CURSO DE LATIM
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INTRODUÇÃO

Este curso foi planejado em 13 lições, cada uma para ser feita em duas semanas, perfazendo um total de 26 semanas. Note que é um tempo bastante curto para um domínio razoável da matéria, e por isso este curso exigirá de você uma boa dose de disciplina e aplicação. Ao final, você pode esperar ler textos originais em latim, de uma gama bem variada de autores, com a ajuda de um dicionário.

Passemos agora para uma breve explicação sobre a pronúncia do latim.

Como este não é um curso para se falar latim, não daremos uma grande atenção à pronúncia das palavras. Essa ficará mais ou menos livre, ao gosto do leitor. No entanto, para efeito de futuros estudos, exporemos as principais características da chamada pronúncia reconstituída, ou também restaurada, exatamente a que vem sendo adotada em escolas de todo o mundo, baseada em pesquisas recentes sobre os mais prováveis sons que os Romanos atribuíam a cada letra, embora não haja em alguns pontos um uniformidade de opiniões.

É bom saber que no Brasil são praticados também dois outros tipos de pronúncia, a pronúncia tradicional brasileira e a pronúncia romana. A primeira é adaptada ao uso dos brasileiros, e é também a mais usada em fórmulas jurídicas; a segunda consiste na pronúncia italiana, usada pela Igreja Católica. Quanto à ortografia, não há diferenças.

Estas são as principais características da pronúncia restaurada (entre parênteses a pronúncia e a marcação do acento tônico):

a) ae e oe, ditongos, são pronunciados ái e ói: nautae (náutai)

b) c soa sempre como k: Cicero (Kíkero)

c) ch soa também como k: pulcher (púlker)

d) g sempre como gue ou gui: angelus (ánguelus)

e) h é levemente aspirado, quase como o h do inglês

f) j soa sempre como i (nos livros recentes, de fato, o j é sempre substituído, na escrita, pelo i)

g) m e n nunca são nasais: campus (ká-m-pus, e não kãpus)

h) r nunca como rr: Roma (róma, com o r pronunciado como em barato)

i) s sempre como ss: rosa (róssa)

j) u do grupo qu é sempre pronunciado: qui, quem (kúi, kúem)

k) v sempre como u: vita (uíta) (nos livros recentes o v é sempre substituído, na escrita, pelo u)

l) x como ks: maximus (máksimus)

m) z como dz: Zeus (dzeus)

n) as letras restantes (a, b, d, e, f, i, l, o, p, t, y) são pronunciadas como em português.

Última observação: letras dobradas como ll, tt, mm, etc., devem ser pronunciadas separadamente: uma coisa é coma e outra é comma.

Para mais informações, consulte a gramática de latim que você escolheu e, se possível, para um tratamento mais detalhado e científico da pronúncia, a “Gramática Latina”, de Antônio Freire.

Quanto à acentuação tônica, os Romanos faziam distinção entre vogais breves e vogais longas, estas últimas com o dobro de duração das primeiras. Na prática, essa diferença é perceptível apenas com o treino. Não insistiremos nesse ponto.

Mas para efeitos de acentuação tônica, os Romanos usavam a regra da penúltima: se a penúltima vogal for longa, ela recebe o acento; se curta, o acento recua para a antepenúltima, se for o caso.

Para a maioria das palavras a posição das vogais longas e breves deve ser memorizada. Existem, contudo, algumas poucas regras que nos ajudam em alguns casos como, por exemplo, as seguintes:

1) vogal seguida de outra vogal é geralmente breve: filius (fílius; o i antes do u é breve; portanto o acento recua);

2) vogal seguida de duas consoantes é geralmente longa: puella (o e vem antes de duas consoantes; é longo e, portanto, acentuado). Note que só nos interessa saber a quantidade (longa ou breve) da penúltima vogal. Atente também para o fato de que em latim não existem palavras com acento na última sílaba (oxítonas).

Todas as vogais de uma palavra têm sua quantidade bem definida. Do seu conhecimento depende a compreensão dos ritmos da poesia latina, matéria que não abordaremos neste curso. Apenas quando for estritamente necessário à pronúncia, indicaremos a sílaba tônica com o acento grave ( `): ìmpleo. Adotaremos essa convenção somente neste curso. Atenção: o acento grave que adotamos, por convenção, indica apenas a sílaba tônica, e nunca sua quantidade, se longa ou breve! Não sendo dada nenhuma outra informação, as palavras serão pronunciadas como se fossem escritas em português.

Outros livros costumam marcar as vogais longas com um traço sobre a vogal (chamada de macro), e as breves com um circunflexo invertido (chamado de braquia), também sobre a vogal. Como antes, recomendamos aos interessados a consulta das gramáticas indicadas.

Falamos acima das pronúncias do j (que é sempre pronunciado como i) e do v (que é sempre pronunciado como u). Na verdade, essas letras foram introduzidas no alfabeto romano na Idade Média. Os Romanos conheciam e utilizavam apenas o V maiúsculo no início das palavras. j e v são marcas mais recentes criadas para indicar a semivogal de ditongos. Isso causa uma confusão tremenda no momento de se procurar uma palavra no dicionário. Por exemplo, a palavra iam não se encontra na letra i, mas na j, pois tradicionalmente a escrevíamos como jam (de onde veio nossa palavra ). Como a maioria dos dicionários e gramáticas mantém o uso de usar as letras j e v, recomendamos que as palavras começadas por i e u, se não encontradas, sejam também procuradas nas letras j e v. Neste curso faremos uma substituição parcial: todo j será substituído por i, mas não todo v por u. Visamos com isso preservar a forma como originalmente muitas palavras passaram à língua portuguesa: vivo, e não uiuo, por exemplo. Com o tempo e com a prática em livros diferentes, editados em várias épocas, essa dificuldade desaparecerá naturalmente.

Bom trabalho!

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>>> LIÇÃO 1


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