha Online - O jornal "Maariv" publicou ontem
uma pesquisa na qual Sharon recebe apoio de 61% dos
partid�rios do Likud [direita] e 51% de toda a
popula��o. O que a senhora pensa sobre estes
n�meros?
Dayan- Bem, o plano de Sharon � um programa m�nimo, mas �
claro que a popula��o quer que algo aconte�a. As
pessoas n�o aceitam mais serem ref�ns dos colonos.
Este apoio n�o me causa surpresa. H� inclusive
n�meros ainda maiores de israelenses que querem a
desocupa��o total dos assentamentos.
Folha Online Mesmo com este apoio popular, Sharon
se encontra numa "guerra de sobreviv�ncia". Ele n�o
consegue ir adiante com seu plano que j� foi
rejeitado no referendo realizado com seus
partid�rios...
Dayan-
Este plebiscito dentro do Likud foi um grande erro.
N�o teve nenhuma validade e n�o d� legitimidade a
nada.
Folha Online - Mas o resultado conseguiu
paralisar o andamento do plano de retirada dos
territ�rios...
Dayan-
Bem, ele precisa receber autoriza��o para o plano.
Ele viu que n�o tinha apoio da maioria do governo
ent�o optou pelo plebiscito, pensando que venceria.
Ele tem de aproveitar o apoio da maioria dos
parlamentares e levar adiante a id�ia.
Folha Online - Sem qualquer esquema, os
palestinos lan�am foguetes Qassam, de fabrica��o
caseira, em cidades israelenses e continuam com os
atentados. O que acontecer� ap�s a retirada das
for�as militares de Israel que atualmente ocupam
Gaza? A amea�a aumentar�?
Dayan- A inten��o � parar isto e acredito que a amea�a
diminuir�. Eu ap�io a retirada de todos os
territ�rios ocupados por Israel [Gaza e
Cisjord�nia], fazer acordo e implantar um Estado
palestino. Sem isto, � �bvio que o terror n�o vai
acabar.
Folha Online - A senhora � uma das l�deres da
iniciativa de Genebra [plano alternativo de paz
redigido por israelenses e palestinos e lan�ado h�
cerca de cinco meses]. Por que este programa saiu da
pauta di�ria em Israel e n�o se v� nenhum avan�o
sobre o assunto?
Dayan- Para aonde ele precisa avan�ar? O avan�o
� no sentido de divulg�-lo e para receber apoio da
popula��o. N�s realizamos palestras e eventos
diariamente em diferentes cidades com este objetivo.
Na manifesta��o que reuniu mais de 100 mil pessoas
em Tel Aviv, h� duas semanas, n�s fomos dominantes.
Por meio do site na Internet, pode-se ver
atividades di�rias promovidas pelos l�deres
israelenses e palestinos. Este � o nosso programa,
nosso trabalho: passar por todo o pa�s e divulgar
esta id�ia.
Folha Online - O plano n�o tem reconhecimento
dentro no governo nem no Knesset (Parlamento
israelense) e os partidos de oposi��o ao governo
est�o em minoria. O que aconteceu com a esquerda?
Dayan-
Esta � uma pergunta muito geral e quase demag�gica.
O que se pode responder? O que voc� acha que
aconteceu?
Folha Online - Algo foi perdido no meio do
caminho depois da morte do ex-primeiro-ministro
Yitzhak Rabin, assassinado em 1995 por um extremista
judeu, e principalmente ap�s a ren�ncia de Ehud
Barak que acabou resultando na volta da direita ao
poder?
Dayan- � claro que a morte de Rabin sinalizou uma mudan�a
de rumo, somando a intifada [revolta palestina
contra a ocupa��o israelense] e o fracasso do
governo Barak. A pergunta n�o � por que n�o votam na
esquerda; e, sim, por que votam na direita? A
resposta se encontra a�. Por que esta histeria em
apoiar a direita, o racismo e o golpe nas camadas
mais baixas da sociedade? Por que os mais fracos
votam justamente em quem os prejudica? A esquerda
existe e agora est� tratando das feridas ap�s o
assassinato de Rabin. A esquerda tem um programa
positivo de di�logo e que n�o se modificou na sua
base nos �ltimos anos.
Quanto a vota��o que a direita recebe, n�o digo que
o Arafat � respons�vel (Iasser, presidente da
Autoridade Nacional Palestina), mas n�o �
absolutamente errado que aqui o terror trocou o
programa pol�tico, uma reconcilia��o ou esquema. E
isto � muito confort�vel para a direita. Ela n�o tem
plano pol�tico e n�o � exigida por isto. At� porque
n�o conseguem nada. A direita � exigida quanto a
problemas de seguran�a.
Folha Online - Por que os israelenses votam em
Sharon, ap�iam o plano de retirada, desprezam a
esquerda, mas no fundo est�o confusos j� que n�o
acreditam que algo vai mudar?
Dayan-
Na elei��o, eles [israelenses] v�o �s urnas e votam
em Sharon. As pessoas falam que n�o sabem, ficam
indecisas e dizem n�o saber em quem votar at� que
uma urna � aberta e a maioria vota em Sharon. Isto
n�o � confus�o, votar � uma escolha que, sem d�vida,
mexe com a vida de todos. Isso n�o pode continuar
para sempre. Afinal, o que � n�o fazer nada? O que
tem de ser feito � desocupar os territ�rios e, at�
que este processo n�o seja iniciado, n�o somos
parceiros para nada. Essa cena gera grande apoio �
retirada. As pessoas n�o s�o burras e querem ver a
primeira fam�lia sair de Gaza e entrar no territ�rio
israelense com suas crian�as, com seus pertences, e,
neste momento, n�s [a esquerda] temos de voltar ao
quadro pol�tico com toda a for�a.
Folha Online O que a senhora pensa sobre o apoio
eg�pcio?
Dayan-
Vem um pouco tarde, mas n�o � um jogo. Eles tamb�m
est�o sendo pressionados como n�s, pelos americanos
e por pa�ses europeus.
Folha Online - A senhora concorda com a id�ia que
prop�e o fechamento da fronteira entre Israel e
Gaza, obrigando, neste caso, a sa�da dos palestinos
atrav�s do Egito e ao governo eg�pcio a
responsabilidade pelo povo palestino?
Dayan-
Por que eles deveriam sair pelo Egito? N�s ocupamos
o lugar durante tantos anos. Antes de mais nada eles
n�o s�o eg�pcios e tamb�m n�o h� motivo algum para
os eg�pcios aceitarem isso. O Egito n�o quer nenhum
papel, o que desejam � ter boas rela��es com os
Estados Unidos e Europa. Eles far�o o m�nimo pois
n�o nos suportam nem gostam dos palestinos.
Folha Online Que tipo de recep��o a senhora
espera encontrar no Brasil com rela��o as suas
id�ias esquerdistas?
Dayan-
De um modo geral, os judeus brasileiros se
identificam com a esquerda israelense, mas a
comunidade judaica � problem�tica. Eles n�o aceitam
o que n�o � de consenso. Eu espero que me escutem,
que tenha imprensa que explique as coisas, mas sei
que n�o tenho "cart�o de entrada gratuita" dentro da
comunidade judaica do Brasil. N�o � confort�vel para
eles as cr�ticas ao governo israelense, mesmo que
concordem comigo.
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ISRAEL N�O EST� EM PERIGO.
NOSSA IMAGEM E NOSSA DEMOCRACIA, SIM
- Palestra
de YAEL DAYAN na Bnai Brith, promovida pelos
Amigos Brasileiros do PAZ
AGORA -
[
S�o
Paulo, 18/06/2004 ]
-
Excertos transcritos por
Lia Bergmann e Mois�s Storch -
A
Paz Poss�vel: Dois Estados para Dois Povos
Quando se fala do processo de paz [entre Israel e os
palestinos] � preciso diferenciar o que sonhamos
como ideal e o que � poss�vel. H�, por exemplo, os
que sonham com o Grande Israel, do Eufrates ao Nilo.
No entanto, se na realidade o Estado de Israel quer
ser aceito pelas na��es, tem que se conformar �s
leis internacionais.
H�
uma trag�dia no Oriente M�dio. Os palestinos e os
israelenses reclamam o direito a um mesmo peda�o de
terra. Este conflito precisa ser resolvido com
justi�a e legitimidade internacional.
Nem
o Estado de Israel, que � muito forte, pode se
apossar de toda terra pela for�a, e nem os
palestinos conseguir�o obter seu pa�s pela
viol�ncia, varrendo Israel do mapa.
A �nica solu��o consiste em dois Estados lado a
lado, convivendo em paz. Esta solu��o asseguraria a
exist�ncia de um estado judaico democr�tico em
Israel, pois, do contr�rio, em breve os �rabes se
tornariam maioria num pretenso estado judeu entre o
Jord�o e o Mediterr�neo.
Enquanto persistir a ocupa��o de Gaza e da
Cisjord�nia, n�o haver� paz. Al�m do aspecto
moralmente inaceit�vel da ocupa��o, ela se
transformou em um ninho de fomento ao �dio, �
guerra, ao terrorismo, e de tudo o que � contra a
paz.
Assim o primeiro passo para a paz seria a cria��o de
um Estado palestino ao lado de Israel. H� que se
separar os dois povos, t�o machucados por anos de
viol�ncia e raiva, para num passo posterior fomentar
a boa vizinhan�a e a coopera��o regional, que se
espera de vizinhos que vivem em paz.
Processo de Paz
O
Road Map,
promovido pelo Quarteto [Estados Unidos, Uni�o
Europ�ia, R�ssia e ONU], foi aceito por todas as
partes, inclusive pelos governos de Israel e da
Autoridade Palestina. A Iniciativa de Genebra, da
qual participo pessoalmente, n�o conflita com o Road
Map mas � complementar a ele, representando um
avan�o ao abordar detalhadamente aspectos cr�ticos,
como a quest�o dos refugiados, a divis�o de
Jerusal�m, o retorno �s fronteiras anteriores � 1967
com modifica��es mutuamente acordadas.
Existem muitos interlocutores confi�veis do lado
palestino, o que em minha opini�o n�o inclui Arafat,
que ao meu ver est� comprometido com o terror. Est�
comprovado que ele assinou cheques beneficiando o
terrorismo. A maior parte dos palestinos quer a
solu��o de dois Estados, mas hoje s�o ref�ns dos
movimentos terroristas extremistas. E, sem querer
fazer qualquer compara��o, de certa maneira Israel
tamb�m � ref�m de colonos extremistas, que amea�am
detonar uma guerra civil.
Nunca vamos ter paz se o futuro for colocado na m�o
de suicidas ou de radicais. O
Road Map prop�e
um esfor�o conjunto de israelenses e palestinos, e
com a ajuda do resto do mundo, o terror ter� fim.
Mas, para isto, os palestinos precisam enxergar uma
luz no fim do t�nel, precisam de uma esperan�a.
Sair de Gaza, AGORA e
Come�ar o Fim da Ocupa��o
Neste sentido, a retirada de Gaza seria uma
demonstra��o de que Israel est� disposto a um gesto
significativo rumo � paz. Os partidos israelenses de
oposi��o apoiar�o a proposta do primeiro ministro
israelense Ariel Sharon para a retirada de Gaza,
pois � preciso ser realista e este seria um
importante passo para que haja paz no futuro.
N�o
quero meus filhos tomando conta de outro povo e
parando ambul�ncias nos
checkpoints
com medo de que estejam sendo usadas por
terroristas. Nossa exist�ncia n�o est� em perigo,
Israel � muito forte, mas a nossa imagem, a nossa
democracia, os nossos valores, estes sim correm
perigo. Queremos ter uma vida normal, n�o de luta
sem fim.
Sou otimista quanto ao futuro. N�o acho que ser�
f�cil e nem que a paz se concretize logo. Por�m
acredito na possibilidade de conviv�ncia de dois
Estados: Israel, judeu e democr�tico e outro
palestino, sem terrorismo, que com a ajuda de
Israel, dos palestinos ricos e de todo o mundo,
poder� construir uma infra-estrutura capaz de
absorver os palestinos dos campos de refugiados do
L�bano, S�ria e da Jord�nia.
Com
isso, os israelenses poderiam ter melhor qualidade
de vida, usufruindo o que constru�ram nestes 55
anos, como, por exemplo, o melhor sistema
educacional do mundo, e continuando a absorver novos
imigrantes, como sempre o fez sempre com os judeus
de todo o mundo quando estes enfrentam situa��es de
persegui��o, incluindo os que foram expulsos de
pa�ses �rabes.
�
f�cil dizer: "n�o saiam da Cisjord�nia", ou repetir
chav�es como "todos os palestinos s�o terroristas"
ou "que n�o h� com quem conversar", quando se est�
fora de Israel. De longe, o panorama parece muito
diferente. Mas toda a comunidade judaica do mundo
inteiro tem que ser militante a favor da Paz.
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YAEL DAYAN:
� � PRECISO BUSCAR FORMAS DE ENCERRAR O CONFLITO
ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS
�
- Entrevista de
Yael Dayan (*) por Kety Shapazian -
[
Di�rio do Com�rcio
-
http://net.dcomercio.com.br -
16/06/2004 ]
O conflito entre israelenses e palestinos n�o
deveria ser visto como uma briga entre duas
crian�as, como quem come�ou e de quem � a culpa.
Devemos descobrir como encerr�-lo. N�o importa quem
come�ou e tamb�m n�o � uma quest�o sobre de quem � a
culpa.
Podemos e devemos fazer muito mais, pois as pessoas
est�o atentas, e com seus b�sicos sensos de justi�a,
sabem que estamos certos. Os sens�veis e s�bios ir�o
se juntar a n�s.
Queremos o acordo total e acreditamos que h� um
parceiro para a paz.
Sobre o pai dela, Moshe Dayan, o atual primeiro-ministro de
Israel, Ariel Sharon, um dia disse: Moshe Dayan
acordava com 100 id�ias na cabe�a. Noventa e cinco
eram perigosas, tr�s eram ruins, mas duas,
entretanto, eram brilhantes. Filha do lend�rio
ministro da Defesa, Yael Dayan seguiu os passos do
pai ao ingressar na pol�tica. Por�m, ela diz n�o ter
sido influenciada pela heran�a pol�tica de Moshe
Dayan. Formada em Pol�tica Social e em Biologia,
Yael credita � guerra no L�bano � Israel invadiu
aquele pa�s em 1982 � seu interesse pela pol�tica.
"Era imposs�vel n�o se envolver", disse, por
telefone ao Di�rio do Com�rcio, a vice-prefeita de
Tel-Aviv.
