Voltar...

Artigos

Filosofia: Patrimônio da humanidade
Paradigma de pensar
Martin Heidegger
Filosofia formadora e formentadora
Artigo Jornal O NORTE
Artigo - Francisco Pereira de N�brega

  ARTIGO SOBRE FRANCISCO PEREIRA DA N�BREGA, O FIL�SOFO

 

José Flávio Silva

[email protected]

    Faleceu, às 17:00 horas do dia 22 de janeiro de 2007, no hospital da Unimed, Francisco Pereira da Nóbrega, assinava F. Pereira Nóbrega. À noite do mesmo dia houve o velório ocorrido na igreja N. S. do Carmo, na praça do Bispo. No dia 24 foi sepultado no Cemitério Parque Jardim das Acácias, às 17:00 horas. Todos os atos ocorreram na cidade de João Pessoa, Paraíba.

&    Assim como Pedro Américo de Figueiredo e Mello era o pintor, F. Pereira Nóbrega era o cronista. No entanto, ambos são filósofos e, paraibanos. Sobre Pedro Américo já escrevi ( www.buscapb.com.br e revista Conceitos n° 13), agora é a vez de Francisco Pereira da Nóbrega.

    Era natural de Nazarezinho-PB, perto da cidade de Patos. Nasceu em 24 de abril de 1928. �Chico Pereira é filho de Francisco Pereira Dantas e Jarda. Seu pai, fazendeiro, torna-se cangaceiro, achando que, através do cangaço, poderia lutar contra as injustiças sociais. O filho do guerreiro, como diz Raquel de Queirós, atua como romancista, cronista, professor.

    Cursa teologia na Universidade Gregoriana de Roma, faz doutorado em Filosofia na Universidade Católica de Paris.� (Dicionário Literário da Paraíba, 1994: pág. 1540). Como professor de filosofia, ensinou de 1966 a 1968 no Instituto Central de Filosofia e Ciências Humanas (ICFCH), da Universidade Federal da Paraíba. Retorna no final da década de 1970 para a mesma universidade, agora fazendo parte do Departamento de Filosofia. Professor, inicialmente, depois foi, além de professor quem implantou o mestrado em Filosofia na UFPB, em 1978, no reitorado Lynaldo Cavalcanti. Foi, por último, Coordenador do Curso de Graduação em Filosofia da UFPB.

    Publicou um único livro sobre filosofia �Para ler Hegel� (1974). �Estruturas básicas do pensamento hegeliano� (1979, mimeografado). Em 2005 republicou �Para ler Hegel�, com outro título �Compreender Hegel�, em sua 3ª. edição.

    No entanto, grande parte de suas crônicas, publicadas no Correio da Paraíba, mostra o viés filosófico do cronista. A respeito, outro cronista companheiro da página, Luis Augusto Crispim, sintetiza �É a perda não somente de pensador do nosso tempo, mas de um filósofo universal. Chico Pereira era um homem que conseguia compreender o seu tempo e o seu lugar a partir de um prisma humano como só se podia ver na Grécia Antiga.

    Ele não pensava em partes ele pensava o todo. Com Chico Pereira eu aprendi a enxergar um mundo digno e justo como só os grandes filósofos sabem pensar.� (Correio da Paraíba, edição de 23.01.07).

   Hegeliano, aberto ao universo, tendo como base a dialética, Chico Pereira é seguidor do mestre alemão. �Compreender Hegel� é a ligação de Chico Pereira com o mundo, com o universo.

   Não é tão fácil entender o pensamento de Hegel. No entanto, com o desdobramento realizado por Chico Pereira em �Compreender Hegel� e �Estruturas básicas do pensamento hegeliano�, Georg Wilhelm Friedrich Hegel torna-se digestivo intelectualmente. Além disso, as crônicas de Chico Pereira mostram essa dialeticidade hegeliana.

   Bom, a lembrança que me fica de Chico Pereira não é de suas crônicas, mas do pensador, do filósofo. Do filósofo paraibano, aquele que ao lado de Pedro Américo, Pedro Anísio, Florentino Barbosa, Orris Soares, José Soriano de Sousa, formam a Academia Filosófica da Paraíba.

   Abaixo segue um texto sugestivo da dialética hegeliana empregada por Chico Pereira. A crônica é intitulada: �Primeira professora�, edição de 01/02/06. �Quando é a primeira, a curiosidade é maior. Ela veio, esbelta em silêncio. Depois disse o que a vida inteira não consegui esquecer: -Estão me olhando tanto! Um dia não vão mais me ver. O importante é aprender. Vocês vão sempre aprender. Não entendi bem o que hoje ouso interpretar. Se quiser viver um instante, apenas olhe. Se quiser construir para séculos, ensine o que aprendeu.

   Ver passa. Aprender não passa. Transmite-se às gerações, não passa. Imagem é instante na retina. O saber se busca sempre mais.

   Isso foi em Cajazeiras, a cidade que ensinou o sertão a ler. Aquela professora continuava a tradição da terra. Tinha o jeito de quem ama a profissão. Não era funcionária, era apóstola da educação, acompanhando gerações várias.

 



---------------------------

Artigos     Eventos     Cursos     Grupo     Curiosidades     Filosofia para crianças

Desenvolvido pela Sourcex - http://www.sourcex.com.br
Hosted by www.Geocities.ws

1