Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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BG foi o precursor do
sertanismo no romance
Armelim Guimarães

Bernardo Guimarães foi “um sertanejo”. Esse é o lugar-comum usado com freqüência tanto por seus biógrafos como pelos críticos.

Reconheça-se que o poeta e prosador mineiro era mesmo refratário  à sociedade de salão, de casas, de espartilhos e saias-balão, de cerimônias, da aristocracia, das luvas e lencinhos perfumados. Só sabia respirar no mato, metido nas searas, no rancho de tropeiros, em companhia de gente de povo e dos taberéus, mordido, à beira do rio e de lagoas, pelos anjos-bentos e mutucas. Amava a fala labrega dos homens das arroteias, o gemido do carro de bois, o murmúrio dos ribeiros, o ranger do monjolo nos seus gonzos de peroba, o aboio do vaqueiro.

Acha Agripino Grieco que o criador de “A Escrava Isaura”, vivendo longo do mar e da metrópole, foi ele o nosso primeiro sertanista em verso, em rústico, um paisagista da pena. Compreendeu a alma vegetal da gente da roça.” (“Evolução da Poesia Brasileira, 1947)

Em 13 de agosto de 1925, em discurso pronunciado na Academia Brasileira de Letras, afirmava Augusto de Lima:

“Ninguém conheceu melhor o sertão que o autor de “Jupira” e do “Índio Afonso”, na sua topografia, na sua vida, no seu colorido, na sua força e nos seus rumores misteriosos. Ninguém melhor –os costumes, a índole, a ingenuidade, a esperteza, a bravura ou a perfídia da gente sertaneja. Todo o folclore da roça,  dos arraiais e das matas selvagens que lhe eram familiares. O batuque. A quatragem, o cateretê, e outras danças indígenas, africanas, que animavam os festejos populares das fogueiras de Santo Antônio, São João, São Pedro e Santana, Bernardo as descrevia com todo o seu pitoresco característico.

“Ninguém melhor aproveitou, para o interesse das narrativas e entrecho dos contos e romances, as lendas de superstições das ingênuas populações dos campos.”

O próprio Bernardo Guimarães fazia esta revelação:

“Em compensação aí tendes em vossa Corte –dizia ele aos seus leitores – bom número de insignes talentos, que com tanta habilidade e elegância sabem manejar a pluma de romancista, e que podem admiravelmente acaraciar-vos a fantasia com lindas e galantes históricas de amores nascidos à sobra de caramanchão de jardim e desenvolvidos ao esplendor dos lustres do salão de baile ou do teatro, ou no convívio dos serões de família ao pé do piano entre ondas de harmonia, ou em roda de uma mesa ao calor de um bule de chá. E isso não me pe possível, já o disse. A minha musa é essencialmente sertaneja, sertaneja de nascimento, sertaneja por hábito, sertaneja por inclinação.” (“O Índio Afonso”).

“Bernardo Guimarães é o iniciador do sertanismo no nosso romance.” É a confirmação de Estevão Cruz na sua “História Universal da Literatura”, de 1939. 

Estudou ele o índio que bem conheceu, “e, melhor ainda, integrou o matuto em nossa literatura, precedendo nisso a Franklin Távora”, observa Basílio.

“Muitos antes dele, [outros escritores] abrasileiraram a novela, é fato indiscutível, atestado pelas datas. Mas esse abrasileiramento ou foi incompleto ou não passou de pastiche. Considere-se caso de Alencar. A um espírito de portentoso talento,  qual o imortal cearense,  era possível estilizar índios, gaúchos e sertanejos, que não observou nunca no hiterland pátrio; não, porém, fixar-lhes as características reais, de tão difícil apreensão para quem nas perscrutam, de visu, no seu meio existencial.

“Por isso, a Bernardo Guimarães –‘um benemérito intérprete dos sentidos do nosso povo’ na luminosa expressão de Clóvis Bevilaqua (“Épocas e Individualidades”) – que nele preferia o romancista ao poeta, foi que couberam a primazia e a glória de haver integrado nas letras nacionais o homem do interior, estancieiro ou garimpeiro, campônio ou matuto, quilombola ou mameluco, com todas as suas virtudes e com todos os seus defeitos, com todos os seus traços éticos e com todas as suas usanças materiais, cada qual em nítido destaque no seu nativo ambiente físico e social”

Para Ronald de Carvalho, com Bernardo Guimarães “tivemos as primícias do sertanismo, do romance campesino, que Arinos, nos contos do “Pelo Sertão” poliu e desenvolveu de um modo quase definitivo, usando dos mesmos processos de Turgeneif, nas “Histórias de Um Caçador”. (“Pequena História da Literatura Brasileira”, 1915).

Salienta João Alphonsus:

“Ainda que outros méritos não tivesse, restaria a Bernardo Guimarães historicamente a glória de iniciador do nosso sertanismo literário, iniciação espontânea ou, quando menos, livre de paternidade européia ou americana como o indianismo ou o antiescravismo”.

Foi Bernardo, diz o mesmo autor, o “Fundador da nossa literatura”. (“Revista do Brasil”, maio de 1941).

BG diversos.

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Índice do livro "Bernardo Guimarães, o romancista da abolição", de Armelim Guimarães

O ano do nascimento
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Em São Paulo (1)

Em São Paulo (2)

Em São Paulo (3)

No sertão goiano

De volta a Ouro Preto

No "Atualidades" (Rio)

De volta ao sertão goiano

A profecia de Brasília

Nos saraus de Otaviano

A vida nômade

Um anjo à espera do poeta

No reino da felicidade

Professor em Congonhas do Campo e em Andaluz

E assim nasceu "A Escrava Isaura"

O caipira e o índio Irabuçu

Egresso das cátedras

Barão sem baronato

Últimas produções

"Pollice verso"

A morte de BG; e Teresa, a companheira de sempre

O sucesso da telenovela "A Escrava Isaura"

Descendência e colaterais


A cabeça de Tiradentes

O precursor do sertanismo no romance

Bernardo, precursor do naturalismo?

E o indianismo de Bernardo Guimarães?

Qual foi o maior: o romancista ou o poeta?

Lobato e o estilo de BG

Bernardo esteta

As pedradas dos puristas

O independente

A lira fescenina

BG e o romance moderno

Escritor brasileiríssimo

Obras

Bibliografia

 

 

 
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