Funerais e Luto

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Não tem cemitérios onde enterrem os membros de qualquer grupo. Em regra, os Cuanhamas sepultam os defuntos nos próprios eumbos. Dentro destes o local da sepultura e os ritos a efectuar dependem da idade, sexo e posição social do falecido. Normalmente o dono da casa tem o seu túmulo no curral dos bois ou no lugar do fogo, no grande pátio interior.

Antes de os membros se tornarem rígidos, os joelhos são encolhidos e dobrados diante do peito e, sobre este, os braços cruzados. Antes de ser enterrado o cadáver é enrolado numa pele de boi que se mata logo após a morte, e entre o tronco e o braço direito e colocado um pilão, com que as mulheres esmagavam os cereais, cuja ponta fica fora da terra.

Deste maneira, o local e o modo de enterrar simboliza muito bem as estratificações de cultura deste povo: o túmulo individual, herança dos antepassados caçadores; o curral e a pele dos bois, vestígios evidentes da sua vida de pastores; e o pilão, herança dos antepassados agricultores.

O enterro do soba (ohamba) revestia-se de grandes solenidades. duas jovens escravas acompanhavam, vivas, o seu amo para a cova.

O choro por um adulto dura quatro dias, por um jovem dois e por uma criança apenas um. Durante este tempo pranteia-se o morto de manhã, ao pôr do sol e quando chegam parentes de longe.

O choro pelo soba reinante durava semanas e obrigava toda a população tribal, a quem a ocorrência impunha também descanso obrigatório durante um mês ou mais. As campas dos sobas eram cercadas com paus fortes e altos e constituíam o único monumento funerário destas terras.

Os sinais exteriores de luto são quase imperceptíveis. Apenas as mulheres se despem dos seus adornos. Passado algum tempo, voltam a usar a cinta ornamentada com missangas, mas de cor escura. algumas das que abandonaram os trajes tradicionais usam, por vezes, um colar de missangas escuras.

 

Ana Patricia Rosa

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