A agricultura é a base da economia da subsistência, nível que raramente
ultrapassa. È também do tipo de agricultura itinerante extensiva,
característica das regiões intertropicais, onde existem grandes extensões de
terra e onde o solo se degrada facilmente.
Os homens, com machadinho e catana derrubam a vegetação e erguem os
cercados, mas só alguns, em especial os monógamos, ajudam eficientemente a
esposa nos trabalhos com a enxada.
Os terrenos cultivados são, em regra, arenosos, fáceis de revolver. As
mulheres utilizam enxadas muito leves, de cabo curto, com as quais, dobradas,
raspam o solo. O comércio vende enxadas importadas, mas de formato gentílico,
pois a enxada de tipo europeu não tem boa aceitação, por ser mais pesada.
A charrua é pouco utilizada.
Não transportam o estrume para os campos, mas estes sempre que possível,
estão sobre os antigos currais. A cultura dominante é o massango, gramínea do
género pennisetum spicatum, a que chamam omahangu, espécie de milho painço,
com o porte de 1,5 m. O caule termina numa inflorescência em forma de espiga
cilíndrica, com 20 cm de comprimento e 2 a 3 cm de diâmetro, aproximadamente.
A massambala (oiliavala), género sorgo (Andropogon sorghum), de
enraizamento profundo, é outra das culturas seguidas, porque também se
dá em terreno medíocres e resiste à secura, embora seja mais exigente
em água do que o massango. A sua produção unitária é tambem
levemente superior. A inflorescência de cor avermelhada (panícula). É
uma planta anual, mas, quando cortada junto a terra, volta a rebentar.
É utilizada no fabrico de cerveja forte (omalodo).
A cultura do milho também existe. Este cereal é mais exigente,
preferindo solos frescos e ricos em húmus. Semeiam pouco e só nos anos
de boas e regulares chuvas a produção é satisfatória. Não o
farinam, pois comem as espigas assadas.
Associadas com estas, cultivam os Cuanhamas algumas leguminosas: o
feijão, variedades de abóboras, algum amendoim, etc. O tabaco, muito
apreciado por homens e mulheres, também é cultivado.