A tribo Cuanhama, ligada por um fundo étnico comum às restantes tribos do
agregado a que pertence (ambó), em muito pouco se destaca da maior parte delas.
Tinha, no entanto, em relação a todas, diferenciação territorial, autonomia,
quando não mesmo supremacia política, apoiada numa forte organização
militar.
Era governada por um soba (ohamba), que concentrava em si todos os poderes:
podia matar qualquer súbdito como se fosse um escravo. A tradicional consulta
aos anciães da tribo foi perdendo significado:
aquele não seguia a opinião dos velhos (sekulos) e estes não iam contra a
que julgavam ser a do soba.
A área tribal estava dividida em várias mucundas( conjunto de habitações,
dispersas por uma determinada área territorial, por vezes bem extensa.),com seu
chefe local.
A unidade-base da organização militar era formada por um grupo de cerca de
100 homens (etanga), com o seu chefe (lenga). o conjunto destas etangas formava
a guerra (oita). Os guerreiros eram, na maioria, homens novos.
O sucessor do soba era um seu irmão uterino ou, não o havendo, o filho mais
velho da irmã uterina mais velha do falecido. A entronização era marcada por
várias cerimónias. Numa delas era morto um escravo.
O último soba que gozou de autêntico poder absoluto foi Mandume.