Al�m de vice-prefeita, Yael Dayan � que � jornalista
h� 30 anos e autora de oito livros �, ajudou a
fundar o mais novo partido pol�tico de Israel. Em
novembro de 2003, a frente pacifista Meretz e o
movimento social-democrata [Shahar], dirigido pelo
ex-ministro trabalhista, Yossi Beilin � principal
participante do
Acordo de Genebra
�, se fundiram em um �nico partido
chamado Yahad. O pacifista Beilin se separou do
Partido Trabalhista junto com Yael Dayan, em
dezembro de 2002, ao fracassar nas elei��es internas
com vistas �s gerais de janeiro de 2003.
Acordo de Genebra
A base do Yahad
(Juntos, em portugu�s) � o
Acordo de Genebra
. "N�s queremos o acordo total e acreditamos que h�
um parceiro para a paz", disse a filha do general,
dois dias antes do Parlamento votar e aprovar a
retirada das tropas israelenses da faixa de Gaza at�
o final de 2005. Ex-membro do Knesset (Parlamento)
de 1992 a 2002, Yael chega a S�o Paulo a convite do
grupo
Amigos Brasileiros
do PAZ AGORA
para a Urbis 2004 � 3� Feira e Congresso
Internacional de Cidades �, onde faz palestra hoje.
Para a av� de Alma e Yasmin, apenas Sharon
conseguir� remover algum colono da faixa de Gaza ou
da Cisjord�nia. "O Partido Trabalhista nunca
conseguiu. N�s certamente n�o conseguiremos. S� a
direita, mesmo". Ela v� o plano de retirada
unilateral como um passo "simb�lico", importante
para mostrar aos palestinos que a sa�da � poss�vel.
"Quero ver um �nibus, caminh�o ou carro retirando a
primeira fam�lia e os trazendo de volta a Israel
porque, at� agora, nada foi evacuado", diz.
Como encerrar?
Yael acha que o conflito entre israelenses e palestinos n�o
deveria ser visto como uma briga entre duas
crian�as, como quem come�ou e de quem � a culpa.
"Devemos descobrir como encerr�-lo. N�o importa quem
come�ou e tamb�m n�o � uma quest�o sobre de quem � a
culpa".
Al�m da atua��o na pol�tica, Yael Dayan participa de diversos
movimentos pacifistas e j� recebeu condecora��es
pelo trabalho desenvolvido na busca pelo
entendimento entre israelenses e palestinos. A
revista francesa "L'Express" cita a filha de Moshe
Dayan como uma das 100 mulheres mais influentes no
mundo.
(*) YAEL DAYAN, vice-prefeita de Tel
Aviv/Yafo recebeu como homenagem aos seus esfor�os
pela paz entre os povos do Oriente M�dio, uma
r�plica do "Marco
da Paz" erigido no P�teo do
Col�gio, oferecida pela Associa��o
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GENEBRA AGORA
- Entrevista com
YASSER ABED RABBO
-
[ Danny Rubinstein - 29/10/04 - Haaretz - traduzido
pelo PAZ
AGORA/BR ]
Abed Rabbo est� convencido de que a complexa solu��o
para o problema dos refugiados formulada pela
Iniciativa de Genebra,
baseada na reabilita��o e repara��es em Israel e no
exterior, n�o � um abandono dos refugiados, mas ao
contr�rio, a primeira tentativa palestina desde 1948
para defender os direitos dos refugiados em termos
pr�ticos.
Xclique
na foto e ou�a YASSER ABED RABBO
A Iniciativa, definida como um acordo privado, teve
um significativo impacto em ambos os lados. Sua
influ�ncia no lado israelense foi expressa numa
recente entrevista ao Haaretz por Dov Weisglass,
principal assessor do primeiro-ministro, que disse
que o apoio �
Iniciativa de Genebra levantou
temores que fizeram com que Sharon sa�sse com o
plano de desligamento.
Yasser Abed Rabbo
ainda acredita na Iniciativa mas admite, "Ningu�m no
nosso lado acredita que ela possa ser implementada
agora."
O primeiro anivers�rio da conclus�o das negocia��es
do modelo para um acordo permanente entre palestinos
e israelenses, conhecido como
a
Iniciativa de Genebra
est� pr�ximo. Yossi Beilin dirigiu a equipe
negociadora israelense, e Yasser Abed Rabbo conduziu
a delega��o palestina.
Perguntamos a Abed Rabbo: O que fez a
Iniciativa de Genebra ao lado palestino?
Diferentemente de Beilin, Abed Rabbo ainda � um
membro central da lideran�a palestina. Foi ministro
da informa��o e cultura da Autoridade Palestina (AP)
mas atualmente n�o � ministro. Seu papel oficial �
de membro do Comit� Executivo da OLP. Isto n�o deve
ser tomado como uma diminui��o de seu
status,
porque para membros da faixa superior da estrutura
da AP, o status
depende de sua participa��o no pequeno c�rculo de
assessores diretos de Arafat. Abed Rabbo continua
membro desse clube.
Numa entrevista no �ltimo s�bado, em seu escrit�rio
no Centro Palestino de Informa��o e Comunica��o em
El-Bireh, ele disse que a popula��o palestina
respondeu �
Iniciativa de Genebra com choque e des�nimo. O choque foi causado, em
sua opini�o, pela linguagem do documento com
respeito � solu��o do problema palestino. "Os
extremistas do lado palestino se aproveitaram disso
para retratar-me e aos meus amigos como aqueles que
desistiram dos direitos palestinos, diz ele.
As se��es dedicadas ao tema dos refugiados criaram o
que ele chamou de "uma atmosfera muito pouco
amig�vel", aos olhos da popula��o palestina. �
interessante notar a extens�o em que este
assunto era completamente dependente dos olhos do
leitor. Ron Pundak, diretor do Centro Peres para
Paz, recentemente disse que enquanto o lado
palestino considerava a Iniciativa de Genebra como
uma rendi��o do direito de retorno, a popula��o
israelense interpretou a Iniciativa como
significando exatamente o oposto. Os israelenses
acreditaram que a Iniciativa expressava a recusa
palestina de renunciar a seu direito de retorno.
De qualquer forma, Abed Rabbo est� convencido de
que a complexa solu��o para o problema dos
refugiados formulada pela
Iniciativa de Genebra, baseada na reabilita��o e repara��es em Israel
e no exterior, n�o � um abandono dos refugiados, mas
ao contr�rio, a primeira tentativa palestina desde
1948 para defender os direitos dos refugiados em
termos pr�ticos.
"Esta � a defesa dos refugiados, que deve
substituir a linguagem oca e os slogans do passado",
diz ele.
Ap�s todas as rea��es negativas, o Sr. ainda
acredita que A Iniciativa de Genebra tem chance?
Abed Rabbo: "Com certeza. Em mesmo sou um
refugiado, e sei que a
Iniciativa de Genebra
abriu um di�logo s�rio pela primeira vez sobre este
assunto no lado palestino".
Que valor tem o di�logo � luz de t�o ampla
resist�ncia?
"Esse n�o � exatamente o caso. Realizamos v�rias
pesquisas de opini�o p�blica entre palestinos.
Apresentamos todas as se��es da Iniciativa de
Genebra, incluindo as fronteiras projetadas do
Estado Palestino, o acordo compromissado sobre
Jerusal�m e a solu��o dos refugiados, e recebemos
uma maioria de 60% de apoio a ela."
"�N�s n�o mencionamos que est�vamos perguntando
aquelas quest�es em conex�o com "'Genebra' , que se
tornou um termo negativo. Apenas perguntamos sobre
os temas, como um todo, e isso deixou claro que
existe um amplo apoio para a Iniciativa. Tudo
depende de como as coisas s�o apresentadas. Se voc�
chegar e perguntar, por exemplo: 'Voc� aceita a
Iniciativa de Genebra, que renuncia ao direito de retorno?' At� eu
vou responder 'N�o'. "
No ver�o de 1988, o Conselho Nacional Palestino
da OLP se encontrou na Arg�lia para aceitar uma
decis�o do Conselho de Seguran�a que representou de
fato o reconhecimento do Estado de Israel, e a
aceita��o de uma solu��o de dois Estados para os
dois povos. Abed Rabbo explica que, desde ent�o,
ningu�m realmente explicou o resultado espec�fico
daquela decis�o, ou seja, o significado pr�tico do
reconhecimento do Estado de Israel. O significado �
uma solu��o de compromisso.
"Em hebraico, h� um ditado de que voc� tem de
colocar os pontos [que representam as vogais no
hebraico] nas letras, para deixar o significado
claro. � isto que fizemos com a
Iniciativa de Genebra. Colocamos os pontos nas letras da decis�o da
OLP, em termos da cria��o de dois Estados para dois
povos na superf�cie desta terra".
Como seria poss�vel promover a implementa��o da
Iniciativa de Genebra?
"O grande inimigo de Genebra, de nosso lado, o
lado palestino, n�o � a postura conservadora do
grande p�blico. Mas sob as atuais circunst�ncias,
ningu�m acredita que possamos alcan�ar tal solu��o.
Quando os palestinos v�em o que est� acontecendo na
Cisjord�nia - os assentamentos fortalecidos, a cerca
de separa��o que oprime os palestinos e cria
expropria��es intrusivas - e a pol�tica israelense
de puni��es coletivas, ningu�m quer nos ouvir. Eles
me v�em e aos meus colegas da
Iniciativa de Genebra como uma cole��o de sonhadores iludidos".
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os devidos cr�ditos aos
autores, �
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YASSER ABED RABBO:
PLANO DE SHARON DIVIDIU PALESTINOS
[Palestinian
Media Center � 19/09/04 - traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
]
Agora, nesses momentos que s�o os mais tr�gicos e
perigosos em nossa hist�ria moderna deste 1948, nos
falta uma vis�o unificada e uma lideran�a
unificada...
A miss�o b�sica de Sharon � completar a 'Guerra de
Independ�ncia' erradicando a exist�ncia do povo
palestino atrav�s de um sistema integrado de
procedimentos estrat�gicos que tornariam imposs�vel
para o povo palestino criar no futuro um Estado em
parte das terras entre o mar [Mediterr�neo] e o rio
[Jord�o]...
Precisamos desenvolver um consenso nacional sobre
uma resposta [ao plano de Sharon] para decidir o que
rejeitamos, que � a solu��o parcial e unilateral, e
o que aceitamos, que � o fim da ocupa��o dentro do
quadro de uma solu��o abrangente que conduza �
cria��o de um Estado independente dentro das
fronteiras de 1967...
Membro do Comit� Executivo da OLP e co-autor da
Iniciativa
de Genebra, Yasser Abed Rabbo quer a convoca��o de uma confer�ncia nacional
de todos setores representativos [palestinos] para
trabalham numa rea��o unificada ao plano unilateral
do primeiro-ministro israelense de "desligamento" da
Faixa de Gaza, que descreveu como "o mais perigoso
plano pol�tico desde 1948 que tem uma chance real de
ser imposto" sobre o povo palestino.
Numa entrevista exclusiva � revista quinzenal
palestina Attareek, da
Coaliz�o Palestina de
Paz (Palestinian Peace Coalition - PPC), que ser� publicada nessa 2� feira, Abed Rabbo
advertiu sobre a aus�ncia de uma "vis�o e de uma
lideran�a unificada palestina" para lidar com o
plano de Sharon.
Na introdu��o � entrevista, Abed Rabbo que preside
a PPC, disse:
�Existe alguns, nos c�rculos de lideran�a e de
oposi��o palestinos, que fecham os olhos �s suas (do
plano de Sharon) perigosas e desastrosas
implica��es, que se igualam em suas repercuss�es �
cat�strofe (Nakba) do povo da Palestina em
1948, e que demandam trat�-lo sob o pretexto de �n�o
ser poss�vel rejeitar a retirada [israelense] de
qualquer cent�metro de terra palestina ocupada".
Abed Rabbo confirmou que o plano criou divis�es nas
fileiras palestinas no mais alto n�vel.
O risco agora emana do fato de que "parte da
burocracia da Autoridade Nacional Palestina (ANP),
em particular de seu extrato superior, est� atra�do
pelos sonhos de repetir o que aconteceu no tempo de
sua cria��o em 1993 com respeito ao fluxo de ajuda e
projetos externos, e que lhe seria poss�vel obter um
territ�rio onde poderia impor total soberania como
Estado", disse ao Attareek.
"Agora, nesses momentos que s�o os mais tr�gicos e
perigosos em nossa hist�ria moderna deste 1948, nos
falta uma vis�o unificada e uma lideran�a
unificada", uma situa��o sem precedentes, advertiu.
Elaborando, Abed Rabbo disse que apesar das crises e
turbul�ncia na ANP e na OLP, "n�s nunca enfrentamos
perigos similares com lideran�as e fileiras
nacionais t�o confusas e divididas como estamos
agora".
Para ilustrar essa conclus�o, citou como exemplo a
aus�ncia do comit� executivo da OLP e do
departamento de negocia��es da organiza��o:
�Um �rg�o pol�tico que costumava discutir op��es em
sua totalidade e tentava trat�-las de uma maneira
integrada e abrangente, como o comit� executivo [da
OLP],o departamento de assuntos de negocia��es e
outros �rg�os similares e institui��es coletivas n�o
mais existem ou foram esvaziados em seus pap�is",
disse Rabbo.
Oposi��o procura 'participa��o� na Nova
Autoridade
Tornando pior uma situa��o m�, algumas fac��es e
grupos antiocupa��o, "incluindo aqueles que declaram
ser mais resistentes e combativos que outros,
simplificam o assunto para anunciar que o plano de
Sharon sobre [a Faixa de] Gaza foi o resultado dessa
resist�ncia e luta, e de acordo com isso desejam ser
parceiros na cria��o de uma nova autoridade, que n�o
seja limitada pelos compromissos de Oslo!"
�A posi��o deles", prosseguiu Rabbo, �� confinada ao
di�logo e barganha para assegurar participa��o (na
nova autoridade) e romper o monop�lio do movimento
Fatah de sua maior parte�.
Ainda que reconhecendo que a luta nacional palestina
"foi um fato importante" a pressionar Sharon na
busca de uma solu��o e uma sa�da diferente da
"solu��o de seguran�a [militar]", Abed Rabbo disse
que � ainda muito cedo para concluir que Sharon
desistiu de suas armas criminosas tendo optado por
outro plano para marcar o in�cio do fim da ocupa��o
israelense.
Sharon completando a "Guerra da Independ�ncia"
Abed Rabo citou a divis�o das fileiras palestinas, o
apoio dos Estados Unidos a Sharon e as indiferen�as
regional e internacional para concluir que o plano
do premier israelense "� o mais perigoso plano
pol�tico desde 1948 que tem uma chance real de ser
imposto sobre n�s".
le recordou os leitores do Attareek que a "miss�o
b�sica de Sharon � completar a 'Guerra de
Independ�ncia' [de Israel], erradicando a exist�ncia
do povo palestino "atrav�s de um sistema integrado
de procedimentos estrat�gicos que tornariam
imposs�vel para o povo palestino criar no futuro um
Estado em parte das terras entre o mar
[Mediterr�neo] e o rio [Jord�o].
