A Saga dos Pereiras
Capítulos:
I
, II , III, IV ,V, VI ,VII , VIII

 

Cap IX

Histórias de Tio Juca

..................Sobre as LEMBRANÇAS DE VIRGÍNIA, texto publicado em nossa página de janeiro corrente, que traz algumas histórias contadas por tio Juca, seu pai venho colaborar, atendendo seu pedido, confirmando-as.
Tio Juca ( Quincas ou mesmo Joaquim para outros sobrinhos, mas para mim, sempre tio Juca) era o filho mais moço de meus avós. Tia Bernadeth era a caçula. Fim do cacho dos homens, eles mantinham um relacionamento muito estreito, tipo carne e osso, dizia-se. Daí o respeito e admiração recíproca. Meu avô foi para tio Juca, pai, herói, ícone e exemplo em toda sua existência. Tio Juca era o orgulho de meu avô. Quando tio Juca veio para Salvador fazer o ginásio, herdei dele um espaço no coração do velho Alfredo (vide Saga dos Pereira onde relatei a troca de histórias entre nós ). Muitos dos fatos contados por V. eu vivenciei outros me foram relatados por ele.
Sim, é verdade. O costume de distribuir vinho e bacalhau na semana santa aos seus trabalhadores, iniciado na Faz. Canabrava, teve continuidade na residência deles na rua do Comércio em Catu. O bacalhau chegava em barricas e o vinho em barris provindos de Portugal.
A doação era feita sob o título de jejum. Naquele tempo a Igreja Católica impunha aos fieis a obrigação de comer peixe na semana santa. Era o jejum de carne. Meus avós não somente cumpriam o preceito como proporcionavam aos seus auxiliares o cumprimento da obrigação do jejum. Daí eu ouvia os empregados da fazenda dizer ao chegar: "vim buscar meu jejum".
Ao bacalhau e ao vinho acrescentaram o pão que vinha da padaria de tio Oscarzinho.
Sim, é verdade. No S. João meu avô e tio Oscar disputavam os tamanhos das respectivas fogueiras. Tio Juca não lhe contou, ou V. se esqueceu que a lenha vinha da Faz. Maletas, propriedade de Alfredo e que a fogueira era armada por ele.
Logo...... Sim, é verdade. O presente ao nascer também é antigo. Começou com minha mãe e seus irmãos e se estendeu aos netos. Todos os animais nascidos na fazenda recebiam um nome. Lembro de alguns com seus respectivos proprietários: Boneca: Álvaro. Bacana: Aurélio. Lavradinha: Carolina. Dengoza; Oscarzinho. Pratinha; Alice. Cirigada; Bernadeth. Paquinha; Joaquim. Chefatura; Luiz Carlos.
Prometo completar o assunto na página de fevereiro.

( Luiz Carlos Batista )
 

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