Vocabulário Pantaneiro
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AGUADA Qualquer lugar que
tenha água.
AGUAPÉ - Plantas aquáticas flutuantes, que unidas filtram e purificam a água corrente.
ALONGADO (Baguá) Animal doméstico que foge para o mato e não volta.
ALMOCINHO Primeira refeição do dia.
APEAR Descer da montaria.
APURAR Aprontar-se para sair.
ARATICUM Fruta parecida com a Ata (Fruta do Conde), típica do Pantanal.
ARRE - Péssimo, reprovação.
ARRIBADOR Peão de boiadeiro que vai atrás da comitiva arregimentando as reses
extraviadas.
BAGAGEM Móveis. Conjunto de coisas que o vaqueiro possui. O mesmo
que trem ou traia
BAGUÁ (bagual) Boi, cavalo ou búfalo selvagem. Pessoa indomável, intratável.
Anti social..
BAGUALEAR Caçar boi selvagem.
BANZEAR Espreguiçar.
BARBATÃO Rês criada no mato. Bravia.
BARRA Foz. Desembocadura de um rio.
BICHO DO CHÃO Cobra.
BOCAS Saídas de lagos ou rios.
BOCA DE SAPO Cobra venenosa comum na região.
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BÓIA Comida.
BOLAPÉ Travessia do animal na água, numa profundidade que por pouco não o
obriga a nadar.
BOLICHO Venda, mercearia.
BOMBA Usada para puxar a brua-mate do tereré.
BORRACHÕES - Bolsas de couro que levam água nas viagens a cavalo.
BROCOTÓS - Lama seca dos campos pantaneiros, depois de muito pisada pelo gado.
BRUACA Sacola de couro colocada no lombo do burro para transportar a traia da
comitiva
(utilizada pelo cozinheiro da tropa).
BUGRE Índio.
CABEÇA DE PAINA Cabelos grisalhos.
CACUNDA - Costas. Parte de trás.
CACHAÇO porco doméstico que virou selvagem.
CAGÁ-DO-PATO Primeiras horas do dia.
CAMALOTAL Seqüência de camalotes que fecham passagens estreitas nos lagos e rios.
CAMALOTE Porção de planta aquática (aguapé) que flutua no rio.
CAPÃO Porção de mato isolado no meio do campo.
CARNEAR Cortar a carne do boi: fazer churrasco.
CARAPÉ - Baixinho, pequeno.
CARIBÉU Prato de mandioca e carne. Também significa bruxa.
Topo
CARVOTEIRO - Preguiçoso.
CAVALO FOFADOR DE BLUSA - Cavalo corredor.
CHALANA Barco; pequena canoa de madeira ou grande embarcação com mercearia.
CHAMBÃO De má qualidade.
CHAPÉU NA SELA Vaqueiro ruim.
CHICULATERA Vasilha usada para esquentar a água do mate quente. Dizem que quando a
chiculatera vira aquele dia vai ser de azar para o peão.
COMITIVA Transporte de gado através da região, a cavalo, por terra e água.
CORIXO Braço de rio, que muda conforme a cheia ou seca.
CULATEIRO Peão que vai no fim da comitiva.
CURRUTEIA Pequeno povoado ; vila; pode significar também casa de prostituição.
DAR NO PADRE Não suportar, no sentido de agüentar, alguma coisa ou situação.
DECOADA Descida de água ruim.
DIVULGAR Enxergar.
FIADOR Peão que vai à margem da comitiva, para evitar extravio de reses.
FOFAR Correr de medo, fugir.
GAÚCHO Bonito, elegante.
GORDO Tereré; bebida de erva- mate tomada fria.
GUAIACA Cinto largo com bolsinhos que se prende à cintura.
Topo
GUAMPA Cuia que se faz com
o chifre de boi, usada para tomar tereré.
GUARDA Calças de lona.
GUARIROBA Espécie de palmito amargo; palmeira regional
GUATÓ Nação indígena exímia no manejo da canoa.
GUAVIRA Fruto nativo da região de excelente sabor.
JARARACA DE RABO BRANCO Mulher briguenta.
JIRÁU Mesa tosca de madeira alta; cama.
KADIWÉU Nação indígena exímia na montaria do cavalo.
MALUDO Valente.
MARIA-CHICA Arroz de carreteiro, no Pantanal de Miranda.
MARRUÁ (Baguá) Boi bravo.
MASSA-BARRO (João de Barro) Pássaro que fabrica seu ninho como uma casa de barro.
MATULA Provisão de alimentos para a viagem.
MONTURO Amontoado de terra; elevação.
MURUNDU Amontoado de árvores.
NHÁ Senhora; mulher.
NINHAU Área onde várias aves fazem seu ninho, na mesma época.
PANTÃNO Região alagada
PARATUDO Boi gordo.
PEÃO O pantaneiro que trabalha na fazenda, no serviço do gado.
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PÉ-DE-PAU Árvore.
PEDRA- CANGA Pedra furada encontrada na região.
PICUÁ Sacola de couro para todos os fins.
PICUMÃ Sujeira grossa que se junta no teto, nas paredes de cozinhas, provocada
pela fumaça do fogão à lenha.
PINCHAR Jogar fora; descartar.
PORCO MONTEIRO - Porco doméstico, que é capado e solto para ficar selvagem.
PONTEIRO Peão que vai à frente da comitiva.
PRAIA Área ao redor da casa- sede da fazenda.
PUITÃ Pala vermelha tecida em lã.
PURUNGA Cabaça pequena usada para beber água.
QUEBRA-TORTO Desjejum; café da manhã reforçado; refeição matinal com
carne,arroz-de-carreteiro, café e bolo.
RECOLUTA Ação de recolher o gado extraviado no campo.
RODAR Deixar o barco ou algum objeto descer o rio a favor da correnteza.
SALTENHA Pastel boliviano com recheio de galinha.
SAPICUÁ Saco para levar matula.
SARÃ Vegetação emaranhada à beira do rio, cheia de espinhos.
SINUELO Boi manso que vai à frente da boiada.
SOPA PARAGUAIA Bolo de fubá de milho, assado, com queijo, cebola, leite e sal.
Topo
TARIMBA Cama de dornir.
TERENA A maior nação indígena atualmente no Pantanal. Bastante aculturada, vive
em aldeias próximas à Aquidauana
e Miranda.
TERERÉ Erva-mate tomada com uma bomba numa cuia; bebida fria.
TIRADOR Saia de couro, para proteção do peão na lida com o gado.
TIRA-TORTO (Quebra-torto) Desjejum.
TRAIA Conjunto de equipamentos para pescaria (ou montaria).
VENTRACHA Costela grande de peixe que se dá na alimentação às crianças para
não se engasgar com os espinhos.
VOÇOROCA Valos produzidos pela erosão.
ZAGAIA Forquilha de madeira forte que se apoia como lança utilizada para matar
onças.
ZAGAIEIRO O caçador de onças, que usa como arma a zagaia.
Texto de Carlos F. Akagi
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