O
que restaria aos palestinos no melhor dos cen�rios
"seria algumas ilhas isoladas e cercadas�, disse
indicando que "isto quer dizer ... a gradual morte
[da exist�ncia do povo palestino] em todos n�veis".
Sublinhando qu�o perigosa � a situa��o, Abed Rabbo
disse: �Nunca, em momento algum de nossa hist�ria
moderna, a expans�o de col�nias [israelenses] e um
plano [como o de Sharon] essencialmente hostil aos
nossos interesses nacionais, ganhou tal apoio dos
Estados Unidos, e com tal indiferen�a regional e
internacional, apesar do fato de que todas essas
partes sabem que [esse plano] n�o se trata do in�cio
do fim da ocupa��o."
Sharon quer parceiro palestino na "implementa��o"
Abed Rabbo disse que "� inevit�vel" que Sharon
desejar� um parceiro palestino na fase de
implementa��o de seu plano, mas n�o durante a fase
de sua aprova��o.
"� decerto um plano unilateral, mas s� durante seu
est�gio de aprova��o, isto �, durante o est�gio do
planejamento do plano de Gaza. Por que? Porque
Sharon n�o quer um parceiro palestino que possa
negociar e barganhar com ele, e que possa recusar ou
pedir qualquer emenda ao disposto no seu plano".
Entretanto, durante a fase de efetiva implementa��o
do plano, � inevit�vel que ele [Sharon] queira ent�o
um parceiro palestino, para tomas parte - ao menos
nas �reas administrativa e de seguran�a - na
implementa��o e, mais importante, que endosse o
plano" e renuncia a todas obriga��es israelenses e
compromissos m�tuos, apontou Rabbo.
Levando adiante seu ponto de vista, disse: "Ningu�m
deve acreditar que � um processo unilateral at� o
fim. Eles precisam de um 'parceiro' que implemente a
solu��o e n�o um parceiro que negocie previamente
uma solu��o".
Abed Rabbo confirmou que os palestinos apenas ser�o
parceiros se for para negociar.
" Francamente, n�s n�o seremos parceiros para
quaisquer procedimentos de seguran�a,
administrativos ou mesmo econ�micos, a n�o ser que
sejamos essencial e primordialmente parceiros
pol�ticos, ou seja, que negociemos previamente a
solu��o em todos seus passos, o que deve incluir os
territ�rios em toda sua inteireza, at� que
estabele�amos um Estado em toda nossa terra dentro
das fronteiras de 1967, e n�o um Estado com
fronteiras de longo-prazo provis�rias, consistindo
de cant�es, incluindo o cant�o de Gaza".
Confer�ncia representativa de todos palestinos � necess�ria
Abed Rabbo instou por uma confer�ncia representativa
de todos palestinos para for�ar uma posi��o nacional
unificada contra o plano de Sharon.
�Provavelmente n�s precisaremos de uma confer�ncia
nacional envolvendo a mais ampla representa��o
nacional", disse completando: �N�s precisamos
desenvolver um consenso nacional sobre uma
resposta", para "decidir o que rejeitamos, que � a
solu��o parcial e unilateral, e o que aceitamos,
que � o fim da ocupa��o dentro do quadro de uma
solu��o abrangente que conduza � cria��o de um
Estado independente dentro das fronteiras de 1967".
(*) YASSER ABED RABBO � membro do Comit�
Executivo da OLP, co-autor da
Iniciativa de Genebra, e ex-ministro da Autoridade Palestina.
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�O PIOR INIMIGO" DA PAZ ENTRE PALESTINOS E
ISRAELENSES �
"A PERDA DE CONFIAN�A"
- Entrevista com
YASSER
ABED RABBO
�
07/08/04 -
[ Miren Gutierrez -
www.itongadol.com.ar-
traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
]
Segundo Rabbo, " ...toda retirada dos Territ�rios
Ocupados �, por si, positiva. Mas na aus�ncia de uma
verdadeira negocia��o entre Israel e os dirigentes
eleitos palestinos, uma retirada unilateral � uma
ferramenta de Sharon para perpetuar a ocupa��o
israelense na Cisjord�nia.
Sharon deixou bem claro que este plano n�o envolve
nenhuma lideran�a palestina, porque, como afirma,
n�o h� ningu�m com quem falar do lado palestino. Tal
enfoque � uma receita para posteriores
enfrentamentos armados.
Sharon est� enviando uma perigosa mensagem para o
lado palestino: a de que a viol�ncia compensa."
Rabbo sabe o que diz: � membro do Comit� Executivo
da Organiza��o para Liberta��o da Palestina (OLP) e
co-promotor do
Acordo de Genebra
, um plano n�o oficial que se negocia
para lograr uma paz permanente entre israelenses e
palestinos.
Segundo esse plano, em troca da paz com Israel, os
palestinos ganhariam um Estado n�o militarizado e a
soberania sobre o Monte do Templo (com acesso para
os judeus a esse lugar sagrado), enquanto que Israel
manteria alguns assentamentos na Cisjord�nia,
incluindo muitas das novas comunidades judias
erigidas na parte �rabe de Jerusal�m.
Em entrevista, Rabbo fala sobre Gaza, a crise na
Autoridade Nacional Palestina (ANP) e o terrorismo.
> O que o senhor. pensa sobre o plano do
primeiro-ministro israelense Ariel Sharon que prev�
a retirada de Gaza?
Y.R.
--Toda a retirada dos Territ�rios Ocupados � por si
positiva. Mas o plano de Sharon para uma retirada
unilateral de Gaza est� concebido com uma s�rie de
elementos destrutivos. Na aus�ncia de uma verdadeira
negocia��o entre Israel e os dirigentes eleitos
palestinos, uma retirada unilateral segue sendo uma
ferramenta de Sharon para perpetuar a ocupa��o
israelense na Cisjord�nia, pois ele deixou bem claro
que este plano n�o envolve nenhuma lideran�a
palestina, porque, como afirma, n�o h� ningu�m com
quem falar do lado palestino. Tal enfoque � uma
receita para posteriores enfrentamentos armados. Por
meio da retirada unilateral, Sharon est� enviando
uma perigosa mensagem para o lado palestino: est�
dizendo que a viol�ncia compensa.
> H� 2 anos existiam esperan�as de que um processo de
renova��o dentro da OLP teria dado mais
oportunidades de participa��o a pol�ticos mais
jovens. N�o s� se congelou esse processo, mas tamb�m
parece haver uma luta pelo poder dentro da OLP,
entre Yasser Arafat e o primeiro-ministro Ahmed
Qurei. Esta situa��o � mais s�ria porque se
produziram protestos armados contra Arafat...
Y.R.--N�o
obstante suas s�rias ramifica��es para o povo
palestino, n�o estou de acordo em que estes fatos em
Gaza fa�am parte de uma luta pelo poder. A reforma
da ANP foi sempre uma demanda de v�rias fac��es do
povo palestino desde que a ANP foi criada em 1994. A
mais recente tentativa de come�ar um processo
genu�no de reformas dentro da ANP se produziu
durante o governo de Mahmud Abas, que ruiu porque o
governo israelense, pressionado por grupos belicosos
palestinos, suspendeu todas as conversa��es depois
de ataques realizados por esses grupos.
Sempre afirmamos que, como resultado dos ataques, a
suspens�o das conversa��es s� serve para dar a esses
grupos belicosos o poder de veto que, por sua vez
arru�na todos os esfor�os de paz na regi�o. O
governo israelense obviamente n�o est� de acordo com
isto.
> Pese a oposi��o de ambas as partes, o
Acordo de Genebra
firmado em dezembro de 2003 teve um impacto
positivo no ambiente das negocia��es. Atualmente,
essas esperan�as se desvaneceram?
Y.R--O Acordo
de Genebra nasceu da m�tua
necessidade entre palestinos e israelenses de deter
o ciclo de viol�ncia e voltar � mesa de negocia��es.
O fato de que o Acordo, ou pelo menos seus
principais par�metros, n�o tenham sido adotados ou
aceitos pelo governo israelense deu lugar a mais
enfrentamentos e a ulteriores baixas em ambos
os lados. Depois de ganhar apoio internacional,
estamos agora em meio a campanhas locais para
conseguir o m�ximo respaldo ao Acordo em ambas
partes da linha divis�ria.
�� um trabalho muito duro. Temos descoberto que a
gente de ambos os lados, ainda que ap�ie os
par�metros e os princ�pios tra�ados no Acordo, ainda
est� muito indecisa quanto a apoi�-lo, porque n�o
consegue enxergar mais al�m de seu sofrimento di�rio
e em dire��o a um futuro no qual um acordo de paz
firmado pelo governo israelense seja poss�vel. O
pior inimigo que enfrentamos na atualidade � a perda
da confian�a das pessoas num acordo negociado. Os
palestinos, aterrorizados pelas intermin�veis
incurs�es e os ataques sem fim do ex�rcito
israelense, n�o podem jogar o papel de profetas da
paz quando suas vidas est�o em constante perigo. O
mesmo � aplic�vel ao povo israelense�.
> O endurecimento do governo de Sharon, com a execu��o de
ataques a�reos e incurs�es terrestres, seguidos por
ondas de ataques suicidas, n�o t�m feito muito para
pacificar a regi�o. Mas, o que dizer do desengano ou
o fracasso da ANP para deter o terrorismo?
Y.R--H�
uma impress�o equivocada em muitos pa�ses de que a
ANP n�o tem feito nada para deter os ataques contra
Israel. Isso � totalmente injusto. Quando prevalece
a paz entre as duas partes e elas parecem estar
logrando algum tipo de progresso, o papel da ANP na
mobiliza��o de seu povo contra os grupos belicosos
se faz mais f�cil. O contr�rio tamb�m � certo.
Quando a gente n�o v� esperan�a alguma no horizonte
e est� sujeita quase diariamente a ataques,
incurs�es, assassinatos, demoli��es de casas,
confisco de terras e � constru��o do Muro de
Separa��o, ent�o ela volta ao c�rculo vicioso da
viol�ncia e vingan�a. Nos �ltimos quatro anos os
aparatos de seguran�a da ANP e sua infra-estrutura
tem sido um alvo sistem�tico do ex�rcito israelense.
Atualmente, Israel se est� comportando como o que
mata o mensageiro s� para afirmar que n�o h�
mensagem.
�Apesar disso, ainda cremos que a lei e a ordem t�m um
interesse fundamental para os palestinos e por isso
estamos tratando, com nossos limitados recursos, de
trazer de novo a tranq�ilidade e a estabilidade�.
> Qual � a sua opini�o sobre as elei��es
presidenciais nos Estados Unidos?
Y.R--Existe uma id�ia amplamente equivocada entre muita gente,
para quem trocar o presidente dos Estados Unidos
significa automaticamente uma mudan�a na posi��o
estadunidense para o Oriente M�dio. Pensamos que o
fluxo de acontecimentos dita as pol�ticas dia-a-dia
adotadas por Washington no Oriente M�dio, enquanto
mant�m sua postura estrat�gica no conjunto. Sem
importar quem ganhe as elei��es, o presidente George
W. Bush colocou os cimentos para (uma posi��o
de) qualquer futuro governo americano ao por �nfase
em sua vis�o sobre uma solu��o com Dois Estados -- o
israelense e o palestino - atrav�s da instrumenta��o
do Road Map para a paz.
" Esperamos que quem seja que ganhe as pr�ximas elei��es siga
esta perspectiva de futuro e a converta numa meta
estrat�gica do governo dos Estados Unidos. Esta
vis�o � muito mais importante do que tomar partido a
favor ou contra o governo de Sharon."
(*) YASSER ABED RABBO � membro do Comit�
Executivo da OLP, co-autor da
Iniciativa de Genebra,
e ex-ministro da Autoridade Palestina.
COPYFREE
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Reprodu��o permitida com
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PAZ AGORA/BR -
www.pazagora.org e aos
tradutores.
- Os textos publicados visam subsidiar o
di�logo e
N�O representam necessariamente
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SOMOS" e "POSI��ES"
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HOJE N�S TE SALVAMOS, SR. SHARON
[YOSSI
BEILIN (*) - 29/11/04 - Haaretz - traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
]
Embora esta evacua��o n�o esteja sendo realizada
pela vontade de um acordo definitivo de paz, ela
tornar� poss�vel que este seja alcan�ado, quase
certamente sem o senhor. N�o daremos uma raz�o, ou
a desculpa, para deixar de evacuar os assentamentos
de Gaza. Permaneceremos com a consistente tradi��o
da esquerda sionista, que ap�ia qualquer passo para
acabar com a ocupa��o...
Xclique
na foto e ou�a YOSSI BEILIN
Prezado senhor. Primeiro-Ministro,
O
fato de que o Yahad, que tenho a honra de chefiar,
ir� salvar o seu governo de ser derrubado hoje,
frente ao voto de desconfian�a que est�
sendo proposto contra ele pela ala trabalhista,
causa-me noites de ins�nia. Afinal, n�o temos nem um
pingo de confian�a no senhor.
Sua
pesada responsabilidade pelo desastre causado pela
sup�rflua Guerra do L�bano, e sua visita provocativa
ao Monte do Templo - que contribuiu para a erup��o
da Intifada, ou pelo menos a acelerou - s�o
suficiente para evitar que o apoiemos.
Durante o mandato do governo Barak, 53 israelenses
foram mortos na Intifada, enquanto durante o seu
termo, para o qual o senhor prometeu que
prevaleceria a paz e a seguran�a, quase mil outros
israelenses, e tr�s vezes mais palestinos, foram
mortos. Isso � suficiente para justificar n�o
confiar no senhor.
O assunto do momento � a pobreza em Israel. At�
1977, Israel era um dos pa�ses mais igualit�rios do
mundo. O Likud, que tinha a imagem de representar os
pobres contra os bem servidos e os corruptos,
ampliou as diferen�as sociais, algo que todos os
governos de esquerda eleitos nos 27 anos anteriores
haviam com sucesso evitado.
Seu
governo realmente fez um bom trabalho. Ele
transformou Israel em um dos pa�ses ocidentais com o
maior abismo entre ricos e pobres. Ele premia os
ricos com benef�cios, reduz impostos para pessoas
com condi��es, e altivamente e de olhos abertos,
corta as aloca��es dos pobres.
