O Circulo de Viena

 

Movimento filosófico iniciado nas duas primeiras décadas de nosso século, responsável pela criação uma corrente de pensamento intitulada positivismo lógico. Este movimento surgiu na Áustria, como reação à filosofia idealista e especulativa que prevalecia nas universidades alemãs.

A partir da primeira década do século, um grupo de filósofos austríacos iniciou um movimento de investigação que tentava buscar nas ciências a base de fundamentação de conhecimentos verdadeiros. Neste sentido, tal grupo constatou que o conhecimento possui valor de verdade devido à sua vinculação empírica, isto é, o conhecimento científico é verdadeiro na medida em que relaciona-se, em alguma dimensão, à experiência. Contudo, estes filósofos compreendiam que não se pode abandonar a lógica e a matemática, com o avanço que estas obtiveram na virada do século; ambas auxiliam de maneira determinante a busca e determinação das condições nas quais o conhecimento se processa. Assim, a este pensamento, que procura na experiência o valor de verdade último de suas proposições, auxiliado pelas regras da lógica e dos procedimentos matemáticos, denominou-se positivismo lógico, ou empirismo lógico. A este grupo, formado por Philipp Frank, Otto Neurath, Hans Hahn, Herbert Feigl e Friedrich Waissman. Incorporaram-se, na década de vinte, Moritz Schilick e Rudolf Carnap, que logo passaram à condição de seus mais ativos membros. Em 1929, Carnap, Hahn e Neurath publicaram um manifesto intitulado A concepção científica do mundo: o Círculo de Viena. Estava, assim, formado este movimento. Além destes filósofos, compunham o grupo cientistas, economistas e juristas. Receberam as visitas ocasionais de Hans Reichenbach, Kurt Gödel, Carl Hempel, Alfred Tarski, W. V. Quine, e A. J. Ayer (que popularizou a obra deles em Inglaterra). Karl Popper, apesar de não ter freqüentado as reuniões do Círculo, foi uma figura central na recepção e na crítica às suas doutrinas. Por algum tempo, algumas da figuras do círculo encontraram-se regularmente com Ludwig Wittgenstein (a fase inicial da sua filosofia foi racional-positivista).

 As principais influências recebidas pelos filósofos do Círculo de Viena são: o pensamento de Ernst Mach, a lógica de Russell, Whitehead, Peano e Frege, bem como os novos paradigmas da física contemporânea, especialmente as descobertas de Einstein. Determinante foi, ainda, a filosofia de Wittgenstein. A leitura de seu Tractatus logico-Phylosophicus permitiu ao grupo levar ao máximo alcance filosófico a compreensão da nova lógica, possibilitando, assim, incorporá-la a uma interpretação empírica dos fundamentos do conhecimento.

Uma das principais contribuições do Círculo de Viena reside na noção de verificabilidade. Esta compreende que o sentido de uma proposição está intrinsecamente relacionado à sua possibilidade de verificação. Isto quer dizer: determinada sentença só possui significado para aqueles que são capazes de indicar em que condições tal sentença seria verdadeira, e em quais ela seria falsa. Indicar tais condições equivale a apontar as possibilidades empíricas de verificar a verdade ou falsidade da sentença em questão. Deste modo, as afirmações da filosofia idealista ou metafísica são alijadas das proposições que contribuem para a questão do conhecimento; seus termos centrais, tais como “ser” e “nada”, dada sua generalidade e ambigüidade, não são passíveis de verificação, o que torna as sentenças destas filosofias assignificantes. As enunciações metafísicas, segundo esta concepção, não são verdadeiras nem falsas; antes, elas carecem de sentido.

A partir da década de trinta, o movimento começou a se dispersar. Com a mudança para os Estados Unidos de Carnap e outros, aliada às mortes de Hahn, Schilick e Neurath, o Círculo perdeu sua coesão inicial. Contudo, suas principais noções foram absorvidas e propagadas por outras correntes filosóficas contemporâneas, como os lógicos pertencentes ao Círculo de Varsóvia, o pragmatismo americano de Quine, Nagel e Morris, a filosofia analítica de Ayer, Wisdom, Ramsey e os lógicos das universidades de Oslo e Upsala.

 

 

Moritz Schlick (1882 - 1936) (14 de Abril de 1882 – 22 de Junho de 1936) foi a figura central do positivismo lógico e do Círculo de Viena.

