Contos
da Solidão
Prelúdio
Amor ideal
Esperança
Invocação
Primeiro sonho de
amor
Hino à aurora
O Ermo
O Devanear de um
céptico
O devanear de um
céptico (em esp.)
A uma estrela
No meu aniversário
Desalento
O destino do vate
Visita à sepultura de
meu irmão
À sepultura de um
escravo
Inspirações da Tarde
Invocação à saudade
Recordação
Ilusão
O sabiá
Hino do prazer
Hino à Tarde
Poesias Diversas
O nariz perante os poetas
À saia balão
Ao charuto (Ode)
Ao meu aniversário
Sirius
Dilúvio de
Papel
Minha rede
Galope infernal
Adeus -- a meu cavalo
branco
Idílio
A Orgia dos Duendes
Olhos
verdes
Uma filha do campo
Ilusão desfeita
Utinam --
imitado de Victor Hugo
Foge de mim
Que te darei
A fugitiva
O bandoleiro
Ao cigarro
Evocações
Sunt lacrimæ rerum
Prelúdio
Primeira evocação
Segunda evocação
Terceira evocação
Lembrança
Nostalgia
Saudade
Lembrar-me-ei de ti
A meus primeiros
cabelos brancos
Cenas do sertão
A Baía de Botafogo
Novas Poesias
Elegia
O meu vale
O brigadeiro Andrade
Neves
A cismadora
À morte de Teófilo B.
Otôni
Nênia
Gentil Sofia -- Balada
A campanha do
Paraguai
Barcarola
O adeus do voluntário
Cantiga
Se eu de ti me
esquecer
A morte de Flávio
Farnese
Aureliano Lessa
Adeus da musa do
Itamonte
"A Bernardo
Guimarães"
A poesia
Melodia
Estrofes (À
Brigada de 1864)
Poemas obsenos
O Elixir
do Pajé
A
Origem do Mênstruo
Folhas de Outono
Ode
Estrofes
Poesia
Hino ao 3º Batalhão de
Voluntários
Flor sem nome
O vôo angélico
Poesia
Dous anjos
Não queiras morre
A Camões
Camões
Décimas
Estrofes
Uma lágrima
Epitalâmio
Fagundes Varela
À morte da inocente
Maria
A sereia e o pescador
No álbum de Bernardo
Horta
Hino à lei de 28 de setembro de
1871
Hino a Tiradentes
Saudades do Sertão
de Minas
Saudação ao
Imperador
Hino a S.M.I. o Sr. D.
Pedro II
À moda
Hino à Preguiça
O Ipiranga e o 7 de
Setembro
Dispersos
Morte de Gonçalves Dias
Endereço ao editor
Soneto (Eu
vi dos pólos o gigante alado)
Mote
estrambótico
Lembranças do nosso
amor
Disparates rimados
Parecer
(Madre-de-Deus-do-Angu)
Dedicatórias
Trabalho e luz
Tributos da saudade
À memória de
Monsenhor Felicíssimo |
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Estrofes
Ao Dr. F.L. Bittencourt Sampaio,
por ocasião de sua vinda a Ouro Preto, em 1875.
- Eu te saúdo, ó cisne de outras margens,
Que o vôo teu abates
Por um momento nestas fundas vargens,
Ninho de ilustres vates,
Cujo canto até hoje inda suspira
Na viração, que pelos montes gira.
- Sejas bem-vindo nas alpestres plagas,
Onde Cláudio e Dirceu
Co'as liras encantando as duras fragas
O nome e o gênio seu
Vão mandando em canções imorredouras,
As mais remotas gerações vindouras.
- Estes vales te acolhem prazenteiros;
Saúdam-te estes montes,
Sacudindo os espessos nevoeiros
Das enrugadas frontes,
E se ufanam de ver dentro em seu seio
O cisne, que de estranhas terras veio.
- Grata sombra, suave murmúrio
Encontres neste vale;
Com fagueiros rumores este rio
Saudade e amor te fale;
Estas auras te cantem doces hinos,
Inspire-te este céu sonhos divinos.
- De Marília o cantor ternas endeixas
Aqui gemeu na lira;
E de Marília o nome inda entre queixas
A viração suspira;
Inda estes montes guardam na memória
De seu fiel amor a triste história.
- Ali do velho Cláudio nos encara
A sombra veneranda,
Excelso vate, vítima preclara
De atrocidade infanda.
Dirceu finou-se em mísero degredo
De Cláudio a morte é tétrico segredo.
- Não vês aquele píncaro altaneiro,
Que o azul do céu invade?...
Tímido ainda ali fulgiu primeiro
Clarão de liberdade,
Frouxo arrebol, que anunciava o dia,
Em que o cetro aos tiranos cairia.
Mas ai! que esse lampejo tão formoso,
De luz incerta e vaga,
De Xavier no sangue generoso
Por fim se esvai, se apaga!
Sucede-lhe de novo noite espessa,
E nas trevas alveja uma cabeça!
- Uma cabeça lívida e mirrada
Aos ventos balançando,
Em afrontoso poste está cravada,
Troféu negro, execrando,
Que recomenda às maldições da história
De cruentos algozes a memória.
- Sangue de Xavier! sangue fecundo!...
Sobre esta terra escrava
Regaste a planta, que no chão profundo
Oculta germinava.
Sangue bendito! generoso brado
Às gerações futuras arrojado!...
- Sangue de Xavier, surge de novo
Da terra, que embebeu-te,
Salpica o rosto deste ignavo povo,
Que tão cedo esqueceu-te!
Quem do presente aos brados não acorda,
Também glórias passadas não recorda.
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- Não canta o sabiá na riba imunda
De podre lodaçal;
Não mescla o canto à grita furibunda,
Que atroa o pantanal,
Emudece, ou rompendo os livres ares
Vai desprender mais longe os seus cantares.
-
- Não lhe aprazem mesquinhas ribanceiras,
Escassos horizontes;
Quer amplos vales, selvas altaneiras,
Imensuráveis montes;
Quer céu de amor, quer sol de liberdade,
Quer diante de si a imensidade.
- Não mais cantemos: deixe-se em repouso
A lira desmontada,
No recesso do lar silencioso
A um canto pendurada;
Não se casam acentos de harmonia
Aos vis tripúdios de asquerosa orgia.
Novembro de 1875.
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