O
senhor ocasionalmente emite slogans sobre compaix�o,
como se fosse proferir um serm�o numa sinagoga, e d�
ao Ministro das Finan�as, Benjamin Netanyahu, total
liberdade de a��o, com a qual ele est� mergulhando
Israel num abismo de desigualdade e a n�veis de
pobreza sem precedentes na Hist�ria de Israel.
O
senhor poderia encontrar as v�timas de sua pol�tica,
se tivesse ido comigo nesta 4� feira a um encontro
com os moradores da
Shchun� Dalet em
Beer Sheva, que vivem de pens�es e est�o sendo
for�ados a sobreviver com duas a tr�s fatias de p�o
por dia.
O desligamento de Gaza, que � a raz�o pela qual n�o
o iremos derrubar hoje, tampouco nos traz grande
alegria. N�o temos d�vida de que Dov Weisglass
falava a verdade na recente entrevista para Ari
Shavit no Haaretz.
Sua
grande inten��o � renunciar a este peda�o
indesej�vel de terra para evitar as cr�ticas
internacionais com rela��o a sua falta de evacuar os
postos avan�ados ilegais, a continua��o do
empreendimento de assentamento na Cisjord�nia , os
assassinatos seletivos, a destrui��o de casas, a
constru��o da cerca de separa��o ao longo de um
tra�ado que anexa �reas palestinas a Israel, e a
continua��o da ocupa��o.
No
final, o senhor far� todo poss�vel para colocar
qualquer processo pol�tico vi�vel em formol, como se
pode deduzir do fato de o senhor ser o primeiro
primeiro-ministro que se recusa a entrar em
negocia��es sem pr�-condi��es com o presidente da
S�ria.
E apesar de tudo isto, acreditamos que o fato de o
senhor pretender evacuar os assentamentos de Gaza �
uma importante contribui��o para o processo
pol�tico, que proporciona um precedente
significativo para o futuro.
Embora esta evacua��o n�o esteja sendo realizada
pela vontade de um acordo definitivo de paz, ela
tornar� poss�vel que ele seja alcan�ado, quase
certamente sem o senhor.
N�o
daremos uma raz�o, ou a desculpa, para deixar de
evacuar os assentamentos de Gaza. N�s permaneceremos
com a consistente tradi��o da esquerda sionista, que
ap�ia qualquer passo para acabar com a ocupa��o,
mesmo que ele n�o venha de n�s. Ficaremos em guarda,
n�o lhe permitiremos evitar facilmente a conclus�o
da tarefa que o senhor se prop�s a fazer, que
parecia muito mais f�cil de ser feita pelo senhor
uma ano atr�s do que hoje.
N�o, isto n�o � uma rede de seguran�a. Estamos nos
abstendo unilateralmente de um voto de desconfian�a.
N�o
temos interesse de ter ministros no seu governo,
porque, ao contr�rio de outros, n�o iremos aceitar a
responsabilidade coletiva pelas suas pol�ticas de
seguran�a e social. Nos reservamos todo o direito
de nos unir a um voto de desconfian�a se o seu
governo tomar decis�es que marquem precedentes e de
longo alcance com as quais n�o possamos conviver.
Mas
faremos uso desse direito apenas se n�o houver outra
sa�da. Tampouco seremos capazes de nos abster quando
o or�amento do Estado for levado a vota��o - a n�o
ser que este incorpore mudan�as que salvem as
crian�as famintas dos bairros pobres de Beer Sheva.
Mas esta vota��o poder� ser adiada e levada ao
Knesset apenas daqui a quatro meses.
Por
enquanto, superaremos nosso justificado desejo de
v�-lo deixar o escrit�rio de Primeiro-Ministro,
porque acreditamos em nossa capacidade de provocar
evolu��es pol�ticas que se desviem das suas
inten��es originais.
Da
mesma forma que tornamos poss�vel com a
Iniciativa de Genebra
- como o senhor admitiu especificamente - que o
senhor levantasse a id�ias da retirada unilateral de
Gaza, n�s tamb�m trabalharemos ap�s a retirada para
promover negocia��es com a nova lideran�a palestina,
na dire��o de um acordo definitivo.
Este acordo ser� baseado no plano Clinton e na
iniciativa Bush. Ser� realizado no contexto do plano
de paz road map,
e quando for assinado, ser� surpreendentemente
simular �quela mesma
Iniciativa de Genebra da
qual o senhor tentou fugir.
(*)
Yossi Beilin
foi Ministro da Justi�a de Israel, � presidente do
Partido Yahad e o co-promotor israelense da
Iniciativa de Genebra,
lan�ada em 1� de dezembro de 2003 na Sui�a (leia
a �ntegra em portugu�s em
http://geocities.yahoo.com.br/agenebra/).
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Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
autores, �
fonte, ao
PAZ AGORA/BR -
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TRANSI��O PALESTINA e CONVERSA��ES DE PAZ
-
Abu Mazen - Uma Segunda Oportunidade �
[
YOSSI BEILIN (*)
- 17/11/2004 - La Vanguardia
-
traduzido pelo
PAZ
AGORA/BR
]
Abu Mazen se atreveu a dizer � dire��o palestina
encabe�ada por Yasser Arafat que a intifada
armada foi um erro, desde seu primeiro dia. "
Em outubro de 1993, um m�s depois da assinatura do acordo de
Oslo na Casa Branca, viajei a T�nis, sede da
dire��o da OLP, encabe�ando uma delega��o
israelense que ia tratar do tema dos refugiados
palestinos como parte das conversa��es multilaterais
(iniciadas na confer�ncia de Madri em 1991). Na
primeira noite de nossa visita, mantive com Yasser
Arafat uma longa conversa, finda a qual me pediu um
encontro privado. Disse-lhe de meus temores ante um
prolongado acordo provis�rio de 5 anos, durante os
quais os extremistas -de ambos lados-
tentariam sabotar por todos os meios o acordo sobre
o estatuto permanente. Propus a ele que lev�ssemos a
cabo um processo informal, no intento de chegar a um
acordo sobre o estatuto permanente muito antes dos 5
anos estabelecidos. Para minha surpresa, aceitou de
imediato a proposta e me disse que Abu Mazen
trabalharia comigo.
Abu Mazen era o homem que havia estado por tr�s dos
negociadores palestinos em Oslo, como eu estivera
com os negociadores israelenses. Nos conhecemos na
Casa Branca por ocasi�o da cerim�nia de assinatura
dos acordos de Oslo, e me agradou que tivesse sido
encarregado de negociar comigo.
As conversa��es se celebraram ao longo de dois anos,
principalmente entre os negociadores israelenses e
palestinos. Em 31/10/1995, nos reunimos em segredo
em Tel Aviv, no meu escrit�rio, e declaramos que
consider�vamos os entendimentos a que hav�amos
chegado e os mapas anexos como a base para as
negocia��es entre as duas partes. Abu Mazen devia
passar o material a Yasser Arafat para que o
revisasse, e eu a Yitzhak Rabin (nesse momento, meu
cargo era de ministro de Economia e Planejamento).
Quatro dias mais tarde, Yitzhak Rabin foi
assassinado; e foi sucedido por Shimon Peres, que
n�o quis tratar do tema antes das elei��es de 1996.
Durante a campanha eleitoral, os entendimentos
vazaram para os meios de comunica��o de forma
distorcida, e foram apresentados como uma enorme
concess�o por parte de Israel. Segundo o acordo
preliminar que hav�amos estabelecido, n�o
confirmamos a exist�ncia desses entendimentos e os
apresentamos como simples conversa��es, n�o
vinculantes entre as duas partes. Durante o mandato
de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro, me
foi pedido que apresentasse esses entendimentos a um
representante de seu governo, coisa que fiz.
Mas Netanyahu n�o os utilizou.
Pouco antes das conversa��es de Camp David em 2000, Sandy
Berger, assessor de Seguran�a Nacional do presidente
Clinton, visitou Israel e pediu uma reuni�o com Abu
Mazen e comigo na casa de Martin Indik, embaixador
estadunidense em Israel. Berger nos fez uma simples
pergunta: "Voc�s respaldam o documento conhecido
como os entendimentos Beilin-Abu Mazen?". Recebeu
uma resposta de n�s dois.
O documento n�o foi apresentado na c�pula de Camp
David, mas o presidente Clinton me disse mais tarde
que tinha servido de base para o plano Clinton,
apresentado por ele em dezembro de 2000. E
constituiu a base para o plano muito mais detalhado
que apresentamos ao mundo faz um ano, o
Acordo de Genebra,
que foi apoiado e alentado fortemente por Abu Mazen
desde seus prim�rdios.
Abu Mazen � um estadista especial. Muito modesto, n�o se
mostra desejoso de assumir o poder pol�tico,
considera-se algu�m que s� de modo ocasional
participa em pol�tica, por falta de op��o e porque
�s vezes n�o h� outro para fazer o trabalho.
Percebe-se que n�o � desejado, desaparece logo do
cen�rio, como fez em 2003, ap�s 4 meses no cargo de
primeiro-ministro sob a dire��o de Yasser Arafat.
Raras vezes concede entrevistas, nunca estar� na
primeira fila e n�o gosta de proferir discursos. Mas
quando fala � sincero e seus discursos n�o s�o
demag�gicos nem exaltados.
Abu Mazen foi valente porque se atreveu a dizer �
dire��o palestina encabe�ada por Yasser Arafat que a
intifada armada era um erro -desde seu
primeiro dia, e que tinha-se que por um fim nela.
At� h� poucas semanas, muitos o considerava como
algu�m que n�o regressaria � dire��o palestina
porque havia cortado em grande medida seus v�nculos
com o movimento Fatah e a OLP. Por�m, coisas da
pol�tica, a morte de Yasser Arafat o devolveu
ao terreno pol�tico, porque � considerado um dos
pais fundadores do movimento nacional palestino e
porque, neste momento, n�o h� ningu�m na
dire��o palestina que possa receber o mesmo apoio
que ele.
Uma segunda oportunidade � algo raro na vida em geral, e
particularmente na pol�tica. O retorno de Abu Mazen
� cena pol�tica � uma not�cia muito boa para os que
acreditam na paz.
N�o � moderado em sua perspectiva ideol�gica nem tampouco um
negociador f�cil, nas � pragm�tico, l�gico e
respons�vel. Se Abu Mazen for eleito presidente da
Autoridade Palestina em 9 de janeiro de 2005, a paz
palestino-israelense ter� uma segunda oportunidade
tamb�m.
(*) YOSSI BEILIN � o principal promotor israelense
dos
Acordos de Genebra,
presidente do Yahad (Partido
Social-Democrata de Israel), e um dos
principais articuladores do processo de paz de Oslo.
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Entrevista mundial
via Internet em 28/07/2004
�
O
plano de retirada de Sharon ir� transformar Gaza
numa grande pris�o para os palestinos?
�
O
senhor se acha pessoalmente respons�vel pelos
milhares de mortos e feridos israelenses, v�timas de
sua fracassada pol�tica de Oslo?
�
Israel est� preparado para devolver as colinas de
Golan?
�
O
senhor tamb�m riscou Arafat de sua agenda?
�
O
muro de separa��o se provou eficaz para conter
atentados terroristas. O senhor v� alguma real
alternativa ao muro?
Leia as respostas a estas e outras quest�es a
israelenses, australianos, palestinos, eg�pcios,
turcos, ...
Entrevista do l�der do Partido Social-Democrata de Israel �
Yahad.
Yossi Beilin respondeu, via internet, em 28/07/04,
quest�es de leitores do jornal Haaretz em todo o
mundo.
Beilin,
que comanda o partido de esquerda Yahad, articulou
no ano passado o
Acordo de Genebra, em
conjunto com o l�der palestino Yasser Abed Rabbo. A
iniciativa n�o-oficial prop�e uma concess�o
palestina sobre o direito de retorno a terras dentro
do Estado de Israel, em troca da soberania sobre o
Monte do Templo.
O plano tamb�m prop�e uma retirada israelense da
maior parte da Cisjord�nia e de toda a Faixa de
Gaza.
A proposta encontrou uma furiosa desaprova��o do
governo Sharon.
Beilin serviu como Ministro da Justi�a
ao governo chefiado por Ehud Barak, e foi tamb�m um
dos arquitetos do Acordo de Oslo.
�
Parece-me que o desligamento de Gaza, ainda que n�o
sendo a melhor solu��o � a �nica poss�vel de ser
realizada nas atuais circunst�ncias. O senhor ap�ia
o desligamento de Gaza? (Dov Yafit - Ramat-Hasharon,
Israel)
Yossi Beilin:
Concordo com sua opini�o de que uma retirada
unilateral de Gaza est� longe da vis�o do Campo da
Paz de um acordo definitivo de paz, em linha como o
Acordo de Genebra. � muito claro que Sharon est�
lan�ando a trilha de uma retirada unilateral para
evitar um acordo.
Ainda assim, como voc� sugere em sua quest�o, n�o se
pode ignorar que neste exato momento este � o
principal jogo que est� rolando. Mais ainda, o fato
de que Sharon, pai do movimento de assentamentos,
ir� desmantelar assentamentos � importante.
Portanto, o Campo da Paz, e o Partido Yahad em
particular, apoiar�o o plano quando for proposto no
Knesset, e far� seu m�ximo para usar o momentum da
retirada para renovar o processo de paz.
�
O
senhor acha que Sharon e seu governo ir�o se retirar
de Gaza e da Cisjord�nia de forma que os palestinos
possam construir um Estado, ou ir� o plano de
retirada apenas transformar Gaza numa grande pris�o
para os palestinos? (Kosay- Cairo, Egito)
YB:
Ouvindo Sharon e conhecendo sua escola de
pensamento, eu sua escola de pensamento, suspeito
que ele est� conduzindo o plano de retirada
unilateral com vistas a evitar que a vis�o de
Genebra se transforme em realidade, e para promover
seu antigo plano de Bantust�es para a Cisjord�nia e
Gaza. No entanto, acredito que tais processos t�m
suas vidas pr�prias, e depende dos campos da paz -
tanto do israelense quanto dos �rabes - juntamente
com o mundo, fazer que este plano seja um "Primeiro
Gaza", em vez de "Gaza no Final".
�
A
maioria dos palestinos apenas enxerga uma usurpa��o
israelense de terras no Muro da Cisjord�nia,
incessante atividade de assentamentos, e presen�a
militar agressiva do ex�rcito israelense. Assim,
para os palestinos, a solu��o de Dois Estados parece
invi�vel. O Sr. poderia dizer algo para atenuar esta
percep��o palestina? (Ghassan Abdullah -Ramalah,
Palestina).