Ele nasceu em Berlim numa família rica. Estudou Física em Heidelberg, Lausanne, e, por último, na Universidade de Berlim com Max Planck. Em 1904, completou a sua dissertação "Sobre a reflecção da luz num meio Não-Homogéneo". Em 1908, publicou "A Sabedoria da vida", um volume curto sobre eudaemonismo, a teoria de que a felicidade é o objectivo ético mais elevado. A sua tese de habilitação , "A Natureza da Verdade de acordo com a Moderna Lógica", foi publicada em 1910. Vários ensaios sobre estéctica seguiram-se, nos quais Schlick virou a sua atenção para problemas da Epistemologia, a filosofia da Ciência, e questões gerais sobre a Ciência. Nesta última categoria, Schlick distinguiu-se pela publicação em 1915 de um ensaio sobre a Teoria Especial da Relatividade, na altura com apenas 10 anos. Também publicou "Espaço e Tempo na Moderna Física", um tratamento mais sistemático da Física pós-Newtoniana.

Em 1922, Schlick tornou-se professor de filosofia de ciências indutivas na Universidade de Viena após duas nomeações sem sucesso em Rostock e Kiel. No mesmo ano ocorreram dois eventos que alteraram o rumo da sua vida. Primeiro, um grupo de filósofos e cientistas (incluindo mas não limitado a Rudolf Carnap, Herbert Feigl, Kurt Gödel, Hans Hahn, Otto Neurath, e Friedrich Waismann) sugeriram a Schlick que iniciassem encontros regulares para discutir ciência e filosofia. Chamaram-se inicialmente a Associação Ernst Mach, mas ficaram conhecidos como o Círculo de Viena.
O segundo grande evento de 1922 foi a publicação do "Tractatus Logico-Philosophicus" de Wittgenstein, a primeira das suas duas obras, a qual se enquadrava ainda dentro dos princípios do positivismo (Wittgenstein iria mais tarde repudiar o primeiro livro que escreveu, para inverter completamente a sua filosofia). Schlick e o seu grupo ficaram impressionados com o seu livro, que propunha entre outras coisas uma teoria lógica dos símbolos e uma teoria pictórica da linguagem. Foi um tópico de discussão de vários encontros. Schlick contactou Wittgenstein pessoalmente em 1924, tendo elogiado perante o círculo as virtudes do livro. Wittgenstein concordou em reunir-se com Schlick e Waissmann para discutir o Tractatus e outras ideias. Através da influência de Schlick, Wittgenstein foi encorajado a considerar o retorno à Filosofia após uns 10 anos de ociosidade. Ironicamente, é em parte devido ao apoio de Schlick que Wittgenstein começou a escrever as reflexões que iriam fazer parte da segunda (e última) obra de Wittgenstein, "Investigações filosóficas". As discussões de Schlick e Waismann com Wittgenstein continuaram até que o último achou que ideias germinais dele tinham sido usadas sem permissão por Carnap. Wittgenstein continuou as discusões por cartas a Schlick, mas a sua ligação com o Círculo de Viena terminou em 1932.

Schlick tinha trabalhado no seu "Teoria Geral do Conhecimento" entre 1918 e 1925, e apesar de posteriores desenvolvimentos da sua filosofia terem refutado várias alegações epistemológicas, a "Teoria Geral" é talvez a sua obra mais notável, pelo seu raciocínio agudo contra o conhecimento sintético "a priori". Entre 1926 e 1930, Schlick terminou o seu "Problemas de Ética", no qual ele surpreendeu alguns dos seus colegas do círculo ao incluir a ética como um ramo viável da filosofia. Também nesta altura, o Círculo de Viena publicou "A visão científica do mundo: O Círculo de Viena", como homenagem a Schlick. A sua posição fortemente anti-metafísica cristalizou o ponto-de-vista do grupo.

