Podemos ser tentados a considerar o Velho Testamento um registro de estranhos rituais de uma época diferente, principalmente o Livro de Levítico, mas suas práticas faziam sentido para as pessoas daquele tempo e nos oferecem uma compreensão melhor da natureza e do caráter de Deus. O sacrifício de animais é obsoleto e repulsivo hoje, mas era um ato praticado em muitas culturas no Oriente Médio. Deus usou o método do sacrifício para ensinar a fé ao seu povo. O pecado precisava ser levado a sério. Quando viam os animais do sacrifício sendo mortos, as pessoas eram sensibilizadas quanto à seriedade do seu pecado e culpa. A atitude despreocupada da nossa cultura em relação ao pecado ignora o seu custo e a necessidade de arrependimento e restauração. As cerimônias e os rituais constituíam a melhor forma de os israelitas firmarem suas vidas em Deus.

            Existiam várias maneiras de sacrifício feitas por Israel, mas não o humano. Os sacrifícios eram o modo escolhido por Deus, no antigo testamento, para o povo buscar perdão pelos seus pecados. Desde a criação, Deus deixou bem claro que o pecado separa os homens Dele, e que os que pecam merecem morrer. Por que "todos pecaram" (Romanos 03:23), Deus designou o sacrifício como forma de buscar perdão e restaurar o relacionamento com Ele. Sendo um Deus misericordioso, Ele decidiu desde o início que viria a este mundo e morreria a fim de pagar a pena por toda a humanidade. Isto foi realizado por meio de seu filho que, sendo Deus, tornou-se humano. Mas antes que ele assim fizesse, instruiu seu povo a matar animais como sacrifício de seus pecados. Os cinco principais sacrifícios/ofertas foram:

            Oferta de Holocausto                       A pessoa que cometia um pecado deveria trazer um animal sem defeito para o sacerdote. O animal inocente simbolizava a perfeição moral demandada pelo santo Deus. A pessoa colocava a mão sobre a cabeça do animal para simbolizar completa identificação com o seu substituto, em seguida matava-o e o sacerdote aspergia o sangue. Simbolicamente, os pecados da pessoa eram transferidos para o animal (expiação). Finalmente o animal era queimado no altar (exceto o sangue e o couro) como sinal de completa consagração da pessoa a Deus. Obviamente, Deus requeria mais do que sacrifício; Ele também exigia que o pecador tivesse uma atitude de arrependimento. Este sacrifício era voluntário.

            Oferta de Manjares                          Acompanhava todos os holocaustos e era um presente de agradecimento a Deus. Ela lembrava ao povo que o seu alimento procedia de Deus e que eles deviam, portanto, sua vida a Ele. Eram oferecidos três tipos de oferta de manjares:

            1. Flor de farinha com azeite e incenso;

            2. Bolos cozidos ou obreias (bolos muito finos) untadas com azeite;

            3. Grãos de cereais tostados com azeite e incenso.

                                                                                    A ausência de fermento simbolizava ausência de pecado, e o azeite representava a presença de Deus. Parte da oferta de manjares era queimada no altar como sacrifício a Deus, o restante se destinava à provisão dos sacerdotes. Este também era um  sacrifício era voluntário.

            Sacrifício Pacífico                  Uma pessoa oferecia sacrifício pacífico como expressão de gratidão e também como meio de estabelecer comunhão com Deus. Por ser este um símbolo de paz com Deus, parte da oferta poderia ser comida pela pessoa que a apresentava, as demais provavelmente queimadas e/ou também provisão para os sacerdotes. Sacrifício voluntário.

            Oferta pelo Pecado               Este sacrifício era para aqueles que:

            1. Cometiam um pecado sem o perceber;

            2. Cometiam por fraqueza ou negligência, e não por rebelião hostil contra Deus.

                                                                      Animais diferentes eram sacrificados por diversos tipos de pecado, mas a morte de Jesus Cristo foi o sacrifício final pelo pecado na Bíblia (Hebreus 09:25-28). Este sacrifício era exigido.

            Oferta pela Culpa                 Era um meio de tratar o pecado cometido por ignorância. Era para aqueles que pecavam de alguma maneira contra a "propriedade sagrada" o Tabernáculo ou o sacerdócio -, bem como os que involuntariamente pecavam contra alguém. Em ambos os casos um carneiro sem defeitos tinha de ser sacrificado, as pessoas prejudicadas tinham que ter as perdas compensadas, e havia ainda uma multa de vinte por cento.Embora a morte de Cristo tenha tornada a oferta pela culpa desnecessária, ainda precisamos agir corretamente para aqueles a quem ferimos. Este sacrifício também era exigido.

            Podemos resumir o quão obsoleto em nossos dias é o sacrifício pelo o que está na Bíblia, sim, a Bíblia que o próprio Deus decidiu que teríamos acesso em nossa época em Mateus 09:13, mas eu vou deixar aqui para você perceber a imensidão deste ensinamento do próprio Filho do Deus Altíssimo: Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. Ele foi o sacrifício. Ele... e agora que você sabe, o que você vai fazer?

                                   Fonte: Capítulos 01 a 05:19 da BEAP (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal - CPAD).