YB:
Acho que nos meados dos '90, israelenses
e palestinos experienciaram um lampejo da atmosfera
que um acordo de paz entre os dois povos poderia
criar. Lamentavelmente, o ciclo de viol�ncia que
come�ou em setembro de 2000 minou severamente a
confian�a entre os dois povos. Entretanto, posso
dizer aos palestinos e israelenses que eles n�o
devem perder a esperan�a. N�o existe uma alternativa
real � solu��o de Dois Estados, que traga paz e
estabilidade � nossa regi�o. Os dois lados n�o devem
desistir de seus parceiros pela paz, mas ao
contr�rio, devem refor��-los.
�
O
senhor se acha pessoalmente respons�vel pelos
milhares de mortos e feridos israelenses que foram
v�timas de sua fracassada pol�tica de Oslo? (Paul
Herdan - Los Angeles, E.U.)
YB:
:
O processo de Oslo � a �nica esperan�a para uma
solu��o tipo ganha-ganha entre Israel e os
palestinos. Ele se tornou v�tima de extremistas de
ambos os lados (o primeiro foi Baruch Goldstein e os
terroristas suicidas palestinos o seguiram). Quando
a sanidade retornar, ele se tornar� novamente a
�nica solu��o, mesmo que o chamemos de Plano
Clinton,
Iniciativa de Genebra ou
Plano Bush. Quando voc� se refere a n�meros, deve
ser mais cuidadoso, mas quando voc� tenta
atribu�-los, � melhor referi-los � indisposi��o de
fazer paz, em vez de aos esfor�os de faz�-la.
�
Em
vista da ca�tica situa��o nas ruas palestinas, como
o senhor proporia iniciar negocia��es para um acordo
de paz entre Israel e os palestinos, e com quem?
(Shimon Z. Klein - Bat Hefer, Israel)
YB:
Nos �ltimos 3 anos e meio, o
governo Sharon est� fazendo tudo o que pode para
enfraquecer a Autoridade Palestina. Entretanto, o
campo pragm�tico entre os palestinos toma sua for�a
do status do processo de paz: quando este est� em
marcha - os pragm�ticos prevalecem; quando n�o h�
processo, os extremistas tomam o controle. Existe um
primeiro-ministro palestino conhecido como Abu Al� -
ele � nosso parceiro oficial e devemos negociar com
ele e a lideran�a pragm�tica palestina que ele
representa.
�
Conforme muitos observadores, � imposs�vel concluir
um tratado de paz est�vel israelense-palestino com
Arafat. Por essa raz�o os governos israelense e
americano o isolaram f�sica e diplomaticamente. Qual
seu ponto de vista sobre isto? O senhor tamb�m o
riscou de sua agenda? (Alfred Pijpers- Haia,
Holanda)
YB:
Acho esta pol�tica equivocada. Isol�-lo
como a um animal ferido, sabendo que ele ainda � o
mais relevante l�der palestino, certamente n�o o
far� um menor obst�culo. Por mais problem�tica que
Arafat seja como l�der, Abu Al�, Abu Mazen e o
restante do grupo palestino pragm�tico ainda precisa
de sua legitimidade para chegar a um acordo com
Israel.
�
Dada a sua experi�ncia em Camp David e Taba, o que �
necess�rio do lado palestino para que o processo de
paz avance. E se estes passos necess�rios se
materializarem, como poderia a popula��o de Israel
ser convencida de que � poss�vel um
progresso? (Steve Sass - Marblehead, E.U.)
YB:
:
Antes de 12/10/2003, minha resposta a esta quest�o
seria uma hip�tese. Mas agora, ap�s chegar ao Acordo
de Genebra naquela data, eu sei que tanto
israelenses e palestinos proeminentes podem chegar a
um acordo. Mesmo este acordo n�o sendo oficial, ele
consegue um apoio est�vel de 40% em ambos os lados.
Eu acredito fortemente que se tal acordo for
apresentado por lideran�as oficiais, ele ganhar� uma
vasta maioria.
�
Com
rela��o � S�ria, n�o ouvimos nada sobre alguma
negocia��o. Parece que todo di�logo foi congelado.
Pergunto-me sobre o status das negocia��es das
Colinas de Golan. Israel est� preparado para
devolver as colinas na sua totalidade? (Sossi
Yepremian - Los Angeles, E.U.)
YB:
Depende de sobre qual Israel estamos discutindo.
Quatro primeiros-ministros israelenses - Rabin,
Peres, Netanyahu e Barak - concordaram com a
retirada das Colinas de Golan num contexto de um
acordo de paz. Lamentavelmente, o Sr. Sharon nem
mesmo tentou ver se o apelo do presidente Assad por
uma renova��o das negocia��es era s�rio ou n�o.
�
O
que o faz pensar o senhor tem o direito de negociar
com palestinos ou qualquer outro, se o Sr. n�o � um
representante eleito pelo povo israelense? Em
qualquer outro pa�s, o senhor enfrentaria acusa��es
de trai��o. (George Erdos - Toronto, Canad�).
YB:
Tenho orgulho da democracia
israelense que permite tal comportamento. Como o
senhor provavelmente sabe, nunca tivemos a pretens�o
de assinar um acordo, mas sim uma carta � Ministra
do Exterior da Su��a, com um modelo de acordo em
anexo.
�
Por
que existem diferen�as t�o significativas entre o
que o Acordo de Genebra diz em ingl�s, em hebraico,
e o que diz em �rabe, particularmente com respeito
ao "Direito de Retorno?" (Shari Reich - Lakeland,
FL, E.U.)
YB:
Acho que o senhor est� enganado.
N�o existe tal diferen�a. A vers�o obrigat�ria � a
inglesa, mas as vers�es em �rabe e hebraica foram
ambas examinadas por especialistas das duas partes.
�
O
muro de separa��o se provou um meio eficaz para
conter atentados terroristas. Dada a presente
situa��o, o Sr. v� uma real alternativa a completar
o muro? (Eran - Bonn, Alemanha)
YB:
O muro de separa��o � por sua natureza uma solu��o de curto-prazo. Ele
n�o defender� Israel por si. E seu tra�ado s� pode
ser o das fronteiras de 1967.
�
O
que explica a posi��o da Europa visivelmente contra
Israel?
(Neil Solomons - Londres, G.B.)
YB:
A quest�o pol�tica para Israel � como tornar a Uni�o
Europ�ia mais amiga de Israel do que uma advers�ria.
E eu acredito que nos �ltimos 3 anos e meio, Israel
fez tudo que podia para evitar tal evolu��o.
�
Quanto da Cisjord�nia, Faixa de Gaza e Jerusal�m o
senhor est� disposto a ceder como parte de um acordo
definitivo? (Michael Rogers- Colorado , E.U.)
YB:
Conforme o mapa sobre o qual acordamos na
Iniciativa de Genebra,
a base para as futuras fronteiras ser�o as
fronteiras de 1967. E as trocas de terras s�o
eq�itativas e baseadas neste pressuposto.
�
O
Sr. detecta sinais de uma decad�ncia ideol�gica em
Israel? Parece que o sionismo como ideologia
pioneira j� se acabou e agora precisa ser redefinido
para sobreviver. Qual sua opini�o? (Efraim -
Jerusal�m, Israel).
YB:
A principal id�ia do sionismo n�o
mudou nos �ltimos 100 anos. � o ideal de haver um
Estado Judeu que seja democr�tico e assegure sua
maioria judaica.
�
O
senhor acha que a lideran�a palestina ir� ao final
concordar em renunciar ao direito de retorno de
refugiados palestinos como parte de um tratado final
de paz? (Susan Jenkins- Wellington, Nova Zel�ndia).
YB:
Os
palestinos entendem que a insist�ncia no direito de
retorno ir� impedir um acordo com qualquer governo
israelense no futuro. E eu acredito que est� provado
na Iniciativa de Genebra que pode-se chegar a um
acordo com eles sobre uma solu��o definitiva sem
qualquer refer�ncia ao direito de retorno.
�
Qu�o bem sucedido e eficiente seria um Estado
Palestino administrado nas dus regi�es separadas de
Gaza e Cisjord�nia? (Harry Schnapp- Sydney
Austr�lia).
YB:
�
claro que � prefer�vel que o Estado tenha total
contig�idade, mas, no caso do futuro Estado
Palestino, a conex�o entre a Cisjord�nia e Gaza ter�
que ser diferente. Ou por uma estrada especial sob
soberania israelense, ou por um t�nel ou ponte.
Assim mesmo, acredito que tal Estado pode ser
vi�vel, especialmente se o mundo, inclusive Israel,
lhe der assist�ncia.
�
O
que os fez oferecer a ren�ncia ao Port�o de Jaffa e
Efrat no Acordo de Genebra? (Murray- Thornhill,
Canad�).
YB:
� preciso de dois para dan�ar um tanto, e n�o se
pode negociar sem um parceiro. N�s obtivemos muito
nas negocia��es de Genebra e tamb�m tivemos que
fazer concess�es.
�
O
qu�o preocupante � o crescimento do anti-semitismo
na Europa? Como o Sr. acha que Israel deveria agir
em rela��o a isso? (Ido Lotan- New York, E.U.).
YB:
O anti-semitismo � um fen�meno preocupante em todo o
mundo. Seria dif�cil ou mesmo imposs�vel elimin�-lo.
Mas � o papel do Estado Judeu fazer qualquer coisa
poss�vel para n�o despertar esta besta �s vezes
adormecida e assegurar que os atos de Israel n�o
estejam aumentando as perspectivas de
anti-semitismo. Eu acredito que o atual governo n�o
est� levando isto em conta. Israel, por exemplo,
deve ser muito cuidadoso quando decide assassinar um
l�der inimigo e sua fam�lia, sabendo que algu�m como
ele pode provocar um atentado terrorista em
comunidades judaica, como o que aconteceu no
edif�cio da AMIA em Buenos Aires, em 1994.
�
Gostaria de ouvir sua opini�o sobre o Sr. Arafat. O
senhor concorda com a tese bem difundida de que at�
que ele saia do cen�rio nada pode acontecer? (Asi -
Londres, G.B.
YB:
N�o
tenho nenhuma informa��o sobre o sucessor do
Sr. Arafat e estou longe de estar certo de que caso
ele saia ir� haver um sucessor que far� a paz com
Israel. Nesses tempos, gostemos ou n�o, � ele que
est� representando o lado palestino. Acho que
dever�amos negociar com seu primeiro-ministro, com
os membros de seu governo, sabendo que no final n�o
haver� um acordo sem a sua confirma��o, sem a sua
assinatura.
�
Apesar do fato de os temas social e econ�mico se
terem tornado centrais na pol�tica israelense,
parece que as suas pr�prias posi��es sobre esses
assuntos n�o s�o totalmente claras. Com rela��o a
isso, com qual partido europeu ou americano o senhor
mais se identifica? (Amir- Oxford, G.B.
YB:
N�o
creio que muitos outros l�deres israelenses tenham
se preocupado em escrever livros sobre suas posi��es
sociais e econ�micas. Posso remet�-lo ao meu livro
que foi publicado em 1999, chamado "Do Socialismo ao
Social-Liberalismo". Eu me vejo como parte da
internacional socialista, e me identifico com as
pol�ticas dos partidos social-democratas na Europa,
como o sueco e muitos outros.
�
Demograficamente, dada � taxa de nascimento dos
�rabes israelenses muito maior que a dos cidad�os
judeus, eles poderiam se tornar maioria em Israel,
com a correspondente representa��o no Parlamento.
Como o Sr. v� o futuro e a exist�ncia de Israel como
estado judeu, e qual � sua sugest�o para evitar que
isso aconte�a? (Gabi - Tel Aviv, Israel)
YB:
De acordo com as proje��es do Prof. [dem�grafo
S�rgio] Dela Pergolla, haver� 65% de judeus e 35% de
n�o-judeus em Israel em 2050. Isto significa que
estamos falando de uma s�lida maioria judia em
Israel no futuro previs�vel, se estivermos aptos a
concordar com as fronteiras da Iniciativa de
Genebra.
�
O
Sr. acha que o Ir� � uma amea�a existencial a
Israel? As amea�as israelenses de atacar o Ir�
tornam Israel mais seguro? (Marsha Cohen - Miami,
E.U.)
YB:
Ningu�m pode ignorar as amea�as iranianas. Israel as
deve levar a s�rio e provoca��es n�o nos ajudar�o.
�
Parece que quanto maior o sucesso do movimento dos
colonos, mais a solu��o de um �nico Estado se torna
mais vi�vel a longo-prazo. Que passos devem ser
dados para assegurar que uma solu��o de Dois Estados
reemerja como alternativa preferida pelos dois
lados? (Albert A. Greg�rio - Rochester, N.York ,
E.U.)
YB:
Acho que o Sr. est� certo e que o sucesso do
movimento dos colonos iria por um fim ao sonho
sionista. Ao defender o Grande Israel, eles est�o
renunciado ao estado judeu. Apenas um governo que
esteja determinado a fazer um acordo com os
palestinos, baseado na solu��o de Dois Estados, ir�
mudar esta tend�ncia. E n�s n�o temos muito tempo.
�
Meu
entendimento � que o Yahad se op�e ao direito de
retorno palestino, mas tamb�m se op�e �s emendas �s
leis de imigra��o que cancelam a possibilidade de
palestinos se tornarem israelenses atrav�s do
casamento, conhecido como o "crawling right of
return". Como o senhor explicaria esta discrep�ncia?
( Yoav Dotan- Detroit , E.U.)
YB:
Existe uma grande diferen�a entre se opor ao
"direito de retorno" e aceitar leis draconianas de
imigra��o. Em nossa era de globaliza��o e abertura,
mesmo que n�o possamos aceitar uma id�ia de entrada
livre em Israel, devemos ser muitos cuidadosos para
n�o criar aqui um gueto judeu, e devemos pagar o
pre�o para isso.
�
Os
judeus t�m algum direito de viver em Hebron se os
palestinos n�o os desejam l�? (Larry Brown -
Chicago, E.U.)
YB:
Conforme a Iniciativa de Genebra, israelenses ter�o
uma permiss�o especial para visitar Hebron. Mas n�o
viver�o l�.
�
Por
que n�o existe um
PAZ
AGORA
palestino? (Chaim Landau- Givat Shmuel,
Israel)
YB:
S�
� preciso acompanhar os acontecimentos no lado
palestino, os an�ncios que foram publicados no m�s
passado contra a viol�ncia e contra atitudes de
vingan�a, o trabalho que est� sendo feito com o
objetivo de apoiar a
Iniciativa de Genebra,
as assinaturas que foram coletadas em apoio �
Iniciativa
Ami Ayalon-Sari Nusseibeh,
para entender que esta quest�o j� pertence a uma
�poca passada.
