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Apêndice
C
O Modelo de Lorenz
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C.1 Introdução
English version
Neste
apêndice mostramos como as equações do modelo de Lorenz introduzidas
no capítulo 1 são desenvolvidas (derivadas é uma palavra muito forte)
a partir da equação de escoamento Navier-Stokes e a equação que
descreve a difusão da energia térmica. Este desenvolvimento fornece
um protótipo para o processo comum de encontrar equações modelo
aproximadas, mas úteis, quando não podemos resolver as equações
fundamentais que descrevem alguma situação física.
O modelo de Lorenz se tornou quase totêmico no
campo da dinâmica não linear. Desafortunadamente, a maioria das
derivações das equações do modelo de Lorenz dizem tão pouco ao público
que são essencialmente inúteis, a não ser para os especialistas
em dinâmica de fluidos. Neste apêndice, esperamos dar uma descrição
suficientemente completa para que os leitores deste texto cheguem
a uma boa compreensão tanto do conteúdo físico quanto das aproximações
matemáticas incluídas neste modelo largamente citado.
O modelo de Lorenz descreve o movimento de um
fluido nas condições da corrente de Rayleigh-Bénard: um fluido incompressível
está contido numa célula que tem uma temperatura Tw
mais alta na parte de baixo e uma temperatura Tc
mais baixa na parte de cima. A diferença de temperatura δT
= Tw - Tc é considerada
como o parâmetro de controle para o sistema. A geometria é mostrada
na Fig. C.1.
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Fig.
C.1. Um diagrama da geometria do modelo de
Lorenz. O sistema é infinito em extensão na direção
horizontal e na direção para dentro e para fora da página.
Na placa de baixo z = 0. |
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Antes
de começar o tratamento formal da corrente de Rayleigh-Bénard, devemos
desenvolver alguma intuição sobre as condições que provocam o começo
da corrente de convecção. Resumidamente, quando o gradiente de temperatura
entre as placas de cima e de baixo se torna suficientemente alto,
uma pequena unidade de fluido que por acaso suba um pouco experimentará
uma força de empuxo ascendente porque se deslocou para uma área
de temperatura mais baixa e, portanto, densidade mais alta: agora
é menos denso que o seu ambiente. Se a força ascendente é suficientemente
forte, a unidade se deslocará para cima mais rapidamente do que
sua temperatura consegue baixar. (Como a unidade está inicialmente
mais quente que o ambiente, ela tenderá a liberar energia térmica
para seu ambiente.). Então as correntes de convecção começarão a
fluir. Por outro lado, se a força de empuxo é relativamente fraca,
a temperatura da unidade cairá antes que ela possa se deslocar por
uma distância significativa, e ela permanece estável na posição.
Podemos ser levemente mais quantitativos
a respeito deste comportamento usando nosso conhecimento (adquirido
no Capítulo 11) sobre a difusão de energia térmica e forças viscosas
em fluidos. Imagine que o fluido originalmente está em repouso.
Nós queremos ver se esta condição é estável. Começamos considerando
uma pequena unidade de fluido que se encontra deslocada para cima
por uma pequena quantidade ∆z. A temperatura nesta
área é mais baixa pela quantidade ∆T = (δT/h)∆z.
De acordo com a equação de difusão térmica de energia (Capítulo
11), a taxa de mudança da temperatura é igual ao coeficiente de
difusão térmica DT multiplicado pelo Laplaciano
da função da temperatura. Por este pequeno deslocamento, podemos
aproximar o Laplaciano em
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Então
definimos um tempo de repouso térmico δtT
tal que
onde
a segunda igualdade segue da equação de difusão térmica. Usando
nossa aproximação para o Laplaciano, encontramos que
Consideremos
agora o efeito da força de empuxo sobre a unidade de fluido. Esta
força de empuxo é proporcional à diferença na densidade entre a
unidade e seu ambiente. Esta diferença em si é proporcional ao coeficiente
de expansão térmica α (que dá a mudança relativa na densidade
pela mudança de temperatura da unidade) e a diferença da temperatura
∆T. Assim, encontramos para a força de empuxo
onde
ρo é a densidade original do fluido e g
é a aceleração devido à gravidade.
Presumimos que esta força de empuxo equilibra
a força viscosa do fluido; conseqüentemente, a unidade se desloca
com uma velocidade constante vz. Então, leva um
tempo τd = ∆z/vz
para que a unidade se desloque através da distância ∆z.
Como aprendemos no Capítulo 11, a força viscosa é igual à viscosidade
do fluido multiplicada pelo Laplaciano da velocidade. Assim, aproximamos
a força viscosa como
onde
a igualdade na extrema direita determina nossa aproximação para
o Laplaciano de vz.
Se agora queremos que a força de empuxo seja igual
em magnitude à força viscosa, encontramos que vz
pode ser expresso como
O
tempo de deslocamento então é dado por
O
estado original de não-convectividade é estável se o tempo de difusão
térmica é menor do que o correspondente tempo de deslocamento. Se
o tempo de difusão térmica é mais longo, então a unidade de fluido
continuará a sentir uma força ascendente, e a convecção continuará.
A razão importante é a razão entre o tempo de difusão térmica e
o tempo de deslocamento. Esta razão é chamada de número
de Rayleigh R e toma a forma
Como veremos, o número Rayleigh é na verdade o
parâmetro crítico para a convecção de Rayleigh-Bénard, mas necessitamos
um cálculo mais detalhado para nos dizer o valor real do número
de Rayleigh para o qual a convecção começa.
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Índice
C.1 Introdução
C.2 As
Equações de Navier-Stokes
C.3 Variáveis
Adimensionais
C.4 A
Função de corrente
C.5 Expansão
de Fourier, Truncagem de Galerkin, e Condições Limite
C.6 Forma
Final das Equações de Lorenz
C.7 Análise
de Estabilidade do Estado Não-convectivo
C.8 Leitura
Adicional
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