Representação
da conversão de Recaredo I, rei visigodo convertido ao catolicismo
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Quando Roma destruiu
Jerusalém (em hb. Yerushalayim), grande parte da população
judaica foi obrigada a migrar. Várias comunidades judaicas
se formaram no norte da África e por todo o mundo Romano
e de lá migraram para a Península Ibérica.
Os primeiros núcleos se estabeleceram na costa mediterrânea
(Ampúrias, Málaga, Mataró e Tarragona) e depois
se espalharam pelo interior da Península. Tais comunidades
se projetaram de tal modo, que no século IV d.C., um concílio
realizado em Elvira, localidade próxima ao antigo assentamento
romano de Ilíberis, ditou várias regras antijudaicas,
como a proibição de casamento com judeus e até
mesmo a proibição de sentar-se à mesma mesa
que judeus.
Com os reis arianos (reis cristãos, mas não-católicos)
como Teodorico II (m. 466), Eurico (m. 484) e Atanagildo (m. 567),
os judeus gozaram de paz e tranqüilidade na Espanha. Leovigildo,
que foi um hábil guerreiro, teve dois filhos, Hermenegildo
e Recaredo. O primeiro, Hermenegildo, converteu-se ao catolicismo,
aconselhado por seu tio, Leandro de Sevilha, e foi decapitado a
mando de seu pai em 585. Em 586, Leovigildo morreu e Recaredo assume
o trono. Em 587, Recaredo I, por ocasião do III Concílio
de Toledo, abjurou o arianismo e adotou o catolicismo como religião
para si e para o Estado, e seus sucessores foram ferozes perseguidores
de judeus e arianos igualmente. Inicialmente os judeus recusaram-se
a adotar o catolicismo, o que passou a ser visto como afronta intolerável
contra a autoridade do Estado e do clero católico. Recaredo
proibiu a circuncisão, a celebração da Páscoa,
o matrimônio que não seja cristão e a educação
por mestres que não sejam cristãos.
A partir de Égica (m. 702) e com Witiza (m. 710) e Rodrigo
(m. 711), a situação dos judeus piorou: foram acusados
de conspiração contra a coroa, tiveram seus bens confiscados,
e foram separados de suas crianças, para que estas fossem
educadas como cristãs.
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