�
O
que pensa o senhor da entrada do partido Trabalhista
num governo de uni�o nacional com o
Likud? (Leelee -
Paris, Fran�a)
YB:
O
partido Trabalhista [Avod�] est� cometendo um grave
erro ao tentar voltar ao governo Sharon. A
experi�ncia de 2001 a 2002 foi traum�tica para os
interesses nacionais de Israel e para o pr�prio
partido. Se o Avod� quer apoiar a retirada
unilateral de Gaza, pode faz�-lo dando ao Likud uma
rede [parlamentar] de prote��o ao inv�s de obter
pastas ministeriais e compartilhar a
responsabilidade coletiva por pol�ticas a n�vel
econ�mico, social e religioso que s�o contr�rias �
sua pr�pria ideologia.
�
O
senhor acredita que a esquerda israelense, e o Yahad
em particular, s�o percebidos pela maioria dos
israelenses como representantes da classe m�dia
alta, alienados da massa de israelenses que sofrem a
inseguran�a econ�mica? Se for assim, o Sr. tem algum
plano para superar esta percep��o? (Noam Knoller-
Amsterdam , Holanda)
YB:
Concordo que esta percep��o ocorre no que se refere
ao segmento judaico urbano. Mas � muito errado
quando se fala do segmento rural de Israel ou quando
se fala do segmento �rabe. A pol�tica do Yahad � uma
pol�tica de solidariedade, de igualdade, e contra o
capitalismo cruel do atual governo. Planejamos
continuar e perseguir esta pol�tica. Nosso papel
ser� o de convencer o m�ximo de pessoas de que a
atual pol�tica de Netanyahu e seus colegas � a pior
para eles e que nossa pol�tica por� um fim � sua
mis�ria.
�
Os
judeus europeus est�o hoje uma situa��o dif�cil.
Enquanto tentam convencer suas comunidades a apoiar
posi��es de esquerda e pacifistas, tornam-se menos e
menos claros sobre temas como a cerca e os
refuseniks. O senhor teria alguma orienta��o
para eles? ( Stephane N. Ginsburgh- Bruxelas,
B�lgica)
YB:
A
pol�tica do Yahad sobre a cerca � muito clara. N�o
nos opomos � id�ia da cerca, desde que seja
constru�da sobre as fronteiras de 1967. N�o se
constroem cercas no terreno de seu vizinho. Quanto
aos refuseniks, o Yahad � firme contra a
desobedi�ncia coletiva, mas respeitamos aqueles
soldados que decidem desobedecer em fun��o de ordens
ilegais, e que est�o dispostos a pagar o pre�o por
isso.
�
O
senhor enxerga um novo mapa pol�tico sendo formado,
com o Likud e o Avod� rachando para formar novas
alian�as direita/esquerda - direitistas do Likud
unindo-se � Uni�o Nacional , deputados esquerdistas
do Avod� juntando-se ao Yahad, e uma terceira for�a
de centro ? (Eliezer Ben-Moshe - Jerusal�m, Israel)
YB:
N�o
acredito na teoria do Big Bang. Acho que em
qualquer sistema pol�tico normal se tem uma esquerda
e uma direita e as vamos ter sempre em Israel. A
esquerda � o movimento que nunca est� contente com a
realidade, a qual sempre deseja melhorar. A direita
� movimento que justifica a situa��o presente. Deve
haver um acordo entre direita e esquerda em temas
espec�ficos, o que ocorre em qualquer sociedade. Mas
n�o se deve tirar nenhuma conclus�o disso,
acreditando que seja um denominador comum amplo o
suficiente para permitir uma unifica��o entre as
duas.
�
Mu�ulmanos e judeus j� viveram em relativa paz, por
exemplo na Espanha, onde o grande Maim�nides viveu e
trabalhou. Mas hoje, gra�as ao legado da guerra e do
terrorismo, as rela��es mu�ulmano-judaicas s�o muito
pobres. Como um corajoso pacifista israelense, o que
o senhor pensa que pode ser feito para melhorar as
rela��es entre mu�ulmanos e judeus? (Ali Adams -
Istambul, Turquia)
YB:
N�o tenho
a panac�ia e n�o posso ignorar o �dio e a
desconfian�a que se desenvolveu na �ltima gera��o
entre mu�ulmanos e judeus. Mas acredito que iremos
achar uma solu��o para o
conflito israelense-palestino e se passarmos a
soberania sobre o Monte do Tempo (Haram al-Sharif)
aos palestinos, isso deve abrir um novo cap�tulo nos
relacionamentos entre os dois povos e as duas
religi�es.
�
A
imagem p�blica de Israel jamais foi t�o m� - com ou
sem raz�o. O que deve Israel fazer para melhor�-la,
especialmente no mundo �rabe? (Ehud Kauffman -
Haifa, Israel)
YB:
A
quest�o n�o � de imagem, mas de pol�tica. Mesmo que
n�o acredite que Israel mere�a a imagem que tem,
tenho que admitir que o governo israelense est�
contribuindo para a atual situa��o com provoca��es
desnecess�rias: desde a famosa visita do Sr. Sharon
ao Monte do Templo em 28/09/2000, at� a forma com
que tem falado sobre l�deres de outros pa�ses.
Acredito que um governo bem mais modesto, que n�o
provoque o mundo e que esteja disposto a fazer a paz
com nossos vizinhos ir� mudar radicalmente a
situa��o, como o fizemos no governo de Yitzhak Rabin
�
O
que o senhor pensa que acontecer� aos moradores
�rabes de Jerusal�m Oriental, e em particular aos
que vivem pr�ximos aos muros da Cidade Velha?
Tornar-se-�o cidad�os israelenses? Muitos desses
moradores s�o ap�tridas, sendo considerados meros
residentes permanentes, mesmo que tenham vivido
todas as suas vidas sob a jurisdi��o do governo
israelense. (David Steinberg - Londres, G.B.)
YB:
Conforme a
Iniciativa de Genebra,
todos os palestinos que vivem em Jerusal�m Oriental
ser�o cidad�os do Estado Palestino, e nenhum deles
permanecer� ap�trida.
�
Como os �rabes palestinos jamais tiveram um pa�s do
qual Israel tenha tomado terras, e Jerusal�m jamais
foi a capital de qualquer pa�s �rabe, mesmo quando
esteve sob as ocupa��es jordaniana e otomana, por
que o senhor ofereceria a soberania do mais sagrado
local judeu, o Monte do Templo, e dividiria a
capital de Israel com �rabes palestinos,
especialmente quando Israel permite as ora��es
mu�ulmanas no Monte do Templo, enquanto a Jord�nia
transformou o Muro das Lamenta��es num dep�sito de
lixo durante sua ocupa��o? (Marlene Young -
Baltimore, E.U.)
YB:
Penso que a Sra. est� certa sobre o passado, mas
errada sobre o futuro. A quest�o para n�s agora,
aqui em Israel, n�o � necessariamente quem tem os
direitos, mas que ter� a maioria. E se como um
resultado de discuss�es sobre Hist�ria, nos
descobrirmos como uma minoria judaica dominando uma
maioria palestina, n�o seremos mais capazes de ter
um Estado judeu. As concess�es �s quais a Sra. se
refere s�o necess�rias para aqueles que acreditam na
necessidade de um Estado judeu e democr�tico.
�
Por
que n�o podem israelenses e palestinos viver juntos
num Estado unificado e secular? Isto evitaria tanta
viol�ncia e seria um golpe nos fundamentalistas
mu�ulmanos e judeus. Acima de tudo, isso iluminaria
a alternativa - um Estado de apartheid na medida em
que a popula��o palestina deve superar a judaica nos
pr�ximos 20 anos, e significaria n�o ser necess�rios
longos e complexos tratados sobre divis�es, direito
de retorno, fronteiras e Jerusal�m, que uma solu��o
de Dois Estados envolveria.(James Hurst - Londres,
G.B.)
YB:
A
id�ia sionista era sobre um Estado judeu. Se
renunciarmos a essa id�ia, n�o haver� vantagem em
viver nesta terra para muitos de n�s. Existem muitos
pa�ses mais agrad�veis do que Israel nos quais
poder�amos ser uma minoria como judeus, e a id�ia
toda � ter ao mesmo tempo uma maioria judaica e
democracia, o que significa direitos iguais para
todos os cidad�os n�o-judeus do pa�s.
O preenchimento da aspira��o por autodetermina��o
pelos palestinos e para os israelenses � uma causa
nobre, em minha opini�o, e eu n�o a trocaria por uma
id�ia de um pa�s democr�tico secular no qual os dois
povos continuariam seu conflito em torno de cultura,
s�mbolos ou identidades nacionais.
�
Como pode o processo de Oslo, durante o qual houve
massivos confiscos de terras, a cria��o de
checkpoints, a duplica��o da popula��o de
colonos e "legaliza��o" da ocupa��o israelense
atrav�s de leis servir como um modelo para paz? N�o
deveria a esquerda israelense, que controlava o
governo nos anos de Oslo assumir a responsabilidade
pelo fracasso do processo de paz? (Connie Hackbarth
- Jerusal�m, Israel)
YB:
A
direita culpa o processo de Oslo pela v�timas do
terrorismo e a extrema-esquerda critica o processo
de Oslo pelo crescimento dos assentamentos. A
verdade � que Oslo n�o merece nenhuma dessas
cr�ticas. O processo de Oslo foi uma tentativa de
implementar os acordos de Camp David de 1978 e de
levar, durante 5 anos de uma solu��o provis�ria, a
uma solu��o permanente baseada nas resolu��es 242 e
338 da ONU.
As
duas partes do acordo violaram sua implementa��o,
e de certa maneira pode-se dizer que esse processo
foi assassinado em 04/11/1995 [dia do assassinato de
Yitzhak Rabin]. O que temos de fazer agora mesmo �
chegar a uma solu��o definitiva o quanto antes,
baseados nas mesmas id�ias de Dois Estados, ao longo
das fronteiras de 1967 com pequenos ajustes, duas
capitais em Jerusal�m, compensa��o para os
refugiados palestinos e arranjos de seguran�a para
ambas as partes.
�
O
senhor acha que os grupos terroristas ir�o derrubar
o governo de Yasser Arafat ? (Ben - Chicago. E.U.)
YB:
A
desordem nos territ�rios palestinos pode levar a
v�rios resultados. N�o h� d�vida de que o interesse
nacional de Israel est� na estabilidade do lado
palestino, e espero que a decis�o do
primeiro-ministro Abu Ala [Ahmed Qurei] de retirar
sua ren�ncia ir� contribuir para a estabilidade do
lado palestino.
�
Como o Sr. explica o simples fato de que nos �ltimos
10 anos, desde o in�cio do processo de paz
israelense-palestino, o n�mero de perdas israelenses
� muito maior do que nos 30 anos anteriores? N�o
seria esta a verdadeira raz�o de os israelenses
estarem c�ticos sobre o assim chamado "Processo de
Paz"? (Yosi I - Tel Aviv, Israel)
YB:
Na
verdade, � uma quest�o de quando iniciar a contagem
de perdas. Por exemplo, no per�odo entre 1957 e
1967, houve apenas 24 perdas em Israel. Desde nossa
grande vit�ria em 1967, o n�mero se multiplicou
geometricamente. A primeira intifada come�ou ap�s um
longo per�odo de tens�o nas rela��es entre
israelenses e palestinos. A onda de atentados
suicidas por palestinos come�ou exatos 40 dias ap�s
o massacre de Baruch Goldstein em Hebron. A segunda
intifada foi em muito relacionada � visita de Sharon
ao Monte do Templo, ocorrida um dia antes dela
come�ar. Ent�o, acredito que se o senhor quiser
culpar israelenses pelas perdas, existem muito mais
eventos tang�veis conectados �s ondas de viol�ncia
do que o processo de Oslo.
�
Como o campo da paz, inclu�do o Partido Trabalhista,
est� tentando voltar ao poder em Israel? O que o
senhor pessoalmente pensa que John Kerry, caso
eleito, pode fazer? (Talal Altatar - Houston, E.U.)
YB:
N�o
temos nenhuma teoria m�gica sobre como vencer as
pr�ximas elei��es, mas sabemos que precisamos
trabalhar muito. Estamos dedicando nosso tempo a
encontrar pessoas, o m�ximo que possamos, para
partilhar com elas nossas vis�es sobre paz e justi�a
social, e acredito que apenas atrav�s de tais
encontros, aumentaremos nosso poder.
Conhe�o John Kerry, o aprecio e acredito que de
forma geral, ele est� expressando os pontos de vista
da ala moderada e pragm�tica dos E.U. e outros
lugares.
�
O
que pensa do plano de Ami Ayalon e Sari Nusseibeh? O
que o senhor diz do coment�rio de Ayalon, que diz
que a esquerda israelense se distanciou muito da
sociedade israelense? O seu partido teria a resposta
certa para esta aliena��o? (Eyal - Boston, E.U.)
YB:
Eu assinei a iniciativa de Ami Ayalon e Sari
Nusseibeh [A
Voz dos Povos],
mas n�o posso subscrever a sua cita��o de Ami
Ayalon. Ningu�m fez pelas camadas mais fracas de
Israel o que fizemos por eles como ministros,
legisladores ou l�deres pol�ticos. O fato de que n�o
ganhemos muitos votos dessas camadas n�o nos faz
necessariamente errados. A forte correla��o entre
fraqueza econ�mica e nacionalismo � algo que n�o foi
inventado em Israel.
�
O
senhor acredita que um f�rum internacional com uma
influ�ncia americana teria uma chance maior (que a
C�pula de Camp David em 2000) como f�rum para
negocia��es abrangentes? (Gilad - Los Angeles,
E.U.
YB:
N�o
excluo esta possibilidade, mas n�o acredito que isto
tornar� a solu��o mais f�cil para israelenses e
palestinos. No final, ter� de ser uma decis�o dos
dois lados, que tornar� poss�vel se ter paz em nossa
parte do mundo.
�
O
senhor acha a pol�tica de imigra��o de Israel
correta? Como um n�o-judeu, desejoso de viver em
Israel, fiquei surpreso em saber que as pol�ticas de
imigra��o mudam conforme o peso dos ultra-ortodoxos
no governo. O senhor realmente acha que aceitar
apenas judeus convertidos pelo rito ortodoxo �
correto? (Jordi Gomis - Barcelona, Espanha)
YB:
Como
um Estado judeu e democr�tico, Israel deve estar
aberto a qualquer judeu que deseje viver aqui, mas
isto n�o significa que devemos ter port�es fechados
para todos os outros. Penso que as recentes mudan�as
feitas na pol�tica de imigra��o de Israel est�o
erradas.
