Origem dos
Hebreus


Chegada à
Península


Sob os reinos
visigodos


A Invasão
Muçulmana

 
Na Reconquista


A Invasão Muçulmana

       No final de Abril de 711 d.C., um grupo  de sete mil muçulmanos, a maioria da etnia bereber, liderados por Tariq Ibn Ziad (m.  720), cruzaram o estreito de Gibraltar  ('djabal al-tariq') e invadiram a Espanha  Visigótica, e em 19 de julho do mesmo ano,  em uma batalha, mataram o último rei  visigodo, Dom Rodrigo. Um mês mais tarde,  a cidade de Córdoba já se encontrava sitiada  por Mughit ar-Rumí, lugar-tenente de Tariq.
 Vista do pátio  dos  Leões, no  Palácio de  Alhambra, sede  do  antigo reino  muçulmano de  Granada


       Acerca dessa situação, o judeu marroquino e professor honorário da Universidade de Paris, Haim Zafrani, escreveu: "Durante o assédio, os judeus se recolheram às suas casas esperando impacientemente o desenlace. Contrariamente ao que sentem pelos godos e seu clero, não temem de forma alguma a chegada dos muçulmanos, nos quais puseram todas as suas esperanças, pois não esqueceram que os reis visigodos os têm oprimido sem piedade. Servindo-se de estratagemas, os judeus - segundo narram os historiadores muçulmanos e cristãos - contribuíram com a entrada do exército islâmico na cidade, também celebrando a sua vitória. Mughit os tomou a seu serviço, confiando-lhes a guarda da cidade. O mesmo ocorreu em Toledo, e em Sevilha, onde Musa Ibn Nusair deixou uma guarnição judia para manter a ordem". (Haim Zafrani: Los Judíos del Occidente Musulmán. Al-Ándalus y el Magreb, Editorial Mapfre, Madrid, 1994, pág. 21). Traduzido do espanhol.
A empreitada contou também com a ajuda dos cristãos arianos, que também se encontravam perseguidos pelos católicos visigodos. O transporte do grupo islâmico, por exemplo, na travessia do Estreito de Gibraltar foi feito pela frota de um conde ariano, Dom Julián, senhor de Tanger e Ceuta.

        No primeiro momento, judeus, cristãos e muçulmanos conviveram em harmonia. Os muçulmanos encontraram nos israelitas auxílio para a administração e para o comércio, e assim as comunidades judaicas foram fortalecidas. O ambiente de tolerância que se instaurou possibilitou um florescimento cultural, científico e econômico. O hebraico ressurgiu como língua literária e academias rabínicas foram fundadas nas cidades de Córdoba e Lucena.



Vista externa do Palácio de Alhambra, em Granada, Espanha


        Com a decaída e com o desmembramento do califado de Córdoba (1031 d.C.) nas "taifas", ao contrário do que se esperaria, a cultura e importância das comunidades judaicas alcançaram maior esplendor ainda, se destacando as comunidades de Granada e Saragoça, onde israelitas ocupavam os mais importantes cargos da corte e praticavam o mecenato, incentivando as artes e o saber.

       Do séc. XI ao séc. XV, três dinastias mouras governaram a Espanha muçulmana (Al-Andaluz), a dinastia dos almorávidas (1090-1147), a dinastia dos almóadas (1147-1232) e a dinastia dos nazarís (1232-1492). Os almóadas vieram do norte da África para ajudar seus irmãos de fé em sua luta contra os reis cristãos. Eram fanáticos religiosos e exigiram dos cristãos e judeus a conversão ao Islã. A grande maioria dos israelitas, então, buscou exílio em Aragão, Castela, Catalunha e em Toledo, enquanto outros foram para Provença, na Itália, e para outros países muçulmanos de maior tolerância.

       Os muçulmanos bereber haviam conquistado toda a Península, com a exceção de uma região das serras asturianas, onde foi se refugiar Pelágio, um príncipe godo, e de lá ele iniciou as lutas pela reconquista. Seus sucessores deram procedimento a essas lutas, e assim no séc. XI estavam formados os reinos de Astúrias, Oviedo, Leão, Navarra, Aragão e Castela e os condados de Portugal (Portucalle) e Barcelona. Em 1085 Toledo foi tomada; D. Afonso Henriques em 1128 declarou a independência de Portugal e se tornou rei, após os mouros (muçulmanos) serem completamente expulsos do condado; em 16 de julho de 1212, com a ajuda dos cruzados europeus, os cristãos derrotaram o exército do califa Muhammad an-Nasir na batalha de las Navas de Tolosa; em 1236 conquistaram Córdoba; em 1238 Valência; em 1242 Minorca e em 1248 Sevilha. Em meados do séc. XIII somente o reino de Granada restava aos mouros. A reconquista teve um recesso, em que foi fundado um império aragonês no Mediterrâneo e em que crises políticas atingiram os reinos cristãos. Em 1469 Isabel e Fernando, os reis católicos, se casaram, e em 1479 se deu a unificação de Castela e Aragão. Em 1492, sob o preceito de "um só reino, uma só religião", conquistaram Granada, expulsando definitivamente os muçulmanos da Península.


Página por Yacov DaCosta.- e-mail
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Revisado em: 31-Oct-2001
No ar desde 16 de agosto de 2001.









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