Este equívoco alcançou uma considerável publicidade recentemente quando a segurança das vacinas foi o tema de um programa de televisão nos EUA. Antes de tudo, o conceito de um "lote quente" de vacina da maneira como é usado nesse contexto é errado. É baseado no pressuposto de quanto mais relatos ao VAERS um lote de vacina está associado, mais perigosa é a vacina naquele lote; e que consultando uma lista do número de relatos por lote, os pais podem identificar lotes de vacinas a serem evitados.
Isso é enganador por duas razões:
1. O VAERS (o Sistema de Relatos de Eventos Adversos de Vacinas dos EUA) é um sistema para relatar eventos que ocorrem após a administração de qualquer vacina. Relatos ao VAERS não deveriam ser interpretados para implicar causalidade. Em outras palavras, um relato ao VAERS não significa que a vacina causou o evento. Estatisticamente, um certo número de doenças sérias, até mesmo mortes, podem ser esperadas que ocorram apenas pelo acaso entre crianças recentemente vacinadas. Embora seja conhecido que as vacinas causam efeitos colaterais menores, temporários, como feridas ou febre, há pouca, se houver, evidência ligando vacinação com problemas permanentes de saúde ou morte. O ponto é que só porque um evento adverso foi relatado ao VAERS não significa que foi causado pela vacina.
2. Lotes de vacina não são os mesmos. O tamanho dos lotes de vacinas varia de várias centenas de milhares de doses até vários milhões, e alguns têm uma distribuição muito maior que outros. Naturalmente um lote maior ou um que seja distribuído por um período maior será associado com mais eventos adversos, simplesmente pelo acaso. Também, mais mortes coincidentes estão associadas com vacinas aplicadas na primeira infância do que as aplicadas mais tarde na vida da criança, uma vez que o plano de fundo de mortalidade de crianças é mais alto durante o primeiro ano de vida. Então saber que o lote A esteve associado com um número x de eventos adversos enquanto o lote B esteve associado com um número y não diria necessariamente algum coisa a respeito da segurança relativa dos dois lotes, mesmo se a vacina realmente causou os eventos.
Revisar listas publicadas de "lotes quentes" não ajudará os pais a identificar as melhores ou piores vacinas para seus filhos. Se o número e o tipo de relatos ao VAERS de um lote particular de vacina sugerir que ele esteve associado com mais eventos adversos sérios ou mortes do que o esperado pelo acaso, o Food and Drug Administration (FDA) tem a autoridade legal para imediatamente recolher aquele lote. Nenhum lote de vacina na era moderna foi encontrado como sendo inseguro na base dos relatos ao VAERS.
Todas as instalações de fabricação de vacinas e produtos de vacinas são licenciados pelo FDA nos EUA. Além disso, cada lote de vacina tem sua segurança testada pelo fabricante. Os resultados destes testes são revistos pelo FDA, que pode repetir alguns destes testes como uma medida de proteção adicional. O FDA também inspeciona regularmente instalações de fabricação de vacinas para assegurar aderência aos procedimentos de fabricação e normas de teste do produto, e revisa semanalmente os relatos ao VAERS de cada lote procurando padrões incomuns. O FDA recolheria um lote de vacina ao primeiro sinal de problemas. Não há nenhum benefício tanto para o FDA como para o fabricante permitir que vacinas inseguras permaneçam no mercado. O público americano não toleraria vacinas se elas não tivessem ajustadas aos padrões mais rigorosos de segurança. O simples fato de que um lote de vacina ainda esteja sendo distribuído indica que o FDA considera ele seguro.
Informações Adicionais:
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Esta informação foi adaptada do material que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA publicou em 1996 para ajudar médicos a tranqüilizarem seus pacientes.