�
Desde setembro de 2000, tenho ouvido v�rias vezes o
senhor condenando as a��es do ex�rcito israelense
(assassinatos seletivos, bloqueios de estradas) por
n�o existir solu��o militar para o terror. �
poss�vel que todas essas a��es que o senhor
desaprovou tenham salvo centenas de vidas at�
agora? � poss�vel haver uma solu��o militar? (Iris
F - Tel Aviv, Israel)
YB:
Qualquer solu��o desse tipo � uma solu��o tempor�ria
e deve provocar viol�ncias ainda maiores no outro
lado. Apenas um acordo com nossos parceiros do lado
palestino nos permitir� que vivamos uma situa��o
diferente, que acredito ser� muito mais tranq�ila.
�
O
Sr. n�o se preocupa que o
Acordo de Genebra
se torne a base para novas negocia��es?
Ahmed Qurei j� iniciou o que acha ser um bom "ponto
de partida" para um acordo. Parece que Genebra
cont�m todas as concess�es pelo lado israelense, mas
concess�es muito vagas do lado palestino. N�o foi
esta a hist�ria de Oslo? (David - Sydney, Austr�lia)
YB:
Como o mesmo tipo de cr�tica � ouvido pelos nossos
parceiros palestinos em seu lado, acredito que �
razo�vel dizer que a Iniciativa de Genebra � um
tratado justo. Se ela � percebida como um ponto de
partida para Israel, e tamb�m para os palestinos, �
porque
ambos os lados manifestaram sua disposi��o para
assin�-las e este � o grande avan�o de Genebra.
�
Por
quanto tempo os campos da paz ficar�o como ref�ns
dos extremistas nos dois lados? Se o senhor acredita
que a maioria em Israel ap�ia a solu��o de Dois
Estados, o que realmente tem que acontecer para que
o campo da paz israelense se reenergize e obtenha
o suporte de uma maioria s�lida? (Fawad Razzaque -
Saint Louis, E.U.)
YB:
A
situa��o de Israel tem sido pendular entre direita e
esquerda, e acredito que o fracasso do atual governo
poder� conduzir � vit�ria da esquerda.
�
A
Comiss�o do 11/9 concluiu seu relat�rio nomeando o
terror isl�mico como o o inimigo que os E.U. devem
combater. Por que o Sr. ainda se recusa a admitir
que Israel est� enfrentando o mesmo inimigo - o
radicalismo isl�mico? (Mladen Andrijasevic - Be'er
Sheva, Israel)
YB:
�
preciso ser muito cuidadoso para n�o transformar
nosso conflito com os palestinos num conflito
cultural ou religioso, porque se isto acontecer
teremos que desistir de uma solu��o, e se
desistirmos de uma solu��o, estaremos desistindo de
nossa exist�ncia.
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YOSSI BEILIN:
"
MELHOR
PARA ISRAEL � FIRMAR UM ACORDO COM OS PALESTINOS
"
[ Entrevista por Elisabetta Piqu�
- La
Naci�n - 02/04/04 ]
- traduzida pelo
PAZ AGORA/BR
- |
|
Em um dos piores momentos da historia do
Oriente M�dio, quando n�o param de correr rios
de sangue, o terror est� na ordem do dia, e
reina a desesperan�a, h� quem insista em que �
poss�vel uma solu��o para o conflito
palestino-israelense. Um destes � o ex-ministro
da Justi�a, Yossi Beilin, hoje � frente do Yahad
(Juntos) - um novo agrupamento social-democrata
que incluiu o tradicional partido pacifista de
esquerda, Meretz -, e art�fice do recente
Acordo de Genebra.
Membro do Trabalhismo at� 2002, quando o
partido Avod� decidiu unir-se � coaliz�o de
governo do
premier Ariel Sharon, Beilin tamb�m
foi um dos arquitetos dos Acordos de Oslo,
alcan�ados h� uma d�cada.
Sem perder o entusiasmo, apesar da situa��o
explosiva que se vive aqui h� mais de tr�s anos,
Beilin idealizou o projeto de Genebra, junto ao
ex ministro de Informa��o palestino, Yasser Abed
Rabbo. Um plano muito detalhado, firmado em
dezembro passado �s margens do lago Leman por
personalidades israelenses e palestinas, que
prev� dois Estados com uma fronteira n�o muito
distinta da que havia em 1967, duas capitais em
Jerusal�m, e uma solu��o para o problema dos
refugiados.
.
Muito bem recebido pela comunidade
internacional, se bem que recha�ado por Sharon,
conta com o apoio de 40% dos israelenses e dos
palestinos, segundo Beilin. "Se os partid�rios
da paz n�o atuarem, ningu�m atuar� em seu
lugar", sublinha este prestigiado pol�tico
israelense, que em entrevista ao [di�rio
espanhol] LA NACION se manifestou contr�rio ao
plano de "desligamento" de Sharon, que prev� a
retirada unilateral de Gaza.
"Me parece uma p�ssima id�ia. Creio que h� que
se buscar uma solu��o atrav�s de um acordo com a
outra parte, n�o unilateralmente. Claro, �
melhor do que continuarmos nos territ�rios como
ocupantes, e por isso meu partido dar� seu apoio
se houver uma vota��o no
Knesset
(Parlamento israelense)."
�Nosso papel, por�m, � tentar convencer
a opini�o p�blica de que a melhor id�ia para
Israel, se n�o quiser se converter num novo
gueto para judeus no Oriente M�dio, � fazer um
acordo com os palestinos; pois o acordo �
poss�vel, e �
Iniciativa de
Genebra � um modelo para isto�.
�
O senhor diz que o acordo � poss�vel, mas na
realidade nunca houve situa��o pior entre
israelenses e palestinos, o
road map
est� praticamente morto, continuam os atentados,
e os israelenses parecem estar de acordo com a
id�ia de deixar unilateralmente Gaza...
YB: Os israelenses apoiar�o o fim da
ocupa��o, e isto � uma boa noticia. A quest�o �
se � o caso de faz�-lo mediante uma retirada
unilateral. Sharon nunca avaliou a possibilidade
de um acordo; nunca falou de um acordo com os
palestinos desde que foi eleito em fevereiro de
2001. Por isso creio que antes de deixar os
territ�rios sem nenhum tipo de pre�o nem
compromisso, sem saber o que pode acontecer, e
sabendo da amea�a do Hamas, deveria chegar a um
acordo com os palestinos.
�
Quem poderia ser o interlocutor?
YB:
H� um primeiro-ministro palestino,
Abu Ala (Ahmed Qurei), que foi o resultado
direto da press�o israelense. Como � poss�vel
ent�o que n�o falemos com eles? Parece-me algo
no melhor estilo de Fellini... n�o o entendo.
�
Teme que ap�s a retirada unilateral de Gaza,
Hamas tenha mais poder?
YB: N�o tenho nenhuma d�vida. Isto n�o
significa que o Hamas governar� Gaza
diretamente, mas sim que ir� dominar Gaza. O
Hamas quer controlar as mesquitas, as escolas
e a vida di�ria, e n�o h� d�vida de o far�
completamente quando sairmos.
�
Depois do assassinato do sheikh Ahmed Yassin,
cr� que o Hamas se fortaleceu?
YB: N�o sei se est� mais forte, mas
seguramente est� mais enfurecido, e buscando
mais do que antes a vingan�a.
�
Muitos palestinos cr�em que jamais haver� paz
com Sharon no poder...
YB: As pessoas em Israel dizem que
enquanto Arafat estiver no poder n�o pode haver
paz, e as pessoas do lado palestino dizem que
enquanto Sharon estiver no poder n�o pode haver
paz, mas o que eu digo � que, enquanto houver
gente nos dois lados que querem paz, haver� paz.
�
Ainda que j� n�o pense num Grande Israel, e
planeje se retirar de Gaza, Sharon pretende
ficar com boa parte da Cisjord�nia?
YB: Sim. Creio que o que est� fazendo � muito parecido ao que fez Menahem
Begin em 78/79: renunciar a uma parte para ficar
com a outra. Begin renunciou � pen�nsula do
Sina� para ficar com Gaza e Cisjord�nia. E
Sharon est� preparado a renunciar a Gaza para
ficar com boa parte da Cisjord�nia.
�
Acredita ser preciso uma renova��o de l�deres
para que haja paz?
YB: Creio que os dois povos merecem l�deres melhores - ainda que isto seja
um fen�meno mundial -, mas n�o acredito que
tenhamos que esperar por essa mudan�a. Muitas
vezes os sucessores podem ser ainda piores. H�
que pressionar os l�deres para a PAZ
AGORA. N�o se
pode esperar.
�
Qual sua opini�o sobre os assassinatos
seletivos?
YB:
Israel se orgulha de ser a �nica democracia no Oriente
M�dio, mas pode deixar de s�-la se prosseguir
nesta pol�tica, que n�o � pertinente a uma
democracia. Creio que se deve decidir se
queremos continuar orgulhosos de nossa
democracia, ou se nos convertemos em outro tipo
de pa�s, que executa pessoas sem julgamento.
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YOSSI BEILIN :
"RESPOSTA AO ACORDO DE GENEBRA
� POSITIVA "
- Entrevista de Yossi Beilin a Egon Friedler -
[ "Mundo Israelita" - Buenos Aires - 02/04/04 ]
- texto recebido
do entrevistador e traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
-
Yossi Beilin � sem d�vida uma das personalidades
pol�ticas mais interessantes e controvertidas de
Israel. Eleito h� poucas semanas como l�der do novo
partido social-democrata
Yahad
(Juntos) tem por tr�s uma impressionante carreira
pol�tica. Nascido em 1948 em Israel, se iniciou como
jornalista, logo passando a integrar o Conselho
Editorial do di�rio �Davar�. Depois de receber um
doutorado em Ci�ncias Pol�ticas na Universidade de
Tel Aviv, ingressou na vida pol�tica. Foi porta-voz
do Partido Trabalhista entre 1977 e 1984, secret�rio
de governo entre 1984 e 1986 e Diretor-Geral de
Assuntos Pol�ticos do Minist�rio de Rela��es
Exteriores entre 1986 e 1988.
Parlamentar destacado, Vice-Ministro de
Rela��es Exteriores e depois ministro em v�rios
gabinetes de governo trabalhistas, ficou conhecido,
sobretudo, como o incans�vel arquiteto dos acordos
de Oslo. Tamb�m foi autor de v�rios livros sobre
temas da sociedade israelense e as rela��es de
Israel com a Di�spora. Beilin saltou uma vez mais �
notoriedade internacional no ano passado, como
principal art�fice da parte israelense do Acordo
Informal de Paz Palestino-Israelense de Genebra, que
firmou conjuntamente com Yasser Abed Rabbo,
ex-ministro de Informa��o e Cultura da Autoridade
Palestina.
O acordo, como se recordar�, despertou duras
cr�ticas de parte do governo do Primeiro Ministro
Ariel Sharon e foi visto com simpatia matizada de
reservas, por v�rios setores de opini�o em Israel e
no mundo.
Yossi Beilin, teve a gentileza de responder a um
question�rio enviado eletronicamente, com respeito
�s repercuss�es do
Acordo de Genebra
e outros aspectos da realidade pol�tica israelense.
O que segue s�o as perguntas que lhe enviamos e as
respostas do destacado l�der pol�tico israelense.
�
EF : O
Acordo de Genebra
foi recebido por muitas cr�ticas,
especialmente da direita, mas tamb�m de moderados e
esquerdistas. Inclusive um moderado como Yossi
Alpher diz que o senhor est� de acordo com a
evacua��o de 100.000 colonos, uma tarefa que
nenhum governo israelense ser� capaz de
empreender. Qual � sua resposta �s cr�ticas?
YB: Era de se esperar que o
Acordo de Genebra
despertasse cr�ticas, e de minha parte
n�o penso que ser criticado seja um problema. Muito
ao contrario. A busca de caminhos novos sempre �
algo controvertido, e se todo mundo
tivesse concordado com o que oferecemos em Genebra,
eu teria pensado que o acordo tem alguma falha
importante. Quanto � evacua��o de colonos, concordo
que n�o ser� uma tarefa f�cil para ningu�m, mas
devemos nos perguntar qual � alternativa. Por mais
dif�cil que seja evacuar colonos, considero que n�o
evacuar colonos � algo que nenhum governo israelense
ser� capaz de fazer. Porque isto significaria a
continua��o da ocupa��o de 3 milh�es de palestinos,
que continuemos privando a todo um povo de seus
direitos civis (e muito ami�de tamb�m humanos) e que
abandonemos a id�ia sionista de um estado judeu
e democr�tico.
�
EF
: O texto do acordo de Genebra foi enviado aos lares
de israelenses e palestinos. Como foi recebido por
ambas as partes, e quais foram suas rea��es?
YB:
O texto foi enviado a todas as casas em Israel.
Isto significa 1.900.000 c�pias em hebraico, russo e
�rabe. Entre os palestinos, o texto do Acordo foi
distribu�do por outras vias.(Muita gente n�o sabe
que atualmente n�o existe um servi�o regular de
distribui��o de correi nos territ�rios palestinos,
pelo que n�o � poss�vel distribuir o documento da
mesma maneira em que se distribui em Israel). No
geral, a resposta foi extremamente positiva. Em
primeiro lugar, uma grande propor��o do p�blico,
cerca de 95%, diz que est� familiarizado com a
Iniciativa de Genebra (um �ndiece que inclusive os
diretores de marketing de marcas das mais
prestigiosas considerariam como surpreendentemente
alto).
Em segundo lugar, a popula��o aprecia estar bem
informada e sua atitude sobre Genebra espelha essa
atitude. Ainda que algumas pessoas discorde de
alguns aspectos do Acordo, em geral seu desacordo se
baseia numa an�lise muito mais s�ria e profunda da
que � habitual no debate pol�tico a que estamos
acostumados.
O resultado � que o interc�mbio de id�ias resulta
ser muito f�rtil, o que n�o significa que
vamos convencer cada pessoa no pa�s. Sabemos que
isto n�o � poss�vel. O que temos a espera�za de
conseguir, � que as pessoas tomem consci�ncia do que
est� em jogo num acordo permanente com os
palestinos. Quer dizer, que lhes fique claro o que
implica, qual ser� o custo e quais os benef�cios.
�
EF
: Um jornalista do �Haaretz� disse que o Acordo de
Genebra se converteu em uma esp�cie de teatro
�underground�. O que pensa dessa defini��o? Cr� que
em algum momento Genebra poder� se transformar na
base de uma negocia��o s�ria?
YB:
N�o me lembro de ter lido essa defini��o. Mas o
teatro n�o � algo mau se desperta o p�blico para que
veja o drama pol�tico que o rodeia. De qualquer
maneira, n�o temos nada de clandestino. Estamos
continuando na mira p�blica, em reuni�es em v�rias
cidades, em col�gios secund�rios, na imprensa e,
como mencionei antes, em cada lar israelense. Por
outro lado, nos convertemos em um fator de
refer�ncia importante na arena internacional e h�
governos e parlamentos estrangeiros que atuam para
criar um entorno que possa estimular os respons�veis
pol�ticos a adotar esta iniciativa como sua pol�tica
oficial.