Universidade de Viena, fotografia actualCom a ascensão do Nazismo na Alemanha e na Áustria, muitos dos membros do Círculo de Viena fugiram para a América e para o Reino Unido. Schlick, no entanto, continuou na Universidade de Viena. Numa visita de Herbert Feigl em 1935, ele expressou o horror que sentia com os acontecimentos na Alemanha. Em junho de 1936, Schlick subia as escadas da Universidade onde ia dar uma aula, quando foi confrontado por um antigo aluno que o interpela com uma conversa pomposa sobre um ensaio que ele tinha escrito. Quando Schlick objectou, o estudante puxou de uma pistola e atingiu Schlick no peito. Schlick morreria pouco depois. O estudante foi julgado e sentenciado mas tornou-se um herói para os sentimentos racistas em crescimento na cidade, tendo sido retratado como o "ariano heróico" que se levantou contra a "filosofia Judia sem alma" do Círculo (que Schlick não era Judeu foi ignorado por essas mesmas pessoas). Numa grotesca manipulação da justiça, o estudante obteve a liberdade condicional pouco depois e viria a tornar-se um membro do partido Nazi austríaco após o Anschluss (anexação da Áustria pela Alemanha Nazi a 12 de Março de 1938).

 

Rudolf Carnap (1891 - 1970)

Filósofo contemporâneo, considerado um dos principais componentes do Círculo de Viena. Nasceu em Ronsdorf, na Alemanha. Estudou física, matemática e filosofia na Universidade de Jena, sendo aluno de Frege, por quem, ao lado de Bertrand Russell, admitia ter sido profundamente influenciado. Em 1921, obteve o título de doutor nesta instituição. Tomando conhecimento dos estudos de Carnap, Schilick o convidou para ocupar o cargo de professor-assistente na universidade de Viena. Deste modo, Carnap passou a integrar o Círculo de Viena, tornando-se um de seus principais sistematizadores. Em 1930, passou a editar a revista Erkenntnis, juntamente com Reichenbach. No ano seguinte, passou a lecionar em Praga. Contudo, devido a pressões do movimento nazista, foi levado a emigrar para os Estados Unidos. Atuou como professor e investigador nas universidades de Chicago, Harvard, Princeton e Los Angeles, naturalizando-se americano em 1941. Faleceu em santa Marta, Califórnia. Algumas de suas obras: O espaço: contribuição à teoria da ciência, O tema da lógica da ciência, A construção lógica do mundo, A linguagem fisicalista como linguagem universal da ciência, Sintaxe lógica da linguagem. Redigiu ainda, juntamente com Hahn e Neurath, o manifesto intitulado A concepção científica do mundo: o Círculo de Viena.

Uma das preocupações centrais de Carnap reside no estudo do conhecimento científico, no que diz respeito à investigação de seus critérios de verdade. Se o princípio que determina esta verdade for o de sua verificação empírica, como pretendiam os empiristas lógicos, isto é, se somente podem ser consideradas verdadeiras as proposições passíveis de ser observados fatualmente, que fazer com as proposições epistemológicas, que não se referem a fatos, mas às proposições que os atestam? Será a epistemologia destituída de verdade? A resposta de Carnap a esta questão é que as proposições epistemológicas são proposições dotadas de significado, que se referem não diretamente aos fatos, mas antes à linguagem empregada para referir-se aos fatos. Neste sentido, a tarefa da filosofia é depurar a linguagem científica de suas imprecisões, construindo linguagens que obedeçam ao rigor de uma sintaxe lógica.

Outra importante contribuição de Carnap consiste no princípio da confirmabilidade. O princípio epistemológico da verificabilidade, proposto pelo Círculo de Viena, ao basear-se na verificação empírica para constatar a verdade de uma proposição, não permite conferir verdade a nenhuma proposição ou lei de caráter geral, uma vez que a experiência só apresenta casos particulares. Assim, não podendo ser verificados, tais leis podem, contudo, vir a ser confirmadas, gradualmente, pela experiência. Embora não haja possibilidade de atingir uma confirmação absoluta, quanto mais evidências empíricas se obtiver a seu favor, maior o grau relativo da dita lei, proposição ou teoria em questão.

O pensamento de Carnap influiu de maneira determinante na propagação do empirismo lógico e sua posterior difusão por várias correntes filosóficas contemporâneas. Igualmente decisiva é a contribuição deste pensador ao âmbito da lógica; é possível considerar ter sido ele o reformador das bases da lógica indutiva, reestruturando-a a partir das noções de confirmabilidade e de probabilidade.