�
EF
: Num artigo no �New York Times�, David Horowitz,
editor da revista �Jerusalem Report� disse : �Desde
que foi completado no outono passado, o acordo de
Genebra n�o conseguiu seu prop�sito essencial �
persuadir as partes mutuamente desconfiadas de que o
inimigo pode ser um s�cio razo�vel de um acordo. Mas
a antipatia em alguns casos tem mais a ver com as
personalidades envolvidas que com o conte�do do
acordo em si. Por exemplo, o rol proeminente de
Yossi Beilin, um ex-ministro da Justi�a que � visto
como um apologista do Sr.Arafat, teria gerado uma
oposi��o particular por parte dos israelenses. O que
lhe responderia?
YB:
O mais f�cil � sempre levar as coisas para o
terreno pessoal. Penso que, para o bem ou para
o mal, isto faz parte da cultura moderna. Mas o
Acordo de Genebra n�o se refere a mim nem a nenhum
dos indiv�duos que trabalharam nele. � um programa
pol�tico, detalhado, concreto e pr�tico. De qualquer
maneira, como pessoa que aceitou o desafio de propor
mudan�as, sei que sou objeto de controv�rsias. Eu o
aceito. Mas se isto desperta a antipatia de alguns,
tamb�m h� muitos que me ap�iam com entusiasmo.
Incidentalmente, acabo de ser eleito l�der do
Yahad,
o recentemente criado partido social-democrata
israelense. O Yahad n�o � um partido numeroso, mas
eu n�o teria ganho a elei��o prim�rio se fosse a
pessoa menos popular em Israel.
�
EF
: A esquerda israelense � considerada d�bil tanto em
Israel como no estrangeiro, e muitos acreditam que
n�o poder� recuperar sua for�a. Qual sua opini�o?
YB:
� certo que a esquerda israelense est�
relativamente d�bil atualmente, mas n�o � menos
certo que o que se costumava associar com o
pensamento da esquerda tem mais vig�ncia do que
nunca. Em outras palavras, a din�mica pol�tica � um
pouco mais complexa do que nossa representa��o no
Knesset [Parlamento] poderia sugerir.
Por exemplo, o n�mero de israelenses dispostos a se
retirar-se de toda a Margem Ocidental e Gaza cresceu
consideravelmente nos �ltimos 3 anos, e inclusive o
Partido Likud aceitou a cria��o de um estado
palestino. Por isso, mesmo que a esquerda se tenha
debilitado em termos estritamente parlamentares, se
tornou mais forte ideologicamente com a ado��o por
parte da direita de algumas id�ias b�sicas da
esquerda israelense tradicional, ou seja, o Partido
Trabalhista atravessa uma profunda crise, mas h�
sinais de vida em outras partes. O recentemente
formado partido social-democrata de Israel � um fato
muito promissor.
�
EF
: Como o Sr. v� seu papel na esquerda israelense?
YB:
Como l�der do Yahad, vejo meu papel como um
bar�metro para todo o espectro da esquerda do mapa
pol�tico israelense e particularmente do Campo da
Paz. Enquanto o Partido Trabalhista continua
atravessando uma situa��o organizacional muito
prec�ria e uma virtual bancarrota ideol�gica, o que
se expressa em suas constantes tentativas de
reingressar no governo de Sharon em lugar de atuar
como uma oposi��o decidida, o papel de meu partido �
tratar de influir sobre o trabalhismo e atuar de
maneira aberta e decidida para oferecer � popula��o
israelense uma alternativa vi�vel e atraente ao
trajeto daninho que o governo de Sharon adotou tanto
no plano social como pol�tico.
�
EF
: O senhor esteve contra uma proposta de retirada
unilateral do ex�rcito israelense de Gaza tal como
foi colocada pelo primeiro-ministro Ariel
Sharon. Pensa que � poss�vel uma retirada acordada
com os palestinos? O que o Sr. proporia?
YB:
N�o tenho a menor d�vida de que � poss�vel uma
retirada acordada dos israelenses de Gaza. A
Autoridade Palestina tem um interesse vital em
alcan�ar um acordo com Israel, porque se fracassar,
isto minaria sua autoridade e daria uma vit�ria aos
extremistas. O que proponho � que o governo
israelense inicie imediatamente negocia��es para um
acordo final com a Autoridade Palestina e ofere�a a
retirada de Gaza no marco de algum tipo de acordo,
seja um negociado entre Sharon e o primeiro
-ministro Abu Al�, ou caso ambos n�o possam chegar a
um acordo, no marco de algum outro tipo de
entendimento reconhecido como v�lido tanto por parte
de Israel como por parte da Autoridade Palestina.
Isto poderia ser, por exemplo, a terceira fase de
Oslo (que nunca foi implementada) ou a segunda fase
do Road Map
( que nunca chegou a ser posto em pr�tica).
�
EF
: Ultimamente se produziram sintomas alarmantes de
anarquia e caos na Autoridade Palestina. Como v� a
situa��o?
YB:
Estou muito preocupado. A Autoridade Palestina se
est� debilitando. H� muitas raz�es que explicam
isto, e como israelense s� posso falar da cota de
responsabilidade israelense. E esta cota tem sido
muito grande. A pol�tica de Sharon debilitou
consideravelmente a Autoridade Palestina. N�o sei se
� isso o que Sharon esperava conseguir com sua
pol�tica, mas este foi exatamente o efeito de tudo o
que fez at� agora - desde se negar a negociar com
seus l�deres (n�o s� Arafat, como tamb�m um
primeiro-ministro ap�s outro) a continuar exercendo
press�o sobre a popula��o palestina.
Um exemplo que ilustra a pol�tica err�nea de Sharon
� sua incapacidade de alcan�ar um arranjo sobre a
libera��o de prisioneiros com o primeiro-ministro
Mahmud Abbas (Abu Mazen), para liberar pouco mais
tarde centenas de prisioneiros em benef�cio do
Hizbolah.
De forma consistente e tr�gica, a pol�tica de
Sharon tem premiado os terroristas e castigado os
pragm�ticos.
�
EF
: As elei��es em Israel foram fixadas para 2006.
Haver� elei��es antecipadas?
YB:
As elei��es ficaram marcadas oficialmente para
novembro de 2007, mas poucos acreditam que se
esperar� at� ent�o. A coaliz�o de Sharon se debilita
dia ap�s dia. E um governo que oferece uma vis�o t�o
escura � vasta maioria da popula��o n�o pode
sobreviver muito tempo. A popula��o est� se tornando
vez mais contra Sharon e anseia encontrar uma
alternativa.
�
EF
: A "sabedoria convencional" diz que s� a direita
pode fazer a paz com os �rabes, pois a esquerda e o
centro n�o s�o capazes de conseguir um acordo que
obtenha o apoio do povo israelense. O senhor
concorda com isso?
YB:
A �sabedoria convencional� � apenas
isto, convencional. � dif�cil discutir com esta
classe de �sabedoria� que carece de imagina��o e �,
por defini��o, conformista. Na realidade, penso que
n�o � s�bia em absoluto. � mais um clich�. E eu
odiaria que nosso futuro fosse determinado por
clich�s. Se Rabin tivesse pensado desta maneira, por
exemplo, nunca ter�amos ido a Oslo. Excetuando a
Menachem Begin, nenhum l�der israelense de direita
fez a paz com um pa�s �rabe.
�
EF
: � poss�vel alcan�ar algum avan�o para a paz num
ano eleitoral nos Estados Unidos?
YB:
� certo que Washington est� cada vez mais preocupada
com as pr�ximas elei��es. Mas os norte-americanos
n�o s�o o �nico fator que conta.
Os europeus tamb�m podem cumprir um papel e tem
quase um ano para provar a si mesmos e a todas as
partes na regi�o que tamb�m podem ter um papel
destacado.
� importante ter em conta que algumas das mudan�as
mais importantes na rela��o israelo-palestina
tiveram lugar sem a interven��o norte-americana. Na
verdade, o processo de Oslo se realizou nas costas
dos norte-americanos. Sempre � conveniente que haja
um fator externo para respaldar a negocia��o, mas em
�ltima inst�ncia o que permite avan�os substanciais
� s� a vontade pol�tica de ambas as partes.
Dito isto, a comunidade internacional, e
particularmente os Estados Unidos, devem jogar um
papel importante no que respeita a assistir as
partes no delicado processo de implementa��o dos
acordos, assist�ncia financeira, extens�o de
garantias de seguran�a, etc.
�
EF
: O senhor cr� que exista um s�rio interlocutor para
a paz, capaz de cumprir suas promessas, no lado
palestino?
YB:
Como judeu agn�stico, prefiro me basear em fatos n�o
em cren�as. E a Iniciativa de Genebra � um fato
incontroverso.
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:
Reprodu��o permitida com
os devidos cr�ditos aos
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fonte, ao
PAZ
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www.pazagora.org e aos
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Os textos publicados visam subsidiar o
di�logo e
N�O representam necessariamente
as posi��es do
Movimento PAZ
AGORA ou dos Amigos Brasileiros do PAZ
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Estas s�o expostas nas se��es "QUEM
SOMOS" e "POSI��ES"
do site
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COMO LUTAR CONTRA O HAMAS
[
YOSSI BEILIN
(*) - 24/03/04 -
www.itongadol.com.ar
]
- traduzido pelo
PAZ AGORA/BR
�
O Hamas floresce na escurid�o, quando n�o h�
esperan�a. E murcha quando existe em andamento
um processo pol�tico s�rio.�Foi o que ocorreu no
final da d�cada dos noventa. A luta contra
o Hamas � crucial, mas se equivoca todo aquele
que opine que essa organiza��o pode ser
derrotada mediante o assassinato de seus
dirigentes. S� pode ser derrotada por meio de um
processo pol�tico, porque n�o h� maior amea�a
para os defensores de um Estado pan-isl�mico em
todo o Oriente M�dio que um acordo
palestino-israelense que veja a apari��o de um
Estado Palestino.
|
O assassinato do sheikh Ahmed Yassin n�o proporcionar� uma
maior seguran�a ao povo de Israel. Faz parte do
ciclo de viol�ncia que n�o para de crescer desde
o princ�pio da segunda �intifada�, em setembro
de 2000. O assassinato provocou uma grande
f�ria, aumentou o �dio contra Israel e refor�ou
os sentimentos de vingan�a. No pr�prio momento
do assassinato, na manh� do 22 de mar�o, se
iniciou a contagem regressiva para o pr�ximo
ataque terrorista. A �nica coisa que falta saber
� se este atentado ter� lugar em Israel ou se
dirigir� contra objetivos judeus em outras
partes do mundo. Cair�o mais v�timas inocentes?
O sheikh Ahmed Yassin era um extremista que
abra�ou a causa do �dio e a viol�ncia. Mesmo
assim, ainda que o mundo sem ele possa ser
melhor, n�o necessariamente ser� mais seguro.
Seja quem for, seu sucessor na dire��o do Hamas
buscar� vingan�a.
Na minha opini�o, os assassinatos seletivos s� s�o
leg�timos quando se realizam para impedir um
ataque terrorista iminente. Acabar com inimigos
pol�ticos e ideol�gicos �ainda que hajam
abra�ado a causa da viol�ncia e o �dio - n�o �
leg�timo.
O assassinato do sheikh Yassin criou uma situa��o
artificial na qual os palestinos da Faixa de
Gaza e Cisjord�nia se sentem obrigados a
permanecer juntos, unidos. Criamos uma situa��o
na qual �todos somos Yassin�, quando a maioria
dos palestinos recha�a sua pessoa e seus
m�todos. No lugar de separar os pragm�ticos dos
extremistas, o assassinato converteu os
palestinos num coletivo unido e furioso que
clama vingan�a em un�ssono. Israel n�o poderia
ter cometido erro maior.
N�o � demasiado tarde para fazer um giro de 180�. Israel,
mesmo sob o mandato de Sharon, pode declarar que
cessa unilateralmente suas a��es militares e que
est� disposto a regressar � mesa de negocia��es
ap�s anos de a ter abandonado. Perdemos a
oportunidade de negociar com o primeiro-ministro
anterior, Abu Mazen, e n�o estamos negociando
com o atual, Abu Ala. Israel deveria
aproximar-se dele e declarar que est� disposto a
retomar as negocia��es interrompidas em Taba, em
janeiro de 2001, entre representantes do governo
israelense e a Autoridade Palestina.
Temos um s�cio palestino. � um s�cio mais fraco
que no passado. Grande parte de sua
infra-estrutura est� destru�da. E cometeu graves
erros durante a �intifada�. Contudo, este s�cio
� pragm�tico e deseja chegar a um acordo. Em
lugar de acelerar o final da Autoridade
Palestina, devemos fazer um esfor�o para
negociar com ela e chegar a um acordo muito
parecido ao que alcan�amos em Genebra h� alguns
meses, e que satisfaz aos principais interesses
de ambos os lados: dois estados soberanos
vizinhos, a fronteira internacionalmente
reconhecida de 1967 com modifica��es
consensuais, Jerusal�m como capital dos dois
estados, uma solu��o justa para o problema dos
refugiados e acordos de seguran�a adequados.
Se a negocia��o for retomada, renascer� a esperan�a. O
mundo est� enormemente interessado em ver o
final do conflito no Oriente M�dio. Os
potenciais econ�micos de Israel e Palestina s�o
dos mais favor�veis. Todo aquele que tenha algo
a perder far� o que puder para conseguir um
�xito final. Os palestinos pragm�ticos apoiar�o
uma dire��o que aceita negociar e n�o deixar�
que o Hamas ponha a perder a esperan�a de uma
vida normal em nossa regi�o. O Hamas floresce na
escurid�o, quando n�o h� esperan�a. E murcha
quando existe em andamento um processo pol�tico
s�rio.�Foi o que ocorreu no final da d�cada dos
noventa.
A luta contra o Hamas � crucial, mas se equivoca
todo aquele que opine que essa organiza��o pode
ser derrotada mediante o assassinato de seus
dirigentes. S� pode ser derrotada por meio de um
processo pol�tico, porque n�o h� maior amea�a
para os defensores de um Estado pan-isl�mico em
todo o Oriente M�dio que um acordo
palestino-israelense que veja a apari��o de um
Estado Palestino.
(*)
YOSSI BEILIN
foi
recentemente eleito presidente do novo YAHAD
- Partido Social-Democr�tico de Israel. Um
dos principais promotores da
Iniciativa de
Genebra,
foi ministro da Justi�a e negociador do processo
de paz no governo Barak.
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