 

 

Otto Neurath (1882 - 1945)

Sociologist austrian, economista político e anti-filósofo; possivelmente o marxist o mais unorthodox sempre. Desenvolvendo algumas teorias sobre uma economia moneyless do `` no '' amável antes da guerra, foi atribuído pelo governo austrian ao trabalho em o que era, eficazmente, o ministry do planeamento durante a guerra grande. Isto conduziu a seu funcionamento para os governos do bavaria e do Saxony para socializar suas economias após a guerra, um projeto que atacou com o entusiasmo grande, continuando através de dois coups que trouxeram para power duas repúblicas soviéticas do `` diferente ' '. (tinha arranjado inteligente para ser empregado como um empregado civil...) Eventualmente o governo alemão central restaurou a ordem e prendeu-o como um colaborador no treason elevado, mas tiveram que deixá-lo ir quando se tornou evidente que não se importou com qualquer coisa a não ser que his trabalho, e tinha observado mal as mudanças no governo. (a intervenção de Weber máximo e vários dos oficiais austrian ajudados.) Quando começou para trás a Viena, nós tornamo-nos involvidos em um projeto que evoluísse no '' social e econômico do `` do museu, que tentou fazer saber a relações sociais e econômicas complicadas ao público viennese pela maior parte un-educado. (não o chamou Viena vermelha para nada.) Isto conduziu a algum trabalho muito interessante no projeto gráfico, na instrução visual e na exposição visual da informação quantitative, certamente, um '' inteiro do método de Viena do `` para tais exposições, chamado também Isotype. Durante este período transformou-se também um do o mais logicamente positiva do Positivists lógico , ao ponto de ser autor principal de seu manifesto e de escrever lotes de papéis filosóficos sobre o princípio de indicações do protocolo da verificação e do `` ' '. Era a força dirigindo atrás da unidade do `` do movimento do '' da ciência e da sua enciclopédia da ciência unified, que conceived explicitamente no modelo do Encyclopedie francês. A instrução visual, physicalism, unified a ciência, o liberation e o socialismo morais eram todos ligados inextricably em sua mente, e quando os resultados poderiam ser exceedingly curiosos, era também às vezes muito útil e mesmo compelling, como em his homem moderno do livro em fazer.

No alto do todo o isto escreveu trabalhos de algum bom no history da ciência , e uma linha de um daqueles essays, feito famoso por Quine, será provavelmente sua reivindicação à posteridade. Como esta', pode carregar uma mais repetição (eu cito a versão dada no círculo de Viena do instituto --- retrate a base , desde que é conveniente):

Nós podemos como os sailors que no mar aberto devem reconstruct seu navio mas somos nunca partir afresh do fundo. Onde um feixe é removido um novo deve em uma vez ser posto lá, e para este o descanso do navio é usado como a sustentação. Nesta maneira, usando os feixes e o driftwood velhos o navio pode ser dado forma inteiramente anew, mas somente pelo reconstruction gradual.

Apesar desta, e apesar de seu (exceedingly áspero e sensible) polemics de encontro a Spengler, a parte de seu sonho para a ciência unified devia pôr as ciências sociais sobre um fundamento causal, predictive, como a física ou a astronomia. Naturalmente, isto falhou (veja Prophecy ), e eu suspeito partes de Popper ' s a pobreza de Historicism da direção de encontro a Neurath.

Áustria depois que o Anschluss não era nenhum lugar para um homem como Neurath, e escaparam-se, primeiramente a Holland, e então a Inglaterra (que cruza a canaleta com um número outros de refugees em um barco aberto, em que não , assim distante como eu sei, faça todos os reparos), onde veio trabalhar para uma autoridade da carcaça pública com que nós, sob as circunstâncias, entusiasmo notável. Morreu em 1945 com nenhum de seu projeto vem ao fruition.

Recomendado:

Elisabeth Nemeth e Friedrich Stadler (eds.), enciclopédia e Utopia: A vida e o trabalho de Otto Neurath (1882 -- 1945). Yearbook do instituto do círculo de Viena, vol. 4. [ revisão ].

Marie Neurath e Robert Cohen (eds.), Empiricism e sociology. Com uma seleção de esboços biographical e autobiographical [ os sketchers incluem Popper e Carnap; traduções abridged de dois livros, Anti-Spengler (que caracteriza o barco outra vez) e Empiricism e sociology ].

Marie Neurath e Robert Cohen com Carolyn R. Fawcett (eds.), Papel filosófico, 1913 -- 1946 .

Otto Neurath, homem moderno em fazer. Alfred A. Knopf, 1939 [ eu não suponho que qualquer um para fora tem lá uma cópia que seriam dispostos parte com? ].

Bertrand Russell , inquérito o meaning e a verdade , pp. 133ff, para uma crítica de vistas de Neurath do protocolo do `` sentencia o '' e a idéia que (em como Neurath o pôs) o `` nós não pode começar atrás do '' da língua.

Para ler:Nancy Cartwright et al., Otto Neurath: Filosofia entre a ciência e a política

Otto Neurath, Rudolf Carnap e Charles Morris (eds.), enciclopédia internacional da ciência unified [ somente dois volumes foram publicados sempre, a primeira em duas porções. Eu comprei minha cópia alguns meses há para $20 totais. ].

Danilo Zolo, Epistemology Reflexivo: O legacy filosófico de Otto Neurath [ mas o original italiano é intitulado politica de Scienza e em Otto Neurath, que soa completamente mais sensible. ]

 

 

Karl Raimund Popper (1902 - 1994)  (28 de Julho de 1902 - 17 de Setembro de 1994), foi um filósofo da ciência, nascido na Áustria e naturalizado inglês. É considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência. Foi também um filósofo social e político de estatura considerável, um grande defensor da democracia liberal e um oponente implacável do autoritarismo.

Ele é talvez melhor conhecido pela sua defesa da falsibilidade como um critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, e pela sua defesa da sociedade aberta.

Biografia

Nascido em Viena em 1902 numa família de classe média de origem judia secularizada, foi educado na Universidade de Viena. Concluiu o doutoramento em filosofia em 1928 e ensinou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Em 1937, a ascensão do Nazismo levaram-no a emigrar para a Nova Zelândia, onde ele foi professor de filosofia em Canterbury University College, Christchurch. Em 1946, foi viver para Inglaterra, tornando-se assistente (reader) de lógica e de método científico na London School of Economics, onde foi nomeado professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Elisabete II em 1965, e eleito para a sociedade real (Royal Society) em 1976. Reformou-se da vida académica em 1969, apesar de ter permanecido activo intelectualmente até à sua morte em 1994. Recebeu a insígnia de Companheiro de Honra (Companion of Honour) em 1982.

Popper recebeu vários prémios e honras no seu campo, incluindo o prémio Lippincott da associação americana de ciência política, o prémio Sonning, e o estatuto de membro na sociedade real, na academia britânica, London School of Economics, Kings College de Londres e o Darwin College de Cambridge. A Áustria a grande condecoração de honra em ouro.

A filosofia de Popper

Popper cunhou o termo "Racionalismo Crítico" para descrever a sua filosofia. Esta designação é significante e é um indício da sua rejeição do empirismo clássico e do observacionalismo-inductivista da ciência, que disso resulta. Apesar disso, alguns académicos, incluindo Ernest Gellner, defendem que Popper, não obstante não se ter visto como um positivista, se encontra claramente mais próximo desta via do que da tradição metafísica ou dedutiva.

Popper argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e provisória. Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples constatação de que os resultados de uma previsão efectuada com base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do estatuto de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos factos.

O que a experiência e as observações do mundo real podem e devem tentar fazer é encontrar provas da falsidade daquela teoria. Este processo de confronto da teoria com as observações poderá provar a falsidade (falsify) da teoria em análise. Nesse caso há que eliminar essa teoria que se provou falsa e procurar uma outra teoria para explicar o fenómeno em análise. (Ver Falseabilidade).

Este aspecto é fulcral para a definição da ciência. Científico é apenas aquilo que se sujeita a este confronto com os factos. Ou seja: só é científica aquela teoria que possa ser falsificável.

Uma afirmação que não possa ser confrontada com a sua veracidade pelo confronto com a realidade não é científica. Será talvez uma especulação metafísica.

Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório. Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas observações, devemos nos perguntar, será que é mesmo assim ? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa ? Einstein é o melhor exemplo de um cientista que rompeu com as teorias da física estabelecidas.

Popper debruçou-se intensamente com a teoria Marxista e com a filosofia que lhe é subjacente, de Hegel, retirando-lhes qualquer estatuto científico. O mesmo em relação à psicanálise, cujas teorias subjacentes não são falsificaveis.

O seu trabalho científico foi influenciado pelo seu estudo da teoria da relatividade de Albert Einstein.

 

 

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